Responsório Ap 18,2.4.5
R. Com voz
poderosa, o anjo exclamou:
Caiu Babilônia, a grande, caiu!
E ouvi outra voz do céu que dizia:
* Deixai-a,
meu povo, para que cada um
se preserve da fúria e da ira de Deus.
V. Seus pecados
chegaram ao mais alto dos céus,
e o Senhor se lembrou dos atos iníquos,
praticados por ela.
* Deixai-a,
meu povo, para que cada um
se preserve da fúria e da ira de Deus.
Segunda leitura
Do Tratado sobre o bem da paciência, de São
Cipriano, bispo e mártir
(Nn. 13 et 15: CSEL 3,406-408)
(Séc. III)
Esperamos
o que não vemos
É este o preceito salvífico de nosso Senhor e
Mestre: Quem perseverar até o fim, será
salvo (Mt 10,22). E ainda: Se
permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8,31-32).
É preciso ter paciência e perseverar, irmãos
caríssimos, para que, tendo sido introduzidos na esperança da verdade e da
liberdade, possamos chegar à verdade e à liberdade. O fato de sermos cristãos
exige que tenhamos fé e esperança, mas a paciência é necessária para que elas
possam dar seus frutos.
Nós não buscamos a glória presente, mas a
futura, como também ensina o Apóstolo Paulo:
Já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que
se vê; como pode alguém esperar o que já vê? Mas se esperamos o que não vemos,
é porque o estamos aguardando mediante a perseverança (Rm 8,24-25). A
esperança e a paciência são necessárias para levarmos a bom termo o que
começamos a ser e para conseguirmos aquilo que, tendo-nos sido apresentado por
Deus, esperamos e acreditamos.
Noutro lugar, o mesmo Apóstolo ensina os
justos, os que praticam o bem e os que acumulam para si tesouros no céu, na
esperança da felicidade eterna, a serem também pacientes, dizendo: Portanto, enquanto temos tempo, façamos o
bem a todos, principalmente aos irmãos na fé. Não desanimemos de fazer o bem,
pois no tempo devido haveremos de colher, sem desânimo (Gl 6,10.9).
Ele recomenda a todos que não deixem de fazer
o bem por falta de paciência; que ninguém, vencido ou desanimado pelas
tentações, desista no meio do caminho do mérito e da glória, e venha a perder
as boas obras já feitas, por não ter levado até o fim o que começou.
Finalmente, o Apóstolo, ao falar da caridade,
une a ela a tolerância e a paciência. A
caridade, diz ele, é paciente, é
benigna; não é invejosa, não se ensoberbece, não se encoleriza, não suspeita
mal; tudo ama, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Cor 13,4-5).
Ensina-nos, portanto, que só a caridade pode permanecer, porque é capaz de tudo
suportar.
E noutra passagem diz: Suportai-vos uns aos outros com amor; aplicai-vos a guardar a unidade
do espírito pelo vínculo da paz (Ef 4,2b-3). Provou deste modo que só é
possível conservar a união e a paz quando os irmãos se suportam mutuamente e
guardam, mediante a paciência, o vínculo da concórdia.
Responsório Cf. Hab 2,3; Hb 10,37
R. O Senhor
há de vir sem frustrar nossa espera;
* Esperemos
atentos,
pois virá com certeza, sem mais retardar.
V. Ainda
um pouco, um pouco somente
e virá o que vem.
* Esperemos.
Oração
Ó Deus, que enviastes a este
mundo o vosso Unigênito para libertar da antiga escravidão o gênero humano,
concedei aos que esperam vossa misericórdia chegar à verdadeira liberdade. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora