Do Livro do Profeta Oseias
11,1-9
A misericórdia de Deus não tarda
Assim falou o Senhor:
1Quando Israel era menino, eu o amei
e do Egito chamei meu filho.
2Mas quanto mais os chamava, tanto mais eles se afastavam
de mim.
Eles sacrificavam aos baais e queimavam incenso aos ídolos.
3Fui eu, contudo, quem ensinou Efraim a caminhar,
eu os tomei pelos braços,
mas não reconheceram que eu cuidava deles!
4Com vínculos humanos eu os atraía,
com laços de amor
eu era para eles como os que levantam uma criancinha
contra o seu rosto,
eu me inclinava para ele e o alimentava.
5Ele não voltará à terra do Egito,
mas a Assíria será o seu rei.
Uma vez que recusaram converter-se,
6a espada devastará em suas cidades,
aniquilará os seus ferrolhos
e devorará por causa de seus planos.
7Meu povo está obstinado em sua apostasia.
Chamam-no do alto, mas ninguém se levanta!
8Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim,
entregar-te, ó Israel?
Como poderia eu abandonar-te como a Adama,
tratar-te como a Seboim?
Meu coração se contorce dentro de mim,
minhas entranhas comovem-se.
9Não executarei o ardor de minha ira, não tornarei a destruir
Efraim, porque eu sou Deus e não um homem,
eu sou santo no meio de ti, não retornarei com furor.
Responsório Os 11.8.9; Jr 31,3
R. Meu coração se contorce dentro de mim,
minhas entranhas comovem-se, diz o Senhor:
* Não executarei o ardor de minha ira,
porque eu sou Deus
e não um homem.
V. Eu te amei com amor eterno,
por isso tenho piedade.
* Não executarei.
Do “Diálogo sobre a Divina Providência”, de santa Catarina
de Sena, virgem
(4,13: ed. latina, Ingolstadii 1583, ff. 19v-20)
(Séc. XIV)
Nos vínculos da caridade
Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de
tua Igreja; porque maior glória advirá a teu santo nome por
perdoar a tamanha multidão de tuas criaturas do que só a
mim, miserável, que tanto ofendo a tua majestade. Como
poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se teu
povo está na morte? E vendo em tua diletíssima Esposa as
trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras
criaturas tuas?
Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável
caridade que te levou a criar o ser humano à tua imagem e
semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares
o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só
inapreciável amor que te fez olhar em ti mesmo tua criatura
de quem te enamoraste. Mas reconheço abertamente que
pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que
lhe deras.
Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por
graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a
palavra de teu Filho unigênito. Verdadeiro reconciliador e
mediador entre ti e nós e também nossa justiça, que castigou
e carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em
obediência ao que tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível
caridade! Que coração há tão duro que continue impassível
sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima
baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?
Nós somos tua imagem e tu, nossa imagem, pela união
que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão.
Donde vem tudo isto? Unicamente teu inefável amor está em
causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente
imploro tua majestade, com todas as forças de minha alma,
que concedas gratuitamente às tuas miseráveis criaturas tua
misericórdia.
Responsório Sl 100(101),1-2
R. Eu quero cantar o amor e a justiça,
cantar os meus hinos
a vós, ó Senhor.
* Desejo trilhar o caminho do bem;
mas quando vireis até
mim, ó Senhor?
V. Viverei na pureza do meu coração,
no meio de toda a
minha família. * Desejo.