6a SEMANA DO TEMPO COMUM
II Semana do Saltério
QUINTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
9,1-18
Liberdade e caridade de Paulo
Irmãos,
1não sou, porventura, livre? Não sou apóstolo?
Não vi Jesus, nosso Senhor? Não sois minha obra no
Senhor?
2Ainda que para outros eu não seja apóstolo, para
vós, ao menos, o sou; pois o selo do meu apostolado sois
vós, no Senhor.
3Esta é a minha resposta àqueles que me
acusam:
4Não temos o direito de comer e beber?
5Não
temos o direito de levar conosco, nas viagens, uma mulher
cristã, como os outros apóstolos e os irmãos do Senhor e
Cefas?
6Ou somente eu e Barnabé não temos o direito de ser
dispensados de trabalhar?
7Quem vai alguma vez à guerra
com seus próprios recursos? Quem planta uma vinha e não
come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não se
alimenta do leite do rebanho?
8Digo isto, baseado apenas em considerações humanas?
Ou a Lei não diz também a mesma coisa?
9Com efeito, na
lei de Moisés está escrito: Não amordaçarás o boi que tritura
o grão. Acaso Deus se preocupa com os bois?
10Não é, sem
dúvida, por causa de nós que ele assim fala? Sim; por causa
de nós é que isso foi escrito, pois aquele que trabalha deve
trabalhar com esperança e aquele que pisa o grão deve ter
a esperança de receber a sua parte.
11Se semeamos em vós
os bens espirituais, será excessivo que colhamos os vossos
bens materiais?
12Se outros exercem esse direito sobre vós,
por que não poderíamos nós com mais razão? Todavia não
usamos esse direito; ao contrário, tudo suportamos, para
não criar obstáculo ao evangelho de Cristo.
13Não sabeis
que aqueles que desempenham funções sagradas vivem do
rendimento do templo, e aqueles que servem ao altar têm
parte no que é oferecido sobre o altar?
14Da mesma forma
o Senhor ordenou àqueles que anunciam o evangelho, que
vivam do evangelho.
15Da minha parte, porém, não me vali de nenhum desses
direitos. Nem escrevo estas coisas no intuito de reclamá-los em meu favor. Antes morrer que... Não! Ninguém me
arrebatará esse título de glória!
16Anunciar o evangelho não
é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se
me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!
17Se
eu o fizesse por iniciativa própria, teria direito a um salário;
mas, já que o faço por imposição, desempenho um encargo
que me foi confiado.
18Qual é então o meu salário? É que,
pregando o evangelho, eu o prego gratuitamente, sem usar
dos direitos que a pregação do evangelho me confere.
Responsório
1Cor 9,16.2
R. Para mim não é motivo de glória anunciar o evangelho,
é, antes, necessidade que se me impõe.
* Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho!
V. Ainda que para outros não seja apóstolo,
para vós, ao
menos, o sou;
pois o selo do meu apostolado sois vós, no
Senhor.
* Ai de mim.
Segunda leitura
Do “Comentário sobre o profeta Isaías”, de São Cirilo de
Alexandria, bispo
(Liv. 4)
(Séc. V)
Os apóstolos anunciam ao mundo a alegria
Regozijai, ó céus, porque o Senhor tem misericórdia de
Israel (cf. Is 49,13). Tocai a trombeta, ó fundações da Terra
(cf. Is 40,21). Enquanto os céus se alegram porque Deus
teve misericórdia de Israel, não apenas da Israel carnal, mas
também daquela espiritual, tocam suas trombetas as fundações da Terra, ou seja, os ministros do anúncio evangélico,
cuja voz claríssima se espalha por toda parte como uma
trombeta sagrada anunciando a todos a glória do Salvador,
e chama ao conhecimento de Cristo tanto aqueles que vêm
da circuncisão como aqueles que antes direcionavam o
seu culto às criaturas em lugar do Criador. Mas por que as
chama de fundações da Terra? Fundamento e base sólida
de tudo é Cristo, que governa e dirige todas as coisas para
que permaneçam estáveis: Nele, todos nós somos edificados
como um edifício espiritual, levantado por meio do Espírito
em templo santo em que Ele habita (cf. Ef 2,21). Através da
fé, de fato, Cristo habita em nossos corações.
Fundações mais próximas de nós também podem ser
considerados os apóstolos e os evangelistas, testemunhas
oculares e ministros da Sua Palavra, para confirmar a fé.
Se seguirmos o seu ensinamento, manteremos uma fé firme
contra toda perversão e deformação. Para Pedro, que, por
sabedoria infusa, confessava-lhe a sua fé, proclamando:
Tu
és o Cristo, o Filho de Deus vivo! (Mt 16,16) Ele respondeu:
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja
(Mt 16,18), chamando de pedra, eu penso, a inabalável fé
do discípulo.
Também o salmista diz:
Seus fundamentos estão sobre
os montes sagrados (Sl 87,1).
A propósito, os apóstolos e os evangelistas são comparados aos montes, porque a sua doutrina é firme como um
fundamento para a posteridade e não há perigo, para aqueles
que permanecem em sua rede, que se desviem da fé. Admiráveis e exemplares foram, de fato, os santos Apóstolos,
e ilustres suas palavras e obras. Núncios do Evangelho e
ministros dos mistérios de Cristo, anunciam ao mundo a
alegria, pois onde há perdão do pecado e a justificação
que vem da fé, a participação ao Santo e o esplendor da
adoção, o reino dos céus e a esperança certa de bens que
a inteligência não pode nem imaginar, lá há também uma
letícia e um gáudio inextinguível.
Responsório
At 13,48.49
R. Os gentios se alegravam
e glorificavam a Palavra de
Deus
* E abraçaram a fé todos os que eram destinados à vida
eterna.
V. A Palavra de Deus se espalhava;
* E abraçaram a fé.
Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e
retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar
em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.