7a SEMANA DO TEMPO COMUM
III Semana do Saltério
SEGUNDA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Livro do Eclesiastes 2,1-3.12-26
Inanidade dos prazeres e da sabedoria humana
1Eu disse a mim mesmo: "Pois bem, eu te farei
experimentar a alegria e gozar a felicidade! Mas também isso é vaidade.
2 Do riso, eu disse: "Tolice, e da alegria: "Para que serve? 3Ponderei
seriamente entregar meu corpo ao vinho, mantendo meu coração sob a
influência da sabedoria, e render-me à insensatez, para averiguar o que
convém aos filhos dos homens fazer debaixo do céu durante os breves
dias da sua vida.12Pus-me então a examinar a sabedoria, a
tolice e a insensatez: "Que fará o sucessor do rei? O que já haviam
feito".
13Observei que a sabedoria é mais proveitosa do que a insensatez,
assim como a luz aproveita mais que as trevas. 14O sábio tem
os olhos no rosto, o insensato caminha nas trevas. Porém, compreendi
que ambos terão a mesma sorte. 15Por isso disse a mim mesmo:
"A sorte do insensato será também a minha; para que então busquei mais
sabedoria? E concluí comigo mesmo: "Isso também é vaidade".
16Não há lembrança duradoura do sábio, e nem do insensato, pois
nos anos vindouros tudo será esquecido: tanto morre o sábio como o
ignorante. 17E por isso detesto a vida, pois vejo que é mal
que se faz debaixo do sol: tudo é vaidade e frustração. 18Detesto
todo o trabalho com que me afadigo debaixo do sol, pois tenho que
deixar tudo ao meu sucessor,
19e quem sabe se ele será sábio ou insensato? Todavia, ele
será dono de todo o trabalho com que me afadiguei com habilidade
debaixo do sol; e isso também é vaidade. 20E meu coração
ficou desenganado de todo o trabalho com que me afadiguei debaixo do
sol.
21Enfim, um homem que trabalhou com inteligência, competência e
sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada
colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça.22De
fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o
desgastam debaixo do sol? 23Toda a sua vida é sofrimento,
sua ocupação, um tormento.
Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.
24Nada é melhor para o homem do que comer e beber, desfrutando do
produto do seu trabalho; e vejo que também isso vem da mão de Deus, 25pois
quem pode comer e deliciar-se
sem que isso venha de Deus?26Ao homem do seu agrado ele dá
sabedoria, conhecimento e alegria; mas ao pecador impõe como tarefa
ajuntar e acumular para dar a quem Deus quiser. Isso também é vaidade e
frustração.
Responsório Ecl 2,26; 1Tm 6,10
R. Ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria,
ciência e alegria; mas dá ao pecador
aflições e vãos cuidados de juntar e acumular
* Também isto é vaidade e é vã preocupação.
V. A raiz dos males todos
é a cobiça do dinheiro;
e alguns, nessa ambição, a si mesmos se afligem
com tormentos numerosos. * Também isto.
Segunda leitura
Das Homilias sobre o Eclesiastes, de São Gregório de Nissa, bispo
(Hom. 5: PG 44,683-686)
(Séc. IV)
Os olhos dos sábios estão em sua cabeçaSe a alma levantar os olhos para sua cabeça, que é Cristo –
conforme comparação de Paulo – considere-se feliz pela viva agudeza de
seu olhar, porquanto tem os olhos ali onde não existe a escuridão do
mal. O grande Paulo, e quem quer que seja igualmente grande, tem os
olhos na cabeça, como também os tem todos os que vivem, se movem e são
em Cristo. Pois como não é possível que veja trevas quem está na luz,
também não pode acontecer que quem tem olhos em Cristo, os fixe em
alguma coisa vã.
Quem, pois, tem os olhos na cabeça, entendendo cabeça por
princípio de tudo, tem olhos em toda virtude (Cristo é a virtude
absoluta e perfeita), na verdade, na justiça, na incorruptibilidade, em
todo bem. Os olhos do sábio estão em sua cabeça; o insensato,
porém, caminha nas trevas. Quem não põe sua lâmpada sobre o
candelabro, mas coloca-a debaixo do leito, faz com que a luz seja
trevas.
Ao contrário, quão numerosos são aqueles que, por suas lutas,
se enriquecem com as realidades supremas, vivem na contemplação da
verdade e, no entanto, são tidos por cegos e inúteis, tais como Paulo a
gloriar-se, dizendo-se insensato por causa de Cristo. A prudência e
sabedoria dele não se preocupavam nunca com aquilo que é objeto de
nossos cuidados. Diz ele: Nós, estultos por Cristo, como se
dissesse: "Nós, cegos em relação às coisas daqui de baixo, porque
olhamos para cima e temos os olhos na cabeça . Por este motivo
era sem teto e sem mesa, pobre, peregrino, nu, sofrendo fome e sede.
Quem não o julgaria infeliz, vendo-o preso e açoitado como um
infame, após o naufrágio, ser levado pelas ondas do mar alto, e
conduzido daqui para ali em cadeias? E, no entanto, embora tratado
desta maneira entre os homens, não despregou os olhos, mantendo-os
sempre em Cristo, Cabeça e dizia: Quem nos separará da caridade de
Cristo, que está em Cristo Jesus? aflição, angústia, perseguição, fome,
nudez, perigos, espada? Como se dissesse: "Quem arrancará meus
olhos da Cabeça e os voltará para aquilo que se calca aos pés?
A nós também nos exorta a agir de modo semelhante quando ordena
ter gosto pelas coisas do alto; não é isto o mesmo que dizer termos os
olhos em Cristo, Cabeça?
Responsório Sl 122(123),2; Jo 8,12bR. Como os olhos dos escravos
estão fitos
nas mãos do seu senhor,
* Assim os nossos olhos, no Senhor,
até de nós ter piedade.
V. Eu sou a luz do mundo:
Aquele que me segue
não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida.
* Assim.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre
o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.