7a SEMANA DO TEMPO COMUM
III Semana do Saltério
QUARTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
12,1-11
Há diversos carismas, mas um só é o Espírito
1A propósito dos dons do Espírito, irmãos, não quero que
estejais na ignorância. 2Sabeis que, quando éreis gentios,
éreis irresistivelmente arrastados para os ídolos mudos. 3Por
isto, eu vos declaro que ninguém, falando com o Espírito
de Deus, diz: “Anátema seja Jesus!”, e ninguém pode dizer:
“Jesus é Senhor” a não ser no Espírito Santo.
4Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; 5diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; 6diversos
modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em
todos. 7Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para
a utilidade de todos. 8A um o Espírito dá a mensagem de
sabedoria, a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo
Espírito; 9a outro o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda
o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; 10a
outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a
outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de
falar em línguas, a outro ainda, o dom de as interpretar.
11Mas é o único e mesmo Espírito que isso tudo realiza,
distribuindo a cada um os seus dons, conforme lhe apraz.
Responsório
Ef 4,17; 1Cor 12,11.4
R. A cada um de nós é dada a graça
segundo a medida o
dom de Cristo;
mas um e o mesmo Espírito distribui todos
estes dons,
* Repartindo a cada um como lhe apraz.
V. Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
* Repartindo a cada.
Segunda leitura
Do Tratado “a vida cenobítica”, de Baldoino de Cantuária,
bispo
(Tratado 15)
(Séc. XII)
A caridade não procura seu interesse,
mas aquele de Jesus Cristo
A instituição da vida comum é ancorada e rege-se sob
um sólido e fundado princípio de autoridade. A Igreja foi
fundada sobre a vida comum dos primeiros cristãos, mais
ainda: na vida comum teve início sua infância. A vida comum trouxe dos
próprios apóstolos o modelo da sua existência, o título de seu honor, o
privilégio da sua dignidade,
o testemunho da sua autoridade, a sua justificação, a força
da sua esperança.
Embora sendo muitos, somos um só corpo, sendo um,
membro do outro. Um só espírito anima todo nosso corpo,
fluindo através dos membros as junturas e as estruturas; e
produz a paz da qual, por sua vez, vem garantida a unidade
do espírito; este conserva os membros no respeito mútuo e
na mútua paciência. Irmãos em Cristo amantíssimos, a que
nos empurram estes exemplos, se não à recíproca tolerância, à recíproca
humildade e à mútua caridade? Por acaso
não tem escrito Deus dentro de nós a lei do amor, que nos
ensina a conhecer a nós mesmos? Ele que tem nos dado a
lei, nos dê também a bênção para nos fazer crescer na inocência do
coração. E com o discernimento das nossas ações
nos guie, pelas sendas da paz, aonde manter a unidade do
espírito no vínculo da paz, para conservar o amor de Deus
no amor ao próximo.
Se unanimemente e concordes, segundo a pureza da
nossa profissão, amamos a Deus, sem dúvida sua caridade
difunde-se no nosso coração mediante o Espírito Santo (cf.
Rm 5,5). E o único Espírito de Deus nos vivifica como um só
corpo, de modo que nenhum de nós vive mais por si mesmo,
mas por Deus; para que todos juntos, pelo único Espírito
que habita em nós, vivamos na unidade do Espírito.
Esta unidade de espírito encontra-se em nós na força
do amor de Deus, conserva-se depois através do amor ao
próximo que nos faz permanecer no amor de Deus; ficando
nesta dileção, permanecemos em Deus e Deus em nós (cf. Jo
4,16). Com o amor ao próximo, portanto, como através de
um nó de amor e um vínculo de paz, mantém-se e conservase o amor de Deus e a unidade do Espírito. Quem não ama
o irmão afasta-se da unidade do espírito, não ama a Deus
e não vive do Espírito de Deus, mas do próprio espírito,
porque não vive mais por Deus, mas por si mesmo.
A vida comum favorece o amor ao próximo e, onde
este amor é perfeito, perfeita é também a vida comum; não
há vida comum perfeita se não há comunhão de todas as
coisas, como está escrito: Tínhamos cada coisa em comum
(At 2,44). Mas pode nos surpreender o que segue: se repartia para cada um, segundo a necessidade de cada um
(At 2,45). De que forma tudo era comum a todos, se cada
um tinha alguma coisa sua? O Apóstolo deixa a questão
ainda mais problemática, quando diz: A cada um é dada
uma manifestação particular do Espírito para a utilidade
comum (1Cor 12,7) e cada um tem seu próprio dom de
Deus, uns de um modo, outros de outro (1Cor 7,7). E ainda:
Há diversidade de carismas, diversidade de ministérios,
diversidade de operações (1Cor 12,4-6). Como então pode
existir comunhão de cada coisa se há tanta diversidade de
graças, se cada um tem seu dom?
Mas se em cada um há o próprio dom de Deus, comporte-se de maneira que não o tenha só para si, mas para
Deus e para o próximo: para Deus, de modo que do dom de
Deus não tente obter a própria glória, mas aquela dele; para
o próximo, procurando sempre a utilidade comum e não a
própria. A caridade, de fato, não procura o seu interesse
(1Cor 13,5) mas o de Jesus Cristo.
Responsório
At 4,32; 2,45
R. A multidão tinha um só coração e uma só alma,
* E ninguém chamava de sua propriedade
aquilo que lhe
pertencia,
mas tudo era entre eles comum.
V. Quem tinha propriedades e bens vendia-os
e repartia com
todos, segundo a necessidade de cada um.
* E ninguém.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre
o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.