ANUNCIAÇÃO DO SENHOR
Solenidade
Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. (T.P.
Aleluia)
Esta introdução se omite quando o Invitatório
precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Salmodia
Ant.1 Tendo chegado,
enfim, a plenitude dos tempos,
Deus mandou-nos seu Filho nascido de mulher,
para que nós recebêssemos a adoção filial. (T.P.
Aleluia)
Salmo 2
–1 Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
–3 “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
–6 “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”
–10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
–11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
–12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Tendo chegado, enfim,
a plenitude dos tempos,
Deus mandou-nos seu Filho nascido de mulher,
para que nós recebêssemos a adoção filial. (T.P.
Aleluia)
Ant.2
Entrando no mundo, ele disse:
Para mim preparaste um corpo.
Aqui estou! Eis que venho, ó meu Deus,
fazer com prazer vossa vontade. (T.P.
Aleluia)
Salmo 18 A(19)
– 2Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
– 3o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.
– 4Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
– 5seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.
– 6Armou no alto uma tenda para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.
– 7De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Entrando no mundo, ele
disse:
Para mim preparaste um corpo.
Aqui estou! Eis que venho, ó meu Deus,
fazer com prazer vossa vontade. (T.P.
Aleluia)
Ant.3
Assim mostrou-se o amor de Deus para conosco:
Enviou seu Filho único ao mundo,
para que nós tenhamos vida por seu meio. (T.P.
Aleluia)
Salmo 44(45)
=2Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.
=3Sois tão belo, o mais belo entre os
filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.
–4Levai vossa espada de glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;
–5saí para a luta no carro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!
= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
6vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!
=7Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim;
†
vosso cetro real é sinal de justiça: *
8Vós amais a justiça e odiais a maldade.
= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
9Vossas vestes exalam preciosos perfumes.
– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
10 As filhas de reis vêm ao vosso
encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.
–11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi
isto: *
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
–12 Que o Rei se encante com vossa
beleza! *
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
–13 O povo de Tiro vos traz seus
presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores.
–14 Majestosa, a princesa real vem
chegando, *
vestida de ricos brocados de ouro.
–15 Em vestes vistosas ao Rei se dirige, *
e as virgens amigas lhe formam cortejo;
–16 entre cantos de festa e com grande
alegria, *
ingressam, então, no palácio real”.
–17 Deixareis vossos pais, mas tereis
muitos filhos; *
fareis deles os reis soberanos da terra.
–18 Cantarei vosso nome de idade em
idade, *
para sempre haverão de louvar-vos os povos!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Assim mostrou-se o
amor de Deus para conosco:
Enviou seu Filho único ao mundo,
para que nós tenhamos vida por seu meio. (T.P.
Aleluia)
V. O Verbo se fez carne. (T.P. Aleluia)
R. E habitou entre nós. (T.P. Aleluia)
Primeira leitura
Do Primeiro Livro das Crônicas 17,1-15
Profecia sobre o Filho de Davi
1Estando sentado em casa, disse Davi ao
profeta Natã: “Olha, eu moro numa casa de cedro, enquanto a arca
da aliança do Senhor está numa barraca”. 2Natã disse a
Davi: “Podes fazer tudo que estiver em teu coração, pois Deus
está contigo”. 3Mas naquela noite, a palavra de Deus
foi dirigida a Natã nestes termos: 4“Vai dizer a meu
servidor Davi o seguinte: Assim fala o Senhor: Não serás tu que me vais
construir uma casa de moradia. 5Nunca morei numa
casa, desde o dia em que trouxe Israel para cá, até hoje. Passei
duma tenda a outra e duma moradia a outra. 6Durante o tempo
em que andei no meio de Israel, acaso falei alguma vez a algum
dos juízes de Israel, aos quais confiei o governo do meu povo, dizendo que me construísse uma casa de cedro? 7Pois bem,
agora dize a meu servidor Davi: Assim diz o Senhor dos exércitos:
Eu te tirei do campo de pastagens, de detrás do rebanho, para te
fazer príncipe de meu povo Israel.
