COMUM DAS VIRGENS

Invitatório

R. Ao Senhor, Rei das virgens, oh! vinde, adoremos.

Ou:

R.
Adoremos o Cordeiro,
a quem as virgens sempre seguem.

Salmo 94(95)

Convite ao louvor de Deus

Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’ (Hb 3,13).

1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, *
aclamemos o Rochedo que nos salva!
2 Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos! (R.)

3 Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
4 Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
5 o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. (R.)

6 Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
=7 Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. (R.)

=8 Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
“Não fecheis os corações como em Meriba, *
9 como em Massa, no deserto, aquele dia,
– em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras”. (R.)

=10Quarenta anos desgostou-me aquela raça †
e eu disse: “Eis um povo transviado, *
11seu coração não conheceu os meus caminhos!”
– E por isso lhes jurei na minha ira: *
“Não entrarão no meu repouso prometido!” (R.)

(Rezado): – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

(Cantado): Demos glória a Deus Pai onipotente
e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, †
e ao Espírito que habita em nosso peito *
pelos séculos dos séculos. Amém.

R. Ao Senhor, Rei das virgens, oh! vinde, adoremos.

Ou:

R.
Adoremos o Cordeiro,
a quem as virgens sempre seguem.

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. (Aleluia.)
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Para uma virgem:

O mais suave dos hinos
entoe o povo de Deus,
pois eis que hoje uma virgem
subiu à glória dos céus.

No exílio ainda da terra,
já se entregava ao louvor;
agora, junta-se aos santos
nos mesmos hinos de amor.

A frágil carne domando,
rosa entre espinhos floriu;
calcando as pompas do mundo,
do Cristo os passos seguiu.

As suas preces ouvindo,
Jesus nos dê sua mão,
sempre a guiar nossos passos
para a celeste mansão.

Ao Pai e ao Espírito unido,
nós te adoramos, Jesus:
caminho estreito e seguro
que à vida eterna conduz.

Para várias virgens:

Das santas virgens de Cristo
cantemos hoje o louvor;
de coração puro e casto
seguiram sempre o Senhor.

Da castidade sois lírio,
ó Rei das virgens, Jesus;
afastai longe o inimigo
que para o mal nos seduz.

Nos corações que são castos
reinais, Cordeiro de Deus;
dai o perdão do pecado,
livrai das culpas os réus.

Orando, graças vos damos.
Em sendas retas guiai-nos,
dai-nos a graça que salva,
sede indulgente, escutai-nos.

A vós, nascido da Virgem,
glória e louvor, Sumo Bem,
com vosso Pai e o Espírito
agora e sempre. Amém.

Salmodia

Ant.1 Virgem sábia e vigilante, já brilhais na eterna glória
com Jesus, o eterno Verbo, vosso Esposo imaculado.

Salmo 18 A(19)

2Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
3o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.

4Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
5seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.

6Armou no alto uma tenda para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.

7De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.


 – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Virgem sábia e vigilante, já brilhais na eterna glória
com Jesus, o eterno Verbo, vosso Esposo imaculado.

Ant.2 Todo o amor eu consagrei
a Jesus Cristo, meu Senhor;
e o preferi aos bens do mundo e à glória desta terra.

Salmo 44(45)

I

=2Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.

=3Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

4Levai vossa espada de glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;

5saí para a luta no carro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!

= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
 
6vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!
=7Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
 
8Vós amais a justiça e odiais a maldade.

= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
 
9Vossas vestes exalam preciosos perfumes.

– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
 
10 As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
 
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Todo o amor eu consagrei
a Jesus Cristo, meu Senhor;
e o preferi aos bens do mundo e à glória desta terra.

Ant.3 O Rei se encantou com a vossa beleza;
prestai-lhe homenagem: é o vosso Senhor!

II

 11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: *
“Esquecei vosso povo e a casa paterna!
 
12 Que o Rei se encante com vossa beleza! *
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

13 O povo de Tiro vos traz seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores.
14 Majestosa, a princesa real vem chegando, *
vestida de ricos brocados de ouro.

15 Em vestes vistosas ao Rei se dirige, *
e as virgens amigas lhe formam cortejo;
 
16 entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real”.

17 Deixareis vossos pais, mas tereis muitos filhos; *
fareis deles os reis soberanos da terra.
 
18 Cantarei vosso nome de idade em idade, *
para sempre haverão de louvar-vos os povos!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. O Rei se encantou com a vossa beleza;
prestai-lhe homenagem: é o vosso Senhor!

