Ofício das Leituas
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Aleluia.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede
imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Ó Senhor, Rei eterno e sublime,
dos fiéis imortal Redentor!
Morre a morte, por vós destruída,
e triunfa, por graça, o amor.
Sobre o trono celeste elevado,
à direita do Pai vos sentais,
e um poder é a vós concedido,
que é do céu, não pertence aos mortais,
para que todo ser que criastes
nos abismos, na terra, ou nos céus
ante vós, de joelhos, se incline,
com respeito, adorando seu Deus.
Tremem anjos, perante a mudança
que o destino dos homens sofreu:
peca a carne e a carne redime,
reina a carne no Verbo de Deus.
Sois, Senhor, nosso gozo e delícia,
que a alegria do mundo ofuscais.
Sois também nosso prêmio perene,
vós que a todo o universo guiais.
Suplicantes, portanto, rogamos:
Nossas culpas, Senhor, perdoai.
Pela força da graça divina,
nossas mentes a vós elevai.
Quando em glória voltardes na nuvem,
a julgar as nações reunidas,
afastai os devidos castigos,
dai de novo as coroas perdidas.
Honra a vós, ó Jesus glorioso,
que às alturas dos céus ascendeis.
Com o Pai e o Espírito Santo
pelos séculos sem fim reinareis.
Salmodia
Ant.1
Agradeçamos ao Senhor o seu amore as suas maravilhas entre os homens. Aleluia.
Salmo 106(107)
Ação de graças pela libertaçãoDeus enviou sua palavra aos
israelitas e lhes anunciou a
boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).
I
–1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *porque eterna é a sua misericórdia!
–2 Que o digam os libertos do Senhor, *que da mão dos opressores os salvou–3 e de todas as nações os reuniu, *do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.
–4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *sem acharem o caminho da cidade.–5 Sofriam fome e também sofriam sede, *e sua vida ia aos poucos definhando.
–6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *e ele os libertou daquela angústia.–7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *para chegarem à cidade onde morar.
–8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *e as suas maravilhas entre os homens!–9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *e os famintos saciou com muitos bens!
–10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *prisioneiros da miséria e das correntes,–11 por se terem revoltado contra Deus *e desprezado os conselhos do Altíssimo.–12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!
–13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *e ele os libertou daquela angústia.–14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *despedaçou suas correntes, seus grilhões.
–15 Agradeçam ao Senhor por seu amor *e por suas maravilhas entre os homens!–16 Porque ele arrombou portas de bronze *e quebrou trancas de ferro das prisões!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,*como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens. Aleluia.
Ant.2 Nós
vimos seus prodígios e suas maravilhas. Aleluia.
II
–17 Uns deliravam no caminho do pecado, *sofrendo a conseqüência de seus crimes;–18 todo alimento era por eles rejeitado, *e da morte junto às portas se encontravam.
–19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *e ele os libertou daquela angústia.–20 Enviou sua palavra e os curou, *e arrancou as suas vidas do sepulcro.
–21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *e as suas maravilhas entre os homens!–22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *e proclamem na alegria suas obras!
–23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *para ir comerciar nas grandes águas,–24 testemunharam os prodígios do Senhor *e as suas maravilhas no alto-mar.
–25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *arremessando grandes ondas para o alto;–26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *seus corações desfaleciam de pavor.
–27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *e toda a sua perícia deu em nada.–28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *e ele os libertou daquela angústia.
–29 Transformou a tempestade em bonança, *e as ondas do oceano se calaram.–30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *e ao porto desejado os conduziu.
–31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *e as suas maravilhas entre os homens!–32 Na assembleia do seu povo o engrandeçam *e o louvem no conselho de anciãos!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,*como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Nós vimos seus prodígios e suas
maravilhas. Aleluia.
Ant.3 Que os
justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor! Aleluia.
III
–33 Ele mudou águas correntes em deserto, *e fontes de água borbulhante em terra seca;–34 transformou as terras férteis em salinas, *pela malícia dos que nelas habitavam.
–35 Converteu em grandes lagos os desertos *e a terra árida em fontes abundantes;–36 e ali fez habitarem os famintos, *que fundaram sua cidade onde morar.
–37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *que deram frutos e colheitas abundantes.–38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *e não deixou diminuir o seu rebanho.
–39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *oprimidos por desgraças e aflições;–40 porém Aquele que confunde os poderosos *e os fez errar por um deserto sem saída,–41 retirou da indigência os seus pobres, *e qual rebanho aumentou suas famílias.
–42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *e os maus fechem de vez a sua boca!–43 Quem é sábio, que observe essas coisas *e compreenda a bondade do Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,*como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Que os justos, vendo as obras do
Senhor,
compreendam como é grande o seu amor! Aleluia.
V. Deus nos fez renascer para a viva
esperança, aleluia,
R. Pela ressurreição do Senhor dentre
os mortos. Aleluia.
Primeira leitura
Dos Atos dos Apóstolos
28,15-31
Paulo em Roma
Os irmãos de Roma, tendo ouvido falar a nosso respeito,
vieram ao nosso encontro até o Foro de Ápio e Três
Tabernas. Ao vê-los, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se
encorajado. Depois de chegarmos a Roma, foi permitido a
Paulo morar em casa particular, junto com o soldado que
o vigiava.
Três dias após, convocou os principais dentre os judeus.
Tendo eles comparecido, assim falou-lhes: “Meus irmãos,
embora nada tenha feito contra nosso povo, nem contra
os costumes dos nossos pais, desde Jerusalém vim preso
e como tal fui entregue às mãos dos romanos. Tendo-me
interrogado judicialmente, eles quiseram soltar-me, porque
nada havia em mim que merecesse a morte. Como, porém,
os judeus se opunham, fui constrangido a apelar para César,
não porém como se tivesse algo de que acusar minha nação.
