MEMÓRIA DE SANTA MARIA NO SÁBADO

Nos sábados do Tempo comum, sendo permitida a celebração de memória facultativa, pode-se fazer, com o mesmo rito, a memória de Santa Maria no Sábado.

Invitatório

R. Vinde, adoremos o Cristo Jesus,
Filho bendito da Virgem Maria!

Ou:

R. Louvemos a nosso Senhor,
saudemos a Virgem Maria!

Salmo 94(95)

Convite ao louvor de Deus

Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’ (Hb 3,13).

1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, *
aclamemos o Rochedo que nos salva!
2 Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos! (R.)

3 Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
4 Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
5 o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. (R.)

6 Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
=7 Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. (R.)

=8 Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
“Não fecheis os corações como em Meriba, *
9 como em Massa, no deserto, aquele dia,
– em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras”. (R.)

=10Quarenta anos desgostou-me aquela raça †
e eu disse: “Eis um povo transviado, *
11seu coração não conheceu os meus caminhos!”
– E por isso lhes jurei na minha ira: *
“Não entrarão no meu repouso prometido!” (R.)

(Rezado): – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

(Cantado): Demos glória a Deus Pai onipotente
e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, †
e ao Espírito que habita em nosso peito *
pelos séculos dos séculos. Amém.

R. Vinde, adoremos o Cristo Jesus,
Filho bendito da Virgem Maria!
Ou:
R. Louvemos a nosso Senhor,
saudemos a Virgem Maria!


Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. (Aleluia.)
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Aquele a quem adoram
o céu, a terra, o mar,
o que governa o mundo,
na Virgem vem morar.

A lua, o sol e os astros
o servem, sem cessar.
Mas ele vem no seio
da Virgem se ocultar.

Feliz, ó Mãe, que abrigas
na arca do teu seio
o Autor de toda a vida,
que vive em nosso meio.

Feliz chamou-te o Anjo,
o Espírito em ti gerou
dos povos o Esperado,
que o mundo transformou.

Louvor a vós, Jesus,
nascido de Maria,
ao Pai e ao Espírito
agora e todo o dia.

Ou:

Do vosso Filho, ó filha,
ó Mãe e Virgem pura,
sublime e mais humilde
que toda criatura!

Em seu conselho eterno,
Deus viu vossa beleza,
ó glória e esplendor
da nossa natureza,

a qual se fez tão nobre
que o seu supremo Autor,
de modo admirável,
um corpo em vós tomou.

No seio duma Virgem
revive, em fogo, o Amor.
Na terra a flor celeste
germina ao seu calor.

Ao Pai louvor, e ao Filho
da vossa virgindade,
que vos vestiu, no Espírito,
de graça e santidade.

Ou ainda:

Maria, Mãe dos mortais,
as nossas preces acolhes;
escuta, pois, nossos ais,
e sempre, sempre nos olhes.

Vem socorrer, se do crime
o laço vil nos envolve.
Com tua mão que redime
a nossa culpa dissolve.

Vem socorrer, se do mundo
o brilho vão nos seduz,
a abandonar num segundo
a estrada que ao céu conduz.

Vem socorrer, quando a alma
e o corpo a doença prostrar.
Vejamos com doce calma
a eternidade chegar.

Tenham teus filhos, na morte,
tua assistência materna.
E seja assim nossa sorte,
o prêmio da Vida eterna.

Jesus, ao Pai seja glória.
Seja ao Espírito também.
E a vós, ó Rei da vitória,
Filho da Virgem. Amém.

Antífonas, salmos, versículo e primeira leitura com seu responsório, do sábado corrente.

Segunda leitura

A segunda leitura se toma, à escolha, do Comum de Nossa Senhora, das que seguem, ou do sábado corrente, com seus respectivos responsórios.

