SANTO ESTÊVÃO, O PRIMEIRO
MÁRTIR
Festa
Ofício
das Leituras
V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Devidamente celebremos
de Estêvão mártir toda a glória.
Ele, o primeiro no combate,
recebe a palma da vitória.
Às testemunhas mentirosas,
mártir fiel, tu te opuseste,
vendo Jesus, do Pai à destra,
no esplendor da luz celeste.
Agora, mártir, te rogamos:
depressa, vem nos ajudar.
A tua prece nos alcance
junto dos santos um lugar.
Banhado outrora no teu
sangue,
brilhas no céu com grande luz.
Reza por nós, para contigo
vermos a glória de Jesus.
Tais dons conceda o Menino,
que duma Virgem nos nasceu,
e com o Pai e o Espírito
eterno reina sobre os céus.
Salmodia
Ant. 1 Cheio do Espírito
Santo,
viu Estêvão a glória de Deus
e Jesus à direita do Pai.
Salmo 2
–1 Por que os povos
agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis
de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
–3 “Vamos quebrar
suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–4 Ri-se deles
o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–5 Ele, então,
em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
–6 “Fui eu mesmo
que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto
do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=8 Podes pedir-me,
e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–9 Com cetro férreo
haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”
–10 E agora,
poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
–11 Com temor
servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
–12 Se o irritais,
perecereis pelo caminho, *
pois
depressa se acende a sua ira!
– Felizes
hão
de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Cheio do Espírito
Santo,
viu Estêvão a glória de Deus
e Jesus à direita do Pai.
Ant. 2 Estêvão, de joelhos,
clamou em alta voz:
Senhor Jesus, não lhes leveis em conta este pecado.
Salmo 10(11)
=1 No Senhor encontro abrigo; †
como, então, podeis dizer-me: *
'Voa aos montes, passarinho!
–2 Eis os ímpios de arcos tensos, *
pondo as flechas sobre as cordas,
– e alvejando em meio à noite *
os de reto coração!
=3 Quando os próprios fundamentos †
do universo se abalaram, *
o que pode ainda o justo?'
–4 Deus está no templo santo, *
e no céu tem o seu trono;
– volta os olhos para o mundo, *
seu olhar penetra os homens.
–5 Examina o justo e o ímpio, *
e detesta o que ama o mal.
=6 Sobre os maus fará chover †
fogo, enxofre e vento ardente, *
como parte de seu cálice.
–7 Porque justo é nosso Deus, *
o Senhor ama a justiça.
– Quem tem reto coração *
há de ver a sua face.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Estêvão, de joelhos,
clamou em alta voz:
Senhor Jesus, não lhes leveis em conta este pecado.
Ant. 3 Não podiam resistir
ao Espírito
e à sabedoria de Estêvão.
Salmo 16(17)
–1 Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, *
escutai-me e atendei o meu clamor!
– Inclinai o vosso ouvido à minha prece, *
pois não existe falsidade nos meus lábios!
–2 De vossa face é que me venha o julgamento, *
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.
=3 Provai meu coração durante a noite, †
visitai-o, examinai-o pelo fogo, *
mas em mim não achareis iniqüidade.
–4 Não cometi nenhum pecado por palavras, *
como é costume acontecer em meio aos homens.
– Seguindo as palavras que dissestes,*
andei sempre nos caminhos da Aliança.
–5 Os meus passos eu firmei na vossa estrada, *
e por isso os meus pés não vacilaram.
–6 Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, *
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
=7 Mostrai-me vosso amor maravilhoso, †
vós que salvais e libertais do inimigo *
quem procura a proteção junto de vós.
–8 Protegei-me qual dos olhos a pupila *
e guardai-me, à proteção de vossas asas,
–9 longe dos ímpios violentos que me oprimem, *
dos inimigos furiosos que me cercam.
–10 A abundância lhes fechou o coração, *
em sua boca há só palavras orgulhosas.
–11 Os seus passos me perseguem, já me cercam, *
voltam seus olhos contra mim: vão derrubar-me,
–12 como um leão impaciente pela presa, *
um leãozinho espreitando de emboscada.
–13 Levantai-vos, ó Senhor, contra o malvado, *
com vossa espada abatei-o e libertai-me!
–14 Com vosso braço defendei-me desses homens, *
que já encontram nesta vida a recompensa.
= Saciais com vossos bens o ventre deles, †
e seus filhos também hão de saciar-se *
e ainda as sobras deixarão aos descendentes.
–15 Mas eu verei, justificado,a vossa face *
e ao despertar me saciará vossa presença.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Não podiam resistir
ao Espírito
e à sabedoria de Estêvão.
V. Tribulação e sofrimento me assaltaram.
R. Minhas delícias são os vossos mandamentos.
Primeira leitura
Dos Atos dos Apóstolos 6,8–7,1-2.44-60–8,1
O
martírio de Estêvão
6,8 Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9 Mas alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos, junto com sirenenses e alexandrinos, e alguns da Cilícia e da Ásia, começaram a discutir com Estêvão. 10 Porém, não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. 11 Então subornaram alguns indivíduos, que disseram: “Ouvimos este homem dizendo blasfêmias contra Moisés e contra Deus”. 12 Desse modo, incitaram o povo, os anciãos e os doutores da Lei, que prenderam Estêvão e o conduziram ao Sinédrio. 13 Aí apresentaram falsas testemunhas, que diziam: “Este homem não cessa de falar contra este lugar santo e contra a Lei. 14 E nós o ouvimos afirmar que Jesus Nazareno ia destruir este lugar e ia mudar os costumes que Moisés nos transmitiu”. 15 Todos os que estavam sentados no Sinédrio tinham os olhos fixos sobre Estêvão, e viam seu rosto como o rosto de um anjo.