Por esse motivo é que pedi para ver-vos e falar-vos, pois é
por causa da esperança de Israel que estou carregado com
esta corrente”.
Eles então disseram-lhe: “Quanto a nós, não recebemos
a teu respeito carta alguma da Judeia, e nenhum dos irmãos
que aqui chegaram comunicou ou relatou algo de mal acerca
de ti. Desejamos, porém, ouvir de tua boca o que pensas;
porque, relativamente a esta seita, é de nosso conhecimento
que ela encontra em toda parte contradição”.
Marcaram um dia, pois, com ele, e vieram em maior
número encontrá-lo em seu alojamento. Ele lhes fez
uma exposição, dando testemunho do Reino de Deus e
procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela Lei
de Moisés quanto pelos Profetas, Isto, desde a manhã até a
tarde. Uns se deixaram persuadir pelo que ele dizia; outros
porém, recusavam-se a crer. Estando assim discordantes
entre si, eles se despediram, enquanto Paulo dizia uma só
palavra: “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por
meio do profeta Isaías, quando disse:
Vai ter com este povo e dize-lhe: em vão escutareis, pois não compreendereis; em vão olhareis, pois não vereis. É que o coração deste povo se endureceu: eles taparam os ouvidos e vendaram os olhos, para não verem com os olhos, nem ouvirem com os ouvidos, nem entenderem com o coração, para que não se convertam, e eu não os cure!
Ficai, pois, cientes: aos gentios é enviada esta salvação
de Deus. E eles a ouvirão”.
Paulo ficou dois anos inteiros na moradia que havia
alugado. Recebia todos aqueles que vinham visitá-lo,
proclamando o Reino de Deus e ensinando o que se
refere ao Senhor Jesus Cristo com toda a intrepidez e sem
impedimento.
Responsório At 2,39;28,28
R. A promessa é para vós e vossos filhos,
e para todos
aqueles que estão longe,
* Todos aqueles que o Senhor, nosso Deus,
chamar para
si, aleluia.
V. Ficai, pois, sabendo:
esta salvação de Deus é enviada a
todos os povos.
* Todos aqueles.
Segunda leitura
Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo
(Sermo 56,1-3: CCL 23,224-225)
A ascensão de Cristo é o triunfo do vencedor
Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muito fruto (Jo 12,24). Refloresce
o Senhor quando ressurge do sepulcro; frutifica quando
sobe ao céu. É flor quando gerado nas entranhas da terra. É
fruto quando colocado nas alturas celestes. É grão, como ele
próprio diz, quando padece a cruz sozinho, é fruto quando o
rodeia a grande fé dos apóstolos. De fato, nos quarenta dias
que passou com eles após a ressurreição, ensinou-os com
toda a sabedoria da maturidade e orientou-os para darem
bons frutos com toda a fecundidade do seu ensinamento.
Depois subiu ao céu, isto é, até junto do Pai, levando o
fruto da carne e deixando para os discípulos as sementes
da justiça.
Subiu, pois, o Senhor para junto do Pai. Estais lembrados
de que comparei o Salvador com aquela águia dos salmos
que renova sua juventude? E não é pequena a semelhança!
Pois, assim como a águia, deixando os lugares planos,
voa para as alturas, assim também o Salvador deixou as
profundezas da terra e, olhando para os cimos do paraíso,
penetrou no santuário do céu. Do mesmo modo como
a águia, largando a sordidez da terra e voando para os
altos espaços, goza da salubridade dos ares mais puros,
igualmente o Senhor, abandonando a lama dos pecados
terrenos e elevando-se com seus santos, se alegra com a
simplicidade de uma vida mais pura.
Portanto, a comparação da águia convém perfeitamente ao
Salvador. Mas que dizer pelo fato de a águia frequentemente
arrebatar sua presa e carregar o que pertence a outrem? Nem
sequer nisso o Salvador lhe é diferente. Efetivamente, de
certo modo, ele arrebatou sua presa, quando tirou o homem
das fauces do inferno e o levou para o céu, conduzindo cativo
consigo para as regiões mais altas o servo que arrancara da
dominação estranha, isto é, do poder de Satanás, como
está escrito no Profeta:
Subindo às alturas, levou cativo o cativeiro e distribuiu dons aos homens (cf. S1 67,19;Ef
4,8). Esta frase significa que introduziu no céu cativos que
foram conquistados. Usa-se a única palavra “cativo” para
dois cativeiros muito diferentes. O do demônio, que sujeita
à escravidão; o de Cristo, que devolve à liberdade.
Subindo às alturas, levou cativo o cativeiro - está
escrito. Quão bem descreve o Profeta o triunfo do Senhor!
Geralmente a pompa dos cativos ia adiante do carro triunfal
do rei. Aqui os prisioneiros, cheios de glória, não precedem,
mas acompanham o Senhor que sobe ao céu. Não são levados
diante do carro, mas eles é que conduzem o Salvador. De
fato, enquanto o Filho de Deus exalta até o céu o Filho do
Homem, os próprios prisioneiros são levados por ele e o
levam, misteriosamente, segundo as palavras: Distribuiu dons aos homens . São estas as insígnias do vencedor.
Responsório Sl 46(47),6;Ef 4,8
R. Por entre aclamações Deus se elevou, aleluia,
* O Senhor subiu ao toque da trombeta, aleluia, aleluia.
V. Cristo, subindo às alturas, levou cativo o cativeiro,
e
distribuiu dons aos homens.
* O Senhor
Oração
Concedei-nos, Deus todo-poderoso, conservar sempre em nossa
vida e nossas ações a alegria das festas pascais que estamos para
encerrar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.