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Ofício das Leituras
V. Vinde, ó
Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta
introdução se omite quando o Invitatório precede
imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Esta louvável mulher,
por suas obras honrada,
já com os anjos triunfa
pelas virtudes ornada.
A Deus orava com lágrimas
e com fiel coração,
entre jejuns e vigílias,
fiel à santa oração.
Do mundo a glória pisou,
firmando a mente no bem.
E, na perfeita justiça,
dos céus subiu mais além.
Em sua casa ela fez
brilhar as santas ações.
Seu prêmio agora recebe
de Deus nas altas mansões.
Honra, poder, majestade
ao Uno e Trino Senhor.
Ouvindo as preces da santa,
nos
una
aos
santos
no Amor.
Salmodia
Ant. 1 Palavras
sábias proferiram os seus lábios,
e sua língua obedeceu à lei do amor.
Salmo 18 A(19)
–2 Os céus proclamam
a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
–3 o dia ao dia transmite
esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.
–4 Não são
discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
–5 seu som ressoa e se
espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.
–6 Armou no alto uma tenda
para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.
–7 De um extremo do
céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.
–
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Palavras
sábias proferiram os seus lábios,
e sua língua obedeceu à lei do amor.
Ant. 2 As santas
mulheres em Deus confiaram
e a ele cantaramem seu coração.
Salmo 44(45)
I
=2 Transborda um poema
do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.
=3 Sois tão belo, o mais
belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.
–4 Levai vossa espada de
glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;
–5 saí para a luta no
carro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!
= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
6 vossas flechas agudas abatam
os povos *
e firam no seu coração o inimigo!
=7 Vosso trono, ó Deus,
é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
8 Vós amais a
justiça e odiais a maldade.
= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
9 Vossas vestes exalam
preciosos perfumes.
– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
10 As filhas de reis vêm
ao vosso encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.
– Glória
ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. As santas
mulheres em Deus confiaram
e a ele cantaramem seu coração.
Ant. 3 Na celeste mansão,
do Senhor se aproximam
entre cantos de festa e com grande alegria.
II
–11 Escutai, minha
filha, olhai, ouvi isto: *
'Esquecei vosso povo e a casa paterna!
–12 Que o Rei se encante com
vossa beleza! *
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
–13 O povo de Tiro vos traz
seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores.
–14 Majestosa, a princesa real
vem chegando, *
vestida de ricos brocados de ouro.
–15 Em vestes vistosas ao Rei
se dirige, *
e as virgens amigas lhe formam cortejo;
–16 entre cantos de festa e com
grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real'.
–17 Deixareis vossos pais, mas
tereis muitos filhos; *
fareis deles os reis soberanos da terra.
–18 Cantarei vosso nome de
idade em idade, *
para sempre haverão de louvar-vos os povos!
– Glória
ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Na celeste
mansão, do Senhor se aproximam
entre cantos de festa e com grande alegria.
V. Que vos agrade o cantar dos meus lábios.
R. Que ele chegue até vós, meu Rochedo e meu
Redentor!
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Colossenses 3,1-17
A vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus
Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.
5Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria. 6Tais coisas provocam a ira de Deus contra os que lhe resistem. 7Antigamente vós estáveis enredados por estas coisas e vos deixastes dominar por elas. 8Agora, porém, abandonai tudo isso: ira, irritação, maldade, blasfêmia, palavras indecentes, que saem dos vossos lábios. 9Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento. 11Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.
12Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos.Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos.
16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
Responsório Gl 3,27-28; Ef 4,24
R. No Cristo batizados,
revestimo-nos de Cristo.
Já não há judeu nem grego,
* Todos nós somos um só em
Jesus
Cristo, Senhor nosso.
V. Revesti-vos do homem novo
que,
à imagem do Senhor,
foi criado na justiça e
santidade verdadeira. * Todos nós.
Segunda leitura
Da Vida de Santa Francisca Romana, escrita por Maria Magdalena Anguillaria, superiora das Oblatas de Tor de’Specchi
(Cap. 6-7: Acta Sanctorum Martii 2, *188-*189)
(Séc. XV)
A paciência de Santa Francisca
Deus pôs à prova a
paciência de Francisca não apenas nos bens exteriores de sua fortuna,
mas quis experimentá-la em seu próprio corpo, por meio de graves e
freqüentes doenças, com que foi atingida, como já se disse e se dirá em
seguida. Mesmo assim, nunca se notou nela o menor gesto de impaciência
ou qualquer atitude de desagrado pelo tratamento que, às vezes com certa
falta de habilidade, lhe tinha sido ministrado.
