NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
REI DO UNIVERSO
Solenidade
______________________
Ofício das Leituras
Hino
Jesus, Rei tão admirável,
nobre Rei triunfador,
sois doçura inefável,
desejável ao amor.
Rei dos anjos, Rei do mundo,
Rei da máxima vitória,
doador de toda graça,
dos eleitos honra e glória.
Celebrando o vosso nome,
canta em coro todo o céu.
Jesus, gozo do universo,
que nos dais a paz de Deus.
Jesus reina pela paz
que supera o intelecto.
Nossas mentes a desejam
e a procura o nosso afeto.
A Jesus sigamos hoje
com louvor, canções e prece.
Dê-nos ele em sua casa
o amor que não perece.
Ó Jesus, total doçura,
da Mãe Virgem sois a flor.
Para nós, no Reino eterno,
honra, graças e louvor.
Salmodia
Ant. 1 Fui escolhido como Rei sobre Sião,
seu
Monte
santo,
promulgando seu decreto.
Salmo 2
–1 Por que os povos agitados se revoltam?
*
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda
a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
–3 “Vamos quebrar suas correntes”, dizem
eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
–6 “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei,
*
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto do Senhor
promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=8 Podes pedir-me, e em
resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–9 Com cetro férreo haverás de dominá-los,
*
e quebrá-los como um vaso de argila!”
–10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
–11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe
glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
–12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Fui escolhido como Rei sobre Sião, seu Monte
santo,
promulgando seu decreto.
Ant. 2 Os reis de toda a terra hão de
adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.
Salmo 71(72)
I
–1 Dai ao Rei vossos poderes,
Senhor Deus, *
vossa justiça ao descendente da realeza!
–2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
–3 Das montanhas venha a paz a todo o povo,
*
e desça das colinas a justiça!
=4 Este Rei defenderá os
que são pobres, †
os filhos dos humildes salvará, *
e por terra abaterá os opressores!
–5 Tanto tempo quanto o sol há de viver, *
quanto a lua através das gerações!
–6 Virá do alto, como o orvalho sobre a
relva, *
como a chuva que irriga toda a terra.
–7 Nos seus dias a justiça florirá *
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
–8 De mar a mar estenderá o seu domínio, *
e desde o rio até os confins de toda a terra!
–9 Seus inimigos vão curvar-se diante dele,
*
vão lamber o pó da terra os seus rivais.
–10 Os reis de Társis e das ilhas hão de
vir *
e oferecer-lhes seus presentes e seus dons;
– e também os reis de Seba e de Sabá *
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
–11 Os reis de toda a terra hão de
adorá-lo, *
e todas as nações hão de servi-lo.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,
e todas as nações hão de servi-lo.
Ant. 3 Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor.
II
–12 Libertará o indigente que suplica,
*
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
–13 Terá pena do indigente e do infeliz, *
e a vida dos humildes salvará.
–14 Há de livrá-los da violência e opressão,
*
pois vale muito o sangue deles a seus olhos!
=15 Que ele viva e tenha o
ouro de Sabá! †
Hão de rezar também por ele sem cessar, *
bendizê-lo e honrá-lo cada dia.
–16 Haverá grande fartura sobre a terra, *
até mesmo no mais alto das montanhas;
– as colheitas florirão como no Líbano, *
tão abundantes como a erva pelos campos!
–17 Seja bendito o seu nome para sempre! *
E que dure como o sol sua memória!
– Todos os povos serão nele abençoados, *
todas as gentes cantarão o seu louvor!
–18 Bendito seja o Senhor Deus de Israel, *
porque só ele realiza maravilhas!
–19 Bendito seja o seu nome glorioso! *
Bendito seja eternamente! Amém, amém!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Todos os povos serão nele abençoados,
todas as gentes cantarão o seu louvor.
V. Fiz de ti uma luz para as nações,
R.
Para levares a minha
salvação
até os confins de toda a terra.
