24o DOMINGO DO TEMPO COMUM

IV Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Oseias 8,1-14

Contra o rei, a idolatria, as alianças e o culto

1Põe em tua boca a trombeta! É como uma águia sobre a casa do Senhor! porque eles transgrediram a minha aliança e se rebelaram contra a minha Lei. 2Eles clamam a mim: “Meu Deus, nós, Israel, te conhecemos”. 3Israel rejeitou o bem, o inimigo o perseguirá. 4Eles instituíram reis sem o meu consentimento, escolheram príncipes, mas eu não tive conhecimento. De sua prata e de seu ouro fizeram ídolos para si, para que sejam destruídos. 5Rejeita o teu bezerro, Samaria! Minha ira inflamou-se contra eles. Até quando serão incapazes de pureza? 6Porque ele é de Israel, um artista o fez, ele não é Deus. Sim, o bezerro de Samaria será desfeito em pedaços! 7Porque semeiam vento, colherão tempestade! Haste sem espiga, que não produz farinha; mas ainda que produza, estrangeiros a devorarão. 8Israel foi devorado. Agora estão entre as nações como um objeto sem valor! 9Quando eles subiram à Assíria, Efraim, um asno selvagem solitário, contratou amantes para si. 10Ainda que eles os contratem entre as nações, eu os reunirei agora, e eles tremerão em breve sob o fardo do rei dos príncipes. 11Quando Efraim multiplicou os altares, eles só lhe serviram para pecar. 12Ainda que eu lhe escreva um grande número de minhas leis, elas são consideradas como algo estranho. 13Eles me oferecem em sacrifício ofertas assadas, ele comem sua carne, mas o Senhor não os aceitará. Agora ele se lembrará de suas faltas e castigará os seus pecados: eles voltarão ao Egito. 14Israel esqueceu aquele que o fez e construiu palácios. Judá multiplicou as cidades fortificadas. Mas eu mandarei fogo sobre suas cidades, o qual consumirá as suas cidadelas.

Responsório Rm 1,18.21.23

R. A ira de Deus manifesta-se do alto do céu
contra toda a
impiedade e injustiça dos homens
que mantêm a verdade prisioneira da injustiça;
* Pois, tendo conhecido a Deus,
não o honraram como Deus
nem lhe renderam graças.
V. E trocaram a glória de Deus incorruptível
por imagens
do homem corruptível.
*
Pois, tendo conhecido a Deus.

Segunda leitura

Da obra “O Sacramento do Altar”, de Balduíno de Cantuária, bispo
(Parte II,1)


A salvação do mundo é dividida e

dirigida segundo a sucessão dos tempos

O alimento de Cristo é a salvação do mundo. Em verdade, é desta salvação que Ele tem fome, dela Ele também tem sede, porque esta é a sua bebida. Quem poderá obter a água, se não for dada por Ele? Ou, quem poderá se salvar se não for salvo por Ele?

Porém, a salvação da qual o mundo tem sede, Ele a realiza em parte naquilo que diz respeito à preparação, em parte no que se refere à redenção, em parte no que diz respeito ao pleno cumprimento.

Diz respeito à preparação, tudo o que Ele realizou nos seus santos desde o princípio do mundo até o tempo de sua vinda, para prefigurar a redenção futura. Refere-se à redenção, todo o bem que Cristo cumpriu e tudo o que sofreu em vida, até o momento da sua paixão e da sua ressurreição. Enfim, diz respeito ao cumprimento, toda a glória da ressurreição. Desta, Ele próprio diz:

Realizo curas hoje e amanhã; e no terceiro dia eu terei consumado (Lc 13,32). A salvação do mundo é dividida e dirigida segundo a sucessão dos tempos, na preparação, no ato e nos frutos; ou seja, em figura, na graça e na glória.

Antes de tudo, Deus Pai enviou a salvação a Jacó com a promessa do Salvador. Depois concedeu a salvação aos reis, isto é a todos os justos, com a chegada do Salvador. Finalmente, completou a obra da salvação com a ressurreição do Salvador, concedendo ao seu rei grandes vitórias, mostrando-se fiel ao seu consagrado, a Davi, e à sua descendência para sempre (cf. Sl 17,51).

Esta obra da nossa salvação foi cumprida por Cristo a começar pelos tempos antigos. Toda a economia das coisas e dos tempos era dirigida por Ele para esta finalidade, e o próprio autor de todas as coisas se comprazia com tudo o que concorria para esta causa, e com isso, para a sua glória, como está escrito: Renove a face da terra. Que a glória do Senhor seja para sempre, que se alegre o Senhor por suas obras (Sl 103,30-31)

Não se alegre somente por tudo o que fez antes da sua vinda, mas justamente por ela; no entanto, vindo ao mundo tomou sobre si com alegria os flagelos da nossa iniquidade. Contente, eu diria, ou triste? Diria bem em todos os dois modos. Em verdade, Dele está escrito: Exulta como o herói que percorre o caminho (Sl 18,6). E Ele próprio diz: A minha alma está triste até a morte (Mt 26,38). Não experimentou apenas o sofrimento da carne na amargura dos tormentos e na dura e trabalhosa vida assumida por nós, mas sentiu na alma a verdadeira tristeza, que, contudo, aceitou livremente.

Ele que estava na alegria quis experimentar tornar-se verdadeiramente triste. Contudo, nem mesmo a tristeza era sem alegria, desde o momento em que para Ele a alegria nascia da própria tristeza. Por isso diz: Eu desejei ardentemente comer esta Páscoa (Lc 22,15).

A obra da nossa salvação, realizada em todos os detalhes, é a vontade do Pai: é o alimento de Cristo, é disso que Ele tem fome, é disso que diz no alto da cruz: Tenho sede (Jo 19,28); esta é a bebida medicinal, este é o fruto da verdadeira videira, que é o próprio Cristo, o qual diz: Eu sou a verdadeira videira (Jo 15,1).

Responsório Sl 104(105),7.8.9.10; Rm 15,8

R. É ele o Senhor nosso Deus,
*
Recorda sempre da sua aliança,
a aliança selada com Abraão.
Estabeleceu-a como lei para Jacó,
como aliança eterna.
V. Digo que Cristo se fez servidor dos circuncisos
em favor da veracidade de Deus,
para cumprir as promessas dos pais.
*
Recorda sempre.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.