15a SEMANA DO TEMPO COMUMIII Semana do SaltérioTERÇA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Primeiro Livro dos Reis 19,1-9a.11-21O Senhor se revela a EliasNaqueles dias: 1Acab contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como tinha passado ao fio da espada todos os profetas de Baal. 2Então
Jezabel mandou um mensageiro a Elias para lhe dizer: "Que os deuses me
tratem com o maior rigor, se amanhã, a esta hora, eu não tiver feito
contigo o mesmo que fizeste com a vida deles". 3Temeroso, Elias partiu para salvar a sua vida. Chegou a Bersabéia de Judá e ali deixou o seu servo. 4Depois,
entrou deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente
debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: "Agora basta,
Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais". 5E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: "Levanta-te e come! 6Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. 7Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: "Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer". 8Elias
levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou
quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.9Chegando ali, entrou numa gruta, onde passou a noite. Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida. 11O
Senhor disse-lhe: "Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor,
porque o Senhor vai passar". Antes do Senhor, porém, veio um vento
impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas
o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto. Mas o
Senhor não estava no terremoto. 12Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. 13Ouvindo isto, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta. Ouviu, então, uma voz que dizia: "Que fazes aqui, Elias? 14Ele
respondeu: "Estou ardendo de zelo pelo Senhor, Deus Todo-poderoso,
porque os filhos de Israel abandonaram tua aliança, demoliram teus
altares e mataram à espada teus profetas. Só eu escapei. Mas, agora,
também querem matar-me".15O
Senhor disse-lhe: "Vai e toma o teu caminho de volta, na direção do
deserto de Damasco. Chegando lá, ungirás Hazael como rei da Síria. 16Unge também a Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar. 17Quem escapar da espada de Hazael, será morto por Jeú, e quem escapar da espada de Jeú, será morto por Eliseu. 18Mas vou deixar com vida em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal e cuja boca não o beijou".19Elias
partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando a terra com
doze juntas de bois; e ele mesmo conduzia a última. Elias, ao passar
perto de Eliseu, lançou sobre ele o seu manto. 20Então Eliseu deixou os bois e
correu atrás de Elias, dizendo: "Deixa-me primeiro ir beijar meu pai e
minha mãe, depois te seguirei". Elias respondeu: "Vai e volta! Pois o
que te fiz eu? 21Ele
retirou-se, tomou a junta de bois e os imolou. Com a madeira do arado e
da canga assou a carne e deu de comer à sua gente. Depois levantou-se,
seguiu Elias e pôs-se ao seu serviço.Responsório Ex 33,22.20b; Jo 1,18R. Disse o Senhor a Moisés: ao passar minha glóriaeu te colocarei na fenda da rochae hei de cobrir-te com a mão estendidaaté que eu tenha passado.* Pois, ninguém pode ver-me e ainda viver.
V. Ninguém jamais viu a Deus; mas o Filho unigênito
que está junto do Pai, este o deu a conhecer.
* Pois, ninguém.Segunda leitura
Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo(Nn. 12-16.19: SCh 25 bis, 162-164)(Séc. IV)
Tudo lhes acontecia em figuraA ti ensina o Apóstolo que todos
os nossos pais estiveram debaixo da nuvem e todos atravessaram o mar e
todos, conduzidos por Moisés, foram batizados na nuvem e no mar. Em seguida o mesmo Moisés diz no cântico: Enviaste teu espírito e o mar os cobriu.
Nota que nesta passagem dos hebreus pelo mar já se prenuncia a figura
do santo batismo, onde perece o egípcio, e liberta-se o hebreu. Não é
isto o que diariamente o sacramento nos ensina, a saber, que a culpa é
afogada, destruído o erro, e a santidade e toda inocência passam através
dele?Ouves que nossos pais estiveram
debaixo da nuvem, a boa nuvem que refresca o ardor das paixões carnais, a
boa nuvem que cobre com sua sombra aqueles que o Espírito Santo torna a
visitar. Esta boa nuvem, em seguida, veio sobre a Virgem Maria e o
poder do Altíssimo a envolveu com sua sombra, ao gerar a redenção do
homem. Este milagre realizou-o Moisés em figura. Se, portanto, lá esteve
o Espírito em figura, não estará aqui a realidade, já que a Escritura
te diz que a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo?Em
Mara a fonte era amarga. Nela Moisés mergulhou um lenho e ela se tornou
doce. A água, sem a proclamação da cruz do Senhor, não tem utilidade
alguma para a futura salvação. Ao ser, porém, consagrada pelo salutar
mistério da cruz, é usada no banho espiritual e no cálice da salvação. À
semelhança daquela fonte em que Moisés, isto é, o Profeta, pôs o lenho,
também nesta fonte o sacerdote proclama a cruz do Senhor e a água se
faz doce para a graça.Não creias apenas
nos teus olhos corporais. Enxerga-se muito melhor o que não se vê,
porque o que vemos é transitório, isto é terreno. No entanto, se vemos o
que os olhos não alcançam, enxergamos com coração e a mente.Por
fim ensina-te o trecho do Livro dos Reis: Naaman era sírio, tinha a
lepra e ninguém podia purificá-lo. Então disse-lhe uma menina escrava
que em Israel havia um profeta, que o poderia curar da lepra. Tomando
consigo ouro e prata, Naaman dirigiu-se ao rei de Israel. Conhecendo o
rei o motivo da vinda, rasgou as vestes em sinal de luto e
declarou que este pedido tão além do poder real era antes um pretexto
para um ataque contra o reino. Mas Eliseu mandou dizer ao rei que lhe
enviasse o sírio para que lhe fosse dado conhecer como Deus estava em
Israel. Tendo ele chegado, o profeta fez-lhe saber que devia mergulhar
sete vezes no rio Jordão. Naaman começou, então, a pensar que melhores
eram as águas de sua pátria, onde muitas vezes mergulhara e nunca ficara
limpo da lepra e quis voltar, sem obedecer à ordem do profeta. Mas,
diante do conselho insistente de seus servos, enfim concordou em
banhar-se e, limpo no mesmo momento, compreendeu que não era por virtude
da água que se tornara purificado, mas pela graça.Ora, Naaman duvidou antes de ser curado. Tu, porém, já estás são: não podes duvidar!Responsório Sl 77(78),52a.53; 1Cor 10,2R. Deus fez sair seu povo eleito como ovelhas
e o guiou com segurança e sem temor,
* Mas encobriu seus inimigos com o mar.V. Foram todos batizados em Moisés,
no mar e na nuvem batizados. * Mas encobriu.OraçãoÓ
Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom
caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao
cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.