SEXTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Segundo Livro dos Reis
21,1-18.23-22,1
Reinado de Manassés e de Amon.
Início do reino de Josias
21,1Manassés tinha doze anos quando começou a reinar e
reinou cinquenta e cinco anos em Jerusalém; sua mãe chamava-se Hafsiba. 2Ele fez o mal aos olhos do Senhor, imitando as abominações das nações que o Senhor havia expulsado
de diante dos israelitas. 3Reconstruiu
os lugares altos que
Ezequias, seu pai, havia destruído, ergueu altares a Baal,
fabricou um poste sagrado, como havia feito Acab, rei de Israel, e
prostrou-se diante de todo o exército do céu e lhe prestou culto. 4Construiu altares no Templo do Senhor, do qual
Deus dissera: “É em Jerusalém que colocarei meu Nome.”
5Edificou altares para todo o exército do céu nos dois
pátios do Templo do Senhor. 6Fez passar seu filho pelo
fogo. Praticou encantamentos e a adivinhação, estabeleceu
necromantes e adivinhos e multiplicou as ações que o Senhor considera más, provocando assim sua ira. 7Colocou o
ídolo de Aserá, que mandara esculpir, no Templo, do qual o
Senhor dissera a Davi e a seu filho Salomão: “Neste Templo
e em Jerusalém, cidade que escolhi entre todas as tribos de
Israel, colocarei meu Nome para sempre. 8Não mais farei
com que o pé de Israel vagueie longe da terra que dei a seus
pais, contanto que se dediquem a praticar tudo quanto lhes
ordenei, segundo toda a Lei que meu servo Moisés determinou para eles. 9Mas eles não obedeceram, Manassés os
corrompeu, a tal ponto que fizeram mais mal que as nações
que o Senhor havia exterminado diante dos israelitas.
10Então o Senhor falou, por intermédio dos seus servos,
os profetas, dizendo: 11Já que Manassés, rei de Judá, cometeu
essas abominações, procedendo ainda pior que tudo o que
tinham feito antes dele os amorreus, e fez pecar também
Judá com seus ídolos, 12assim fala o Senhor, Deus de Israel:
Eis que faço cair sobre Jerusalém e sobre Judá uma desgraça
tal, que fará retinir os dois ouvidos de todos que dela ouvirem falar. 13Passarei sobre Jerusalém o mesmo cordel que
passei sobre Samaria, o mesmo nível que usei para a casa
de Acab; limparei Jerusalém como se limpa um prato, que
se vira para baixo depois de haver limpado. 14Abandonarei
os restos de minha herança, entregá-los-ei nas mãos de
seus inimigos, e eles servirão de presa e de espólio a todos
os seus inimigos, 15porque fizeram o mal aos meus olhos e
provocaram minha ira, desde o dia em que seus pais saíram
do Egito até hoje.”
16Manassés derramou também o sangue inocente em
quantidade tão grande, que inundou Jerusalém de um lado
a outro, sem falar nos pecados que fez Judá cometer, procedendo mal aos olhos do Senhor.
17O resto da história de Manassés, tudo o que fez, os
pecados que cometeu, não está tudo escrito no livro dos
Anais dos reis de Judá? 18Manassés adormeceu com seus
pais e foi sepultado no jardim de seu palácio, o jardim de
Oza; seu filho Amon reinou em seu lugar.
23Os servos de Amon conspiraram contra ele e mataram
o rei no seu palácio. 24Mas o povo da terra matou todos os
que haviam conspirado contra o rei Amon e proclamou rei
em seu lugar seu filho Josias.
25O resto da história de Amon, tudo o que fez, não está
escrito no livro dos anais dos reis de Judá? 26Sepultaram-no
no seu túmulo, no jardim de Oza, e seu filho Josias reinou
em seu lugar.
22,1Josias tinha oito anos quando começou a reinar e
reinou trinta e um anos em Jerusalém; sua mãe chamava-se
Idida, era filha de Hadaia e natural de Besecat. 2Fez o que é
agradável aos olhos do Senhor e imitou em tudo a conduta
de seu antepassado Davi, sem se desviar para a direita nem
para a esquerda.
Responsório Cf. 2Cr 33,9.10.11
R. Manassés corrompeu o habitantes de Jerusalém
impelindo-os a fazer o mal.
* Então o Senhor fez vir contra eles
os generais do rei da
Assíria.
V. O Senhor falou a Manassés e ao seu povo,
mas não lhe
deram ouvidos. * Então o Senhor.
Segunda leitura
Do “Tratado sobre O Bem da Paciência”, de São Cipriano,
bispo e mártir
(Nn 3-4)
Retornai a mim, diz o Senhor
Queridos irmãos, nós que somos filósofos não por
palavras, mas nos fatos, nós que à aparência preferimos
o esplendor da verdade, nós que conhecemos o sentido
íntimo da virtude e o antepomos à ostentação, nós que não
proferimos, mas vivemos grandes coisas, graças ao serviço
espiritual, como servos e adoradores de Deus que somos,
devemos tornar manifesta a paciência que aprendemos dos
ensinamentos celestes.
A virtude da paciência nos aproxima de Deus. O princípio da dignidade de Deus e do seu esplendor é a paciência.
Deus é autor e é fonte da magnitude da paciência.
Os homens devem amá-la, porque a paciência é querida
por Deus. A majestade divina recomenda o bem que ela
mesma ama. Se Deus é para nós Senhor e Pai, esforcemonos para conseguir a paciência do Senhor e nosso Pai, uma
vez que é bom que os servos sejam dóceis e que os filhos
não sejam degenerados.
Quanta paciência há em Deus, que suporta com tolerância infinita os templos profanos e os santuários sacrílegos
erguidos por mãos humanas contra a sua majestade e a sua
honra. Quanta paciência há em Deus, que faz surgir a luz do
dia sobre os bons e sobre os maus, que rega as terras com a
chuva, que não exclui ninguém dos seus benefícios. Quanta
paciência há em Deus que, indiscriminadamente, envia a
chuva para os justos e os injustos! Ainda que contristado
pelas contínuas e frequentes ofensas, Deus freia sua ira e
espera pacientemente o dia estabelecido para a retribuição.
Embora tenha o poder de castigar, Deus prefere pacientar
longamente, suportar com clemência e adiar. Aguarda o dia
em que a obstinação maliciosa mude e o homem, após o
contágio do erro e do pecado, ainda que tarde, se converta a
ele. Deus repreende dizendo: Eu não tenho prazer na morte
do ímpio, mas que desista do seu caminho, se converta e
viva (Ez 33,11).
E ainda: Voltai a mim, diz o Senhor (Ml 3,7), voltai ao
Senhor vosso Deus, porque é misericordioso e piedoso,
lento para a cólera, rico em misericórdia, perdoa a culpa
(Ex 34,6-7) e muda a sua sentença em relação à pena cominada.
Responsório Hb 10,35-36; 12,3
R. Não percais a vossa confiança
à qual foi reservada tamanha recompensa.
* Tendes necessidade apenas de perseverança,
para, depois de cumprirdes a vontade de Deus,
alcançar o que ele
prometeu.
V. Para não vos deixardes fatigar pelo desânimo.
* Tendes.
Oração
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.