4a SEMANA DO TEMPO COMUM
IV Semana do Saltério
QUARTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses
5,1-28
Maneira de viver dos filhos da luz1 Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos,
não há por que vos escrever. 2Vós mesmos sabeis
perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão, de noite. 3Quando
as pessoas disserem: "Paz e segurança! , então de repente sobrevirá a
destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não
poderão escapar. 4Mas vós, meus irmãos, não estais nas
trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5Todos
vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das
trevas. 6Portanto, não durmamos, como os outros, mas
sejamos vigilantes e sóbrios.
7Aqueles que dormem, é de noite que dormem, e os que
se embriagam, é de noite que se embriagam. 8Mas nós, que
somos do dia, sejamos sóbrios, revestidos da couraça da fé e do amor,
com o capacete da esperança de sermos salvos. 9Deus não nos
destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação, por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo. 10Ele morreu por nós, para que, quer
vigiando nesta vida, quer adormecidos na morte, alcancemos a vida junto
dele. 11Por isso, exortai-vos e edificai-vos uns aos outros
como já costumais fazer.
12Pedimo-vos, irmãos, que tenhais consideração para
com aqueles que entre vós se sacrificam para vos dirigir no Senhor e
para vos admoestar; 13tende para com eles a mais alta
estima, com amor, por motivo do seu trabalho. Vivei em paz entre vós. 14Nós
vos exortamos também, irmãos: corrigi aqueles que vivem de maneira
desordenada, encorajai os pusilânimes, sustentai os fracos, sede
pacientes para com todos. 15Atentai a que ninguém retribua
o mal pelo mal, mas procurai sempre o bem entre vós e para com todos. 16Estai
sempre alegres! 17Rezai sem cessar. 18Dai
graças em todas as circunstâncias, porque esta é a vosso respeito a
vontade de Deus em Jesus Cristo. 19Não apagueis o espírito!
20Não desprezeis as profecias, 21mas examinai
tudo e guardai o que for bom. 22Afastai-vos de toda espécie
de maldade!
23Que o próprio Deus da paz vos santifique
totalmente, e que tudo aquilo que sois – espírito, alma, corpo – seja
conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!
24 Aquele que vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso.
25Irmãos, orai por nós.
26Saudai a todos os irmãos com o beijo santo. 27Eu
vos conjuro, pelo Senhor: que esta carta seja lida a todos os irmãos. 28Que
a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco.
Responsório 1Ts 5,9-10; Cl 1,13
R. Deus não nos destinou
à sua ira,
mas sim para alcançarmos redenção
através de Jesus Cristo, Senhor nosso.
* Ele deu a sua vida por nós todos,
a fim de que com ele nós vivamos.
V. Do império das trevas
arrancou-nos
e transportou-nos para o reino de seu Filho,
para o reino de seu Filho bem-amado. * Ele deu.
Segunda leitura
Dos Capítulos sobre a Perfeição Espiritual, de Diádoco de Foticéia,
bispo
(Cap. 6,26.27.30: PG 65,1160.1175-1176)(Séc. V)
A ciência do discernimento dos espíritos
vem da percepção da inteligênciaA luz da verdadeira ciência está em discernir sem errar o bem e
o mal. Feito isto, a via da justiça que leva a mente a Deus, sol da
justiça, introduz então a inteligência naquele infinito fulgor do
conhecimento, que lhe faz procurar daí em diante, com segurança, a
caridade.
Os que combatem precisam manter sempre o espírito fora das
agitações perturbadoras para discernir os pensamentos que surgem:
guardar os bons, vindos de Deus, no tesouro da memória; expulsar os
maus e demoníacos dos antros da natureza. O mar, quando tranquilo,
deixa os pescadores verem até o fundo, de sorte que quase nenhum peixe
lhes escape; mas, agitado pelos ventos, ele esconde na turva tempestade
aquilo que se via tão facilmente no tempo sereno. Assim, toda a perícia
dos pescadores se vê frustrada.
Somente, porém, o Espírito Santo tem o poder de purificar a
mente. Se o forte não entrar para espoliar o ladrão, nunca se libertará
a presa. É necessário, portanto, alegrar em tudo o Espírito Santo pela
paz da alma, mantendo em nós sempre acesa a lâmpada da ciência. Quando
ela não cessa de brilhar no íntimo da mente, conhecem-se os ataques
cruéis e tenebrosos dos demônios, o que mais ainda os enfraquece sendo
eles manifestados por aquela santa e gloriosa luz.
Por esta razão diz o Apóstolo: Não apagueis o Espírito,
isto é, não causeis tristeza ao Espírito Santo por maldades e maus
pensamentos, para que não aconteça que ele deixe de proteger-vos com
seu esplendor. Não que o eterno e vivificante Espírito Santo possa
extinguir-se, mas é a sua tristeza, quer dizer, seu afastamento que
deixa a mente escura sem a luz do conhecimento e envolta em trevas.
O sentido da mente é o paladar perfeito que distingue as
realidades. Pois como pelo paladar, sentido corporal, sabemos discernir
sem erro o bom do ruim quando estamos com saúde e desejamos as coisas
delicadas, assim nossa mente, começando a adquirir a saúde perfeita e a
mover-se sem preocupações, poderá sentir abundantemente a consolação
divina e conservar, pela ação da caridade, a lembrança do gosto bom
para aprovar o que for ainda melhor, conforme ensina o Apóstolo: Isto
peço: que vossa caridade cresça sempre mais na ciência e na
compreensão, para discernirdes o que é ainda melhor.
Responsório Cf. Tb 4,19a; 14,8b.R. Bendize em todo o tempo
ao Senhor Deus
e pede que oriente os teus caminhos.
* E teus planos permaneçam sempre nele.
V. Empenha-te em fazer o
que lhe agrada
fielmente e com toda a tua força. * E teus.
Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração,
e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.