Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 25,6-26,6
O Senhor há de preparar um banquete;
cântico dos remidos
25,6O Senhor dos Exércitos prepara para todos os povos, sobre
esta montanha, um banquete de carnes gordas, um banquete
de vinhos finos,
de carnes suculentas, de vinhos depurados.
7Ele destruiu sobre esta montanha
o véu que envolvia todos os povos
e a cortina que se estendia sobre todas as nações;
8Ele fez desaparecer a morte para sempre.
O Senhor Deus enxuga as lágrimas de todos os rostos;
ele removerá de toda a terra o opróbrio do seu povo,
porque o Senhor o disse.
9Nesse dia se dirá: Vede, este é o nosso Deus,
nele esperávamos, certos de que nos salvaria;
este é nosso Deus, em quem esperávamos.
Exultemos, alegremo-nos na sua salvação.
10Com efeito, a mão do Senhor repousará neste monte,
mas Moab será pisado sob os pés,
como se pisa a palha na cova de esterco.
11Estende as mãos no meio da montanha,
como faz o nadador para nadar,
mas acabará pondo por terra a sua própria altivez,
apesar da habilidade das suas mãos.
12A fortaleza inacessível dos teus muros,
ele a abateu, rebaixou e fê-la lamber o pó da terra.
26,1Naquele dia, cantar-se-á este cântico na terra de Judá:
Temos uma cidade forte;
para nos proteger ele nos deu muro e antemuro.
2Abri as portas da cidade, para que entre uma nação justa,
que observa a fidelidade!
3Está decidido: tu manterás a paz,
pois a paz foi confiada a ti.
4Ponde a vossa confiança no Senhor para todo o sempre,
porque o Senhor é rocha eterna.
5Com efeito, ele abateu os habitantes das alturas, a cidade
inacessível:
ele fê-la vir abaixo, vir abaixo até o chão e fê-la lamber o pó.
6Ela será pisada aos pés:
pisá-la-ão os pés dos pobres e os passos dos humildes.
Responsório Ap 21,3; Is 25,8
R. Então ouvi
grande voz vinda do trono, dizendo:
Eis a tenda de Deus no meio do povo,
seu lugar para morar.
* Será o povo
de Deus
e ele, o Deus-com-seu-povo, será o seu Deus.
V. O Senhor
destruirá fatal morte para sempre
e enxugará, de toda face, a lágrima da dor. * Será o povo.
Segunda leitura
Dos comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo
(In Ps. 109,1-3: CCL 40,1601-1603)
(Séc. V)
Deus
cumpre as suas promessas por meio de seu Filho
Deus estabeleceu não só um tempo para suas promessas, como também um tempo para a realização do que prometera. O tempo das promessas vai dos profetas a João Batista. A partir dele começa o tempo de cumprir-se o prometido.
Deus, que se fez nosso devedor, é fiel, nada recebendo de nós mas nos prometendo tão grandes bens. Pareceu-lhe pouco a simples promessa e, por isso, quis ainda comprometer-se por escrito, como que firmando conosco um contrato. Desse modo, quando começasse a cumprir as coisas prometidas, veríamos em tal escritura a ordem com que seriam realizadas. O tempo das profecias era o do anúncio das promessas, como já dissemos várias vezes.
Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de seu rosto, a sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte. É esta, de certo modo, a sua promessa final, o objeto de toda nossa aspiração. Quando a tivermos alcançado, nada mais buscaremos, nada poderemos exigir. Não deixou também de revelar o caminho que nos havia de conduzir a esses últimos fins, mas o prometeu e anunciou.
Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.
Contudo, meus irmãos, pareceria inacreditável aos homens que Deus prometesse tirá-los da sua condição mortal de corrupção, vergonha, fraqueza, pó e cinza, para torná-los semelhantes aos anjos. Por isso, não só firmou com eles um contrato que os levasse a crer, mas constituiu ainda como mediador e garantia, não um príncipe qualquer ou algum anjo ou arcanjo, mas seu Filho único. Desse modo, mostrou-nos e ofereceu-nos, por meio de seu próprio Filho, o caminho que nos levaria ao fim prometido.
Não bastou, porém, a Deus fazer seu filho indicar o caminho; quis que ele mesmo fosse o caminho, a fim de te deixares conduzir por ele, caminhando sobre ele próprio.
Para isso, o Filho único de Deus deveria vir ao encontro dos homens e assumir a natureza humana. Tornando-se homem, deveria morrer, ressuscitar, subir aos céus, sentar-se à direita do Pai e realizar entre os povos o que prometera. E, depois da realização de suas promessas entre os povos, cumprirá também a de voltar para pedir contas de seus dons, separando os que merecerão a sua ira ou sua misericórdia, tratando os ímpios como ameaçara e os justos como prometera.
Tudo isso devia ser profetizado, anunciado e recomendado, para que, ao suceder, não provocasse medo com uma vinda inesperada, mas ao contrário, sendo objeto da nossa fé, o fosse também por uma ardente esperança.
Responsório Mq 7,19; At 10,43
R. Voltará
o nosso Deus e de nós terá piedade.
* Nossos erros, nossas faltas a seus pés há de calcar
e, no fundo do oceano, lançará nossos pecados.
V. Os profetas todos dão testemunho de Jesus:
quem crer nele, obterá, por seu nome,
o perdão para todos os pecados. * Nossos erros.
Oração
Ó Deus todo-poderoso, que
nos mandais preparar o caminho do Cristo Senhor, fazei que, confortados pela
presença do divino médico, nenhuma fraqueza possa abater-nos. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.