31o DOMINGO DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Início do Primeiro Livro dos Macabeus 1,1-24

Vitória e soberba dos gregos
1 Aconteceu que, depois de se ter apoderado da Grécia, Alexandre, filho de Filipe, o macedônio, oriundo das terras de Cetim, derrotou também Dario, rei dos persas e dos medos, e reinou em seu lugar. 2Empreendeu, ainda, muitas guerras, tomou cidades fortificadas e matou os reis da região. 3Chegou até às extremidades do mundo, apoderou-se dos despojos de nações sem conta. E a terra calou-se diante dele. Seu coração exaltou-se e inchou de orgulho. 4Ele reuniu um exército extremamente poderoso e dominou países, povos e soberanos, que tiveram que lhe pagar tributo. 5Depois disso tudo, caiu doente e sentiu que ia morrer. 6Convocou, então, seus oficiais, os nobres da sua corte, que com ele se tinham criado desde a sua juventude, e, ainda em vida, dividiu o império entre eles. 7Alexandre reinou doze anos e morreu. 8Seus oficiais exerceram o poder, cada um na região que lhe fora destinada. 9Depois de sua morte, todos cingiram o diadema e, depois deles, seus filhos, durante longos anos. E multiplicaram as desgraças sobre a terra.

10 Destes reis brotou uma raiz iníqua, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Estivera em Roma, como refém, e subiu ao trono no ano cento e trinta e sete da era dos gregos. 11Naqueles dias apareceram em Israel pessoas ímpias, que seduziram a muitos, dizendo: "Vamos fazer uma aliança com as nações vizinhas, pois, desde que nos isolamos delas, muitas desgraças nos aconteceram". 12Estas palavras agradaram, 13e alguns do povo entusiasmaram-se e foram procurar o rei, que os autorizou a seguir os costumes pagãos. 14Edificaram em Jerusalém um ginásio, de acordo com as normas dos gentios. 15Aboliram o uso da circuncisão e renunciaram à aliança sagrada. Associaram-se com os pagãos e venderam-se para fazer o mal.

16 Quando se viu seguro no poder, Antíoco projetou conquistar também o Egito, para ser o soberano de ambos os reinos. 17Invadiu, pois, o Egito com um poderoso exército de carros, elefantes, cavalos e numerosos navios. 18Assim, atacou Ptolomeu, rei do Egito, que, tomado de pânico, fugiu, e muitos dos seus homens caíram mortalmente feridos. 19As cidades fortificadas do Egito foram tomadas e Antíoco apoderou-se das riquezas do país. 20Depois de ter derrotado o Egito no ano cento e quarenta e três, Antíoco marchou contra Israel e subiu a Jerusalém com um poderoso exército. 21Entrou com arrogância no santuário, retirou o altar de ouro, o candelabro das luzes com todos os seus acessórios, 22a mesa dos pães da proposição, os cálices de libação, as taças, os turíbulos de ouro, o véu, as coroas, as decorações de ouro da fachada do templo. Tudo foi arrancado. 23Tirou a prata, o ouro, os objetos preciosos, inclusive os tesouros escondidos que descobriu. 24E, com tudo isso, regressou à sua terra, depois de ter causado grande mortandade e proferido palavras de extrema arrogância.

Responsório 2Mc 7,33; Hb 12,11

R. Se, para censurar-nos e para corrigir-nos,
por pouco tempo, o nosso Deus irou-se contra nós,
* De novo ele há de se reconciliar conosco, os servos seus.
V. A correção, quando aplicada, nos parece dolorosa;
porém produzi os frutos da justiça. * De novo.

Segunda leitura
Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

(N. 78)
(Séc. XX)

A promoção da paz
A paz não é mera ausência de guerra, nem se reduz a um equilíbrio entre as forças adversárias nem se origina de um domínio tirânico, mas com toda a propriedade se chama obra da justiça (Is 32,17). É fruto da ordem, inserida na sociedade humana por seu divino fundador e a ser realizada de modo sempre mais perfeito pelos homens que têm sede de justiça. Em seus fundamentos o bem comum do gênero humano é regido pela lei eterna. Contudo, nas contingências concretas, está sujeito a incessantes mudanças com o decorrer dos tempos. Por isso a paz nunca é conquistada de uma vez para sempre; deve ser continuamente construída. Além disto, sendo a vontade humana volúvel e marcada pelo pecado, a busca da paz exige de cada um o constante domínio das paixões e a atenta vigilância da autoridade legítima.

Isto, porém, não basta. Aqui na terra não se pode obter a paz a não ser que seja salvaguardado o bem das pessoas e que os homens comuniquem entre si, com confiança e espontaneidade, suas riquezas de coração e de inteligência. Vontade firme de respeitar a dignidade dos outros homens e povos, ativa fraternidade na construção da paz, são coisas absolutamente necessárias. Deste modo a paz será também fruto do amor, que vai além do que a justiça é capaz de proporcionar. Pois a paz terrena, oriunda do amor ao próximo, é figura e resultado da paz de Cristo, provinda de Deus Pai. Seu Filho encarnado, príncipe da paz, pela cruz reconciliou os homens com Deus. E recompondo a unidade de todos em um só povo e um só corpo, em sua carne destruiu o ódio (cf. Ef 2,16; Cl 1,20.22) , e exaltado pela ressurreição, infundiu nos corações o Espírito da caridade.

É a razão por que todos os cristãos são insistentemente chamados a que, vivendo a verdade na caridade (cf. Ef 4,15), se unam aos homens verdadeiramente pacíficos, a fim de implorar e estabelecer a paz. Movidos pelo mesmo espírito, queremos louvar calorosamente aqueles que renunciam à ação violenta para reivindicar seus direitos e recorrem aos meios de defesa, que de resto estão ao alcance dos mais fracos também, contanto que isto não venha lesar os direitos e deveres de outros ou da comunidade.

Responsório Cf. 1Cr 29,11-12;
cf. Eclo 50,25; 2Mc 1,24

R. A vós pertencem, ó Senhor, o poder e a realeza;
dominais todos os povos:
* Dai a paz aos nossos dias!
V. Criador de todo ser, vós sois forte e terrível,
um Deus justo e clemente. * Dai a paz.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.