Dos Sermões de São Proclo, bispo de Constantinopla

(De Nativitate Domini, 1-2:PG 65,843-846)
(Séc. V)

O Amigo do homem, fez-se homem nascendo da Virgem

Alegrem-se os céus nas alturas, e que as nuvens façam chover a justiça, porque o Senhor se compadeceu de seu povo (cf. Is 45,8). Alegrem-se os céus nas alturas porque, quando eles foram criados no princípio, Adão foi igualmente formado da terra virgem pelo Criador. Tornou-se assim amigo e familiar de Deus. Alegrem-se os céus nas alturas porque agora, pela encarnação de Nosso Senhor, a terra foi santificada, e o gênero humano libertado dos sacrifícios idolátricos.

Que as nuvens façam chover a justiça, porque hoje o pecado de Eva foi apagado e perdoado pela pureza da Virgem Maria e pelo Deus e homem que dela nasceu. Hoje Adão, passada a antiga condenação, foi libertado daquela horrível e tenebrosa sentença.

Cristo nasceu da Virgem, dela recebendo a natureza humana, conforme a livre disposição da Providência divina: A Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14); deste modo, a Virgem se tornou Mãe de Deus. Ela é Virgem e Mãe porque gerou a Palavra encarnada sem participação de homem. Conservou, porém, a virgindade, a fim de pôr em relevo o nascimento miraculoso daquele que assim determinara que fosse. Ela é mãe da Palavra divina segundo a substância da natureza humana. Nela, a Palavra se fez homem, nela, realizou a união das duas naturezas e, por ela, foi dada ao mundo, segundo a sabedoria e a vontade daquele que opera prodígios. Como diz São Paulo: Dos Israelitas é que Cristo descende, quanto à sua humanidade (cf. Rm 9,5).

Com efeito, ele foi, é e será sempre o mesmo. Todavia, se fez homem por causa de nós. Aquele que ama o homem, se fez homem, o que antes não era. Mas se fez homem, permanecendo ao mesmo tempo Deus, sem mudança de espécie alguma. Fez-se, portanto, semelhante a mim por causa de mim. Fez-se o que não era, conservando, no entanto, o que era. Finalmente, se fez homem para que, tornando seus os nossos sofrimentos, nos tornasse capazes da adoção de filhos, e nos concedesse o reino. Que sejamos dignos desse reino pela graça e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo. A ele, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, sejam dados glória, honra e poder, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório Cf. Sl 71(72),6.19; Ap 21,3

R. Virá do alto, como o orvalho sobre a relva.
* Toda terra se encherá de sua glória.

V.
Eis aqui a habitação de Deus, em meio aos homens,
e com eles morará, e o próprio Deus será seu Deus.
* Toda a terra.


Ou:

Dos Sermões de São Guerrico, abade

(Sermo 1 in Assumptione beatae Mariae: PL 185,187-189)
(Séc. XII)

Maria, Mãe de Cristo e Mãe dos cristãos

Maria deu à luz um Filho único. Assim como ele é Filho único de seu Pai nos céus, é também Filho único de sua mãe na terra. Ora, essa única Virgem Mãe, que possui a glória de ter dado à luz o Filho único de Deus Pai, abraça este mesmo Filho em todos os seus membros. Não se envergonha de ser chamada mãe de todos aqueles nos quais vê a Cristo já formado ou em formação.

A antiga Eva, que deixou aos filhos a sentença de morte ainda antes de verem a luz do dia, foi mais madrasta do que mãe. Chamam-na mãe de todos os viventes; mas verifica-se, com mais verdade, que ela foi a origem da morte para os que vivem, a mãe dos que morrem, pois o seu ato de gerar não foi outra coisa senão propagar a morte. E já que Eva não correspondeu fielmente ao significado do seu nome, Maria realizou este mistério. Como a Igreja, da qual é figura, Maria é a Mãe de todos os que renascem para a vida. Ela é verdadeiramente a mãe da Vida pela qual todos vivem; ao gerar a Vida, de certo modo ela regenerou todos os que hão de viver por ela.