Francisca mostrou sua coragem na morte prematura dos filhos, que amava
com grande ternura. Aceitava a vontade divina com ânimo sempre
tranqüilo, dando graças por tudo o que lhe acontecia. Com igual
constância, suportou os caluniadores e as más línguas que criticavam seu
modo de vida. Jamais demonstrou a menor aversão por estas pessoas que
pensavam e falavam mal dela e do que lhe dizia respeito. Mas, pagando o
mal com o bem, costumava rezar continuamente a Deus por elas.
Contudo, Deus não a escolheu para ser santa somente para si, mas para
fazer reverter em proveito espiritual e corporal do próximo os dons que
recebera da graça divina. Por isso, era dotada de grande amabilidade a
ponto de que todo aquele que tivesse ocasião de tratar com ela,
imediatamente se sentia cativado por sua bondade e estima, e se tornava
dócil à sua vontade. Havia em suas palavras tanta eficácia de força
divina, que com breves palavras levantava o ânimo dos aflitos e
angustiados, sossegava os inquietos, acalmava os encolerizados,
reconciliava os inimigos, extinguia ódios inveterados e rancores, e
muitas vezes impediu a vingança premeditada. Com uma palavra, era capaz
de refrear qualquer paixão humana e de conduzir as pessoas aonde queria.
Por isso, de toda parte recorriam a Francisca como a uma proteção
segura, e ninguém saía de perto dela sem ser consolado; no entanto, com
toda franqueza, repreendia também os pecados e censurava sem temor tudo o
que era ofensivo e desagradável a Deus.
Grassavam em Roma várias epidemias, mortais e contagiosas. Desprezando o
perigo do contágio, a santa não hesitava também nessas ocasiões em
mostrar o seu coração cheio de misericórdia para com os infelizes e
necessitados de auxílio alheio. Depois de encontrar os doentes, primeiro
persuadia-os a unirem suas dores à paixão de Cristo; depois,
socorria-os com uma assistência assídua, exortando-os a aceitarem de bom
grado aquele sofrimento da mão de Deus e a suportá-los por amor daquele
que em primeiro lugar tanto sofrera por eles.
Francisca não se limitava a tratar os doentes que podia agasalhar em sua
casa, mas ia à sua procura em casebres e hospitais públicos onde se
abrigavam. Quando os encontrava, saciava-lhes a sede, arrumava os leitos
e tratava de suas feridas; e por pior que fosse o mau cheiro e maior a
repugnância que lhe inspiravam, imensa era a dedicação e a caridade com
que deles cuidava. Costumava também ir ao Campo Santo, levando alimentos
e finas iguarias, para distribuir entre os mais necessitados; de volta
para casa, recolhia e trazia roupas usadas e pobres trapos cheios de
sujeira; lavava-os cuidadosamente e consertava-os; depois, como se
fossem servir ao seu Senhor, dobrava-os com cuidado e guardava no meio
de perfumes.
Durante trinta anos, Francisca prestou este serviço aos enfermos e nos
hospitais; quando ainda morava em casa de seu marido, visitava com
freqüência os hospitais de Santa Maria e de Santa Cecília, no
Transtévere, o do Espírito Santo, em Sássia, e ainda outro no Campo
Santo. Durante o período de contágio não era apenas difícil encontrar
médicos que curassem os corpos, mas também sacerdotes para administrarem
os remédios necessários às almas. Ela mesma ia procurá-los e levá-los
àqueles que já estavam preparados para receber os sacramentos da
penitência e da eucaristia. Para conseguir isto mais facilmente,
sustentava à própria custa um sacerdote, que ia aos referidos hospitais
visitar os doentes que ela lhe indicava.
Responsório Cf. Rt 3,10a.11b; cf. Jt 13,19a
R. És bendita de Deus!
* Todos sabem que és virtuosa mulher.
V. O Senhor, de tal modo, tornou grande teu nome,
que não mais cessará teu louvor entre os povos.
* Todos sabem.
Oração
Ó
Deus, que nos destes em Santa Francisca Romana admirável modelo de
esposa e de monja, fazei-nos sempre fiéis ao vosso serviço, para que
possamos reconhecer e seguir a vossa vontade em todas as circunstâncias
da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao
Senhor.
R. Demos graças
a Deus.