17a SEMANA DO TEMPO COMUM

I Semana do Saltério

QUINTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Primeiro Livro dos Reis 12,20-33

Cisma político e religioso
20Quando todo o Israel soube que Jeroboão tinha voltado, convidaram-no para a assembleia e proclamaram-no rei sobre todo o Israel; só a tribo de Judá ficou fiel à casa de Davi.
21
Quando Roboão voltou a Jerusalém, convocou toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim, num todo de cento e oitenta mil guerreiros de escol, para dar combate à casa de Israel e restituir o reino a Roboão, filho de Salomão. 22Mas a palavra de Deus foi dirigida a Semeías, homem de Deus, nestes termos: 23“Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, a toda a casa de Judá, a Benjamim e ao resto do povo: 24assim fala o Senhor: não subais para guerrear contra vossos irmãos, os israelitas; volte cada um para sua casa, pois o que aconteceu foi por minha vontade.” Eles obedeceram à ordem de Deus e regressaram, como o Senhor lhes ordenara.
25
Jeroboão fortificou Siquém na montanha de Efraim e ali se estabeleceu. Depois saiu de lá e fortificou Fanuel.
26
Jeroboão refletiu consigo mesmo: “Desse jeito, o reino pode voltar à casa de Davi. 27Se este povo continua subindo ao Tempo do Senhor, em Jerusalém, para oferecer sacrifícios, o coração do povo se voltará para seu Senhor, Roboão, rei de Judá, e matar-me-ão. Voltarão para Roboão, rei de Judá.” 28Depois de ter pedido conselho, fez dois bezerros de ouro e disse ao povo: “Deixai de subir a Jerusalém! Israel, eis teus deuses que te fizeram sair da terra do Egito.” 29Erigiu um em Betel e pôs o outro em Dã; 30esse procedimento levou ao pecado, o povo foi em procissão diante do outro até Dã. 31Estabeleceu o Templo dos lugares altos, e designou como sacerdotes homens tirados do povo, que não eram filhos de Levi. 32Jeroboão celebrou uma festa no oitavo mês, no décimo quinto dia do mês, à semelhança da que se celebrava em Judá, e subiu ao altar. Assim fez ele em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera e estabeleceu em Betel os sacerdotes dos lugares altos que instituíra. 33Subiu ao altar que tinha feito em Betel, no décimo quinto dia do oitavo mês, isto é, no mês que ele escolhera arbitrariamente; instituiu uma festa para os israelitas e subiu ao altar para queimar incenso.

Responsório Tb 14,6.7; Ap 21,24
R. Todos os povos abandonarão os seus ídolos;
e voltarão para a pátria de Israel.
* Todos os homens que temem a Deus se alegrarão.
V. As nações andarão à sua luz.
* Todos os homens.

Segunda leitura
Do “Comentário sobre o profeta Isaías”, de São Cirilo de Alexandria, bispo
(Liv. 5, t. 2)
(Séc. V)


A instituição do culto em espírito e verdade
por meio dos oráculos do Evangelho
A Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. (Jo 1,17). Chama de amor e fidelidade a instituição do culto em espírito e verdade, ocorrida por meio dos oráculos do Evangelho, com grande virtude e potência. Era, na verdade, conveniente que Moisés, sendo servo, fosse um ministro de uma sombra destinada a desaparecer, enquanto aquele que é eterno, isto é, Cristo, fosse o revelador do verdadeiro e eterno culto.
Em que consiste, então, àquela eterna aliança, que Cristo cumprirá plenamente na fé para aqueles que se aproximam Dele, explica acrescentando logo depois: as santas promessas feitas a Davi são fiéis. Com essas palavras, quer dizer: ou que a promessa de Cristo Salvador de todos nós, feita ao santo Davi, deve ser estendida aos gentios que vêm à fé; ou chama de divinas e sagradas as profecias referentes a Cristo, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne. Diz que são santas, enquanto se tornam santos aqueles que as recebem: da mesma forma, chamou de puro o temor de Deus, porque purifica, e chamou de vida o anúncio evangélico que dá a vida. Disse, na verdade, Cristo: As palavras que eu disse a vocês são espírito e vida (Jo 6,63), isto é, espirituais e vivificantes.
São, então, santas, porque santificam e tornam justos aqueles que as recebem; são também fiéis porque suscitam a fé e, naqueles que as apreenderam, enraízam a estabilidade na fé e a piedade da vida. Esta é a potência e a eficácia das profecias a respeito de Cristo. Quando Deus nomeou Davi, ou seja, Cristo descendente de David segundo a carne, proclamou Dele: Fiz dele uma testemunha para os povos, um chefe que dá ordem aos povos (Is 55,4). Desta maneira, atesta-se que o Senhor nosso Jesus Cristo doa a luz do verdadeiro conhecimento de Deus às multidões dos povos, na medida em que são capazes de recebê-la, ou seja, elas a almejam sem opor resistência. Afirma, de fato, ao som da lira do salmista: Escutem isto, povos todos; prestem aten ção, habitantes do mundo, plebeus e nobres, ricos e pobres: Minha boca falará com sabedoria, e minhas reflexões serão inteligentes (Sl 49,2-4). Muito necessárias eram a sabedoria e a inteligência para aqueles que estavam errados, adorando com extrema leveza a criatura em lugar do Criador, e chamando deuses os pedaços de madeiras e as pedras.
Depois de tudo isso, o Verbo se fez carne, e se manifestou em todo seu esplendor, falando o seguinte: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou- me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos (Lc 4,18; cf. Is 61,1).
Estas foram, na verdade, as enfermidades dos povos, mas graças a Ele foram curadas. Foram enriquecidos por Ele com o dom da sabedoria, e se tornaram capazes de compreender; de tal maneira, o ânimo deles não está mais doente e ferido, mas saudável e capaz de acolher e cumprir cada coisa boa e propícia para a salvação.

Responsório Jo 4,23-24
R. Os verdadeiros adoradores
vão adorar o Pai em espírito e verdade.
*
Porque são estes os adoradores que o Pai procura.
V.
Deus é Espírito, e aqueles que o adoram
devem adorá-lo em espírito e verdade,
* Porque são estes.

Oração

Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.