Primeira leitura
Do Livro do Profeta Daniel
7,1-27
A Visão do Filho do Homem
1No primeiro ano de Baltazar, rei da Babilônia, Daniel,
estando em seu leito, teve um sonho, e visões lhe assomaram
à sua mente. Ele redigiu o sonho por escrito. Eis o começo
da narrativa: 2Tomou a palavra Daniel, dizendo: Eu estava
contemplando a minha visão noturna, quando vi os quatro
ventos do céu que agitavam o grande mar. 3E quatro feras
monstruosas subiam do mar, uma diferente da outra. 4A primeira era semelhante a um leão com asas de águia. Enquanto
eu o contemplava, suas asas lhe foram arrancadas e ele foi
erguido da terra e posto de pé sobre suas patas como um
ser humano, e um coração humano lhe foi dado. 5Apareceu
a segunda fera, completamente diferente, semelhante a um
urso, erguido de um lado e com três costelas na boca, entre
os dentes. E a este diziam: “Levanta-te, devora muita carne!”
6Depois disso, continuando eu a olhar, vi ainda outra fera,
semelhante a um leopardo, que trazia sobre os flancos quatro
asas de ave; tinha também quatro cabeças e foi-lhe dado o
poder. 7A seguir, ao contemplar essas visões noturnas, vi a
quarta fera, terrível, espantosa, e extremamente forte: com
enormes dentes de ferro, comia, triturava e calcava aos
pés o que restava. Muito diferente das feras que a haviam
precedido, tinha esta dez chifres.
8Enquanto considerava esses chifres, notei que surgia
entre eles ainda outro chifre, pequeno, diante do qual foram
arrancados três dos primeiros chifres pela raiz. E neste chifre
havia olhos como olhos humanos, e uma boca que proferia
palavras arrogantes.
9Eu continuava contemplando
quando foram preparados alguns tronos
e um Ancião sentou-se.
Suas vestes eram brancas como a neve;
e os cabelos de sua cabeça, alvos como a lã.
Seu trono eram chamas de fogo
com rodas de fogo ardente.
10Um rio de fogo corria,
irrompendo diante dele.
Mil milhares o serviam,
e miríades de miríades o assistiam.
O tribunal tomou assento
e os livros foram abertos.
11Eu continuava olhando, então, por causa do ruído das
palavras arrogantes que proferia aquele chifre, quando vi
que a fera fora morta, e seu cadáver destruído e entregue ao
abrasamento do fogo. 12Das outras feras também foi retirado
o poder, mas elas receberam um prolongamento de vida,
até uma data e um tempo determinados.
13Eu continuava contemplando, nas minhas visões noturnas,
quando notei, vindo sobre as nuvens do céu, um como Filho
de Homem.
Ele adiantou-se até ao Ancião
e foi introduzido à sua presença.
14A ele foi outorgado o poder,
a honra e o reino,
e todos os povos, nações e línguas o serviram.
Seu império é império eterno
que jamais passará,
e seu reino jamais será destruído.
15Eu, Daniel, fiquei inquieto no meu espírito, e as visões
de minha cabeça me perturbavam. 16Aproximei-me de um
dos que estavam ali presentes e pedi-lhe que me dissesse
a verdade a respeito de tudo aquilo. E ele me respondeu,
fazendo-me conhecer a interpretação dessas coisas: 17“Essas
feras enormes, em número de quatro, são quatro reis que se
levantarão da terra. 18Os que receberão o reino são os santos
do Altíssimo, e eles conservarão o reino para sempre, de
eternidade em eternidade”. 19Quis, então, saber a verdade
acerca da quarta fera, que era diferente de todas as outras,
extremamente terrível, com dentes de ferro e garras de
bronze, que comia e triturava, e depois calcava aos pés o
que restava; 20e também sobre os dez chifres que estavam
na sua cabeça - e o outro chifre que surgiu e diante do
qual três dos primeiros caíram, esse chifre que tinha olhos
e boca que proferia palavras arrogantes, e cujo aspecto
era mais majestoso que o dos outros chifres... 21Estava
eu contemplando: e este chifre movia guerra aos santos e
prevalecia sobre eles, 22até o momento em que veio o Ancião
e foi feito o julgamento em favor dos santos do Altíssimo.
E chegou o tempo em que os santos entraram na posse do
reino. 23E ele continuou:
“A quarta fera será o quarto reino na terra,
diferente de todos os reinos.
Ela devorará a terra inteira,
calcá-la-á aos pés e a esmagará.
24Quanto aos dez chifres: são dez reis
que surgirão desse reino,
e outro se levantará depois deles;
este será diferente dos primeiros
e abaterá três reis;
25proferirá insultos contra o Altíssimo
e porá à prova os santos do Altíssimo;
ele tentará mudar os tempos e a Lei, e os santos serão entregues em suas mãos
por um tempo, tempos e metade de um tempo.
