Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 32,15–33,6

Promessa de salvação ao que espera no Senhor

Naqueles dias, 32,15será derramado sobre nós o Espírito do alto. Então o deserto se transformará em vergel, e o vergel será tido como floresta. 16O direito habitará no deserto e a justiça morará no vergel. 17O fruto da justiça será a paz, e a obra da justiça consistirá na tranquilidade e na segurança para sempre. 18Meu povo habitará em moradas de paz, em mansões seguras e em lugares tranquilos. 19Embora a floresta venha abaixo, embora a cidade seja humilhada, 20sereis felizes, semeando junto de águas abundantes, deixando andar livres os bois e os jumentos. 33,1Ai de ti que destróis quando não foste destruído, que ages traiçoeiramente, quando não foste traído! Quando tiveres acabado de devastar, serás devastado; quando acabareis tua traição, serás traído. 2Senhor, tem misericórdia de nós, pois em ti esperamos. Sê nosso braço de manhã em manhã; sim, sê a nossa salvação no tempo da angústia. 3À voz do teu tumulto fogem os povos; quando te ergues, dispersam-se as nações. 4Vosso despojo é amontoado como se amontoam lagartas; atiram-se todos sobre ele como se atiram os gafanhotos. 5O Senhor é exaltado, pois está entronizado nas alturas; ele assegura abundantemente a Sião o direito e a justiça. 6Nisto estará a segurança dos teus dias: a sabedoria e o conhecimento são a riqueza capaz de salvar- te, o temor do Senhor, eis o seu tesouro.

Responsório Is 32,18.17; Jo 14,27

R. O meu povo habita com segurança,
em residências quietas e tranqüilas.

* O fruto da justiça será a paz.

V. Eu vos deixo a minha paz!
Que o vosso coração não se perturbe, nem receie.
*
O fruto.

Segunda leitura
Da Constituição dogmática Dei Verbum sobre a revelação divina, do Concílio Vaticano II

(N. 3-4)
(Séc. XX)

Cristo é a plenitude da revelação

Deus, criando e conservando pelo seu Verbo o universo, apresenta aos homens, nas coisas criadas, um contínuo testemunho de si mesmo; além disso, querendo abrir o caminho da salvação eterna, manifestou-se desde o princípio a nossos primeiros pais.

Depois que eles caíram, com a promessa da redenção, deu-lhes a esperança da salvação e cuidou sem cessar do gênero humano, a fim de dar a vida eterna a todos os que buscam a salvação perseverando na prática das boas obras.

No tempo próprio, chamou Abraão para fazer dele um grande povo; depois dos patriarcas, ensinou esse povo, por meio de Moisés e dos profetas, a conhecê-lo como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e Juiz justo, e a esperar o Salvador prometido. E assim, ao longo dos séculos, preparou o caminho para o Evangelho. Mas depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos por meio dos profetas, nestes dias que são os últimos, Deus nos falou por meio do seu Filho (cf. Hb 1,1-2). Com efeito, ele enviou seu Filho, o Verbo eterno que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e dar-lhes a conhecer os segredos de Deus.

Jesus Cristo, portanto, o Verbo feito carne, homem enviado aos homens, fala as palavras de Deus (Jo 3,34) e consuma a obra da salvação que o Pai lhe confiou. Assim, ele – quem o vê, vê também o Pai – por toda a sua presença e por tudo o que manifesta de si mesmo, por suas palavras e obras, seus sinais e milagres, mas sobretudo por sua morte e gloriosa ressurreição dentre os mortos, e finalmente pelo envio do Espírito da Verdade, aperfeiçoa e completa a revelação, confirmando com o testemunho divino a revelação de que Deus está conosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar para a vida eterna.

A economia cristã, portanto, que é a nova e definitiva aliança, jamais passará; já não há nova revelação pública a esperar antes da manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo.

Responsório Is 30,20-21; Dt 18,15

R. Verás, com os teus olhos, o Mestre que te ensina;

* Ouvirás, com teus ouvidos, as palavras que dirão:
É  este o caminho, por ele caminhai!

V. O Senhor fará surgir um profeta de tua gente
e dentre os teus irmãos. * Ouvirás.

Oração

Senhor nosso Deus, somos servos indignos e reconhecemos com tristeza as nossas faltas. Dai-nos a alegria do advento do vosso Filho que vem para nos salvar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.