V. O caminho da vida me ensinais. 

R. Delícia eterna e alegria ao vosso lado. 

Primeira leitura

Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 7,25-40

A virgindade cristã 

Irmãos: 25A respeito das pessoas solteiras, não tenho nenhum mandamento do Senhor. Mas, como alguém que, por misericórdia de Deus, merece confiança, dou uma opinião: 26Penso que, em razão das angústias presentes, é vantajoso não se casar, é bom cada qual estar assim.27Estás ligado a uma mulher? Não procures desligar-te. Não estás ligado a nenhuma mulher? Não procures ligar-te. 28Se, porém, casares, não pecas. E, se a virgem se casar, não peca. Mas as pessoas casadas terão as tribulações da vida matrimonial; e eu gostaria de poupar-vos isso. 29Eu digo, irmãos: o tempo está abreviado. Então, que, doravante, os que têm mulher vivam como se não tivessem mulher; 30e os que choram, como se não chorassem, e os que estão alegres, como se não estivessem alegres, e os que fazem compras, como se não possuíssem adquirindo coisa alguma; 31e os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois a figura deste mundo passa. 32Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. 33O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher 34e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido. 35Digo isto para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.

36Se alguém, transbordando de paixão, acha que não vai poder respeitar sua noiva, e que as coisas devem seguir o seu curso, faça o que quiser; não peca; que se casem. 37Quem, ao contrário, por uma firme convicção, sem constrangimento, mas por livre vontade, resolve respeitar a sua noiva, fará bem. 38Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem, e quem não se casa procede melhor.

39A mulher está ligada ao marido enquanto ele vive; uma vez que o marido faleça, ela fica livre de casar com quem quiser, mas só no Senhor. 40Mais feliz será ela se permanecer assim, conforme meu conselho. Pois também creio ter o Espírito de Deus.

Responsório

R. O Rei se encantou com a tua beleza, que ele criou;
* É teu Deus, é teu Rei, teu Senhor, teu Esposo.
V. Recebeste o dote de Deus, teu Esposo:
redenção, santidade, enfeites e jóias. * É o teu Deus.

Segunda leitura

Do Tratado sobre a conduta das virgens, de São Cipriano, bispo e mártir

(Nn. 3-4. 22.23; CSEL 3,189-190.202-204)
(Séc. III)


Quanto mais a virgindade cresce em número,
mais aumenta a alegria da mãe-Igreja


Dirijo agora minha palavra às virgens, com tanto mais solicitude quanto maior é a sua glória. Elas são a flor da árvore da Igreja, beleza e ornamento da graça espiritual, fonte de alegria, obra perfeita e incorruptível de louvor e de honra, refletindo em santidade a imagem de Deus, a mais ilustre porção do rebanho de Cristo.

Por causa das virgens se alegra a mãe-Igreja, que nelas manifesta sua gloriosa fecundidade, crescendo com o número delas sua alegria materna.

É a elas que dirigimos a palavra, exortando-as mais com o afeto que nos inspiram do que com a autoridade do nosso cargo. Conscientes da nossa pequenez e humildade, não pretendemos arvorar-nos em censor, mas demonstrar a solicitude de pastor, prevenindo-vos contra as possíveis ciladas do demônio.

Não é inútil esta precaução nem vão o temor que visam o caminho da salvação, garantindo as orientações de vida que vêm do Senhor; a fim de que aquelas que se consagraram a Cristo e renunciaram aos desejos carnais se entreguem a Deus de corpo e alma, levando a bom termo seu propósito, merecedor de uma grande recompensa. E não queiram enfeitar-se ou agradar a ninguém que não seja o Senhor, de quem esperam o prêmio da virgindade.

Conservai, ó virgens, conservai o que começastes a ser. Conservai o que sereis. Grande recompensa é a vossa, magnífico o prêmio da virtude, máximo o galardão da castidade. Já começastes a ser o que seremos um dia. Já adquiristes neste mundo a glória da ressurreição; passais pelo mundo sem contagiar-vos por ele; perseverando castas e virgens, sois como os anjos de Deus. Guardai firme e fielmente a vossa virgindade, sem quebrar os vossos propósitos, não buscando adornar-vos com jóias ou vestes, mas com os enfeites da virtude.

Ouvi a voz do Apóstolo, chamado pelo Senhor vaso de eleição, que ele enviou a proclamar os mandamentos divinos: O primeiro homem, disse ele, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do céu. Como foi o homem terrestre, assim também são as pessoas terrestres; e como é o homem celeste, assim também vão ser as pessoas celestes. E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste (1Cor 15,47-49). É esta a imagem que a virgindade revela: a integridade, a santidade e a verdade.

