2a SEMANA DO TEMPO COMUMII Semana do SaltérioQUARTA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos
6,1-11
Mortos para o pecado,
mas vivos para Deus, em Cristo Jesus
1Que diremos, então? Que devemos permanecer no pecado a fim de que a graça atinja sua plenitude? 2De modo
algum! Nós, que morremos para o pecado, como haveríamos
de viver ainda nele? 3Ou não sabeis que todos os que fomos
batizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? 4Portanto pelo batismo nós fomos sepultados com
ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre
os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos
vida nova.
5Porque se nos tornamos uma coisa só com ele por uma
morte semelhante à sua, seremos uma coisa só com ele também por uma ressurreição semelhante à sua, 6sabendo que
nosso velho homem foi crucificado com ele para que fosse
destruído este corpo de pecado, e assim não sirvamos mais
ao pecado. 7Com efeito, quem morreu, ficou livre do pecado.
8Mas se morremos com Cristo, temos fé que também
viveremos com ele, 9sabendo que Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre, a morte não tem mais
domínio sobre ele. 10Porque, morrendo, ele morreu para o
pecado uma vez por todas; vivendo, ele vive para Deus.
11Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado
e vivos para Deus em Cristo Jesus.
Responsório
Rm 6,4; Gl 3,27
R. Pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte,
* Para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos
pela glória do Pai,
assim também nós vivamos vida nova.
V. Pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de Cristo.
* Para que, como Cristo.
Segunda leitura
Do “Comentário sobre a Carta aos Romanos”, de Orígenes,
presbítero
(Liv 4,7)
(Séc. III)
Se acreditarmos que Cristo ressuscitou para
nos justificar, como podemos amar a injustiça?
Vejamos por que, embora sendo muitas as prerrogativas
de Cristo - ele, com efeito, é chamado de sabedoria, virtude,
justiça, Verbo, verdade e vida - o Apóstolo, como sustento da nossa fé, cite particularmente a sua ressurreição. O
próprio Apóstolo atesta que Deus nos ressuscitou e nos fez
assentar nos céus, em Cristo Jesus (Ef 2,6).
Eis o que quer nos dizer: se acreditais que Cristo ressuscitou dos mortos, acreditai que também vós ressuscitastes
juntamente com ele; e se acreditais que ele está sentado no
céu à direita do Pai, acreditai que também vós fostes postos
não entre as criaturas terrestres, mas entre as celestes. E se
acreditais que vós morrestes com Cristo, acreditai que vós
vivereis com ele: se acreditais que Cristo morreu para o
pecado e vive para Deus, vós também morrei ao pecado e
vivei para Deus. E, com autoridade apostólica, exorta-nos:
Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá
do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus; afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra (Cl 3,1-2); porque
somente quem age dessa forma demonstra a fé naquele que
ressuscitou a Jesus nosso Senhor dos mortos, e a fé desse
homem certamente será tida em conta de justiça.
Com efeito, não é possível que, se um homem tem em si
alguma injustiça, esta possa ser levada em conta de justiça,
ainda que tal homem acredite naquele que ressuscitou o Senhor Jesus dos mortos. A injustiça nada pode ter em comum
com a justiça, assim como a luz nada tem em comum com
as trevas, nem a vida com a morte. Assim, a fé não pode ser
motivo de justiça para aqueles que, embora acreditem em
Cristo, não abandonam o homem velho e a injustiça.
Da mesma maneira, podemos dizer que, assim como
ao injusto não pode ser atribuída a justiça, tampouco ao
ímpio pode ser atribuída a piedade até que ele não tenha
abandonado os costumes antigos do vício e não se tenha
revestido do homem novo, criado segundo Deus, renovado
por um conhecimento pleno de Deus, à imagem do seu
Criador (Ef 4,24; Cl 3,10). Por isso, falando do Senhor
Jesus, o Apóstolo acrescenta: Ele foi entregue por nossos
pecados e ressuscitado para a nossa justificação (Rm 4,25).
Revela, assim, que devemos detestar e afastar de nós tudo
aquilo que causou a morte de Cristo. Se tivermos certeza de
que Cristo foi entregue à morte por nossas enfermidades,
como não abominar todo pecado, toda culpa que provocou
a condenação de nosso Senhor? Com efeito, se admitimos
qualquer sociedade ou amizade com o pecado, menospre
zamos a morte de Jesus Cristo, abraçando e seguindo aquilo
que ele combateu e venceu.
Se eu estiver convencido disso, como poderei amar
aquilo pelo qual Cristo padeceu a morte? Se eu acreditar que
ele ressuscitou para me justificar, como amarei a injustiça?
Pois Cristo justifica apenas aqueles que, a exemplo da sua
ressurreição, começam uma vida nova e depõem os hábitos
antigos da iniquidade e da injustiça que causam a morte.
Responsório
2Cor 5,15; Rm 4,25
R. Cristo morreu por todos,
* A fim de que os que vivem já não vivam mais para si,
mas
para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
V. Ele foi entregue por nossos pecados
e ressuscitado para
a nossa justificação.
* A fim de que.
OraçãoDeus
eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com
bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.