8o DOMINGO DO TEMPO COMUM
IV Semana do Saltério
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
14,20-40
Uso dos carismas na assembleia
20Irmãos, quanto ao modo de julgardes, não sejais
como crianças; quanto à malícia, sim, sede crianças, mas
quanto ao modo de julgar, sede adultos. 21Está escrito na
Lei: Falarei a esse povo por homens de outra língua e por
lábios estrangeiros, e mesmo assim não me escutarão, diz
o Senhor.
22Por conseguinte, as línguas são um sinal não para os que
creem, mas para os que não creem. A profecia, ao contrário,
não é para os incrédulos, mas para os que creem. 23Se, por
exemplo, a Igreja se reunir e todos falarem em línguas, os
simples ouvintes e os incrédulos que entrarem não dirão
que estais loucos? 24Se, ao contrário, todos profetizarem,
o incrédulo ou o simples ouvinte que entrar há de se sentir
arguido por todos, julgado por todos; 25os segredos de seu
coração serão desvendados; prostrar-se-á com o rosto por
terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente
no meio de vós.
26Que fazer, pois, irmãos? Quando estais reunidos, cada
um de vós pode cantar um cântico, proferir um ensinamento
ou uma revelação, falar em línguas ou interpretá-las; mas
que tudo se faça para a edificação 27Se há quem fale em
línguas, falem dois ou, no máximo, três, um após o outro.
E que alguém as interprete. 28Se não há intérprete, cale-se o
irmão na assembleia; fale a si mesmo e a Deus. 29Quanto aos
profetas, dois ou três tomem a palavra e os outros julguem.
30Se alguém que esteja sentado recebe uma revelação, cale-se o primeiro. 31Vós todos podeis profetizar, mas cada um a seu turno, para que todos sejam instruídos e encorajados.
32Os espíritos dos profetas estão submissos aos profetas.
33Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz.
Como acontece em todas as Igrejas dos santos, 34estejam
caladas as mulheres nas assembleias, pois não lhes é
permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz
também a Lei. 35Se desejam instruir-se sobre algum ponto,
interroguem os maridos em casa; não é conveniente que
uma mulher fale nas assembleias. 36Porventura, a palavra
de Deus tem seu ponto de partida em vós? Ou fostes vós
os únicos que a recebestes? 37Se alguém julga ser profeta
ou inspirado pelo Espírito, reconheça, nas coisas que vos
escrevo, um preceito do Senhor. 38Todavia, se alguém não
o reconhecer, é que também Deus não é reconhecido.
39Por conseguinte, irmãos, aspirai ao dom da profecia
e não impeçais que alguém fale em línguas. 40Mas tudo se
faça com decoro e com ordem.
Responsório
1Ts 5,19-21;1Cor 14,1
R. Não extingais o Espírito.
Não desprezeis as profecias.
* Examinai tudo: abraçai o que é bom.
V. Aspirai igualmente aos dons espirituais,
mas sobretudo
ao de profecia.
* Examinai tudo.
Segunda leitura
Das “Homilias sobre Mateus”, de São João Crisóstomo,
bispo
(Hom. 25,3-4)
(Séc. V)
O rito salutar que celebramos em nossas
assembleias se chama Eucaristia
Rendamos sempre graças a Deus. Todos os dias ele nos
cumula dos seus benefícios: seria absurdo não dirigir-lhe
ao menos uma palavra de agradecimento, ainda mais que
tal reconhecimento é para nós fonte de novas graças. Não
é ele de fato que tem necessidade de nós, mas nós é que
necessitamos dele. A nossa ação de graças não lhe acrescenta
nada, mas nos torna mais íntimos dele. Se a lembrança dos
benefícios que os outros nos fizeram toca o nosso coração e
faz crescer em nós o afeto para com eles, quanto mais a lembrança contínua dos benefícios do Senhor impulsionar-nos-á
a observar com maior diligência os seus mandamentos.
A melhor custódia do benefício é a sua própria recordação e a ação de graças por ele. Por isso o grandioso rito tão
salutar que celebramos todas as vezes que nos reunimos em
assembleia, é chamado Eucaristia, porque celebra a soma
de todos os benefícios, mais ainda torna presente para nós
a própria fonte da divina providência, e nos dispõe à uma
contínua ação de graças. Se de fato, é um grande prodígio
o fato de ele ter nascido de uma Virgem, tanto que, cheio
de espanto, o evangelista disse: Tudo isso aconteceu (Mt
1,22), o que dizer ainda do fato de ele ter-se imolado por
nós? Se chamamos de “tudo” o ser nascido, como chamaremos o ser crucificado, o ter derramado sangue por nós, o
ter-se dado em alimento e em banquete espiritual? Portanto,
rendamos-lhe graças continuamente, muito além de nossas
palavras e ações. Rendamos-lhe graças não somente pelos
nossos benefícios recebidos, mas também pelos dos outros:
podemos assim curar da inveja, fortalecer a caridade, ser
mais sinceros. Não é possível ser invejosos daqueles benefícios dos quais se agradece ao Senhor.
Por isso, o sacerdote, apresentando as ofertas, nos
convida a render graças por todo o mundo, por aqueles
que não existem mais, por aqueles que vivem ainda, por
aqueles que já nasceram, por aqueles que ainda nascerão.
Isto nos liberta da terra e nos eleva ao céu e, de homens,
nos torna anjos. Também estes, em coro rendem graças a
Deus pelos benefícios a nós reservados, dizendo: Glória a
Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que
ele ama (Lc 2,14).
E dirás: o que nos importa aqueles que não estão na terra
se não são nem mesmo homens? Pelo contrário, nos importa muito: é-nos ordenado amar os nossos companheiros
de serviço, de tal modo a considerar como nossos os seus
bens. Paulo, nas suas cartas, rende graças pelos benefícios
do mundo inteiro. Também nós, portanto, rendamos graças
continuamente pelos nossos benefícios e pelos dos outros,
pelos pequenos e pelos grandes.
Responsório
Sl 102,2.4; Gl 2,20
R. Bendize o Senhor, ó minha alma,
* Não esqueças todos os seus benefícios.
Ele salva da fossa
a tua vida,
a ti coroa de graça e de misericórdia.
V. Amou-me e entregou-se a si mesmo por mim;
* Não esqueças todos.
Hino
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for
oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que
desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.