7a SEMANA DO TEMPO COMUM
III Semana do Saltério
QUINTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios
4,5-18
Fragilidade e fé de Paulo
Irmãos, 5não proclamamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, Senhor. Quanto a nós mesmos, apresentamo-nos
como vossos servos por causa de Jesus. 6Porquanto Deus,
que disse: Do meio das trevas brilhe a luz!, foi ele mesmo
quem reluziu em nossos corações, para fazer brilhar o
conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face
de Cristo.
7Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila, para
que esse incomparável poder seja de Deus e não de nós.
8Somos atribulados por todos os lados, mas não esmagados;
postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos
impasses; 9perseguidos, mas não abandonados; prostrados
por terra, mas não aniquilados. 10Incessantemente e por toda
parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de
que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso
corpo. 11Com efeito, nós, embora vivamos, somos sempre
entregues à morte por causa de Jesus, a fim de que também
a vida de Jesus seja manifestada em nossa carne mortal.
12Assim a morte trabalha em nós; a vida, porém, em vós.
13Por conseguinte, tendo o mesmo espírito de fé a
respeito do qual está escrito: Acreditei, por isto falei, cremos
também nós, e por isto falamos. 14Pois sabemos que aquele
que ressuscitou o Senhor Jesus ressuscitará também a nós
com Jesus e nos colocará ao lado dele, juntamente convosco.
15E tudo isto se realiza em vosso favor, para que a graça,
multiplicando-se entre muitos, faça transbordar a ação de
graças para a glória de Deus.
16Por isto não nos deixamos abater. Pelo contrário,
embora em nós o homem exterior vá caminhando para
a sua ruína, o homem interior se renova dia a dia. 17Pois
nossas tribulações momentâneas são leves em relação ao
peso eterno de glória que elas nos preparam até o excesso.
18Não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que
não se veem; pois o que se vê é transitório, mas o que não
se vê é eterno.
Responsório 2Cor 4,6; Dt 5,24
R. Deus que disse: Do meio das trevas brilhe a luz,
* É também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações,
para que irradiássemos o conhecimento do esplendor
de Deus,
que se reflete na face de Cristo.
V. Eis que o Senhor, nosso Deus,
nos mostrou a sua glória
e a sua grandeza,
e ouvimos a sua voz.
* É também.
Segunda leitura
Dos “Comentários sobre os Salmos”, de Santo Ambrósio,
bispo
(Ps 43,89-90: CSEL 64,324-326)
(Séc. IV)
A luz de tua face foi marcada sobre nós.
Por que voltas o rosto? Julgamos que Deus vira o rosto,
quando estamos em qualquer aflição, de modo que as trevas
se espalham sobre nossos afetos e, assim impedidos, não
conseguimos encher os olhos com o fulgor da verdade. De
fato, se Deus olhar para nosso espírito e se dignar visitar
nossa mente, podemos estar certos de que coisa alguma nos
envolverá de escuridão. Na verdade, se o rosto do homem
brilha mais do que todas as partes do corpo e, fitando-o,
ficamos conhecendo alguém antes desconhecido ou reconhecemos o já conhecido, que não se furta a nosso olhar,
quanto mais o rosto de Deus iluminará a quem olha!
Também nisto, como em tantas outras coisas, o Apóstolo,
verdadeiro intérprete de Cristo, é muito claro para iluminar
nossas mentes com melhor palavra e sentido. Assim diz:
Porque Deus, que ordenou à luz resplandecer nas trevas, refulgiu em nossos corações para o esclarecimento da ciência
da glória do Senhor na face do Cristo Jesus. Sabemos, pois,
onde Cristo em nós refulge. É o fulgor eterno das mentes,
que o Pai enviou à terra, para que em seu rosto resplandecente possamos contemplar as realidades eternas e celestes,
nós que éramos antes presa da escuridão terrena.
Por que falo de Cristo, quando até o apóstolo Pedro disse
ao paralítico de nascimento: Olha para nós? Olhou para Pedro e foi iluminado com a graça da fé; não teria recuperado
a saúde se não fosse fiel em acreditar.
Tamanha glória já enchia os apóstolos, mas Zaqueu,
tendo ouvido dizer que o Senhor Jesus passaria, subiu a
uma árvore, pois era pequeno e não podia vê-lo no meio
da multidão. Viu Cristo e encontrou a luz. Viu, portanto,
aquele que tirava dos outros e dá do que é seu.
Por que voltas o rosto? - quer dizer: mesmo que afastes,
Senhor, teu rosto de nós, no entanto, foi marcada em nós
a luz de tua face. Guardamos tal luz em nossos corações e
no íntimo da alma ela refulge. Na verdade, ninguém pode
subsistir se desviares o rosto.
Responsório Ef 5,8.11a; Hb 10,32
R. Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor.
* Andai como filhos da luz,
e não sejais participantes das
obras estéreis das trevas.
V. Recordai vossos primórdios:
Logo depois de iluminados,
sustentastes um combate de
penosos sofrimentos.
* Andai.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre
o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.