SEXTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Ezequiel 40,1-4; 43,1-12; 44,6-9

Restauração do Templo de Israel

40,1No vigésimo quinto ano do nosso exílio, no começo do ano, no décimo dia do mês, no décimo quarto ano, após a tomada da cidade, exatamente no mesmo dia, a mão do Senhor pousou sobre mim e conduziu-me até lá. 2Em visões, Deus me conduziu à terra de Israel e colocou-me sobre um monte bastante alto, sobre o qual erguia-se uma cidade, construída do lado sul. 3Conduziu-me para lá e eis aí um homem, cujo aspecto era como o de bronze, e que tinha na mão um cordel de linho e uma cana de medir. Ele estava em pé no pórtico. 4O homem me disse: “ Filho do homem, sê todo olhos e todo ouvidos, presta atenção a tudo que vou mostrar-te, pois para isto foste conduzido aqui, a fim de que eu te mostrasse tudo. Contarás à casa de Israel tudo o que vires”.

43,1Levou-me então para o pórtico, a saber, para o pórtico que conduz para o oriente, 2e eis que sobreveio a Glória do Deus de Israel da parte do oriente. O seu ruído era como o ruído de muitas águas, e a terra resplandecia com a sua Glória. 3A aparência que vi era igual à aparência que vira quando vim para a destruição da cidade e igual à aparência que vira junto ao rio Cobar. Então prostrei-me com o rosto em terra.

4A Glória de Deus chegou ao Templo pelo pórtico que dá para o oriente. 5O espírito ergueu-me e trouxe-me para o átrio interior e eis que a Glória de Deus enchia o Templo. 6Ouvi então alguém que falava comigo de dentro do Templo, enquanto o homem estava em pé junto de mim. 7Disse-me: Filho do homem, este é o lugar do meu trono e o lugar da planta dos meus pés, onde habitarei no meio dos israelitas para sempre e onde a casa de Israel - ela e os seus reis - não tornarão a profanar o meu nome santo com as suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis com seus túmulos, 8pondo o limiar destes junto do meu limiar e as ombreiras destes ao lado das minhas ombreiras e limitandose a levantar um muro entre mim e eles, onde profanaram o meu nome santo com as abominações que praticavam, razão por que os consumi na minha ira. 9Contudo, agora vão afastar para longe de mim as suas prostituições e os cadáveres dos seus reis, pelo que habitarei no meio deles para sempre.

10E tu, filho do homem, revela à casa de Israel o plano do Templo e eles ficarão envergonhados das suas iniquidades (poderão medir o seu plano). 11Sim, se ficarem envergonhados de tudo o que fizeram, então lhes darás a conhecer a forma do Templo, suas disposições, suas saídas e suas entradas, as suas formas e todas as suas ordenações, todas as suas formas e todas as suas leis. Escreve, descreveas aos seus olhos, de modo que guardem sua forma e suas ordenações e as pratiquem. 12Esta é a lei do Templo, sobre o cume do monte: todo o espaço em torno será santíssimo (tal será a lei para o Templo).

44,6E dirás a esses rebeldes, à casa de Israel: Assim fala o Senhor Deus: Bastem-vos todas estas abominações, ó casa de Israel: 7o teres introduzido estrangeiros, incircuncisos de coração e incircuncisos de corpo, permitindo que se instalassem em meu santuário e que profanassem o meu Templo, quando oferecestes o meu pão, a gordura e o sangue, o teres rompido a minha Aliança. Por todas as vossas abominações! 8Ao invés de exercerdes o ministério do santuário, encarregastes qualquer um de exercer o ministério do meu santuário em vosso lugar. 9Assim diz o Senhor Deus: Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração e incircunciso de corpo entrará no meu santuário, dentre todos os estrangeiros que vivem entre os israelitas.

Responsório Cf. Ez 43,4-5; cf. Lc 2,27

R. A glória do Senhor chegou ao Templo
pelo pórtico que
dá para o oriente;
* E eis que a glória do Senhor encheu o Templo.

V. Os seus pais trouxeram o menino Jesus ao Templo.

*
E eis que a glória.

Segunda leitura

Do “Sermão sobre as Bem-aventuranças”, de São Leão Magno, papa

(Sermo 95,8-9: PL 54,465-466)
(Séc. V)

Grande paz para os que amam a tua Lei

Com razão a bem-aventurança de ver a Deus é prometida aos corações puros. Pois os olhos imundos não podem ver o esplendor da verdadeira luz; será alegria das almas límpidas aquilo mesmo que será castigo dos corações impuros. Para longe então a fuligem das vaidades terrenas. Limpemos de toda iniquidade suja os olhos interiores, e o olhar sereno se sacie de tão maravilhosa visão de Deus.

Merecer tal coisa, penso eu, é o fito do que se segue: Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). Esta bem-aventurança, caríssimos, não consiste em um acordo qualquer nem em qualquer concórdia. É aquela de que fala o Apóstolo: Tende paz com Deus (Rm 5,1) e o profeta: Grande paz para os que amam tua lei e para eles não há tropeço (Sl 118,165).

Mesmo os mais estreitos laços de amizade e uma igualdade sem falha dos espíritos não podem, na verdade, reivindicar para si esta paz, se não concordarem com a vontade de Deus. Estão fora da dignidade desta paz a semelhança na cobiça dos maus, as alianças pecaminosas, os pactos para o vício. O amor do mundo não combina com o amor de Deus, nem passa para a sociedade dos filhos de Deus quem não se separa da vida carnal. Quem sempre com Deus tem em mente guardar com solicitude a unidade do espírito no vínculo da paz (Ef 4,3), jamais discorda da lei eterna, repetindo a oração da fé: Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu (Mt 6,10).

São estes os pacíficos, estes os unânimes no bem, santamente concordes, que receberão o nome eterno de filhos de Deus, coerdeiros de Cristo (cf. Rm 8,17). Porque o amor de Deus e o do próximo lhes obterão não mais sentir adversidades, não mais temer escândalo algum. Mas terminado o combate de todas as tentações, repousarão na tranquila paz de Deus, por nosso Senhor que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório Ap 12,10.12.5

R. Agora realizou-se a salvação,
o poder e a realeza do nosso Deus.
*
Por isso, alegrai-vos,
ó céu, e vós que o habitais!
V. Seu filho, porém,
foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono.
*
Por isso.

Oração

Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.