26Mas o tribunal dará audiência e o domínio lhe será
arrebatado,
destruído e reduzido a nada até o fim.
27E o reino e o poder
e as grandezas dos reinos sob todos os céus
serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo.
Seu reino é um reino eterno,
e todos os poderes o servirão e lhe prestarão obediência”.
Responsório
Cf. Mc 13,26-27; Sl 97(98),9
R. E verão o Filho do Homem vindo entre nuvens
com
grande poder e glória.
Ele mandará os seus anjos.
* Reunirá os eleitos, dos quatro ventos,
da extremidade da
terra à extremidade do céu.
V. Julgará o mundo com justiça e os povos com retidão.
* Reunirá os eleitos.
Segunda leitura
Do “Opúsculo sobre a Oração” de Orígenes, presbítero
(Cap. 25: PG 11,495-499)
(Séc. III)
Venha o teu reino
O Reino de Deus, conforme as palavras de nosso Senhor
e Salvador, não vem visivelmente, nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo ali; mas o reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc
17,21), pois a palavra está muito próxima de nossa boca e em nosso coração (cf. Rm 10,8). Donde se segue, sem
dúvida nenhuma, que quem reza pedindo a vinda do reino
de Deus pede - justamente por já ter em si um início deste
reino - que ele desponte, dê frutos e chegue à perfeição.
Pois Deus reina em todo o santo, e quem é santo obedece
às leis espirituais de Deus, que nele habita como em cidade
bem administrada. Nele está presente o Pai e, junto com o
Pai, reina Cristo na pessoa perfeita, segundo as palavras:
Viremos a ele e nele faremos nossa morada (Jo 14,23).
Então o reino de Deus, que já está em nós, chegará
por nosso contínuo adiantamento à plenitude, quando se
completar o que foi dito pelo Apóstolo: sujeitados todos os inimigos, Cristo entregará o reino a Deus e Pai, a fim de
que Deus seja tudo em todos (cf. 1Cor 15,24.28). Por isso,
rezemos sem cessar, com aquele amor que pelo Verbo se faz
divino; e digamos a nosso Pai que está nos céus: Santificado seja teu nome, venha o teu reino (Mt 6,9-10).
É de se notar também a respeito do reino de Deus: da mesma forma que não há participação da justiça com a
iniquidade nem sociedade da luz com as trevas nem pacto
de Cristo com Belial (cf. 2Cor 6,14-15), assim o reino de
Deus não pode subsistir junto com o reino do pecado.
Por conseguinte, se queremos que Deus reine em nós,
de modo algum reine o pecado em nosso corpo mortal (Rm
6,12), mas mortifiquemos nossos membros que estão na
terra (cf. Cl 3,5) e produzamos fruto no Espírito. Passeie,
então, Deus em nós como em paraíso espiritual, e reine só
ele, junto com seu Cristo; e que em nós se assente à destra
de sua virtude espiritual, objeto de nosso desejo. Assente-se até que seus inimigos todos que existem em nós sejam
reduzidos a escabelo de seus pés (Sl 109,1), lançados fora
todo principado, potestade e virtude.
Tudo isto pode acontecer a cada um de nós e ser destruída
a última inimiga, a morte (1Cor 15,26). E Cristo diga também dentro de nós: Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde
está, inferno, tua vitória? (1Cor 15,55; cf. Os 13,14). Já agora, portanto, o corruptível em nós se revista de santidade e
de incorruptibilidade, destruída a morte, vista a imortalidade
paterna (cf. 1Cor 15,54), para que, reinando Deus, vivamos
dos bens do novo nascimento e da ressurreição.
Responsório
Ap 11,15b; Sl 21(22),28b-29a
R. Instalou-se sobre o mundo a realeza,
a realeza do Senhor
e de seu Cristo;
* E ele reinará na eternidade.
V. Pois ao Senhor é que pertence a realeza,
ele domina sobre
todas as nações;
todos os povos e as famílias das nações
se prostrem adorando diante dele.
* E ele reinará.
Hino
Oração
Deus eterno e todo-poderoso que
dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do
universo,
fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa
majestade, vos glorifiquem eternamente. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.