A santa mãe de Cristo, que se reconhece mãe dos cristãos em virtude desse mistério, mostra-se também sua mãe pelo cuidado e amor que tem por eles. Não é insensível para com os filhos, como se não fossem seus; suas entranhas, fecundadas uma só vez mas nunca estéreis, jamais se cansam de dar à luz frutos de piedade.

Se o Apóstolo, servo de Cristo, uma e outra vez dá à luz filhos pelos seus cuidados e ardente piedade, até Cristo ser formado neles (cf. Gl 4,19), quanto mais a própria mãe de Cristo! E Paulo, de fato, os gerou, pregando-lhes a palavra da verdade pela qual foram regenerados; Maria, porém, gerou-os de modo muito mais divino e santo, ao dar à luz a própria Palavra. Louvo realmente em São Paulo o ministério da pregação; porém admiro e venero muito mais em Maria o mistério da geração.

Observa, agora, se os filhos também não parecem reconhecer a sua mãe. Impelidos como que por um certo natural afeto de piedade, recorrem imediatamente à invocação do seu nome em todas as necessidades e perigos, como crianças no colo da mãe. Por isso, julgo, não sem motivo, que é destes filhos que o Profeta fala quando faz esta promessa: Os teus filhos habitarão em ti (cf. Sl 101,29). Ressalve-se, no entanto, a interpretação que atribui principalmente à Igreja esta profecia.

Agora vivemos, na verdade, sob o amparo da mãe do Altíssimo, habitamos sob a sua proteção e como que à sombra de suas asas. Mais tarde, seremos acalentados no seu regaço com a participação na sua glória. Então ressoará, numa só voz, a aclamação dos filhos que se alegram e se congratulam com sua mãe: Todos juntos a cantar nos alegramos, pois em ti está a nossa morada (cf. Sl 86,7), santa mãe de Deus!

Responsório Mt 1,20.21; Mq 5,4-5

R. O que em Maria foi gerado é do Esrito Santo.
* Pois ele salva o seu povo dos pecados.

V. Será grande em toda a terra, será ele a nossa paz.
* Pois ele.


Ou:

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo

(De coemeterio et de cruce, 2: PG 49,396)
(Séc. IV)

Adão e Cristo, Eva e Maria

Viste que vitória admirável? Viste os magníficos prodígios da cruz? Posso dizer-te alguma coisa ainda mais admirável? Ouve o modo como se deu a vitória e então ficarás sumamente maravilhado. Cristo venceu o diabo valendo-se dos mesmos meios com que este tinha vencido: e, tomando as mesmas armas que ele tinha usado, derrotou-o. Ouve como o fez.

A virgem, o lenho e a morte foram os sinais de nossa derrota. A virgem era Eva, pois ainda não conhecera homem; o lenho era a árvore; a morte, o castigo de Adão. E eis que de novo a virgem, o lenho e a morte, que foram sinais da nossa derrota, se tornaram sinais de nossa vitória. Com efeito, em vez de Eva está Maria; em vez da árvore da ciência do bem e do mal, o lenho da cruz; em vez da morte de Adão, a morte de Cristo.

Vês como o demônio foi vencido pelos mesmos meios com que vencera? Na árvore, ele fez Adão cair; na árvore, Cristo derrotou o demônio. A primeira árvore conduzia à região dos mortos; mas a segunda fez voltar até mesmo os que haviam descido para lá. O primeiro homem, já vencido e nu, se escondera entre as árvores; Cristo, porém, vitorioso, se mostra a todos, também nu, do alto de um lenho. A primeira morte condenou os que nasceram depois dela; mas esta morte ressuscitou até mesmo aqueles que nasceram antes dela. Quem contará os grandes feitos do Senhor? (Sl 105,2). Por uma morte, nos tornamos imortais: são estes os magníficos prodígios da cruz.

