Do Segundo Livro dos Reis
15,1-5.32-35; 16.1-8
Reinados de Ozias, Joatão e Acaz em Judá
15,1No vigésimo sétimo ano de Jeroboão, rei de Israel,
Ozias, filho de Amasias, tornou-se rei em Judá. 2Tinha dezesseis anos quando começou a reinar e reinou cinquenta e
dois anos em Jerusalém; sua mãe chamava-se Jequelias e
era de Jerusalém. 3Fez o que é agradável ao Senhor, como
tudo o que fizera seu pai Amasias. 4Entretanto, os lugares
altos não desapareceram e o povo continuava a oferecer
sacrifícios e incenso nos lugares altos.
5Mas o Senhor castigou o rei e ele foi atacado de lepra
até o dia de sua morte. Permaneceu confinado num quarto;
seu filho Joatão regia o palácio e administrava o povo.
32No segundo ano de Faceia, filho de Romelias, rei de
Israel, Joatão, filho de Ozias, tornou-se rei de Judá. 33Tinha
vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalém; sua mãe chamava-se Jerusa e era
filha de Sadoc. 34Fez o que é agradável aos olhos do Senhor,
imitando em tudo a conduta de seu pai Ozias. 35Entretanto,
os lugares altos não desapareceram e o povo continuou a
oferecer sacrifícios e incenso nos lugares altos.
Foi ele que construiu a Porta Superior do Templo do
Senhor.
16,1No décimo sétimo ano de Faceia, filho de Romelias,
Acaz, filho de Joatão, tornou-se rei de Judá. 2Acaz tinha
vinte anos quando começou a reinar e reinou dezesseis
anos em Jerusalém. Não fez o que é agradável aos olhos do
Senhor, seu Deus, como havia feito Davi, seu antepassado.
3Imitou a conduta dos reis de Israel, e chegou a fazer passar
seu filho pelo fogo, segundo os costumes abomináveis das
nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas. 4Ofereceu sacrifícios e incenso nos lugares altos, nas
colinas e debaixo de toda árvore verdejante.
5Então Rason, rei de Aram, e Faceia, filho de Romelias,
rei de Israel, partiram para atacar Jerusalém, assediaram
Acaz, mas não puderam vencê-lo.
6Na mesma época,
Rason, rei de Aram, reconquistou Elat Edom, expulsou os
judaítas de Elat, os edomitas a ocuparam e lá permanecem
até hoje. 7Então Acaz enviou mensageiros a Teglat-Falasar,
rei da Assíria, para dizer-lhe: “Sou teu servo e teu filho. Vem
libertar-me das mãos do rei de Aram e do rei de Israel, que
se insurgiram contra mim.” 8Acaz tomou a prata e o ouro
que havia no Templo do Senhor e nos tesouros do palácio
real e os enviou como presente ao rei da Assíria.
Responsório Sb 6,1.21; Pr 1,7
R. Escutai, reis e entendei;
instruí-vos juízes dos confins
da terra.
* Soberanos dos povos honrai a sabedoria.
V. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
* Soberanos.
Dos “Discursos sobre o Advento”, de Santo Elredo, abade
A terra inteira está cheia da glória do Senhor
No ano em que o rei Osias morreu, eu vi o Senhor assentado sobre um trono alto e elevado. A terra inteira está
cheia de sua glória (Is 6,1.3) O tempo desejável, tempo
favorável, tempo que todo santo anseia pedindo todos os
dias na oração: Venha o teu reino, seja feita a tua vontade
assim na terra como no céu (Mt.6,10). A terra inteira está
cheia de sua glória. Vejo esta terra em que piso, sinto esta
terra que sou eu: numa e noutra cansaço; numa e noutra,
gemidos; numa e noutra, ira; em lugar da majestade de Deus.
Ainda reina o príncipe deste mundo nos filhos da incredulidade. A cada dia se ergue contra os que acreditam e, com
maior dificuldade, se encontra um dos santos que não esteja
atento ao seu ataque. E ainda assim a terra está cheia de sua
glória. Sei, com toda a certeza, que esta terra em que piso
será libertada da escravidão da corrupção e aí então haverá
novos céus e nova terra, e aquele que se assentará sobre o
trono diz: Eis que faço novas todas as coisas (Ap 21,5). Mas
também esta terra que carrego comigo estará cheia da glória
de Deus. Por agora, a terra, maldita em Adão, produz para
mim espinhos e ruínas. É uma terra enfraquecida e enferma,
preguiçosa e cansativa, sujeita a tantas paixões, submissa
a tantas enfermidades. Mas porque te desfaleces minha
alma, a gemer dentro de mim? (Sl 41,6). A terra inteira se
encherá de sua glória.
Quando isso acontecerá? Depois de “estar assentado
sobre o trono alto e elevado”, transfigurará o nosso mísero
corpo para configurá-lo ao seu corpo glorioso (Fl 3,21);
quando aquela glória que apareceu no corpo do Senhor
transfigurado no monte aparecer em nossa terra, acolhida depois da ressurreição na imortalidade eterna. Então
cantaremos um cântico novo, e se ouvirá a voz de alegria
e de exultação nas tendas dos justos: Eis que o inverno já
passou, e a chuva cessou, foi-se embora, as flores brotam
nos campos (Ct 2,11-12).
Então, saberemos como será esta nossa transformação;
agora porém a nossa carne é mortal, ou seja, está morta:
O corpo, como diz o Apóstolo, está morto por causa do
pecado (Rm 8,10). Portanto, está morto, imundo, doente,
ignóbil, perecendo. Mas estará cheio da glória do Senhor,
que vivificará a nossa carne morta: imunda, purificá-la-á;
doente, curá-la-á; perecendo, torná-la-á eterna. E, se a futura
felicidade do corpo será assim tão grande, me pergunto quão
grande será então a alegria da alma.
O motivo da nossa alegria será a contemplação do Criador na criatura, o amor do Criador em si mesmo, o louvor do
Criador em si mesmo e na criatura. A orla de seu manto enchia o templo (Is 6,1). Qual templo? O templo de Deus, que
sois vós, é santo (1Cor 3,17) diz o Apóstolo. Mesmo que,
mediante a alma, também os nossos corpos sejam templo
de Deus, a alma é de maneira particular o templo de Deus.
É este o templo de Deus no qual, enquanto se desenvolve a
vida presente, oferecemos a Deus o sacrifício que Ele não
despreza: um coração contrito e humilhado. Este é o templo
em que, terminada a corrupção desta carne e transferidos
para o reino do esplendor eterno, quando Deus enxugará
todas as lágrimas de nossos olhos, ofereceremos a Deus
um sacrifício de louvor, como Ele próprio diz por meio do
profeta: O sacrifício de louvor me honra (Sl 49,23).
Ó Senhor, que neste tempo presente, o sacrifício da nossa
contrição te aplaque, a fim de que, quando te assentares sobre o trono alto e elevado, te honre o sacrifício de louvor.
Responsório Sl 71(72) ,18-19
R. Bendito seja o Senhor,
Deus de Israel, só Ele faz ma-
ravilhas.
*Bendito seja eternamente seu nome glorioso.
V. E que toda a terra se encha de sua glória.
Amém! Amém!
*Bendito seja.