Ofício
das Leituras
Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 1,21-27;
2,1-5
Julgamento e
salvação para Sião,
centro de todos os
povos
1,21Como se tornou uma
meretriz
esta cidade, outrora fiel e justa?
Nela habitava a justiça,
agora moram os assassinos.
22 Tua prata transformou-se em
escória,
teu vinho tornou-se aguado;
23teus príncipes são
desonestos,
cúmplices de ladrões;
gostam de subornos e vão atrás de gratificações;
não fazem justiça ao órfão,
não chega até eles a causa da viúva.
24 Por isso, diz o Senhor Deus
dos exércitos,
o Forte de Israel:
“Ah! tomarei satisfação dos meus adversários,
eu me vingarei dos meus inimigos.
25 Eu voltarei minha mão contra
ti,
purificarei ao máximo a tua escória
e te limparei de toda a ganga.
26Farei que teus juízes voltem a
ser como eram
e teus conselheiros como os de outrora;
depois disso serás chamada
Cidade da Justiça, Cidade fiel.
27Sião será resgatada com
justiça
e os que nela habitam,
pela prática da retidão.
2,1Visão de Isaías, filho de
Amós,
sobre Judá e Jerusalém.
2 Acontecerá, nos últimos
tempos,
que o monte da casa do Senhor
estará firmemente estabelecido
no ponto mais alto das montanhas
e dominará as colinas.
A ele acorrerão todas as nações,
3para lá irão numerosos povos e
dirão:
“Vamos subir ao monte do Senhor,
à casa do Deus de Jacó,
para que ele nos mostre seus caminhos
e nos ensine a cumprir seus preceitos”;
porque de Sião provém a lei
e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele há de julgar as
nações
e argüir numerosos povos;
estes transformarão suas espadas em arados
e suas lanças em foices;
não pegarão em armas uns contra os outros
e não mais travarão combate.
5 Vinde, todos da casa de
Jacó,
e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.
Responsório Mq 4,2; Jo 4,25
R.Vinde, e subamos ao monte do Senhor
e a casa do Deus de Jacó:
*Para que ele nos ensine suas vias,
e sigamos os caminhos do Senhor.
V. O Messias há de vir, chamado Cristo;
quando vier, anunciará todas as coisas.
*Para que ele.
Segunda leitura
Das Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo
(Acta Eclesiae Mediolanensis, t. 2, Lugduni, 1683,
916-917)
(Séc. XVI)
O tempo do
Advento
Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que,
conforme diz o Espírito Santo, é o
momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2), da paz e da
reconciliação. É o tempo que outrora os patriarcas e profetas tão ardentemente
desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente
pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e
que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao
Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse mistério. Em seu imenso amor
por nós, pecadores, o Pai enviou seu Filho único a fim de libertar-nos da
tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os
mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a
honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos
com os tesouros da sua graça e, enfim, adotar-nos como seus filhos e herdeiros
da vida eterna.
Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar
continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos
também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus
contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a
fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu, e orientar
nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.
A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo,
assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está
disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em
nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos
resistência.
Por isso, a Igreja, como mãe amantíssima e cheia de zelo pela nossa
salvação, nos ensina durante este tempo, com diversas celebrações, com hinos,
cânticos e outras palavras do Espírito Santo, como receber convenientemente e
de coração agradecido este imenso benefício e a enriquecer-nos com seus frutos,
de modo que nos preparemos para a chegada de Cristo nosso Senhor com tanta
solicitude como se ele estivesse para vir novamente ao mundo. É com esta
diligência e esperança que os patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram,
tanto em palavras como em exemplos, a preparar a sua vinda.
Responsório Cf. Jl 2,15; Is 62,11; Jr 4,5
R. Tocai a trombeta em Sião, convocai as nações e os povos,
reuni o meu povo e dizei:
* Eis que vem nosso Deus Salvador!
V.Fazei conhecer este anúncio, que todos o possam ouvir,
falai e gritai com voz forte:
* Eis que vem.
Oração
Senhor nosso Deus, dai-nos esperar solícitos a vinda do Cristo, vosso
Filho. Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração e proclamando o
seu louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.