7a SEMANA DO TEMPO COMUM
III Semana do Saltério
SEGUNDA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 1,14b-2,11
Porque Paulo mudou seu itinerário
Irmãos, 1,14bsomos para vós um motivo de glória, como
sereis o nosso, no Dia do Senhor Jesus.
15Animado por esta certeza, tencionava primeiramente ir
ter convosco, para que recebêsseis uma segunda graça; 16a
seguir, passaria para a Macedônia; por fim, da Macedônia
voltaria a ter convosco, a fim de que me preparásseis a
viagem para a Judeia. 17Tomando este propósito, terei sido
leviano? Ou meus planos seriam apenas inspirados pela
carne, de modo que haja em mim simultaneamente o sim
e o não? 18Deus é testemunha fiel de que a nossa palavra a
vós dirigida não é sim e não. 19Pois o Filho de Deus, o Cristo
Jesus, que vos anunciamos, eu, Silvano e Timóteo, não foi
sim e não, mas unicamente sim. 20Todas as promessas de
Deus encontraram nele o seu sim: por isto é por ele que
dizemos “Amém” a Deus para a glória de Deus. 21Aquele
que nos fortalece convosco em Cristo e nos dá a unção é
Deus, 22o qual nos marcou com um selo e pôs em nossos
corações o penhor do Espírito.
23Quanto a mim, invoco a Deus como testemunha da
minha vida: foi para vos poupar que não voltei a Corinto.
24Não tencionamos dominar a vossa fé, mas colaboramos
para que tenhais alegria; é pela fé que estais firmes.
2,1Resolvi o seguinte: não voltarei a ter convosco na
tristeza. 2Pois, se vos causo tristeza, quem me proporcionará
alegria senão aquele que eu tiver entristecido? 3A finalidade
da minha carta era evitar que, ao chegar, eu experimentasse
tristeza da parte daqueles que me deveriam proporcionar
alegria. Estou convencido, no que vos diz respeito, de que
a minha alegria é também a de todos vós. 4Por isto, foi
em grande tribulação e com o coração angustiado que vos
escrevi em meio a muitas lágrimas, não para vos entristecer,
mas para que conheçais o amor transbordante que tenho
para convosco.
5Se alguém causou tristeza, não foi a mim, mas em certa
medida (não exageremos) a todos vós. 6Para tal homem,
basta a censura infligida pela maioria. 7Eis por que, muito
ao contrário, perdoai-o e consolai-o, a fim de que não seja
absorvido por tristeza excessiva. 8Sendo assim, exorto-
vos a que deis provas de amor para com ele, 9pois, ao vos
escrever, eu tinha em mira pôr à prova a vossa obediência e
averiguar se era total. 10Àquele a quem perdoais eu perdoo!
Se perdoei - na medida em que tinha de perdoar -, eu fi-lo
em vosso favor, na plena presença de Cristo, 11a fim de que
não sejamos iludidos por Satanás. Pois não ignoramos as
intenções dele.
Responsório 2Cor 1,21-22; Dt 5,2.4
R. Ora, quem nos confirma a nós e a vós em Cristo,
e nos
consagrou, é Deus.
Ele nos marcou com o seu selo,
* E deu aos nossos corações o penhor do Espírito.
V. O Senhor, nosso Deus, fez um pacto conosco,
falou-nos
o Senhor face a face.
* E deu.
Segunda leitura
Dos “Discursos”, de Eusébio de Emesa, bispo
(14,7-8)
(Séc. IV)
Os apóstolos pregaram Jesus crucificado.
Dois homens entraram na cidade, sem provisão de comida, sem dinheiro, sem roupas para trocar. Quem achas
que os receberia? Quando lhes abririam a porta? Quem os
conhecia? Que tarefa estava sendo preparada para eles e
onde? Não admiras o poder de quem os enviou e a fé de
que estavam imbuídos?
