Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus em
meu auxílio.
R. Socorrei-me sem
demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Dos tumultos humanos fugiste,
no deserto te foste esconder,
para a vida guardar reservada
da ganância da posse e do ter.
O camelo te deu roupa austera,
das ovelhas com lã te cingiste;
e com leite, bebida modesta,
gafanhotos e mel te nutriste.
Os profetas cantaram apenas
o profeta futuro, o Esperado;
tu, porém, vais à frente,
mostrando
quem do mundo apaga o pecado.
Entre os homens nascidos na
terra,
não se encontra um mais santo
que João.
O que lava o pecado do mundo
ele, em água, o lavou no Jordão.
O louvor da cidade celeste
a vós, Deus Uno e Trino convém,
e nós, servos humildes, pedimos
piedade
aos remidos. Amém.
Salmodia
Ant. 1 O Senhor me chamou desde o meu
nascimento,
desde o
seio materno se lembrou do meu nome.
Salmo 20(21),2-8.14
–2
Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; *
quanto exulta de alegria em
vosso auxílio!
–3
O que sonhou seu coração, lhe concedestes; *
não recusastes os pedidos de
seus lábios.
–4 Com bênção generosa o
preparastes; *
de ouro puro coroastes sua
fronte.
–5
A vida ele pediu e vós lhe destes, *
longos dias, vida longa pelos
séculos.
–6
É grande a sua glória em vosso auxílio; *
de esplendor e majestade o
revestistes.
–7
Transformastes o seu nome numa bênção, *
e o cobristes de alegria em
vossa face.
–8
Por isso o rei confia no Senhor, *
e por seu amor fiel não cairá,
–14
Levantai-vos com poder, ó Senhor Deus, *
e cantaremos celebrando a vossa
força!
– Glória ao Pai e
ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. O Senhor me chamou desde o meu
nascimento,
desde o
seio materno se lembrou do meu nome.
Ant. 2 Deus tornou minha boca uma
espada afiada,
cobriu-me
com a sombra de sua mão protetora.
Salmo 91(92)
I
–2
Como é bom agradecermos ao Senhor *
e cantar salmos de louvor ao
Deus Altíssimo!
–3
Anunciar pela manhã vossa bondade, *
e o vosso amor fiel, a noite
inteira,
–4
ao som da lira de dez cordas e da harpa, *
com canto acompanhado ao som da
cítara.
–5
Pois me alegrastes, ó Senhor, com vossos feitos, *
e rejubilo de alegria em vossas
obras.
–6
Quão imensas, ó Senhor, são vossas obras, *
quão profundos são os vossos
pensamentos!
–7
Só o homem insensato não entende, *
só o estulto não percebe nada
disso!
–8
Mesmo que os ímpios floresçam como a erva, *
ou prosperem igualmente os
malfeitores,
– são destinados a perder-se
para sempre. *
9 Vós, porém, sois o Excelso
eternamente!
– Glória ao Pai e
ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Deus tornou minha boca uma
espada afiada,
cobriu-me
com a sombra de sua mão protetora.
Ant. 3 Foi este o testemunho que João
deu do Senhor:
O que
virá depois de mim, já existia antes de mim.
II
=10
Eis que os vossos inimigos, ó Senhor, †
eis que os vossos inimigos vão
perder-se, *
e os malfeitores serão todos
dispersados.
–11
Vós me destes toda a força de um touro, *
e sobre mim um óleo puro
derramastes;
–12
triunfante, posso olhar meus inimigos, *
vitorioso, escuto a voz de seus
gemidos.
–13
O justo crescerá como a palmeira, *
florirá igual ao cedro que há no
Líbano;
–14
na casa do Senhor estão plantados, *
nos átrios de meu Deus
florescerão.
–15
Mesmo no tempo da velhice darão frutos, *
cheios de seiva e de folhas
verdejantes;
–16
e dirão: “É justo mesmo o Senhor Deus: *
meu Rochedo, não existe nele o
mal!”
– Glória ao Pai e
ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Foi este o testemunho que João
deu do Senhor:
O que
virá depois de mim, já existia antes de mim.
V. João veio dar testemunho da Luz,
R. A fim de que todos acreditassem por ele.
Primeira leitura
Do Livro do Profeta Jeremias 1,4-10.17-19
A vocação do profeta
4Foi-me dirigida a palavra do
Senhor, dizendo: 5“Antes de formar-te no ventre
materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te
consagrei e te fiz profeta das nações”. 6Disse eu: “Ah! Senhor Deus, eu
não sei falar, sou muito novo”. 7Disse-me o Senhor: “Não digas
que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás, e tudo que eu te
mandar dizer, dirás. 8Não tenhas medo deles, pois
estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.
9O Senhor
estendeu a mão, tocou-me a boca e disse-me: “Eis que ponho minhas
palavras em tua boca. 10Eu te constituí hoje sobre povos
e reinos com poder para extirpar e destruir, devastar e derrubar,
construir e plantar.
17Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar dizer: não tenhas medo, senão, eu te farei tremer na presença deles. 18Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes, aos sacerdotes e ao povo da terra; 19eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.
Responsório Jr
1,5.9b.10a
R. Antes que eu te formasse, no
ventre materno,
eu te conheci e antes que tu
saísses do seio, eu te consagrei.
* E te constituí profeta às
nações.
V. Eis que ponho em tua boca as
minhas palavras,
constituo-te hoje sobre povos e
reinos.
* E te constituí profeta às
nações.
Segunda leitura
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 293,1-3: PL
38,1327-1328)
(Séc.V)
Voz do que clama no
deserto
A Igreja celebra o nascimento de
João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não
há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos
também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação. E se não
a soubermos dar tão bem, como exige a importância desta solenidade, pelo menos meditemos
nela mais frutuosa e profundamente. João nasce de uma anciã estéril;
Cristo nasce de uma jovem virgem.
O pai de João não acredita que ele possa nascer e fica mudo; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto que quisemos meditar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de aptidão ou de tempo, aquele que fala dentro de vós, mesmo em nossa ausência, vos ensinará melhor. Nele pensais com amor filial, a ele recebestes no coração, dele vos tornastes templos.
João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo Testamento, é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele. Tudo isto são coisas divinas, que ultrapassam a limitação humana. Por fim, nasce. Recebe o nome e solta-se a língua do pai. Relacionemos o acontecido com o simbolismo de todos estes fatos.
Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da profecia que, antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto, fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e torna-se claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? (Jo 1,19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1,23). João é a voz; o Senhor, porém, no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.
Responsório Lc 1,76-77
V. Anunciando a seu povo a salvação
que está na remissão dos seus
pecados.
* Pois irás.
HINO
Te Deum
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para
sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus,
que suscitastes São João Batista, a fim de preparar para o Senhor um
povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi
nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.