29o DOMINGO DO TEMPO COMUM

I Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Segundo Livro dos Reis 22,8.10-23,4.21-23

Descoberta do livro da Lei.


Renovação da aliança e celebração da Páscoa

22,8O sumo sacerdote Helcias disse ao secretário Safã: “Achei o livro da Lei no Templo do Senhor.” Helcias deu o livro a Safã, que o leu. 10Depois o secretário Safã anunciou ao rei : “O sacerdote Helcias deu-me um livro”, e Safã leuo diante do rei.

11Ao ouvir as palavras contidas no livro da Lei, o rei rasgou as vestes. 12Ordenou ao sacerdote Helcias, a Aicam, filho de Safã, a Acobor, filho de Micas, ao secretário de Safã e a Asaías, ministro do rei: 13Ide consultar o Senhor por mim, pelo povo e por todo Judá a respeito das palavras deste livro que acaba de ser encontrado. Grande deve ser a ira do Senhor, que se inflamou contra nós porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, praticando tudo o que nele está escrito para nós.”

14O sacerdote Helcias, Aicam, Acobor, Safã e Asaías foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Selum, filho de Tícua, filho de Haraas, guarda dos vestiários; ela morava em Jerusalém, na cidade nova. Expuseram-lhe a questão 15e ela lhes respondeu: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel. Dizei ao homem que vos enviou a mim: 16‘Assim fala o Senhor: Eis que estou para fazer cair a desgraça sobre este lugar e sobre os seus habitantes, tudo o que diz o livro que o rei de Judá acaba de ler, 17porque me abandonaram e sacrificaram a outros deuses para me irritar com suas ações. Minha ira se inflamou contra esse lugar e ela não se aplacará.’ 18E direis ao rei de Judá que vos enviou para consultar o Senhor: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel: As palavras que ouviste... 19Mas porque teu coração se comoveu e te humilhaste diante de Deus, ouvindo as palavras que pronunciei contra este lugar e seus habitantes, que se tornarão objeto de espanto e de maldição, e porque rasgaste as suas vestes e choraste diante de mim, eu também te ouvi, oráculo do Senhor. 20Por isso te reunirei a teus pais, serás deposto em paz nos vossos sepulcros, e teus olhos não verão todos os males que vou mandar sobre este lugar.” Eles levaram ao rei essa resposta.

23,1Então o rei mandou reunir junto de si todos os anciãos de Judá e de Jerusalém, 2e o rei subiu ao Templo do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes de Jerusalém, os sacerdotes e os profetas e todo o povo, do maior ao menor. Leu diante deles todo o conteúdo do livro da Aliança encontrado no Templo do Senhor. 3O rei estava de pé sobre o estrado e concluiu diante do Senhor a Aliança que obrigava a seguir a Deus e a guardar seus mandamentos, seus testemunhos e seus estatutos de todo o seu coração e de toda a sua alma, para pôr em prática as cláusulas da aliança escrita neste livro. Todo o povo aderiu à Aliança.

4O rei ordenou a Helcias, o sumo sacerdote, aos sacerdotes que ocupavam o segundo lugar e aos guardas das portas que retirassem do santuário do Senhor todos os objetos de culto que tinham sido feitos para Baal, para Aserá e para todo o exército do céu; queimou-os fora de Jerusalém, nos campos de Cedron e levou suas cinzas para Betel. 21O rei ordenou a todo o povo: “Celebrai a Páscoa em honra do Senhor, vosso Deus, do modo como está escrito neste livro da Aliança.” 22Não se havia celebrado uma Páscoa semelhante a esta em Israel desde os dias dos Juízes que haviam governado Israel, nem durante todo o tempo dos reis de Israel e dos reis de Judá. 23Foi somente no décimo oitavo ano do rei Josias que semelhante Páscoa foi celebrada em honra do Senhor em Jerusalém.

Responsório Jr 11,4; Jo 15,10

R. Escutai a minha voz
e fazei tudo como vos ordenei;

*
Então sereis o meu povo
e eu serei o vosso Deu.

V. Se observardes os meus mandamentos,
permanecereis
no meu amor.
*
Então sereis.


Segunda leitura

Dos “Discursos” de Santo Eusébio de Alexandria, bispo

(6,1.3.6)

Este dia vos trouxe o começo de toda graça

Escuta, ó filho: mostrar-te-ei por qual razão foram-te transmitidas a observância do domingo e a abstenção do trabalho. Quando o Senhor confiou os sagrados mistérios a seus discípulos, tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu-o dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo que é dado por vós. Depois, fez o mesmo com o cálice, dizendo: Bebei dele todos; isto é o meu sangue da nova aliança, derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados. Fazei isso em memória de mim (Mt 26,26; Lc 22,20).

O domingo, portanto, é o dia sagrado em que se faz memória do Senhor. Por isso, é chamado de domingo e é como que o princípio de todos os dias. Antes da paixão do Senhor, não se chamava de domingo, mas de primeiro dia.

Nesse dia, o Senhor deu início à ressurreição, a saber, à criação do mundo; nele deu à humanidade as primícias da ressurreição; nele, como já dissemos, mandou-nos celebrar os sagrados mistérios. Esse dia vos trouxe, então, a fonte de toda graça, o início da criação do mundo, a origem da ressurreição, o começo da semana. Esse dia, que compreende em si três princípios, mostra-nos também a primazia da Santíssima Trindade. Observamos o domingo, então, para interrompermos o trabalho e termos tempo para a oração. Por isso, se, após interromper o trabalho, tu não fores à Igreja, não lograrás nada. Pelo contrário, terás causado não pouco prejuízo a ti mesmo. Muitos esperam o domingo, porém nem todos pelo mesmo motivo. Aqueles que temem a Deus esperam-no a fim de elevar-lhe sua ação de graças e recriar-se do seu precioso corpo e do seu sangue. Os dissimuladores e os preguiçosos esperam o domingo para fugirem do trabalho e inclinarem-se ao mal.

O que é que contemplam aqueles que se dirigem à Igreja? Contemplam o Senhor Jesus Cristo posto na mesa sagrada, o coro dos serafins cantado por três vezes, a vinda e a presença do Espírito Santo, a salmodia do profeta e rei Davi, a doutrina do bendito apóstolo Paulo, o hino dos anjos, o aleluia perene, as vozes celestiais, as advertências do Senhor, os ensinamentos e as exortações dos bispos e dos presbíteros. Todas essas coisas celestes logram-nos a salvação e o reino dos céus.

Quem vai à Igreja escuta e contempla tudo isso. O domingo, realmente, é o dia que te é concedido para a oração e o descanso. Este é o dia que o Senhor fez para nós, exul- temos e alegremo-nos nele (Sl 117,24). Àquele que, nesse dia, ressuscitou, tributamos glória com o Pai e o Espírito Santo, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório Cf. Sl 117(118),24; 1Cor 15,3-4

R. Este é o dia que o Senhor fez para nós,
*
Exultemos e alegremo-nos nele.
V. Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras.
Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras. * Exultemos.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.