25o DOMINGO DO TEMPO COMUM
I Semana do Saltério
Ofício das Leituras
Primeira leitura Do Livro de Tobias
1,1-2,1a
O exilado
1História de Tobit, filho de Tobiel, filho de Ananiel,
filho de Aduel, filho de Gabael, da descendência de Asiel,
da tribo de Neftali,
2o qual, nos dias de Salmanasar, rei da
Assíria, foi exilado de Tisbé, que fica ao sul de Cedes em
Neftali, na Galileia setentrional, acima de Hasor, a oeste,
ao sol poente, e ao norte de Sefat.
3Eu, Tobit, trilhei os caminhos da verdade todos os
dias de minha vida. Dei muitas esmolas a meus irmãos e
meus compatriotas, deportados comigo para Nínive, no
país da Assíria.
4Quando eu era jovem e estava ainda em
minha terra, a terra de Israel, toda a tribo de Neftali, meu
antepassado, se separou da casa de Davi e de Jerusalém,
cidade escolhida dentre todas as tribos de Israel para seus
sacrifícios; lá é que o Templo em que Deus habita fora
construído e consagrado para todas as gerações vindouras.
5Todos os meus irmãos e a casa de Neftali ofereciam
sacrifícios ao bezerro que Jeroboão, rei de Israel, fizera em
Dã, sobre todas as montanhas da Galileia.
6Muitas vezes eu era o único a vir em peregrinação a
Jerusalém, por ocasião das festas, para cumprir a lei que
obriga todo o Israel para sempre. Acudia pressuroso a
Jerusalém com as primícias dos frutos e dos animais, o
dízimo do gado e a primeira lã das ovelhas.
7Eu as entregava
aos sacerdotes, filhos de Aarão, para o altar. Aos levitas,
então em serviço em Jerusalém, eu dava o dízimo do vinho
e do trigo, do óleo, das romãs e dos outros frutos. O segundo
dízimo eu o pagava em dinheiro, pelo espaço de seis anos,
e ia gastá-lo cada ano em Jerusalém.
8O terceiro dízimo eu
o entregava aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros que
viviam com os israelitas; levava-o e o dava a eles de três
em três anos, e nós o consumíamos conforme os preceitos
da Lei de Moisés e as recomendações de Débora, mãe de
nosso pai Ananiel, pois meu pai havia morrido deixando-me
órfão.
9Chegando à idade adulta, casei-me com uma mulher
de nossa parentela, chamada Ana; ela deu-me um filho a
quem chamei Tobias.
10Quando da deportação para a Assíria, ao ser desterrado,
fui para Nínive. Todos os meus irmãos, e os da minha raça,
comiam dos alimentos dos pagãos;
11quanto a mim, eu me
guardava de comer dos alimentos dos pagãos.
12Como eu me
lembrava de meu Deus com toda a minha alma,
13concedeu-
me o Altíssimo graça e favor diante de Salmanasar e
cheguei a ser seu procurador.
14Eu viajava para a Média e
lá administrava seus negócios até sua morte; e depositei em
Rages, na Média, na casa de Gabael, irmão de Gabri, uns
sacos de prata contendo dez talentos.
15Morto Salmanasar, sucedeu-lhe no trono seu filho
Senaquerib; as estradas da Média foram fechadas e não
pude voltar mais lá.
16Nos dias de Salmanasar, eu tinha
feito muitas esmolas a meus irmãos de raça;
17dava meu pão
aos famintos e roupa aos que estavam nus; e quando via o
cadáver de algum dos meus compatriotas jogado para fora
das muralhas de Nínive, sepultava-o.
18Enterrei igualmente
os que Senaquerib matou. - Quando regressou da Judeia
em fuga, depois do castigo que lhe mandou o Rei do céu,
por causa de suas blasfêmias, Senaquerib, em sua ira,
mandou matar muitos dos israelitas. - Então eu retirava seus
corpos para dar-lhes sepultura. Senaquerib os procurava e
não mais os encontrava.
19Um ninivita foi denunciar ao rei
que era eu quem os enterrava clandestinamente. Quando
eu soube que o rei estava informado a meu respeito e que
me procurava para matar-me, tive medo e fugi.
20Todos os
meus bens me foram arrebatados; tudo foi confiscado para
o tesouro real; nada me restou, senão Ana, minha esposa,
e meu filho Tobias.
21Menos de quarenta dias depois, o rei foi assassinado
por seus dois filhos, que fugiram para os montes Ararat.
