1a SEMANA DO TEMPO COMUMI Semana do SaltérioTERÇA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Livro do Eclesiástico 11,12-30Confiar somente em Deus12Há homens fracos que precisam de ajuda,
carentes de bens e ricos de miséria,
13mas o Senhor os observa com benevolência
e os reergue de sua humilhação.
Ele levanta a sua cabeça
e muitos se admiram disso.
14Bem e mal, vida e morte,
pobreza e riqueza, tudo vem do Senhor.
15A sabedoria, a ciência
e o conhecimento da lei vêm do Senhor;
vêm dele a caridade e a prática das boas obras.
16O erro e as trevas são criados para os pecadores;
os que se comprazem no mal, no mal envelhecem.
17O dom de Deus permanece com os justos
e a sua benevolência terá sempre sucesso.
18Há quem se enriquece por avareza,
mas esta será a recompensa
19daquele que disser: "Agora posso descansar,
agora vou comer dos meus bens ;
20não sabe quando virá aquele dia,
em que a morte se aproximar,
e deixará tudo a outros, e morrerá.
21Permanece firme na tua tarefa, ocupa-te bem dela
e envelhece na tua profissão.
22Não admires a conduta dos pecadores,
mas confia em Deus e permanece no teu trabalho.
23Pois é fácil aos olhos de Deus
enriquecer um pobre, num instante.
24A bênção de Deus é a recompensa do justo,
num instante faz aparecer o seu sucesso.
25Não digas: "De que coisa tenho necessidade?
De agora em diante que é que ainda me falta?
26Não digas: "Tenho de tudo o bastante,
de agora em diante que desgraça me poderá atingir?
27No dia feliz não te esqueças dos males,
e no dia infeliz não te esqueças do bem;
28pois é fácil para Deus, no dia da morte,
retribuir a cada um segundo os seus atos.
29O tempo de desventura faz esquecer as delícias,
e é na sua última hora
que as obras de um homem são reveladas.
30Antes da morte não louves homem algum,
pois no seu fim é que se conhece o homem.Responsório Eclo 11,19.10; cf. Lc 12,17.18R. Por assim falar o rico: Alcancei o meu repouso,
vou agora desfrutar, eu sozinho, de meus bens,
* Não reflete que a morte se aproxima e ao morrer,
deixa tudo para os outros.V. Diz o rico para si: Ponho abaixo meus celeiros
e farei outros maiores para ali armazenar
os meus bens que acumulei. * Não reflete.Segunda leitura
Da Regra mais longa, de São Basílio Magno, bispo(Resp. 2,1: PG 31,908-910)
(Séc. IV)
Possuímos inata capacidade de amarO amor de
Deus não é matéria de ensino nem de prescrições. Não aprendemos de
outrem a alegrar-nos com a luz, ou a desejar a vida, ou a amar os pais
ou educadores. Assim – ou melhor, com muito mais razão –, não se
encontra o amor de Deus na disciplina exterior. Mas, quando é criado, o
ser vivo, isto é, o homem, a força da razão foi, como semente, inserida
nele, uma força que contém em si a capacidade e a inclinação de amar.
Logo que entra na escola dos divinos preceitos, o homem toma
conhecimento desta força, apressando-se em cultivá-la com ardor,
nutri-la com sabedoria e levá-la à perfeição, com o auxílio de Deus.Sendo
assim, queremos provar vosso empenho em atingir este objetivo. Pela
graça de Deus e contando com as vossas preces, nós nos esforçaremos,
segundo a capacidade dada pelo Espírito Santo, por suscitar a centelha
do amor divino escondida em vós.Antes de
mais nada, nós dele recebemos antecipadamente a força e a capacidade de
pôr em prática todos os mandamentos que Deus nos deu. Por isso não nos
aflijamos como se nos fosse exigido algo de incomum, nem nos tornemos
vaidosos pensando que damos mais do que havíamos recebido. Se usarmos
bem destas forças, levaremos uma vida virtuosa; no entanto, mal
empregadas, cairemos no pecado.Ora, o
pecado se define como o mau uso, o uso contrário à vontade de Deus
daquilo que ele nos deu para o bem. Pelo contrário, a virtude, como Deus
a quer, é o desenvolvimento destas faculdades que brotam da consciência
reta, segundo o preceito do Senhor.O
mesmo diremos da caridade. Ao recebermos o mandamento de amar a Deus, já
possuímos capacidade de amar, plantada em nós desde a primeira criação.
Não há necessidade de provas externas: cada qual por si e em si mesmo
pode descobri-la. De fato, nós desejamos, naturalmente, as coisas boas e
belas, embora, à primeira vista, algumas pareçam boas e belas a uns e
não a outros. Amamos também, sem ser necessário que nos ensinem nossos
parentes e amigos e temos espontaneamente grande amizade por nossos
benfeitores.O que haverá, pergunto então,
de mais admirável do que a beleza divina? Que coisa pode haver mais
suave e deliciosa do que a meditação da magnificência de Deus? Que
desejo será mais veemente e violento do que aquele inserido por Deus na
alma liberta de toda impureza e que lhe faz dizer do fundo do coração: Estou ferida de amor? É na verdade totalmente indescritível o fulgor da beleza de Deus.Responsório Sl 17(18),2b-3bR. Eu vos amo, ó Senhor, sois minha força,
* Minha rocha, meu refúgio e Salvador!V. Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga,
sois meu escudo e proteção: Em vós espero!
* Minha rocha.OraçãoÓ
Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão
dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.