4o DOMINGO DO TEMPO COMUMIV Semana do SaltérioI VésperasCântico evangélico, ant.Ano A Jesus, vendo as multidões, subiu ao monte,
E a ele se ache
garam seus discípulos.
Ele, então, pôs-se a falar e os ensi
nava:
Felizes os
pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos
Céus!
Ano B Todo o povo se admirava da dou
trina de Jesus,
porque ele ensi
nava, possuindo autoridade.
Ano C Todos eles se admiravam
das palavras proferidas pelos
lábios do Senhor.
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos
11,25-36
Todo Israel será salvo
25Não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, para
que não vos tenhais na conta de sábios: o endurecimento
atingiu uma parte de Israel até que chegue a plenitude dos
gentios, 26e assim todo Israel será salvo, conforme está
escrito: De Sião virá o libertador e afastará as impiedades
de Jacó, 27e esta será minha aliança com eles, quando eu
tirar seus pecados.
28Quanto ao Evangelho, eles são inimigos por vossa
causa; mas quanto à Eleição, eles são amados, por causa
de seus pais. 29Porque os dons e a vocação de Deus são sem
arrependimento.
30Com efeito, como vós outrora fostes desobedientes a
Deus e agora obtivestes misericórdia, graças à desobediência deles, 31assim também eles são desobedientes graças
à misericórdia exercida para convosco, a fim de que eles
também obtenham misericórdia no tempo presente. 32Deus
encerrou todos na desobediência para a todos fazer misericórdia.
33Ó abismo da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus!
Como são insondáveis seus juízos e impenetráveis seus
caminhos! 34Quem, com efeito, conheceu o pensamento do
Senhor? Ou quem se tornou seu conselheiro? 35Ou quem
primeiro lhe fez o dom para receber em troca?
36Porque tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória
pelos séculos! Amém.
Responsório
Rm 11,33; Sl 88,3
R. Ó abismo da riqueza,
da sabedoria e da ciência de
Deus!
* Como são insondáveis os seus juízos
e impenetráveis os
seus caminhos!
V. O amor está edificado para sempre,
firmaste a tua verdade
no céu.
* Como são insondáveis.
Segunda leitura
Dos “Discursos” de São Cesário de Arles, bispo
(Disc. 11,1.4.6)
(Séc. VI)
Sabedoria de Deus na obra
da Redenção do gênero humano
Muitos, irmãos caríssimos, caem nesta incerteza e
estando desprevenidos são colocados em crise por esse raciocínio: por que o Senhor Jesus Cristo, poder e sabedoria
do Pai, não realizou a salvação do homem simplesmente
com o poder divino, com uma só palavra, e, pelo contrário
se humilhou na carne e no sofrimento humano? Por seu
divino poder e majestade, não teria sido difícil colocar por
terra o diabo e libertar o homem da escravidão.
Muitos se admiram porque com uma palavra apenas não
destruiu a morte, aquele que no princípio, com uma palavra
apenas criou a vida; e ainda, como não restaurou o que acabou indo para a perdição, com a mesma autoridade com a
qual teria podido criar outras coisas que ainda não existiam.
Que necessidade havia ainda que o Cristo, nosso Senhor
sofresse uma paixão tão atroz, Ele que somente com o seu
poder poderia ter libertado todo o gênero humano? Por que
pela redenção do homem foram necessárias a encarnação,
a infância, o desenrolar de uma vida, os opróbrios, a cruz,
a morte e a sepultura?
Vejamos, antes de tudo, porque escolhe a cruz, como nela
cancela o pecado do mundo, destrói a morte e triunfa sobre
o diabo. A cruz, por ordem da justiça, não é imposta senão
aos pecadores. Sabemos como, tanto a lei divina como a lei
humana destinava à cruz, os culpados e os criminosos.
Por obra do diabo, que age através de Judas, através dos
reis da terra e dos príncipes dos judeus que juntos conjuraram contra o Senhor e contra o seu Messias (Sl 2,2), Cristo
foi condenado à morte por Pilatos; inocente, foi condenado,
como disse o profeta no salmo: Lançam-se contra a vida do
Justo e condenam o sangue inocente (Sl 93,21).
Padece pacientemente os insultos e os escárnios, a coroa
de espinhos, a veste escarlate e todos os outros opróbrios
dos quais fala o Evangelho. Cumulado de paciência, suporta
tudo, mesmo não sendo réu de culpa alguma, para subir,
como ovelha ao matadouro (Sl 43,23), à cruz. Manso, tudo
padece, mesmo podendo revidar a ofensa contra os seus
inimigos. Suportou os prepotentes, disse David, como um
homem que ninguém ajuda (Sl 21,12), enquanto que pela
sua majestade divina poderia tê-los punido. Se, em verdade,
aqueles que vieram para prendê-lo, somente porque pelo tom
doce da sua pergunta: A quem buscais? (Jo 18,4), se afastam
e caem por terra como mortos, o que teria acontecido com
eles se Ele quisesse repreendê-los?
Mas cumpre-se o mistério da Cruz, para o qual Ele veio
a este mundo: assim ele elimina o documento condenatório
do pecado e vence o poder do inimigo, que trazia consigo o
engano com a artimanha da cruz; de tal modo que, sem alterar a justiça e o plano de Deus, arranca do diabo a presa.
Eis, irmãos caríssimos, a razão pela qual o nosso Senhor
e Salvador quis libertar o gênero humano do poder do
diabo, não com o poder, mas com a humildade, não com a
violência mas com a justiça: nós, por esse fato, em que a
divina misericórdia derramou tão grandes benefícios sem
mérito algum de nossa parte, colaboremos tanto quanto nos
é possível a fim de que a graça de tão grande amor não nos
seja causa de condenação, mas de benefício.
Responsório
Is 53,4.5; Lc 24,26
R. Ele carregou sobre si os nossos sofrimentos,
e colocou
sobre as suas costas as nossas dores:
o castigo que nos traz
a salvação abateu-se sobre ele;
* Pelas suas chagas fomos curados.
V. Era preciso que o Cristo suportasse estes sofrimentos
para entrar na sua glória:
* Pelas suas chagas.
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
OraçãoConcedei-nos,
Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todas as
pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.