Sucedeu-lhe seu filho Asaradon. Este constituiu Aicar, filho
do meu irmão Anael, superintendente das finanças do reino,
de modo que ele dirigia toda a administração.
22Então Aicar
intercedeu por mim e eu pude retornar a Nínive. É que Aicar,
sob Senaquerib, rei da Assíria, havia sido copeiro-mor,
guarda do selo, administrador e encarregado das finanças;
e Asaradon o havia mantido no ofício. Ele era da minha
parentela, era meu sobrinho.
2,1No reinado de Asaradon, pude voltar para minha
casa e foi-me devolvida minha esposa Ana com meu filho
Tobias.
Responsório
Cf. Tb 1,19.20 vulg.; 2,9, 1,15
R. Tobit, segundo as suas posses,
fazia esmola aos seus
irmãos de raça
e dava pão aos famintos;
* E temendo mais a Deus do que ao rei,
quando via um
cadáver de alguns de seus compatriotas
jogado para fora
das muralhas, sepultava-o.
V. Visitava aos que estavam cativos,
e lhes dava bons
conselhos.
* E temendo.
Segunda leitura
Dos “Discursos” de São Máximo de Turim, bispo
(73, 1-4)
(Séc. V)
Tudo pela glória de Deus
O bom cristão deve sempre louvar o seu Pai e Senhor
e buscar em tudo a sua glória, como diz o Apóstolo:
Quer comais, quer bebais, quer façais quaisquer outras coisas,
fazei tudo pela glória de Deus (1Cor 10,11).
Eis como deve ser, segundo o pensamento do Apóstolo,
o banquete dos cristãos: de tal modo que nisso se coma mais
a fé em Cristo do que outra comida, e o homem seja saciado
mais pela repetida invocação do nome do Senhor do que
pela apresentação de múltiplos e copiosos pratos, de modo
que a religião nutra o faminto mais que o alimento! “Tudo”,
diz, “pela glória de Deus”. Cristo quis participar de todos os
nossos atos, como solidário a nós ou como testemunha, para
realizarmos o bem por obra sua e nos distanciarmos do mal
por causa da nossa união com ele. Aquele que experimenta
ter Cristo como companheiro envergonha-se de praticar o
mal. Portanto, o Senhor nos ajuda a realizar o bem e nos
preserva de realizar o mal.
Assim, quando nos levantamos de manhã, devemos,
antes de todas as atividades profanas, realizar um ato de
religião e render graças ao Salvador por nos ter guardado,
quando jazíamos adormecidos em nossos leitos. Quando
nos levantamos, devemos render graças a Cristo e cumprir
depois todas as atividades do dia no sinal do Salvador. Na
verdade, quando ainda eras pagão, tu te acostumavas a
buscar diligentemente os sinais e avaliar com grandíssimo
cuidado para quais coisas eram propícios. Mas não quero
que te enganes a respeito do número. Sabes que somente
num sinal de Cristo se encontra a prosperidade de todas as
coisas. Aquele que começar a semear naquele sinal, obterá
o fruto da vida eterna: quem nele inicia o próprio caminho,
chegará até o céu. Portanto, é preciso dirigir todos os nossos
atos para aquele nome, bem como todos os movimentos da
nossa vida, porque, como diz o Apóstolo:
Nele vivemos, nos movemos, e somos (At 17,28).
E ainda, quando nas Vésperas se conclui o dia, devemos
louvar o Senhor com o saltério e cantar melodiosamente a
sua glória, a fim de que, terminado o combate das obras,
mereçamos o repouso e o prêmio das nossas fadigas como
vencedores. A isto, irmãos, não somente nos ensina a
razão, mas nos exortam também os exemplos. Como os
pequenos passarinhos que, logo que a aurora ilumina o
dia, põem-se a cantar harmoniosamente naquelas espécies
de pequenas celas que são os seus ninhos, e o fazem com
grande solicitude, antes de sair, como que para acariciar o
seu Criador com a suavidade do canto, já que não o podem
fazer com palavras. Cada um deles, não podendo confessar
Deus, rende-lhe homenagem com o canto, de tal modo
que parece render graças com maior devoção aquele que
canta mais melodiosamente. E no final do dia, não o fazem
igualmente?
Responsório
Cl 3,17; 1Cor 10,31
R. Tudo o que fazeis em palavras e atos,
* Tudo se cumpra em nome do Senhor Jesus,
rendendo por
meio dele graças a Deus Pai.
V. Fazei tudo pela glória de Deus:
* Tudo se cumpra.
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó
Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que,
observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.