11a SEMANA DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

SEGUNDA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro dos Juízes 2,6-3,4

Visão de conjunto do tempo dos Juízes
Naqueles dias, 2,6Josué despediu o povo, e os filhos de Israel partiram cada qual para sua herança, a fim de ocupar a terra. 7O povo serviu ao Senhor durante toda a vida de Josué e toda a vida dos anciãos que sobreviveram a Josué e que conheceram todas as grandes obras que Deus fizera em favor de Israel. 8Josué, filho de Nun, servo de Deus, morreu com a idade de cento e dez anos. 9Foi sepultado no terreno da sua herança, em Tamnat-Hares, na montanha de Efraim, ao norte do monte Gaás. 10E quando toda aquela geração, por seu turno, se reuniu a seus pais, sucedeu-lhe uma outra geração que não conhecia a Deus nem o que ele tinha feito por Israel.
11
Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e serviram aos baals. 12Deixaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os tinha feito sair da terra do Egito, e serviram a outros deuses dentre os dos povos ao seu redor. Prostraram-se ante eles, e irritaram ao Senhor, 13e deixaram a Deus para servir a Baal e às astartes. 14Então a ira do Senhor se acendeu contra Israel. E os abandonou aos saqueadores que os espoliaram, e os entregou aos inimigos que os cercaram, e não puderam mais oferecer-lhes resistência. 15Em tudo o que empreendiam, a mão do Senhor era contra eles para lhes fazer mal, como o Senhor lhes tinha dito e como o Senhor lhes tinha jurado. E sua aflição era extrema. 16Então o Senhor lhes suscitou juízes que os livrassem das mãos dos que os pilhavam. 17Mas não escutavam nem mesmo aos juízes, e se prostituíram a outros deuses, e se prostraram diante deles. Depressa se afastaram do caminho que seus pais haviam seguido, obedientes aos mandamentos de Deus, e não os imitaram. 18Quando o Senhor lhes suscitava juízes, ele estava com o juiz e os salvava das mãos dos seus inimigos enquanto vivia o juiz, porquanto o Senhor se comovia por causa dos seus gemidos perante os seus perseguidores e opressores. 19Mas logo que morria o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que os seus pais. Seguiam a outros deuses, serviam-nos e se prostravam diante deles, e em nada renunciavam às obras e à conduta endurecida de seus pais.
20
A ira de Deus se inflamou então contra Israel e ele disse: “Porque este povo transgrediu a aliança que eu havia prescrito a seus pais e não escutou a minha voz, 21também eu não expulsarei mais de diante dele nenhuma das nações que Josué deixou ficar quando morreu”, 22a fim de, por meio delas, submeter Israel à prova, para ver se seguirá ou não os caminhos do Senhor, como os seguiram seus pais. 23Essa é a razão por que o Senhor deixou essas nações ficar e não teve pressa de as expulsar e nem as entregou nas mãos de Josué.
3,1
Eis as nações que o Senhor deixou ficar, a fim de por elas submeter à prova a Israel, todos os que não tinham passado por nenhuma das guerras de Canaã 2(isto foi unicamente para ensinamento dos descendentes dos filhos de Israel, para lhes ensinar a arte da guerra; ao menos àqueles que não a tinham conhecido antes): 3os cinco príncipes dos filisteus e todos os cananeus, os sidônios e os heteus que habitavam as montanhas do Líbano, desde a montanha de Baal-hermon até a entrada de Emat. 4Eles serviram para pôr Israel a prova, para ver se guardariam os mandamentos que Deus tinha dado a seus pais por intermédio de Moisés.

Responsório Sl 105(106),40a.41a.44; Jz 2,16
R. Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo
e entregouos entre as mãos dos infiéis;
* Mas o Senhor tinha piedade do seu povo
quando ouvia o seu grito na aflição.
V. E juízes suscitou-lhes o Senhor
para os livrar de entre as mãos dos opressores.
* Mas o Senhor.

Segunda leitura
Do Tratado “sobre a Oração do Senhor”, de São Cipriano, bispo e mártir
(Cap. 1-3: CSEL 3,267-268)

(Séc. III)


Quem nos deu a vida também nos ensinou a rezar
Os preceitos evangélicos, irmãos caríssimos, não são outra coisa que ensinamentos divinos, fundamentos para edificar a esperança, bases para consolidar a fé, alimento para revigorar o coração, guias para mostrar o caminho, garantias para obter a salvação. Enquanto instruem na terra os espíritos dóceis dos que creem, eles os conduzem para o Reino dos céus.
Outrora quis Deus falar e fazer-nos ouvir de muitas maneiras pelos profetas, seus servos. Mas muito mais sublime é o que nos diz o Filho, a Palavra de Deus, que já estava presente nos profetas e agora dá testemunho pela sua própria voz. Ele não manda mais preparar o caminho para aquele que há de vir, mas vem, ele próprio, mostrarnos e abrir-nos o caminho para que nós, outrora cegos e imprevidentes, errantes nas trevas da morte, iluminados agora pela luz da graça, sigamos o caminho da vida, sob a proteção e guia do Senhor.
Entre as exortações salutares e os preceitos divinos com que orienta seu povo para a salvação, o Senhor ensinou o modo de orar e nos instruiu e aconselhou sobre o que havemos de pedir. Quem nos deu a vida, também nos ensinou a orar com a mesma bondade com que se dignou conceder-nos tantos outros benefícios, a fim de que, dirigindo-nos ao Pai com a súplica e oração que o Filho nos ensinou, sejamos mais facilmente ouvidos.
Jesus havia predito que chegaria a hora em que os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espírito e em verdade. E cumpriu o que prometera. De fato, tendo nós recebido por sua graça santificadora o Espírito e a verdade, podemos adorar a Deus verdadeira e espiritualmente segundo os seus ensinamentos.
Pode haver, com efeito, oração mais espiritual do que aquela que nos foi ensinada por Cristo, que também nos enviou o Espírito Santo? Pode haver prece mais verdadeira aos olhos do Pai do que aquela que saiu dos lábios do próprio Filho que é a Verdade? Assim, orar de maneira diferente da que o Senhor nos ensinou não é só ignorância, mas também culpa, pois ele mesmo disse: Anulais o mandamento de Deus a fim de guardar as vossas tradições (cf. Mc 7,9).
Oremos, portanto, irmãos caríssimos, como Deus, nosso Mestre, nos ensinou. A oração agradável e querida por Deus é a que rezamos com as suas próprias palavras, fazendo subir aos seus ouvidos a oração de Cristo.
Reconheça o Pai as palavras de seu Filho, quando oramos. Aquele que habita interiormente em nosso coração, esteja também em nossa voz; e já que o temos junto ao Pai como advogado por causa de nossos pecados, digamos as palavras deste nosso advogado quando, como pecadores, suplicarmos por nossas faltas. Se ele disse que tudo o que pedirmos ao Pai em seu nome nos será dado (cf. Jo 14,13), quanto mais eficaz não será a nossa súplica para obtermos o que pedimos em nome de Cristo, se pedirmos com sua própria oração!

Responsório Jo 16,24; 14,13
R. Até agora não pedistes coisa alguma em meu nome.
* Pedi e recebereis e tereis plena alegria.
V. O que pedirdes ao meu Pai, em meu nome, eu vos darei,
para que seja, assim, o Pai glorificado no seu Filho.
* Pedi e recebereis.

Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.