8Eu estive contigo aonde quer que fosses,
destruí todos os inimigos que te enfrentaram e te dei um nome
igual ao dos grandes da terra. 9Preparei para Israel,
meu povo, um lugar para o qual o transplantei, para que nele ficasse
morando sem ter mais motivo para tremer e sem que os ímpios
continuassem a dizimá-lo como antes, 10desde o tempo
em que fiz os juízes governarem Israel, meu povo. Derrotei todos os
inimigos e agora te declaro que o Senhor te vai construir uma
casa. 1No fim de tua vida, quando te fores juntar a teus antepassados, então farei tua descendência te suceder, na pessoa
de um de teus filhos, cujo reinado eu tornarei estável. 12Ele
me
construirá uma casa e eu darei firmeza a seu trono para sempre.
13Serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Nunca retirarei dele o meu favor, como o retirei de teu antecessor. 14Eu o farei administrar minha casa e meu reino; e seu trono estará firme para sempre”. 15De acordo com todas estas palavras e de acordo com aquela manifestação divina, Natã falou a Davi.
Responsório Cf. Lc 1,26-32
Segunda leitura
Das Cartas de São Leão Magno, papa
(Epist. 28, ad
Flavianum,3-4: PL 54,763-767)
(Séc.V)
O sacramento da nossa reconciliação
A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza,
pela força, a mortalidade, pela eternidade. Para saldar a dívida
de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à natureza passível. Deste modo, como convinha à nossa recuperação, o
único mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo,
podia submeter-se à morte através de sua natureza humana e
permanecer imune em sua natureza divina.
Por conseguinte, numa natureza perfeita e integral de verdadeiro homem, nasceu o verdadeiro Deus, perfeito na sua divindade, perfeito na nossa humanidade. Por “nossa humanidade” queremos significar a natureza que o Criador desde o início formou em nós, e que assumiu para renová-la. Mas daquelas coisas que o Sedutor trouxe, e o homem enganado aceitou, não há nenhum vestígio no Salvador; nem pelo fato de se ter irmanado na comunhão da fragilidade humana, tornou-se participante dos nossos delitos.
Assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem diminuir o divino. Porque o aniquilamento, pelo qual o invisível se tornou visível, e o Criador de tudo quis ser um dos mortais, foi uma condescendência da sua misericórdia, não uma falha do seu poder. Por conseguinte, aquele que, na sua condição divina se fez homem, assumindo a condição de escravo, se fez homem.
Entrou, portanto, o Filho de Deus neste mundo tão pequeno, descendo do trono celeste, mas sem deixar a glória do Pai; é gerado e nasce de modo totalmente novo. De modo novo porque, sendo invisível em si mesmo, torna-se visível como nós; incompreensível, quis ser compreendido; existindo antes dos tempos, começou a existir no tempo. O Senhor do universo assume a condição de escravo, envolvendo em sombra a imensidão de sua majestade; o Deus impassível não recusou ser homem passível, o imortal submeteu-se às leis da morte.
Aquele que é verdadeiro Deus, é também verdadeiro homem; e nesta unidade nada há de falso, porque nele é perfeita respectivamente tanto a humanidade do homem como a grandeza de Deus. Nem Deus sofre mudança com esta condescendência da sua misericórdia nem o homem é destruído com sua elevação a tão alta dignidade. Cada natureza realiza, em comunhão com a outra, aquilo que lhe é próprio: o Verbo realiza o que é próprio do Verbo, e a carne realiza o que é próprio da carne.
A natureza divina resplandece nos milagres, a humana, sucumbe aos sofrimentos. E como o Verbo não renuncia à igualdade da glória do Pai, também a carne não deixa a natureza de nossa raça. É um só e o mesmo – não nos cansaremos de repetir – verdadeiro Filho de Deus e verdadeiro Filho do homem. É Deus, porque no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus: e o Verbo era Deus. É homem, porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,1.14).
Responsório Cf. Lc 1,31.42
Hino
TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para
sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem
Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que
proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.