Compreendeste a vitória? Compreendeste o modo da vitória? Ouve agora como esta vitória foi alcançada, sem o nosso trabalho e suor. Nós não ensangüentamos as armas, não estivemos no combate, não fomos feridos nem vimos a luta; no entanto, alcançamos a vitória. O combate foi do Senhor e a coroa foi nossa. Ora, como a vitória também é nossa, imitemos os soldados e cantemos hoje, com vozes alegres, os louvores e cânticos da vitória. Digamos, louvando o Senhor: A morte foi tragada pela vitória. Ó morte, onde está a tua vitória? onde está o teu aguilhão? (1Cor 15,54-55).

Todas estas coisas maravilhosas nos foram obtidas pela cruz. A cruz é um troféu erguido contra os demônios, uma espada levantada contra o pecado, espada com a qual Cristo traspassou a serpente; a cruz é a vontade do Pai, a glória do seu Filho unigênito, a exultação do Espírito Santo, a honra dos anjos, a segurança da Igreja, o regozijo de Paulo, a fortaleza dos santos, a luz da terra inteira.

Responsório

R. Por vontade do Senhor,
que nos renova na antiga honra,
* Como o espinho gera a rosa, assim nasceu Maria de Eva.

V.
Para a falta por virtude ser coberta inteiramente
e a culpa pela graça. * Como o espinho.


Ou:

Da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II

(N. 63-65)
(Séc. XX)

Maria, figura da Igreja

A Santíssima Virgem Maria está intimamente relacionada com a Igreja, em virtude da graça da divina maternidade e da missão pela qual está unida a seu Filho redentor. E ainda em virtude de suas singulares graças e prerrogativas. A Mãe de Deus é figura da Igreja, como já ensinava Santo Ambrósio, quer dizer, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo.

No mistério da Igreja, também chamada com razão mãe e virgem, a Santíssima Virgem Maria ocupa um lugar eminente e singular como modelo de virgem e de mãe. Por sua fé e obediência, ela gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai, sem conhecer homem, mas pelo poder do Espírito Santo. Como nova Eva, acreditou sem hesitar, não na antiga serpente, mas na mensagem de Deus. Por isso, deu à luz o Filho a quem Deus constituiu primogênito numa multidão de irmãos (cf. Rm 8,29), isto é, entre os fiéis em cuja geração e formação ela coopera com amor de mãe.

A Igreja, contemplando a santidade misteriosa de Maria, imitando a sua caridade e cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também mãe, mediante a palavra de Deus recebida na fé. Na verdade, pela pregação e pelo batismo gera, para a vida nova e imortal, os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que, com integridade e pureza, guarda a palavra dada ao Esposo. Imitando a mãe do seu Senhor, pela virtude do Espírito Santo, conserva virginalmente íntegra a fé, sólida a esperança, sincera a caridade.

Enquanto na Santíssima Virgem a Igreja já alcançou essa perfeição que a torna sem mancha nem ruga (Ef 5,27), os cristãos ainda se esforçam por crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso elevam seus olhos a Maria que refulge para toda a comunidade dos eleitos como modelo de virtudes. Meditando piedosamente sobre Maria e contemplando-a à luz da Palavra que se fez homem, a Igreja vai penetrando, com reverência e mais profundamente, no sublime mistério da encarnação, assemelhando-se cada vez mais ao seu Esposo.

Maria, cooperando intimamente na história da salvação, reúne em si e reflete, de certo modo, as maiores exigências da fé. Quando proclamada e cultuada, ela conduz os fiéis para o seu Filho, para o sacrifício do Filho e para o amor do Pai. E a Igreja, por sua vez, buscando a glória de Cristo, torna-se sempre mais semelhante à Excelsa Figura que a representa, progredindo continuamente na fé, na esperança e na caridade, procurando e cumprindo em tudo a vontade divina.

Por isso, também na sua atividade apostólica, a Igreja se volta para aquela que gerou a Cristo, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem, a fim de que, por meio da Igreja, ele também nasça e cresça nos corações dos fiéis. A Virgem, durante a vida, foi modelo daquele amor materno do qual devem estar animados todos que colaboram na missão apostólica da Igreja para a redenção dos homens.

