SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Solenidade
Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta introdução se
omite quando o Invitatório precede
imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Coração, arca santa, guardando
não a lei que aos antigos foi dada,
mas o dom duma nova Aliança,
no perdão e na graça firmada.
Coração, sois o novo Sacrário
da Aliança do céu com a terra,
Templo novo, mais santo que o velho,
véu que o Santo dos Santos encerra.
Vosso lado por nós foi aberto,
revelando ao olhar dos mortais
as raízes do amor invisível,
da ternura com que nos amais.
Sois sinal do amor infinito
de Jesus, que por nós se entregou,
e na cruz, sacerdote perfeito,
a perfeita oblação consumou.
Tal amor, haverá quem não ame?
Quem lhe possa ficar insensível?
Quem não busque, na paz deste lado,
o refúgio, a morada invisível?
Esta graça esperamos do Pai
e do Espírito Santo também:
no fiel Coração de Jesus
para sempre habitarmos. Amém.
Salmodia
Ant.1 Em vós
está a fonte da vida;
na torrente de vossas delícias
vós nos dais de beber água viva.
Salmo 35(36)
–2 O pecado sussurra ao ímpio *
lá no fundo do seu coração;
– o temor do Senhor, nosso Deus, *
não existe perante seus olhos.
–3 Lisonjeia a si mesmo pensando: *
'Ninguém vê nem condena o meu crime!'
–4 Traz na boca maldade e engano; *
já não quer refletir e agir bem.
=5 Arquiteta a maldade em seu leito, †
nos caminhos errados insiste *
e não quer afastar-se do mal.
–6 Vosso amor chega aos céus, ó Senhor, *
chega às nuvens a vossa verdade.
–7 Como as altas montanhas eternas *
é a vossa justiça, Senhor;
– e os vossos juízos superam *
os abismos profundos dos mares.
– Os animais e os homens salvais: *
8 quão preciosa é, Senhor, vossa graça!
– Eis que os filhos dos homens se abrigam*
sob a sombra das asas de Deus.
–9 Na abundância de vossa morada, *
eles vêm saciar-se de bens.
– Vós lhes dais de beber água viva, *
na torrente das vossas delícias.
–10 Pois em vós está a fonte da vida, *
e em vossa luz contemplamos a luz.
–11 Conservai aos fiéis vossa graça, *
e aos retos, a vossa justiça!
–12 Não me pisem os pés dos soberbos, *
nem me expulsem as mãos dos malvados!
–13 Os perversos, tremendo, caíram *
e não podem erguer-se do chão.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Em vós está a fonte da vida;
na torrente de vossas delícias
vós nos dais de beber água viva.
Ant.2 Quando
em mim o coração desfalecia,
conduzistes-me às alturas do rochedo.
Salmo 60(61)
–2 Escutai, ó Senhor Deus, minha oração, *
atendei à minha prece, ao meu clamor!
–3 Dos confins do universo a vós eu clamo, *
e em mim o coração já desfalece.
– Conduzi-me às alturas do rochedo, *
e deixai-me descansar nesse lugar!
–4 Porque sois o meu refúgio e fortaleza, *
torre forte na presença do inimigo.
–5 Quem me dera morar sempre em vossa casa *
e abrigar-me à proteção de vossas asas!
–6 Pois ouvistes, ó Senhor, minhas promessas, *
e me fizestes tomar parte em vossa herança.
–7 Acrescentai ao nosso rei dias aos dias, *
e seus anos durem muitas gerações!
–8 Reine sempre na presença do Senhor, *
vossa verdade e vossa graça o conservem!
–9 Então sempre cantarei o vosso nome *
e cumprirei minhas promessas dia a dia.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Quando em mim o coração
desfalecia,
conduzistes-me às alturas do rochedo.
Ant.3 Os
confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Salmo 97(98)
–1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
porque ele fez prodígios!
– Sua mão e o seu braço forte e santo *
alcançaram-lhe a vitória.
–2 O Senhor fez conhecer a salvação,*
e às nações, sua justiça;
–3 recordou o seu amor sempre fiel *
pela casa de Israel.
– Os confins do universo contemplaram *
a salvação do nosso Deus.
–4 Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, *
alegrai-vos e exultai!
–5 Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa *
e da cítara suave!
–6 Aclamai, com os clarins e as trombetas, *
ao Senhor, o nosso Rei!
–7 Aplauda o mar com todo ser que nele vive, *
o mundo inteiro e toda gente!
–8 As montanhas e os rios batam palmas *
e exultem de alegria,
–9 na presença do Senhor, pois ele vem, *
vem julgar a terra inteira.
– Julgará o universo com justiça *
e as nações com eqüidade.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Os confins do universo
contemplaram
a salvação do nosso Deus.
V. Eu recordo os grandes feitos do
Senhor.
R. E relembro os seus prodígios do
passado.
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos
8,28-39
O amor de Deus manifesta-se em Cristo.
Irmãos,28nós sabemos que Deus coopera em tudo para
o bem daqueles que o amam, daqueles que são chamados
segundo o seu desígnio. 29Porque os que de antemão ele conheceu, esses também predestinou a serem conformes à
imagem do seu Filho, a fim de ser ele o primogênito entre
muitos irmãos. 30E os que predestinou, também os chamou;
e os que chamou, também os justificou, e os que justificou,
também os glorificou.
