11a SEMANA DO TEMPO COMUMIII Semana do SaltérioTERÇA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Livro dos Juízes
4,1-24
Débora e Barac
Naqueles dias, 1os filhos de Israel recomeçaram a fazer
o que era mau aos olhos de Deus, 2e o Senhor os entregou a
Jabin, rei de Canaã, que reinava em Hasor. O chefe de seu
exército era Sísara, que habitava em Haroset-Goim.
3Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porque
Jabin tinha novecentos carros de ferro e tinha oprimido
duramente os filhos de Israel durante vinte anos.
4Nesse tempo, Débora, uma profetisa, mulher de Lapidot,
julgava em Israel. 5Ela tinha a sua sede à sombra da palmeira
de Débora, entre Ramá e Betel, na montanha de Efraim, e
os filhos de Israel vinham a ela obter justiça. 6Ela mandou
chamar a Barac, filho de Abinoem de Cedes em Neftali,
e lhe disse: “o Senhor, Deus de Israel, não te ordenou:
‘Levanta-te, vai ao monte Tabor e toma contigo dez mil
homens dentre os filhos de Neftali e os filhos de Zabulon?
7Não atrairei a ti, na torrente do Quison, a Sísara, chefe do
exército de Jabin, com os seus carros e suas tropas e não
o entregarei nas tuas mãos’?” 8Barac respondeu-lhe: “Se
tu vieres comigo, eu irei, mas se não vieres comigo, não
irei, porque não sei em que dia o Anjo do Senhor me fará
bem-sucedido.” - 9“Irei, pois, contigo”, disse ela; “porém,
no caminho que seguires, a honra da vitória não será tua,
porque é nas mãos de uma mulher que Deus entregará
Sísara.” Então Débora se levantou e, com Barac, foi para
Cedes. 10Barac convocou Zabulon e Neftali. Dez mil homens
o seguiram, e Débora foi com ele.
11Héber, o quenita, se separara dos quenitas e do clã dos
filhos de Hobab, sogro de Moisés, e tinha armado a sua tenda
perto do carvalho de Saananim, não longe de Cedes.
12Anunciaram a Sísara que Barac, filho de Abinoem, tinha subido ao monte Tabor. 13Sísara convocou todos os seus
carros, novecentos carros de ferro, e todas as suas tropas, de
Haroset-Goim à torrente do Quison. 14Débora disse a Barac:
“Prepara-te, porque este é o dia em que o Senhor entregou
Sísara nas tuas mãos. Porventura não marchou o Senhor à
tua frente?” Então Barac desceu do monte à frente de dez
mil homens. 15O Senhor encheu de pânico a Sísara, com
todos os seus carros e todo o seu exército, diante de Barac.
Sísara desceu do seu carro e fugiu a pé. 16Barac perseguiu
os carros e o exército até Haroset-Goim. Todo o exército de
Sísara caiu ao fio da espada, e nenhum homem escapou.
17Sísara, entretanto, fugiu a pé em direção à tenda de Jael,
mulher de Héber, o quenita, porque havia paz entre Jabin,
rei de Hasor, e a casa de Héber, o quenita. 18Jael, saindo
ao encontro de Sísara, disse-lhe: “Fica, meu senhor, fica
comigo. Não temas!” Ele entrou na tenda com ela, e ela o
cobriu com um tapete. 19Disse-lhe ele: “Dá-me um pouco
d’água, peço-te: tenho sede.” Ela abriu o odre onde estava
o leite, deu-lho a beber e o cobriu de novo. 20Disse-lhe ele:
“Põe-te à entrada da tenda e, se vier alguém e te perguntar:
‘Há algum homem aqui?’, responderás: ‘Não.’” 21Mas Jael,
mulher de Héber, pegou uma estaca da tenda, apanhou um
martelo e, aproximando-se dele mansamente, cravou-lhe
na têmpora a estaca até que penetrou na terra. Ele dormia
profundamente, vencido pelo cansaço, e assim morreu. 22E
eis que surge Barac perseguindo a Sísara. Jael saiu ao seu
encontro e disse-lhe: “Vem e te mostrarei o homem que
procuras.” Ele entrou com ela: Sísara jazia morto, com a
estaca na têmpora.
