5a SEMANA DO TEMPO COMUM

I Semana do Saltério

TERÇA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Gênesis 41,56-42,26

Os irmãos de José vão ao Egito

41,56A fome assolava toda a terra. Então José abriu todos os armazéns de trigo e vendeu mantimento aos egípcios. Agravou-se ainda mais a fome na terra do Egito. 57De toda a terra se veio ao Egito para comprar mantimento com José, pois a fome se agravou por toda a terra.
42,1
Jacó, vendo que havia mantimento à venda no Egito, disse a seus filhos: “Por que estais aí a olhar uns para os outros? 2Eu soube,” disse-lhes, “que há mantimento para vender no Egito. Descei e comprai mantimento para nós, a fim de que vivamos e não morramos.” 3Os dez irmãos de José desceram, pois, ao Egito para comprar trigo. 4Quanto a Benjamim, o irmão de José, Jacó não o enviou com os outros: “Não convém,” disse para consigo, “que lhe suceda alguma desgraça.”
5
Foram, pois, os filhos de Israel comprar mantimento, misturados com outros forasteiros, porque a fome assolava a terra de Canaã. 6José - ele tinha autoridade na terra - era quem vendia o mantimento a todo o povo da terra. Os irmãos de José chegaram e se prostraram diante dele, com a face por terra. 7Logo que José viu seus irmãos ele os reconheceu, mas fingiu ser estrangeiro para eles e lhes falou duramente. Perguntou-lhes: “De onde vindes?” E eles responderam: “Da terra de Canaã, para comprar víveres.”
8
Assim José reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram. 9José se lembrou dos sonhos que tivera a seu respeito e lhes disse: “Vós sois espiões! É para reconhecer os pontos fracos da terra que viestes.” 10Eles protestaram: “Não, meu senhor! Teus servos vieram para comprar víveres. 11Somos todos filhos de um mesmo homem, somos sinceros, teus servos não são espiões.” 12Mas ele lhes disse: “Não! Foi para ver os pontos fracos da terra que viestes.” 13Eles responderam: “Teus servos eram doze irmãos, nós somos filhos de um mesmo homem, na terra de Canaã: o mais novo está agora com nosso pai e há um que não mais existe.” 14José retomou: “É como eu vos disse: vós sois espiões! 15Eis como sereis provados: pela vida do Faraó, não partireis daqui sem que primeiro venha o vosso irmão mais novo! 16Enviai um de vós para buscar vosso irmão; os demais ficam prisioneiros. Provareis vossas palavras e se verá se a verdade está convosco ou não. Se não, pela vida do Faraó, sois espiões.” 17E pôs a todos na prisão por três dias.
18
No terceiro dia, José lhes disse: “Eis o que fareis para terdes salva a vida, pois eu temo a Deus: 19se sois sinceros, que um de vossos irmãos fique detido na vossa prisão; quanto aos demais, parti levando o mantimento de que vossas famílias necessitam. 20Trazei-me vosso irmão mais novo: assim vossas palavras serão verificadas e não morrereis.” - Assim fizeram eles. - 21Eles disseram uns aos outros: “Em verdade, expiamos o que fizemos a nosso irmão: vimos a aflição de sua alma, quando ele nos pedia graça, e não o ouvimos. Por isso nos veio esta aflição.” 22Rúben lhes respondeu: “Não vos disse para não cometerdes falta contra o menino? Mas vós não me ouvistes e eis que se nos pede conta de seu sangue.” 23Eles não sabiam que José os compreendia, porque entre José e eles estava o intérprete. 24Então se afastou deles e chorou. Depois voltou para eles e lhes falou; tomou dentre eles a Simeão e o algemou sob seus olhos.
25
José deu ordem de encher de trigo suas sacas, de restituir o dinheiro de cada um em sua bolsa e lhes dar provisões para o caminho. E assim lhes foi feito. 26Eles carregaram o mantimento sobre seus jumentos e se foram.

Responsório Gn 42,21.22
R. Em verdade, expiamos o crime cometido contra o nosso irmão,
por que víamos a angústia de sua alma quando ele nos suplicava,
e não o escutamos!
*
Eis porque veio sobre nós esta desgraça!
V.
Não vos tinha eu dito, disse-lhes Rúben,
para não pecardes contra o menino?
Não quisestes ouvir-me. * Eis por que veio.

Segunda leitura
Da “Carta aos Coríntios”, de São Clemente I, papa e mártir
(Cap. 62-63)
(Séc. I)
 
Conservai a concórdia na caridade e na paz!
Meus irmãos, escrevemos o suficiente a respeito da nossa religião, e isso é muito útil para aqueles que querem levar uma vida virtuosa, praticando a compaixão e a justiça. Citamos todos os aspectos que dizem respeito à fé, à penitência, à verdadeira caridade, à continência, à castidade e à paciência. Lembramos a vós que é necessário agradar a Deus todo-poderoso, vivendo na justiça, na verdade e na generosidade, conservando a concórdia por meio do perdão das ofensas, da caridade, da paz e de uma constante equidade, como também agiram nossos pais, mantendo-se humildes para com Deus, Pai e Criador, e para com todos os homens.
Assim, dirigimos a vós essas exortações, com muito gosto, por estar conscientes de escrever a homens de fé, que se aprofundaram no divino ensinamento. É certo, assim, que seguindo tão grandes e numerosos exemplos nós nos submetemos e obedecemos àqueles que são os guias das nossas almas, para atingirmos com lisura, acalmados das vãs revoltas, a meta proposta pela fé. Haveis de nos proporcionar alegria e prazer se, submissos ao que escrevemos pela inspiração do Espírito Santo, cortardes todo o ressentimento e inveja, colocando em prática o nosso apelo à paz e à concórdia. Enviamo-vos, também, homens fiéis e sábios que, desde a juventude até a velhice, tiveram uma conduta irrepreensível entre nós, e que servirão de testemunhas. Assim fizemos para que saibais que toda a nossa preocupação tinha e tem esse objetivo: que se restabeleça imediatamente a paz entre vós.

Responsório Gl 6,2; 5,13
R Levai as cargas uns dos outros,
*
E assim cumprireis a lei de Cristo.
V.
Pelo amor servi-vos uns aos outros. * E assim.

Oração

Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.