28o DOMINGO DO TEMPO COMUM

IV Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Eclesiástico 10,6-18

Contra a soberba
6Não guardes rancor de teu próximo, sejam quais forem seus erros, e nunca reajas com atos de arrogância. 7O orgulho é odioso tanto ao Senhor como aos homens, e ambos olham a injustiça como uma falta. 8A soberania passa de uma nação a outra pela injustiça, pela arrogância e pelo dinheiro. Nada de mais ímpio que aquele que gosta do dinheiro: até sua alma ele vende! 9De que se orgulha quem é terra e cinza, um ser que, vivendo, tem já as vísceras repugnantes? 10Uma longa doença zomba do médico, quem hoje é rei, amanhã morrerá. 11Quando um homem morre, herda insetos, feras e vermes. 12O princípio do orgulho humano é abandonar o Senhor e ter o coração longe do Criador. 13Porque o princípio do orgulho é o pecado e o que o possui difunde abominação. Por isso, o Senhor tornou brilhante sua miséria e o reduziu a nada. 14O Senhor derruba o trono dos poderosos e assenta os mansos em seus lugares. 15O Senhor arranca a raiz dos orgulhosos e planta os humildes em seu lugar. 16O Senhor destrói o território das nações e aniquila-as até o subsolo. Ele as extirpa, as aniquila e elimina do mundo as suas lembranças. 18O orgulho não foi feito para o homem, nem o furor para os nascidos de mulher.

Responsório Eclo 10,7.9.12; 1Pd 5,5
R. O orgulhoso é odioso tanto ao Senhor como aos homens;
de que se orgulha quem é terra e cinza?
* O princípio do orgulho é abandonar o Senhor
e ter o coração longe do Criador.
V. Deus resiste ao soberbo, mas dá a sua graça aos humildes.
* O princípio.

Segunda leitura

Do Tratado “sobre o Batismo”, atribuído a São Basílio Magno, bispo
(Liv. 1,2-3)
(Séc. IV)


Não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim
Aquele que crê no Senhor e se apresenta para ser instruído, deve primeiramente aprender a desistir de todo pecado; e depois distanciar-se de qualquer coisa, por mais agradável que seja, que por vários motivos o retira da obediência que deve ao Senhor. Não pode ser, de fato, que quem comete o pecado ou está envolvido nos negócios deste mundo ou se preocupa excessivamente com o necessário para a vida, seja servo do Senhor; e tanto menos discípulo daquele que não disse ao jovem rico: Vem e segue-me (Mt 19,21), antes de ter-lhe ordenado vender todos os seus bens e distribuí- los aos pobres. Pelo contrário, não lhe deu esta ordem antes que o próprio jovem tivesse declarado: Eu sempre observei estas coisas (Mt 19,20). Na realidade, aquele que ainda não obteve o perdão do pecado e não foi purificado com o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas está a serviço do demônio e é mantido acorrentado pelo pecado e assentado nele, não pode servir ao Senhor, que afirmou com uma sentença imutável: Aquele que comete o pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não permanece para sempre na casa (Jo 8,34-35). Mas o grande benefício da bondade divina, concedido mediante a encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, fica evidente também no que foi dito em outro texto, mais precisamente com estas palavras: Como pela desobediência de um só todos foram constituídos pecadores, assim também, pela obediência de um só todos serão constituídos justos (Rm 5,19). E, em outro lugar, considerando a bondade de Deus em Cristo e o quanto ela é admirável, diz: Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2Cor 5,21). Portanto, de tudo o que foi dito e em decorrência dos textos análogos, torna-se absolutamente necessário, se não recebemos a graça de Deus em vão, que nos libertemos, antes de tudo, do domínio do demônio, o qual induz o homem vendido ao pecado a cometer o mal que não quer; e ainda que cada um, depois de ter renegado todas as realidades presentes e também a si mesmo e de ter-se separado das paixões da vida, se torne discípulo do Senhor, como ele próprio disse: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga (Mt 16,24), em outras palavras: torne-se meu discípulo. Portanto, quando for concedido o perdão dos pecados, o homem receberá daquele que nos redimiu, ou seja, de Nosso Senhor Jesus Cristo, a liberdade do pecado, de maneira que ele possa unir-se ao Verbo. Mesmo assim, não será ainda digno de seguir o Senhor, que disse ao jovem: “Vem e segue-me”, mas somente depois de lhe haver dito: Vende o que possui e o dê aos pobres (Mt 19,21). Aliás, não lhe ordenou nem mesmo isto antes que ele lhe tivesse declarado ser puro de toda a transgressão, afirmando ter cumprido tudo o que tinha sido dito pelo Senhor.
É preciso então conservar esta ordem. Não nos é ensinado somente a desprezar os bens que possuímos e que são necessários para a nossa vida, mas também os direitos e os deveres que a natureza ou a lei estabeleceram entre nós; de fato o nosso Senhor Jesus Cristo disse: Aquele que ama pai e mãe mais que a mim, não é digno de mim (Mt 10,37); e isso deve ser entendido também a respeito daqueles que são os mais próximos de nós e, sem dúvida, ainda mais dos estranhos e dos que estão longe da fé. Pois, a tudo isso o Senhor acrescenta: Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim (Mt 10,38); e o Apóstolo, que viveu tudo isso, escreve para nosso ensinamento: O mundo foi crucificado para mim, como eu fui para o mundo. Não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gl 6,14;2,20).

Responsório Mt 1,27; Jo 14,6
R. Tudo me foi dado pelo meu Pai;
ninguém conhece o Filho senão o Pai;
* E ninguém conhece o Pai senão o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
V. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim.
* E ninguém.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.