QUINTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Segundo Livro dos Reis 9,1-6.22-27

Um discípulo de Eliseu confere a unção real a Jeú

1O profeta Eliseu chamou um dos irmãos profetas e disse-lhe: “Cinge teus rins, toma contigo este frasco de óleo e parte para Ramot de Galaad. 2Chegando lá, procura por Jeú, filho de Josafá, filho de Namsi. Tendo-o encontrado, chama-o do meio dos seus colegas e leva-o a um aposento separado. 3Tomarás então o frasco de óleo e o derramarás sobre sua cabeça dizendo: ‘Assim fala o Senhor: Eu te unjo como rei de Israel’; depois abre a porta e foge depressa.”

4O jovem, profeta partiu em direção a Ramot de Galaad. 5Quando chegou, os chefes do exército estavam em reunião; ele disse: “Chefe, tenho algo a dizer-te.” Jeú perguntou: “A qual de nós?” - “A ti, chefe”, respondeu ele. 6Então Jeú se ergueu e entrou em casa. O jovem derramou-lhe o óleo sobre a cabeça e disse: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel. Eu te ungi como rei sobre o povo do Senhor, sobre Israel.”

22Vendo Jeú, Jorão perguntou: “Vai tudo bem, Jeú? Este respondeu: “Como pode ir tudo bem, se perduram as prostituições de tua mãe Jezabel e suas inúmeras magias!” 23Então Jorão virou seu carro e fugiu, bradando a Ocozias: “Traição, Ocozias!” 24Mas Jeú já tinha retesado seu arco e atingiu Jorão entre as espáduas; a flecha atingiu o coração do rei, que tombou dentro do carro. 25Jeú ordenou a Badacer, seu escudeiro: “Tira-o e lança-o no campo de Nabot de Jezrael. Lembra-te? Quando nós dois estávamos num carro seguindo Acab, seu pai, o Senhor pronunciou contra ele esta sentença: 26‘Dou minha palavra! Vi ontem o sangue de Nabot e o de seus filhos, oráculo do Senhor. Neste mesmo campo eu te retribuirei, oráculo do Senhor.’ Tira-o, pois, e joga-o no campo, conforme a palavra do Senhor.”

27Vendo isso, Ocozias, rei de Judá, fugiu pela estrada de Bet-Gã; mas Jeú o perseguiu e gritou: “Matai-o também!” Feriram-no dentro do seu carro, na subida de Gaver, que fica perto de Jeblaam; refugiou-se em Meguido e lá morreu.

Responsório 2Rs 9,13.12; Lc 19,36.38

R. Todos tomaram seus mantos e os estenderam embaixo
dos seus pés, tocaram a trombeta e gritaram: “Jeú é rei”. * Disse o Senhor: Te ungi rei sobre Israel

V. Enquanto ele avançava, o povo estendia as suas próprias
vestes no caminho, dizendo: Bendito aquele que vem, o rei, em nome do Senhor! * Disse o Senhor:

Segunda leitura

Das “Homilias” de São Basílio Magno, bispo

(Hom. 20, De humilitate, 3: PG 31,530-531)

Quem se gloria, glorie-se no Senhor

Não se glorie o sábio de seu saber, não se glorie o forte de sua força, nem o rico de suas riquezas (Jr 9,22).

Qual é então o verdadeiro motivo de glória e em que consiste a grandeza do homem? Quem se gloria - diz a Escritura - glorie-se nisto: em conhecer e compreender que eu sou do Senhor (Jr 9,23).

A nobreza do homem, a sua glória e a sua dignidade consistem em saber onde está a verdadeira grandeza, aderir a ela e buscar a glória que procede do Senhor da glória. Diz efetivamente o Apóstolo: Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Estas palavras encontram-se na seguinte passagem: Cristo se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1,31).

Por conseguinte, é perfeito e legítimo nos gloriarmos no Senhor quando, longe de orgulhar-nos de nossa própria justiça, reconhecemos que estamos realmente destituídos dela e só pela fé em Cristo somos justificados.

É nisto que Paulo se gloria: desprezando sua própria justiça, busca apenas a que vem por meio de Cristo, ou seja, a que se obtém pela fé e procede de Deus; para assim conhecer a Cristo, o poder de sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, configurando-se à sua morte, na esperança de alcançar a ressurreição dos mortos.

Aqui desaparece todo e qualquer orgulho. Nada te resta para que te possas gloriar, ó homem, pois tua única glória e esperança está em fazeres morrer tudo que é teu e procurares a vida futura em Cristo. E como possuímos as primícias desta vida, já a iniciamos desde agora, uma vez que vivemos inteiramente na graça e no dom de Deus. É certamente Deus quem realiza em nós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio benevolente (Fl 2,13). E é ainda Deus que pelo seu Espírito nos revela a sabedoria que, de antemão, destinou para nossa glória.

Deus nos concede força e resistência em nossos trabalhos. Tenho trabalhado mais do que os outros - diz também Paulo - não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo (1Cor 15,10).

Deus nos livra dos perigos para além de toda esperança humana. Experimentamos, em nós mesmos, - diz ainda o Apóstolo - a angústia de estarmos condenados à morte. Assim, aprendemos a não confiar em nós mesmos, mas a confiar somente em Deus que ressuscita os mortos. Ele nos livrou, e continuará a livrar-nos, de um tão grande perigo de morte. Nele temos firme esperança de que nos livrará ainda, em outras ocasiões (2Cor 1,9-10).

Responsório Cf. Sb 15,3; Jo 17,3

R. Conhecer-vos, ó Senhor, é a justiça consumada.
*
Reconhecer vosso domínio
é raiz e fundamento da imortalidade.
V. A vida eterna é esta: Conhecer-vos, ó Pai,
um só Deus verdadeiro e a Jesus, que enviaste.
*
Reconhecer.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.