7,1 O Sumo Sacerdote disse a Estêvão: “As coisas são assim mesmo, como dizem?" 2 Ele então respondeu: “Irmãos e pais, ouvi! 44 Nossos antepassados no deserto tinham a Tenda do testemunho. Deus, falando a Moisés, mandou que a construísse conforme o modelo que tinha visto. 45 Nossos pais receberam a Tenda e, sob a direção de Josué, a levaram para a terra daquelas nações que Deus expulsou diante de nossos pais. E a Tenda ficou ali até o tempo de Davi. 46 Mas Davi encontrou graça diante de Deus, e lhe pediu permissão para construir uma casa para o Deus de Jacó. 47 No entanto, foi Salomão quem construiu a casa. 48 Mas o Altíssimo não mora em casa feita por mãos humanas, conforme diz o profeta: 49 ‘O céu é o meu trono, e a terra é o estrado dos meus pés. Que casa construireis para mim? – diz o Senhor. E qual será o lugar do meu descanso? 50 Não foi minha mão que fez todas essas coisas?’
51 Homens de cabeça dura e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resististes ao Espírito Santo e como vossos pais agiram, assim fazeis vós! 52 A qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram aqueles que anunciavam a vinda do Justo, do qual, agora, vós vos tornastes traidores e assassinos. 53 Vós recebestes a Lei, por meio dos anjos, e não a observastes!”
54 Ao ouvir essas palavras, eles ficaram enfurecidos e rangeram os dentes contra Estêvão. 55 Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. 56 E disse: “Estou vendo o céu aberto, e o filho do Homem, de pé, à direita de Deus”. 57 Mas eles, dando grandes gritos e, tapando os ouvidos, avançaram todos juntos contra Estêvão; 58 arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo. 59 Enquanto o apedrejavam, Estêvão clamou dizendo: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”. 60 Dobrando os joelhos, gritou com voz forte: “Senhor, não os condenes por este pecado”. E, ao dizer isto, morreu. 8,1 Saulo era um dos que aprovavam a execução de Estêvão.
Responsório Cf. At
7,55
R. Estêvão viu os céus
se abrirem e entrou;
* Feliz é este homem, para o qual os céus se abriram!
V. Ao fragor daquelas pedras,
qual
violenta
tempestade,
que arrastava o santo mártir, refulgiu dos altos céus,
para ele a Luz divina. *
Feliz.
Segunda leitura
Dos Sermões de São Fulgêncio de Ruspe, bispo
(Sermo 3,1-3.5-6: CCL 91 A, 905-909)
(Séc. VI)
As
armas da caridade
Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje celebramos o martírio triunfal do seu soldado.
Ontem o nosso Rei,
revestido
de nossa carne e saindo da morada de um seio virginal, dignou-se
visitar o
mundo; hoje o soldado, deixando a tenda de seu corpo, parte vitorioso
para o
céu. O nosso Rei, o Altíssimo, veio por nós na humildade, mas não pôde
vir de
mãos vazias. Trouxe para seus soldados um grande dom, que não apenas os
enriqueceu imensamente, mas deu-lhes uma força invencível no combate:
trouxe o
dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus. Ao repartir tão
liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre:
enriquecendo de
modo admirável a pobreza dos seus fiéis, ele conservou a plenitude dos
seus
tesouros inesgotáveis. Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à
terra,
elevou Estêvão da terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo
logo
refulgiu no soldado.
Estêvão, para alcançar a
coroa que seu nome significa, tinha por arma a caridade e com ela
vencia em
toda parte. Por amor a Deus não recuou perante a hostilidade dos
judeus, por
amor ao próximo intercedeu por aqueles que o apedrejavam. Por esta
caridade,
repreendia os que estavam no erro para que se emendassem, por caridade
orava
pelos que o apedrejavam para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade,
venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter como companheiro no céu
aquele
que tivera como perseguidor na terra. Sua santa e incansável caridade
queria
conquistar pela oração a quem não pudera converter pelas admoestações.
E agora Paulo se alegra com Estêvão, com Estêvão frui da glória de Cristo, com Estêvão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estêvão chegou primeiro, martirizado pelas pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas orações de Estêvão. É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais da morte de Estêvão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque em ambos triunfa a caridade. Em Estêvão, a caridade venceu a crueldade dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a caridade mereceu a posse do reino dos céus.
A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo. Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da perfeição.
Responsório
R. Ontem Cristo na terra
nasceu,
para que Estêvão nascesse nos céus;
ontem Cristo entrou neste mundo,
* Para que Estêvão entrasse nos céus.
V. Revestido de carne
humana,
saindo do seio da Virgem,
nosso Rei se dignou visitar-nos.
* Para que.
Hino
Te Deum
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para
sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ensinai-nos, ó Deus, a
imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos, pois
festejamos
Santo Estêvão, vosso primeiro mártir, que soube rezar por seus
perseguidores.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.