21o DOMINGO DO TEMPO COMUM
I Semana do Saltério
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo a Tito
1,1-16
A missão de Tito
1Paulo, servo de Deus, apóstolo de Jesus Cristo para
levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade
conforme a piedade,
2na esperança da vida eterna prometida
antes dos tempos eternos pelo Deus que não mente,
3e
que, no tempo próprio, manifestou sua palavra por meio
da proclamação de que fui encarregado por ordem de
Deus, nosso Salvador,
4a Tito, meu verdadeiro filho na fé
comum, graça e paz da parte de Deus e de Cristo Jesus,
nosso Salvador.
5Eu te deixei em Creta para cuidares da organização e
ao mesmo tempo para que constituas presbíteros em cada
cidade,
6cada qual devendo ser, como te prescrevi, homem
irrepreensível, esposo de uma única mulher, cujos filhos
tenham fé e não possam ser acusados de dissolução nem
de insubordinação.
7Porque é preciso que, sendo ecônomo
das coisas de Deus, o epíscopo seja irrepreensível, não
presunçoso, nem irascível, nem beberrão ou violento, nem
ávido de lucro desonesto,
8mas seja hospitaleiro, bondoso,
ponderado, justo, piedoso, disciplinado,
9de tal modo fiel na
exposição da palavra que seja capaz de ensinar a sã doutrina
como também de refutar os que a contradizem.
10Com efeito, há muitos insubmissos, verbosos e enganadores, especialmente no partido da circuncisão,
11aos quais
é preciso calar, pois pervertem famílias inteiras, e, com
objetivo de lucro ilícito, ensinam o que não têm direito de
ensinar.
12Um dos seus próprios profetas disse: “Os cretenses
são sempre mentirosos, animais ferozes, comilões vadios.”
13Este testemunho é verdadeiro; repreende-os, portanto, severamente, para que sejam sãos na fé,
14e não fiquem dando
ouvidos a fábulas judaicas ou a mandamentos de homens
desviados da verdade.
15Para os puros, todas as coisas são
puras; mas para os impuros e descrentes, nada é puro: tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas.
16Afirmam conhecer a Deus, mas negam-no com os seus
atos, pois são abomináveis, desobedientes e incapazes para
qualquer boa obra.
Responsório
Ef 3,8.12; Rm 1,5
R. A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça
de anunciar aos gentios
a insondável riqueza de Cristo.
* A quem ousamos nos aproximar com toda confiança
pelo
caminho da fé em nosso Senhor.
V. De quem recebemos a graça
e a missão de pregar para
o louvor do seu nome,
a obediência da fé entre todas as
nações.
* A quem ousamos.
Segunda leitura
Da “Regra Pastoral” de São Gregório Magno, papa
(Lib. 2,4: PL 77,30-31)
(Séc. VI)
O pastor seja discreto no silêncio, útil na palavra
Seja o pastor discreto no silêncio, útil na fala, para não
falar o que deve calar, nem calar o que deve dizer. Pois da
mesma forma que uma palavra inconsiderada arrasta ao
erro, o silêncio inoportuno deixa no erro aqueles a quem
poderia instruir. Muitas vezes, pastores imprudentes, temendo perder as boas graças dos homens, têm medo de falar
abertamente o que é reto. E segundo a palavra da Verdade,
absolutamente não guardam o rebanho com solicitude de
pastor, mas, por se esconderem no silêncio, agem como
mercenários que fogem à vinda do lobo.
O Senhor, pelo Profeta, repreende estes tais dizendo:
Cães mudos que não conseguem ladrar (Is 56,10). De
novo queixa-se:
Não vos levantastes contra nem opusestes um muro de defesa da casa de Israel, de modo a entrardes
em luta no dia do Senhor (Ez 13,5). Levantar-se contra é
contradizer sem rebuços aos poderosos do mundo em defesa
do rebanho. E entrar em luta no dia do Senhor quer dizer:
por amor à justiça resistir aos que lutam pelo erro.
Quando o pastor tem medo de dizer o que é reto, não
é o mesmo que dar as costas, calando-se? É claro que se,
pelo rebanho, se expõe, opõe um muro contra os inimigos
em defesa da casa de Israel. Outra vez, se diz ao povo
pecador:
Teus profetas viram em teu favor coisas falsas e estultas; não revelavam tua iniquidade a fim de provocar à
penitência (Lm 2,14). Na Sagrada Escritura algumas vezes
os profetas são chamados de doutores porque, enquanto
mostram ser transitórias as coisas presentes, manifestam
as que são futuras. A palavra divina censura aqueles que
veem falsidades, porque, por medo de corrigir as faltas,
lisonjeiam os culpados com vãs promessas de segurança;
não revelam de modo nenhum a iniquidade dos pecadores
porque calam a palavra de censura.
Por conseguinte, a chave que abre é a palavra da correção
porque, ao repreender, revela a falta a quem a cometeu, pois
muitas vezes dela não tem consciência. Daí Paulo dizer:
Que seja poderoso para exortar na sã doutrina e para convencer
os contraditores (Tt 1,9). E Malaquias:
Guardem os lábios do sacerdote a ciência; e esperem de sua boca a lei porque
é um mensageiro do Senhor dos exércitos (Ml 2,7). Daí o
Senhor admoestar por meio de Isaías:
Clama, não cesses; qual trombeta ergue tua voz (Is 58,1).
Quem quer que entre para o sacerdócio, recebe o ofício
de arauto, porque caminha à frente, proclamando a vinda
do rigoroso juiz, que se aproxima. Portanto, se o sacerdote
não sabe pregar, que protesto elevará o arauto mudo? Daí
se vê por que sobre os primeiros pastores o Espírito Santo
pousou em forma de línguas; com efeito, imediatamente
impele a falar sobre ele aqueles que inunda de luzes.
Responsório
Sl 50(51),15.16b-17
R. Ensinarei vossos caminhos aos pecadores
e para vós se
voltarão os transviados;
* Minha língua exaltará vossa justiça.
V. Abri meus lábios, ó Senhor,
para cantar e minha boca
anunciará vosso louvor.
* Minha língua.
Hino
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for
oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao
vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na
instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram
as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.