Ofício das Leituras
 
Primeira leitura

Do Livro do Profeta Isaías 16,1-5; 17,4-8

 
Os moabitas refugiam-se no reino de Judá.
Conversão de Efraim
16,1 Enviai um cordeiro ao dominador da terra,
desde Pedra, no deserto, ao monte de Sião.
2 Acontecerá que as cidades de Moab
fugirão para os baixios do Arnon,
como aves e seus filhotes que saem voando,
abandonando os ninhos.
3 Dá um conselho, toma uma decisão;
faze escurecer como noite a tua sombra ao meio-dia,
esconde os fugitivos, não denuncies os errantes.
4 Deixa morar contigo os fugitivos de Moab;
serve-lhes de esconderijo contra o devastador;
pois a opressão se acabou,
a devastação chegou ao fim,
desapareceu da terra o invasor.
5 O trono se firmará sobre a misericórdia;
sentar-se-á sobre ele, com toda a verdade,
na terra de Davi, um juiz que busca a justiça
e sabe ministrá-la com rapidez.
17,4 “Naquele dia, diminuirá a glória de Jacó,
sua robustez perderá vigor;
5 será como o ceifeiro que agarra os caules
e com o braço colhe espigas;
ou como o catador de espigas no vale de Rafaim;
6 ali não será deixado senão um cacho de uvas;
ou será como ao sacudir-se a oliveira,
em que ficam duas ou três azeitonas na ponta do galho;
ou será ainda como quando ficam
quatro ou cinco frutas no alto da árvore”,
diz o Senhor Deus de Israel.
7 Naquele dia, o homem se voltará para o seu criador
e olhará só para o Deus Santo de Israel;
8 não prestará atenção aos altares
que suas mãos fabricaram
e seus dedos aperfeiçoaram;
nem olhará para bosques e altares de incenso.

Responsório Cf. Jr 33,15.16; Is 16,5
R. De Davi farei brotar um rebento de justiça
que tra de novo à terra o direito e a justiça.

* Será este o seu nome: “Senhor, nossa justiça”.
V. O seu trono tem por base o amor e a compaixão;
juiz justo julga com justiça e retidão.

* Será este.
 
Segunda leitura


Do Comentário sobre o Diatéssaron, de Santo Efrém, diácono


(Cap. 18,15-17; SCh 121,325-328).

(Séc. IV)
 
Vigiai: Cristo virá de novo
Para impedir que os discípulos o interrogassem sobre o momento de sua vinda, disse-lhes Cristo: Aquela hora ninguém a conhece, nem os anjos nem o Filho. Não vos compete saber o tempo e o momento (cf. Mc 13,32-33). Ocultou-nos isso para que ficássemos vigilantes e cada um de nós pudesse pensar que esse acontecimento se daria durante a nossa vida. Se tivesse revelado o tempo de sua vinda, esta deixaria de ter interesse e não seria mais desejada pelos povos da época em que se manifestará. Ele disse que viria, mas não declarou o momento e por isso as gerações e todos os séculos o esperam ardentemente.
Embora o Senhor tenha dado a conhecer os sinais de sua vinda, não se vê exatamente o último deles, pois numa mudança contínua, esses sinais apareceram e passaram e, por outro lado, ainda perduram. Sua última vinda será igual à primeira.
Os justos e os profetas o desejavam, pensando que se manifestaria em seu tempo; do mesmo modo, cada um dos fiéis de hoje deseja recebê-lo em sua época, pois ele não disse claramente o dia em que viria. E isto sobretudo para ninguém pensar que está submetido a uma determinação e hora, ele que domina os números e os tempos. Como poderia estar oculto àquele que descreveu os sinais de sua vinda, o que ele próprio estabeleceu? O Senhor pôs em relevo esses sinais para que, desde o primeiro dia, os povos de todos os séculos pensassem que ele viria no próprio tempo deles.
Permanecei vigilantes porque, quando o corpo dorme, é a natureza que nos domina e nossa atividade é então dirigida, não por nossa vontade, mas pelos impulsos da natureza. E quando a alma está dominada por um pesado torpor, como por exemplo a pusilanimidade ou a tristeza, é o inimigo que a domina e a conduz, mesmo contra a sua vontade. Os impulsos dominam a natureza e o inimigo domina a alma.
Por isso, o Senhor recomendou ao homem a vigilância tanto da alma como do corpo: ao corpo, para que se liberte da sonolência; e à alma, para que se liberte da indolência e pusilanimidade. Assim diz a Escritura: Vigiai, justos (cf. 1Cor 15,34); e também: Despertei e ainda estou contigo (cf. Sl 138,18); e ainda: Não desanimeis (cf. Jo 16,33). Por isso não desanimamos no exercício do ministério que recebemos (2Cor 4,1).
 
Responsório Is 55,3-4; At 28,28

R. Convosco hei de fazer uma eterna aliança,
fiel ao meu amor, a Davi, meu servidor!

*
Eu fiz dele testemunha entre os povos do universo,
guia e mestre das nações.

V.
Às nações foi enviada a salvação que é Jesus Cristo
e haverão de rece-la. * Eu fiz dele.

Oração

Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.