SÁBADO

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Amós 5,18-6,14

O dia do Senhor. Contra a idolatria e a falsa segurança

5,18Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que vos servirá o dia do Senhor? Ele será trevas e não luz. 19Como alguém que foge de um leão, e um urso cai sobre ele! Ou que entra em casa, coloca a mão na parede e a serpente o morde! 20Não é o dia do Senhor trevas e não luz? Sim, ele é escuridão, sem claridade! 21Eu odeio, eu desprezo as vossas festas e não gosto de vossas reuniões. 22Porque, se me ofereceis holocaustos..., não me agradam as vossas oferendas e não olho para o sacrifício de vossos animais cevados. 23Afasta de mim o ruídos de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas! 24Que o direito corra como a água e a justiça como um rio caudaloso! 25Por acaso oferecestes-me sacrifícios e oferendas no deserto, durante quarenta anos, ó casa de Israel? 26Suportareis Sacut, vosso rei, e a estrela de vosso deus, Caivã, imagens que fabricastes para vós. 27Eu vos deportarei para além de Damasco, disse o Senhor. - Deus dos Exércitos é o seu nome. 6,1Ai daqueles que estão tranquilos em Sião, e daqueles que se sentem seguros na montanha da Samaria, os nobres da primeira das nações, a quem a casa de Israel recorre. 2Passai em Calane e vede, de lá ide a Emat, a grande, depois descei a Gat dos filisteus: serão eles melhores do que estes reinos? Será o seu território maior do que o vosso território? 3Quereis afastar o dia da desgraça, mas apressais o domínio da violência! 4Eles estão deitados em leitos de marfim, estendidos em seus divãs, comem cordeiros do rebanho e novilhos do curral, 5improvisam ao som da harpa, como Davi, inventam para si instrumentos de música, 6bebem crateras de vinho e se ungem com o melhor dos óleos, mas não se preocupam com a ruína de José. 7Por isso, agora, eles serão exilados à frente dos deportados, e terminará a orgia daqueles que estão estendidos. 8O Senhor Deus jurou por si mesmo - oráculo do Senhor, Deus dos Exércitos Eu detesto o orgulho de Jacó, odeio seus palácios: entregarei a cidade e o que nela se encontra. 9E acontecerá que, se dez homens restarem em uma casa, eles morrerão! 10E quando um parente e um embalsamador levarem os ossos de casa, perguntarão ao que está no interior da casa: “Há alguém contigo?” E ele dirá: “Fim”. E dirá “Silêncio”! Porque não se deve pronunciar o nome do Senhor! 11 Porque eis que o Senhor ordena: ele fará cair em ruínas a casa grande, e em pedaços a casa pequena! 12Correm, por acaso, cavalos sobre a rocha, ou ara-se o mar com bois? Vós, porém, transformastes o direito em veneno e o fruto da justiça em absinto! 13Aqueles que se alegram a respeito de Lo-Dabar dizem: “Não foi por nossa força que tomamos Carnaim?” 14Sim, eis que vou suscitar contra vós, casa de Israel, - oráculo do Senhor, Deus dos Exércitos uma nação que vos oprimirá desde a entrada de Emat até a torrente da Arabá.

Responsório Am 5,18.21.6.8.20

R. Ai daqueles que desejam o dia do Senhor!
Eu odeio, eu
desprezo as vossas festas
e não gosto de vossas reuniões.
*
Procurai o Senhor,
ele que transforma as trevas em manhã.

V. Não é o dia do Senhor trevas e não luz?

*
Procurai.

Segunda leitura

Do Tratado “Contra as Heresias” de Santo Irineu, bispo

(Liv. 17, 4-6)

Quero mais a misericórdia que o sacrifício

Deus não exigia sacrifício e holocausto dos hebreus, mas fé, obediência e justiça por sua salvação. Por meio do profeta Oseias expunha a eles sua vontade com estas palavras: Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos (Os 6,6). Mas também nosso Senhor deu-lhes o mesmo ensinamento dizendo: Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes (cf. Mt 12,7). Assim testemunhava a verdade dos profetas, enquanto acusava seus interlocutores, tolos e culpáveis.

Da mesma forma, Cristo recomendou aos seus discípulos que ofertassem as primícias de suas criações, não porque tivesse necessidade, mas para que eles mesmos não fossem sem frutos e ingratos. Por isso tomou o pão, proveniente do mundo criado, e deu graças dizendo: Este é o meu corpo. Do mesmo modo, tomou o cálice de vinho, proveniente também da realidade cósmica da qual nós mesmos fazemos parte, o chamou de Seu sangue e disse que era oblação nova da Nova Aliança (cf. Mt 26,28).

A Igreja recebeu esta oferenda das mãos dos apóstolos e a oferece àquele Deus que nos dá o alimento, como primícia dos senhores da Nova Aliança.

Esta oblação foi prenunciada por Malaquias, um dos doze profetas, quando disse: Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão. Mas, desde o nascente do sol até o poente é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar se oferece ao meu nome incenso, e uma oblação pura; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos (Ml 1,10-11). Com essas palavras indicava claramente que o primeiro povo havia cessado as oferendas a Deus, enquanto que em cada lugar um novo sacrifício seria feito a Deus, este verdadeiramente puro, e assim Seu nome seria glorificado entre todas as nações. E que outro nome vós glorificaríeis entre as gentes senão aquele do nosso Senhor, por meio do qual é glorificado o Pai e recebe glória o homem? Mas porque este é o nome de Seu próprio Filho e dele vem (Mt 1,21; Lc 1,31) o chama de Seu.

Se um rei pintasse, ele mesmo, a imagem de seu filho, com todo direito chamaria de seu o retrato, pelo duplo motivo de que é o retrato de seu filho e de que ele mesmo o pintou. Assim é o nome de Jesus Cristo, que recebe a glória na Igreja do mundo todo. O Pai declarou como Seu este nome, seja porque é de seu Filho, seja porque o esculpiu ele mesmo, dando-o à salvação dos homens (cf. At 4,12). Portanto o nome do Filho pertence ao Pai e a Igreja faz, em cada lugar, sua oferta a Deus onipotente através de Jesus Cristo. Tendo em mente este fato, o profeta pôde dizer a justo modo: e em todo lugar se oferece ao meu nome incenso e uma oblação pura (Ml 1,11).

Este incenso, segundo São João, é parte das orações dos santos (Ap 5,8).

Responsório Cf. Lc 22, 19.20; Pr 9,6

R. Este é o meu corpo, dado por vós; E
ste é o sangue da nova aliança,
derramado por vós, diz o Senhor.
*
Fazei isso em memória de mim.
V. Vinde, comei o meu pão
e bebei o meu vinho que eu preparei.
*
Fazei isso.

Oração

Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.