23Assim Deus humilhou naquele dia a Jabin, rei de
Canaã, diante dos filhos de Israel. 24A mão dos filhos de
Israel pesava cada vez mais duramente sobre Jabin, rei de
Canaã, até que exterminaram Jabin, rei de Canaã.
Responsório
1Cor 1,27b.28b.29; 2Cor 12,9a
R. Deus escolheu o que é fraco para o mundo
a fim de
confundir o que é forte,
e assim ninguém se vanglorie
diante dele,
* Pois na fraqueza é que a força mais se mostra.
V. Deus escolheu aquelas coisas que não são,
a fim de
destruir todas que são.
* Pois na fraqueza.
Segunda leitura
Do Tratado “sobre a Oração do Senhor”, de São Cipriano,
bispo e mártir
(Nn. 4-6: CSEL 3,268-270)
(Séc. III)
Brote a oração do coração humilde
Haja ordem na palavra e na súplica dos que oram, tranquilos e respeitosos. Pensemos estar na presença de Deus.
Sejam agradáveis aos olhos divinos a posição do corpo e
a moderação da voz. Porque se é próprio do irreverente
soltar a voz em altos brados, convém ao respeitoso orar
com modéstia. Por fim, ensinando-nos, ordenou o Senhor
orarmos em segredo, em lugares apartados e escondidos,
até nos quartos, no que auxilia a fé por sabermos estar Deus
presente em toda a parte, ouvir e ver a todos e na plenitude
de sua majestade penetrar até no mais oculto. Assim está
escrito: Eu sou Deus próximo e não Deus longínquo. Se se
esconder o homem em antros, acaso não o verei eu? Não
encho o céu e a terra? E de novo: Em todo lugar os olhos
de Deus veem os bons e os maus.
Quando nos reunimos com os irmãos e celebramos com o
sacerdote de Deus o sacrifício divino, temos de estar atentos
à reverência e à disciplina devidas. Não devemos espalhar a
esmo nossas preces com palavras desordenadas, nem lançar
a Deus com tumultuoso palavrório os pedidos, que deveriam
ser apresentados com submissão, porque Deus não escuta as
palavras e sim o coração. Com efeito, não se faz lembrado
por clamores Aquele que vê os pensamentos, como o Senhor mesmo provou ao dizer: Que estais pensando de mal
em vossos corações? E em outro lugar: E saibam todas as
Igrejas que eu sou quem perscruta os rins e o coração.
Ana, no Primeiro Livro dos Reis, como figura da Igreja,
tem esta atitude, ela que suplicava a Deus não aos gritos, mas
silenciosa e modesta, no mais secreto do coração. Falava
por prece oculta e fé manifesta, falava não com a voz mas
com o coração, pois sabia ser assim ouvida pelo Senhor.
Obteve plenamente o que pediu porque o suplicou com fé.
A Escritura divina declara: Falava em seu coração, seus
lábios moviam-se, mas não se ouvia som algum e o Senhor
a atendeu. Lemos também nos salmos: Rezai em vossos
corações e compungi-vos em vossos aposentos. Através de
Jeremias ainda o mesmo Espírito Santo inspira e ensina:
No coração deves ser adorado, Senhor.
O orante, irmãos caríssimos, não ignora por certo como
o publicano orou no templo, com o fariseu. Não com olhos
orgulhosos levantados para o céu nem de mãos erguidas com
jactância, mas batendo no peito, confessando os pecados
ocultos em seu íntimo, implorava o auxílio da misericórdia
divina. Por que o fariseu se comprazia em si mesmo, mais
mereceu ser santificado aquele que rogava sem firmar a
esperança da salvação na presunção de sua inocência, já
que ninguém é inocente; rezava, porém, reconhecendo
seus pecados; e atendeu ao orante aquele que perdoa aos
humildes.
Responsório
R. Consideremos a maneira de estarmos
na presença do
Senhor e de seus anjos,
* E assim salmodiemos de tal modo,
que nossa mente e
nossa voz sejam concordes.
V. Saibamos nós ser atendidos na oração
não por múltiplas
palavras proferidas,
mas, por termos coração purificado
e
o pranto da sincera conversão.
* E assim.
OraçãoÓ
Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo,
e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da
vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade,
seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.