31Depois disto, que nos resta a dizer? Se Deus está
conosco, quem estará contra nós? 32Quem não poupou o
seu próprio Filho e o entregou por todos nós, como não
nos haverá de agraciar em tudo junto com ele? 33Quem
acusará os eleitos de Deus? É Deus quem justifica. 34Quem
condenará? Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor,
que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que
intercede por nós?
35Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a
angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?
36Segundo está escrito:
Por sua causa somos postos à morte o dia todo, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro.
37Mas em tudo isto somos mais que vencedores, graças
àquele que nos amou.
38Pois estou convencido de que nem a morte nem a vida,
nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o
futuro, nem os poderes, 39nem a altura, nem a profundeza,
nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de
Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Responsório Ef 2,5.4b.7a
R. Quando estávamos mortos por nossos pecados,
deu-nos
vida em seu Cristo,
* Pelo amor sem limites com que Deus nos amou.
V. A fim de mostrar, nos tempos vindouros,
a imensa riqueza
da graça de Cristo.
* Pelo amor.
Segunda leitura
Das “Homilias sobre a Carta aos Romanos”, de São João
Crisóstomo, bispo
(15,1-2)
(Séc. IV)
Imensa é a bondade de Deus,
que não poupou o seu Filho
Aqueles que ele desde o princípio os conheceu, também os predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho
(Rm 8,29). Vê qual é o cume da sua glória? Aquilo que o
Unigênito é por natureza, eles assim se transformam pela
graça. Porém não lhes foi suficiente ter-lhes dito dessa forma, acrescentou algo mais ainda, dizendo: para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (Rm 8,29), querendo com
isso mostrar um parentesco manifesto sob cada aspecto.
Creio firmemente que tudo isso se refira à encarnação:
na verdade, segundo a natureza divina ele é o Unigênito.
Vê quantas e quais coisas ele nos deu? Não se pode
portanto ter dúvidas para o futuro; também em outro lugar
mostra-nos a sua solicitude, quando nos revela que todas
essas coisas estavam já, a um tempo, prefiguradas. Na
verdade, os homens mudam o seu juízo sobre um mesmo
argumento de acordo com as circunstâncias, mas o pensamento de Deus permanece imutável em todos os séculos e o
seu comportamento para conosco permanece sempre cheio
de bondade; por isso nos disse: Os que chamou, também os justificou (Rm.8,30): justificou-os regenerando-os com
o batismo. E os que justificou, também os glorificou (Rm
8,30). Glorificou-os com a graça da adoção, tornando-os
seus filhos. O que diremos então? (Rm 8,31). Como dissesse: não me falem mais de perigos, nem das insídias que
provêm de qualquer lugar. Mesmo que alguns não creiam
nas realidades futuras, não podem negar, porém, todos os
bens que receberam; por exemplo, tu não podes duvidar do
amor de Deus por ti, da justificação, da glória.
Tudo isso foi dado a ti através das coisas que pareciam
amar, e aquilo que tu consideravas humilhante: a cruz, os
flagelos, as cadeias, é justamente isso que restituiu à ordem
primitiva todo o universo. Como, pois, ele se serviu das
coisas que padeceu, porquanto parecessem funestas, para
dar a liberdade e a salvação a toda a natureza, agindo assim
naquilo que tu sofres, servindo-se disso para oferecer-te
glória e esplendor.
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).
Contra o fiel que está atento à lei de Deus nada podem nem
o homem, nem o demônio, nem qualquer outro poder. Se lhe
tiras dinheiro, preparas a sua vantagem; se falas mal dele,
justo pela tua maledicência, o tornas mais esplêndido diante
de Deus; se tu o reduzes à fome, maior será a sua glória e a
sua recompensa; se ainda, e isto é algo julgado mais grave,
o entregas à morte, tece-lhe a coroa do martírio. O que será
então comparável a essa vida, na qual nada pode atingi-lo, se
também aqueles que parecem enganá-lo não são menos úteis
do que aqueles que o cobrem de benefícios? Por isso disse:
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).
Depois, não contente de tudo o que já havia dito, como
sinal máximo do amor do Pai para conosco, e que frequentemente nos repete, acrescenta também isso: a morte do Filho.
Não somente, disse, te justificou e glorificou e tornou-te
conforme à sua imagem, mas não poupou nem mesmo o
seu Filho por ti. Portanto: Ele que não poupou o próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará todas as coisas junto com ele? (Rm 8,32). Como poderia
abandonar-nos se não poupou o seu Filho, mas o deu por
todos nós? Pensa, que grande bondade foi aquela, para não
poupar o seu Filho, mas o entregar à morte e entregá-lo
por todos: pelos vis, pelos ingratos, pelos inimigos, pelos
blasfemadores. Como não nos dará todas as coisas junto com ele? (Rm.8,32).
Ou seja: se ele nos deu o seu Filho, não somente isso,
mas se também o deu até à morte por nós, do que temes tu
por todo o resto, depois de ter recebido o Senhor? Como
podes duvidar dos outros bens se possuis o Senhor de todos
os bens?
Responsório Jo 6,57; cf. Si 15,3
R. Como o Pai, que tem a vida,
enviou-me e eu vivo pelo
Pai,
* Assim também aquele que come a minha carne viverá
por mim.
V. O Senhor o nutrirá com o pão da vida e da inteligência:
* Assim também.
Hino
TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
em latim
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A
parte
que
se
segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para
sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, alegrando-nos pela
solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as maravilhas de
seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de
graças. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.