11a SEMANA DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

QUINTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro dos Juízes 8,22-23.30-32; 9,1-15.19-20

O povo de Deus tenta proclamar um rei
Naqueles dias: 8,22Os homens de Israel disseram a Gedeão: "Sê nosso príncipe, tu, teu filho e teu neto, porque nos livraste das mãos dos madianitas". 23Ele respondeu: "Nem eu nem meu filho vos dominaremos. O nosso chefe será o Senhor".

30E Gedeão teve setenta filhos, que saíram dele, porque tinha muitas mulheres. 31Uma de suas concubinas, que estava em Siquém, deu-lhe também um filho, a quem ele mesmo deu o nome de Abimelec.

32E morreu Gedeão, filho de Joás, numa boa velhice, e foi sepultado no sepulcro de Joás, seu pai, em Efra de Abiezer.

9,1Abimelec, filho de Jerobaal, foi a Siquém encontrar-se com os irmãos de sua mãe e com todos os parentes dela, e disse-lhes: 2"Falai assim a todos os habitantes de Siquém: O que é melhor para vós? Serdes dominados por setenta homens, todos eles filhos de Jerobaal, ou por um homem só? Lembrai-vos também de que eu sou osso de vossos ossos e carne de vossa carne". 3Os irmãos de sua mãe repetiram todas estas palavras aos habitantes de Siquém, e inclinaram o coração deles para Abimelec, dizendo: "É nosso irmão". 4Deram-lhe setenta siclos de prata do templo de Baal Berit, com os quais Abimelec contratou alguns homens miseráveis e aventureiros, que o seguiram. 5Depois ele foi à casa de seu pai em Efra, e matou seus setenta irmãos, os filhos de Jerobaal, todos homens, sobre uma única pedra. Restou somente Joatão, filho mais novo de Jerobaal, porque se escondera. 6Então todos os habitantes de Siquém e os de Bet-Melo se reuniram junto a um carvalho que havia em Siquém e proclamaram rei a Abimelec.

7Informado disso, Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz, dizendo: "Ouvi-me, moradores de Siquém, e que Deus vos ouça. 8Certa vez, as árvores resolveram ungir um rei para reinar sobre elas, e disseram à oliveira: "Reina sobre nós". 9Mas ela respondeu: "Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?" 10Então as árvores disseram à figueira: "Vem e reina sobre nós". 11E ela lhes respondeu: "Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das outras árvores?" 12As árvores disseram então à videira: "Vem e reina sobre nós". 13E ela lhes respondeu: "Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das outras árvores?" 14Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: "Vem tu reinar sobre nós". 15O espinheiro respondeu-lhes: "Se deveras me constituís vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!". 19Se, pois, com lealdade e retidão agistes com Jerobaal e sua família no dia de hoje, alegrai-vos com Abimelec e que ele se alegre convosco. 20Mas, se não é assim, saia fogo de Abimelec e devore os habitantes de Siquém e de Bet-Melo. Saia fogo dos habitantes de Siquém e de Bet-Melo e devore Abimelec".

Responsório Jz 8,23; Ap 5,13b

R. Eu não reinarei sobre vós
nem meu filho será vosso rei.
* É o Senhor que será vosso rei.
V. Ao que está assentado no trono e ao Cordeiro,
honra, glória e louvor e poder pelos séculos.
* É o Senhor.

Segunda leitura
Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

(Nn. 18.22: CSEL 3,280-281.283-284)
(Séc. III)

Depois do pão, pedimos o perdão dos pecados
Continuando a oração, fazemos o pedido: O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Pode-se entendê-lo tanto espiritual como naturalmente. De ambos os modos Deus se serve para nossa salvação. Cristo é o pão da vida e este pão não é de todos, é nosso. Assim como dizemos Pai nosso, por ser Pai dos que entendem e crêem, assim dizemos pão nosso, porque Cristo é o pão dos que comem o seu corpo. Pedimos a dádiva deste pão, todos os dias; não aconteça que nós, que estamos em Cristo e diariamente recebemos sua eucaristia como alimento de salvação, sobrevindo alguma falta mais grave, nos abstenhamos e sejamos privados de comungar o pão celeste e venhamos a nos separar do corpo de Cristo, porque são suas as palavras: Eu sou o pão da vida, que desci do céu. Se alguém comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo.

Assim, dizendo ele que viverá eternamente quem comer deste pão, como é evidente que vivem aqueles que pertencem ao seu corpo e recebem a eucaristia nas devidas disposições, é de se temer, pelo contrário, que se afaste da salvação aquele que se abstém do corpo de Cristo, conforme a advertência do Senhor: Se não comerdes da carne do Filho do homem e não beberdes de seu sangue, não tereis a vida em vós. Por este motivo, pedimos que nos seja dado diariamente nosso pão, o Cristo, para que não nos apartemos de sua santificação e de seu corpo, nós os que permanecemos e vivemos em Cristo.

Em seguida, também suplicamos pelos nossos pecados: E perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Depois do pão, pedimos o perdão dos pecados.

Quão necessária, providencial e salvadora a advertência de sermos pecadores, e obrigados a rogar a Deus pelos pecados! Porque, quando recorre à indulgência de Deus, a alma se lembra de sua condição. Para que ninguém esteja contente consigo, como se fosse inocente e pela soberba se perca mais completamente, quando se lhe ordena pedir todos os dias perdão pelos pecados, cada um toma consciência de que diariamente peca.

Assim também João, em sua carta, nos adverte: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não estará em nós. Se porém confessarmos nossas culpas, o Senhor, justo e fiel, perdoar-nos-á os pecados. Em sua carta reuniu as duas coisas: o dever de rogar pelos pecados e, rogando, suplicar a indulgência. Por isso diz que o Senhor é fiel, mantendo a sua promessa de perdoar as culpas, pois quem nos ensinou a orar por nossas dívidas e pecados também prometeu, logo em seguida, a misericórdia paterna e o perdão.

Responsório Sl 30(31),2a.4; 24(25),18

R. Senhor, eu ponho em vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente;
sois vós a minha rocha e fortaleza.
* Por vossa honra, orientai-me e conduzi-me.
V. Considerai minha miséria e sofrimento
e concedei vosso perdão aos meus pecados.
* Por vossa honra.

Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.