32o DOMINGO DO TEMPO COMUM

IV Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Primeiro Livro dos Macabeus 1,1-24

Vitória e soberba dos gregos
1Depois de ter saído da terra de Cetim, Alexandre, o Macedônio, filho de Filipe, que já tinha dominado a Hélade, venceu Dario, rei dos persas e dos medos, e tornou-se rei em seu lugar. 2Empreendeu, então, numerosas guerras, apoderou-se de fortalezas e eliminou os reis da terra. 3Avançou até às extremidades do mundo e tomou os despojos de uma multidão de povos, e a terra silenciou diante dele. Assim exaltado, seu coração se elevou. 4E recrutou um exército sobremaneira poderoso, submetendo províncias, nações e soberanos, que se tornaram seus tributários. 5Depois disso tudo, caiu doente e percebeu que ia morrer. 6Convocou então seus oficiais, os nobres que tinham com ele convivido desde a mocidade e, estando ainda em vida, repartiu entre eles o reino. 7Alexandre havia reinado por doze anos quando morreu. 8Seus oficiais tomaram o poder, cada qual no lugar que lhe coube. 9Todos cingiram o diadema após sua morte e, depois deles, seus filhos, durante muitos anos. E multiplicaram os males sobre a terra.
10
Deles saiu aquele rebento ímpio, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Ele tinha estado em Roma como refém e se tornara rei no ano cento e trinta e sete da dominação dos gregos. 11Por esses dias apareceu em Israel uma geração de perversos, que seduziram a muitos com estas palavras: “Vamos, façamos aliança com as nações circunvizinhas, pois muitos males caíram sobre nós desde que delas nos separamos.” 12Agradou-lhes tal modo de falar. 13E alguns dentre o povo apressaram-se em ir ter com o rei, o qual lhes deu autorização para observarem os costumes pagãos. 14Construíram, então, em Jerusalém, uma praça de esportes, segundo os costumes das nações, 15restabeleceram seus prepúcios e renegaram a aliança sagrada. Assim associaram-se aos pagãos e se venderam para fazer o mal.
16
Ora, quando Antíoco se viu consolidado no seu trono, pretendeu apoderar-se também do Egito, a fim de reinar sobre os dois reinos. 17Invadiu, pois, o Egito à frente de um exército poderoso, com carros, elefantes (e cavaleiros) e uma grande esquadra,18e travou combate com o rei do Egito, Ptolomeu, o qual recuou diante dele e fugiu, muitos tombando feridos. 19As cidades fortificadas do Egito foram tomadas e Antíoco apoderou-se dos despojos do país. 20Tendo assim vencido o Egito no ano cento e quarenta e três e empreendendo o caminho da volta, subiu contra Israel e contra Jerusalém com um exército numeroso.
21
Entrando com arrogância no Santuário, tomou para si o altar de ouro, o candelabro com todos os seus acessórios, 22a mesa da proposição, as vasilhas para libações, as taças, os incensórios de ouro, o véu, as coroas, a decoração de ouro sobre a fachada do Templo: do qual retirou todo o revestimento. 23Tomou, além disso, a prata, e o ouro, os utensílios preciosos e os tesouros secretos que conseguiu descobrir. 24Carregando tudo isso, partiu para o seu país, depois de ter derramado muito sangue e proferido palavras de extrema arrogância.

Responsório Cf. 2Mc 7,33; Hb 12,11
R. Se, para censurar-nos e para corrigir-nos, por pouco tempo,
o nosso Deus irou-se contra nós,
* De novo ele há de se reconciliar conosco, os servos seus.
V. A correção, quando aplicada, nos parece dolorosa;
porém produzirá os frutos da justiça.
* De novo.

Segunda leitura

Da Constituição Pastoral “Gaudium et spes”, sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II
(N. 78)

(Séc. XX)

A promoção da paz
A paz não é mera ausência de guerra, nem se reduz a um equilíbrio entre as forças adversárias nem se origina de um domínio tirânico, mas com toda a propriedade se chama obra da justiça (Is 32,17). É fruto da ordem, inserida na sociedade humana por seu divino fundador e a ser realizada de modo sempre mais perfeito pelos homens que têm sede de justiça. Em seus fundamentos o bem comum do gênero humano é regido pela lei eterna. Contudo, nas contingências concretas, está sujeito a incessantes mudanças com o decorrer dos tempos. Por isso a paz nunca é conquistada de uma vez para sempre; deve ser continuamente construída. Além disso, sendo a vontade humana volúvel e marcada pelo pecado, a busca da paz exige de cada um o constante domínio das paixões e a atenta vigilância da autoridade legítima.
Isso, porém, não basta. Aqui na terra não se pode obter a paz a não ser que seja salvaguardado o bem das pessoas e que os homens comuniquem entre si, com confiança e espontaneidade, suas riquezas de coração e de inteligência. Vontade firme de respeitar a dignidade dos outros homens e povos, ativa fraternidade na construção da paz, são coisas absolutamente necessárias. Deste modo a paz será também fruto do amor, que vai além do que a justiça é capaz de proporcionar. Pois a paz terrena, oriunda do amor ao próximo, é figura e resultado da paz de Cristo, provinda de Deus Pai. Seu Filho encarnado, príncipe da paz, pela cruz reconciliou os homens com Deus. E recompondo a unidade de todos em um só povo e um só corpo, em sua carne destruiu o ódio (cf. Ef 2,16; Cl 1,20.22) , e exaltado pela ressurreição, infundiu nos corações o Espírito da caridade.
É a razão por que todos os cristãos são insistentemente chamados a que, vivendo a verdade na caridade (cf. Ef 4,15), se unam aos homens verdadeiramente pacíficos, a fim de implorar e estabelecer a paz. Movidos pelo mesmo espírito, queremos louvar calorosamente aqueles que renunciam à ação violenta para reivindicar seus direitos e recorrem aos meios de defesa, que de resto estão ao alcance dos mais fracos também, contanto que isto não venha lesar os direitos e deveres de outros ou da comunidade.

Responsório Cf. 1Cr 29,11-12; 2Mc 1,24
R. A vós pertencem, ó Senhor, o poder e a realeza;
dominais todos os povos:
* Dai a paz aos nossos dias!
V. Criador de todo ser, vós sois forte e terrível,
um Deus justo e clemente.
* Dai a paz.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.