Dois estrangeiros entraram na cidade. O que estavam levando? O que pregavam? Ele foi crucificado, eles diziam.
Entre os judeus, eles eram pessoas de baixa posição,
incultos, sem instrução, pobres. Mas a sua pregação era
a cruz: daí a fé! O valor triunfa nos obstáculos: a cruz foi
proclamada e os reis foram derrotados. Quando a cruz é
proclamada, os sábios se convencem do seu próprio erro,
as festas pagãs são abolidas e os ídolos queimados.
Porventura te maravilhas que tenha sido dado crédito aos
apóstolos, ou que foram capazes de acreditar neles, que se
converteram, que os acolheram?
Que não passem despercebidos esses fatos maravilhosos.
Homens estrangeiros, desconhecidos, sem conhecimento,
sem novidades surpreendentes, percorreram o mundo pregando o crucifixo, propondo o jejum no lugar da glutonaria,
uma sobriedade incômoda em lugar da sensualidade. Era
uma dura realidade para aqueles que foram chamados a
acolher tão nobres exortações, se comparadas com aqueles
hábitos degradantes. No entanto, elas atraíam as pessoas e
tinham poder sobre as comunidades da cidade. Que tesouro
possuíam? O poder da cruz. Aquele que os tinha enviado não
lhes tinha dado ouro, que já existia em abundância e estava
em posse dos reis. Em vez disso, deu aos reis o que não era
possível adquirir ou possuir: a homens mortais permitiu que
ressuscitassem os mortos; a eles, sujeitos às doenças, doou
o poder para se livrar delas. Um rei não pode trazer de volta
à vida um soldado, e até mesmo um rei adoece.
Mas Ele, que os enviou, tem o poder de ressuscitar os
mortos e curar os enfermos. Examina cuidadosamente as
riquezas dos reis e as dos apóstolos. Olha a diferença de
condição: o rei é um homem eminente, os apóstolos são
miseráveis; mas apesar de serem mortais eles operam coisas
divinas, por virtude divina.
Se alguém não acredita, então, que os apóstolos operaram milagres, a maravilha cresce ainda mais. Se, de fato,
ressuscitaram os mortos, deram vista aos cegos, fizeram
caminhar os mancos e curaram os leprosos, por meio destes
sinais eliminaram a irreligiosidade e plantaram a fé; suscita
em nós maravilha quem não crê nestes sinais, dos quais
existe testemunho escrito. Antes da Crucificação, os discípulos não operavam nada; depois sim. E, se alguma coisa foi
feita antes da crucificação, eles a fizeram em segredo; mas
agiram manifestamente quando o sangue divino destruiu o
documento de penhor que pesava sobre nós; quando nós,
impuros, fomos lavados com o sangue; quando a morte foi
eliminada pela morte; quando Deus, feito homem, venceu
quem devorava os homens; quando a obediência extirpou o
pecado; quando, por meio de um homem, Adão foi chamado
de volta à vida; quando, por meio da Virgem, o pecado foi
extinto.
Ao escutar os Apóstolos, as sombras acordam os homens
de seu sono: o poder divino, de fato, enchia aqueles a quem
se manifestou. Eles já não eram como antes, aquilo que nós
éramos: tornaram-se plenos. Como o ferro que, antes frio,
ao ser posto em contato com o fogo torna-se incandescente, perde a sua natureza fria e revela outra, igualmente se
comportam os mortais revestidos de Jesus. Assim Paulo nos
ensina, declarando: Já não sou eu que vivo - morri de uma
boa morte - pois é Cristo que vive em mim (Gl 2,20).
Responsório Gl 2,19-20
R. Eu morri para a lei, a fim de viver para Deus;
A minha
vida presente, na carne,
eu a vivo na fé no Filho de Deus,
* Que me amou e se entregou por mim.
V. Fui morto na cruz com Cristo.
Eu vivo, mas já não sou
eu que vivo,
pois é Cristo que vive em mim.
* Que me.
Oração
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre
o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.