Responsório

R. A salvação apareceu para todos os que crêem
por Maria, sempre virgem,
* cuja vida é uma luz para todas as Igrejas.

V. Celebremos com fervor a meria de Maria,
a Virgem venturosa. * Cuja vida.


Pode-se tomar também, à escolha, a segunda leitura da memória do Imaculado Coração de Maria:

Dos Sermões de São Lourenço Justiniano, bispo

(Sermo 8, in festo Purificationis B.M.V.:
Opera 2, Venetis1751,38-39)

 Maria conservava tudo em seu coração

Maria refletia consigo mesma em tudo quanto tinha conhecido, através do que lia, escutava e via; assim, progredia de modo admirável na fé, na sabedoria e em méritos, e sua alma se inflamava cada vez mais com o fogo da caridade! O conhecimento sempre mais profundo dos mistérios celestes a enchia de alegria,fazia-lhe sentir a fecundidade do Espírito, a atraía para Deus e a confirmava na sua humildade. Tais são os efeitos da graça divina: eleva do mais humilde ao mais excelso e vai transformando a alma de claridade em claridade.

 Feliz o coração da Virgem que, pela luz do Espírito que nela habitava, sempre e em tudo obedecia à vontade do Verbo de Deus. Não se deixava guiar pelo seu próprio sentimento ou inclinação, mas realizava, na sua atitude exterior, as insinuações internas da sabedoria inspiradas na fé. De fato, convinha que a Sabedoria de Deus, ao edificar a Igreja para ser o templo de sua morada, apresentasse Maria Santíssima como modelo de cumprimento da lei, de purificação da alma, de verdadeira humildade e de sacrifício espiritual.

 Imita-a tu, ó alma fiel! Se queres purificar-te espiritualmente e conseguir tirar as manchas do pecado, entra no templo do teu coração. Aí Deus olha mais para a intenção do que para a exterioridade de tudo quanto fazemos. Por isso, quer elevemos nosso espírito à contemplação, a fim de repousarmos em Deus, quer nos exercitemos na prática das virtudes para sermos úteis ao próximo com as nossas boas obras, façamos uma ou outra coisa de maneira que só a caridade de Cristo nos impulsione. É este o sacrifício perfeito da purificação espiritual, que não se oferece em templo feito por mão humana, mas no templo do coração onde Cristo Senhor entra com alegria.

 Responsório

 R. Virgem santa e imaculada, eu não sei com que louvores
poderei engrandecer-vos.

*
Pois aquele a quem os céus não puderam abranger,
repousou em vosso seio.

V. Sois bendita entre as mulheres e bendito é o fruto,
que nasceu de vosso ventre. * Pois aquele.

Oração

Diz-se, à escolha, uma das orações seguintes:

1 Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de alma e corpo, e fazei que, pela intercessão da Virgem Maria, libertos das tristezas presentes, gozemos as alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2
Perdoai, ó Deus, os pecados dos vossos filhos e filhas, e salvai-nos pela intercessão da Virgem Maria, uma vez que não podemos agradar-vos apenas com os nossos méritos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

3
Ó Deus de misericórdia, socorrei a nossa fraqueza e concedei-nos ressurgir dos nossos pecados pela intercessão da Mãe de Jesus Cristo, cuja memória hoje celebramos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

4
Valha-nos, ó Deus, a intercessão da sempre Virgem Maria, para que, livres de todos os perigos, vivamos em vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

5
Fazei, ó Deus, que, ao celebrarmos a memória da Virgem Maria, possamos também, por sua intercessão, participar da plenitude da vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

6
Ó Deus todo-poderoso, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, socorrei os fiéis que se alegram com a sua proteção, livrando-os de todo mal neste mundo e dando-lhes a alegria do céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.