Responsório 1Cor 7,34; Sl 72(73),26

R.
A mulher, tanto a viúva como a virgem,
* Cuida das coisas do Senhor, para ser santa,
assim no corpo como no espírito.
V. O Senhor é minha herança, é a parte que escolhi.
* Cuida.


Ou:
Do Decreto Perfectae caritatis sobre a renovação da vida religiosa, do Concílio Vaticano II

(N. 1.5.6.12 )
(Séc. XX)


A Igreja segue seu único esposo
Desde os primórdios da Igreja, existiram homens e mulheres que pela prática dos conselhos evangélicos se propuseram seguir a Cristo com maior liberdade e imitá-lo mais de perto, levando, cada qual a seu modo, uma vida consagrada a Deus. Muitos dentre eles, movidos pelo Espírito Santo, ou passaram a vida na solidão ou fundaram famílias religiosas, que a Igreja de boa vontade acolheu e aprovou com sua autoridade. Assim surgiu, por desígnio de Deus, uma admirável variedade de comunidades religiosas, que muito contribuiu para que a Igreja não apenas esteja qualificada para toda boa obra (cf. 2Tm 3,17) e preparada para o exercício do seu ministério, para edificar o Corpo de Cristo (cf. Ef 4, 12), mas também, enriquecida com os vários dons de seus filhos, se apresente qual esposa enfeitada para o seu marido (Ap 21,1) e, através dela, se manifeste a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3,10).

Em tão grande variedade de dons, todos os que são chamados à prática dos conselhos evangélicos, e os professam com fidelidade, consagram-se de maneira especial ao Senhor, seguindo a Cristo que, sendo virgem e pobre, redimiu e santificou os homens pela obediência até a morte de cruz (cf. Fl 2,8). Movidos assim pela caridade que o Espírito Santo derramou em seus corações, vivem cada vez mais para Cristo e para o seu corpo, isto é, a Igreja (Cl 1,24). Por conseguinte, quanto mais fervorosamente se unem a Cristo, por essa doação de si mesmos que abrange a vida toda, tanto mais se enriquece a vida da Igreja e mais vigorosamente fecundo se torna seu apostolado.

Os membros de cada instituto recordem antes de mais nada que, pela profissão dos conselhos evangélicos, responderam a um chamado divino, de forma que não apenas morrendo para o pecado, mas também renunciando ao mundo, vivam exclusivamente para Deus. Colocaram toda a sua vida ao serviço de Deus, o que constitui uma consagração especial, que está intimamente radicada na consagração do batismo e a exprime mais plenamente.

Os que professam os conselhos evangélicos, acima de tudo, busquem e amem a Deus, que primeiro nos amou; e procurem em todas as circunstâncias cultivar a vida escondida com Cristo em Deus, da qual deriva e recebe estímulo o amor do próximo para a salvação do mundo e a edificação da Igreja. É também esta caridade que anima e dirige a própria prática dos conselhos evangélicos.

A caridade que os religiosos professam por causa do Reino dos Céus (Mt 19,12) deve ser considerada como um precioso dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem para que se inflame mais na caridade para com Deus e para com todos os homens; por isso ela é um sinal peculiar dos bens celestes e um meio eficacíssimo para levar os religiosos a se dedicarem generosamente ao serviço de Deus e às obras de apostolado. Assim, eles dão testemunho, perante todos os fiéis cristãos, daquela admirável união estabelecida por Deus e que há de manifestar-se plenamente na vida futura, pela qual a Igreja tem a Cristo como seu único Esposo.

Responsório

R.
Virgem de Cristo, como é grande a tua beleza!
* Do Senhor tu mereceste receber
a coroa da perpétua virgindade.
V. Nada pode arrebatar-te a grande glória
da tua virgindade consagrada,
nem separar-te do amor de Jesus Cristo. * Do Senhor.

Oração

Não havendo oração própria, diz-se uma das seguintes:
Ó Deus, que prometestes habitar nos corações puros, dai-nos, pela intercessão da virgem santa N., viver de tal modo, que possais fazer em nós vossa morada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ou:
Atendei, ó Deus, nossa oração para que, recordando as virtudes da virgem santa N., mereçamos permanecer e crescer sempre mais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Para várias virgens:

Ó Deus, mostrai-nos sempre mais a vossa misericórdia, e, ao celebrarmos com alegria a festa das virgens santa N. e santa N., concedei-nos também o seu eterno convívio. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.