31o DOMINGO DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Do Segundo Livro dos Reis 24,20-25,13.18-21

Jerusalém devastada - Exílio de Judá

24,20 Isso aconteceu a Jerusalém e a Judá por causa da ira do Senhor que, por fim, os rejeitou de sua presença; Sedecias rebelou-se contra o rei de Babilônia.

25,1No nono ano de seu reinado, no décimo mês, no dia dez, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio atacar Jerusalém com todo o seu exército; acampou diante da cidade e levantou trincheiras ao seu redor. 2A cidade ficou sitiada até o décimo primeiro ano de Sedecias. 3No dia nove do mês quando a fome se agravava na cidade e a população na tinha mais nada para comer, 4abriram uma brecha nas muralhas da cidade. Então todos os guerreiros escaparam de noite pela porta que há entre os dois muros perto do jardim do rei - os caldeus ainda cercavam a cidade -, e tomou o caminho da Arabá. 5O exército dos caldeus perseguiu o rei e o alcançou nas planícies de Jericó, onde todos os seus soldados se dispersaram para longe dele. 6Os caldeus agarraram o rei e o conduziram a Rebla, à presença do rei da Babilônia; eles o submeteram a julgamento. 7Mandaram degolar os filhos de sedecias na presença dele, depois Nabucodonosor furou os olhos de Sedecias, algemou-o e o conduziu para Babilônia.

8No quinto mês, no dia sete - era o décimo nono ano de Nabucodonosor, rei da Babilônia -, Nabuzardã comandante da guarda, oficial do rei da Babilônia, fez sua entrada em Jerusalém. 9Incendiou o Templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém. 10E todo o exército caldeu que acompanhava o comandante da guarda destruiu as muralhas que rodeavam Jerusalém. 11Nabuzardã, comandante da guarda, exilou o resto da população que tinha ficado na cidade, os desertores que haviam passado para o lado do rei de Babilônia e o resto da multidão. 12Do povo pobre da terra, o comandante da guarda deixou uma parte, como viticultores e agricultores.

13Os caldeus quebraram as colunas de bronze do Templo do Senhor, as bases entalhadas e o Mar de bronze, que estavam no Templo do Senhor, e levaram o bronze para Babilônia.

18O comandante da guarda prendeu Saraías, sacerdote chefe , Sofonias, sacerdote que ocupava o segundo lugar, e os três guardas das portas. 19Na cidade, prendeu um eunuco, chefe dos guerreiros, cinco conselheiros do rei, que foram encontrados na cidade, o secretário do chefe do exército, encarregado da mobilização, e sessenta homens do povo, que foram encontrados na cidade. 20Nabuzardã, comandante da guarda, prendeu-os e os levou à presença do rei de Babilônia, em Rebla, 21e o rei da Babilônia mandou matá-los em Rebla, na terra de Emat. Assim, Judá foi exilado para longe de sua terra.

Responsório Sl 78(79),1.4-5

R. Senhor, povos infiéis invadiram a vossa herança,
pro
fanaram o vosso santo templo.
De Jerusalém fizeram um montão de ruínas.
*
Tornamo-nos, para nossos vizinhos,
objetos de desprezo,
de escárnio e zombaria
para os povos que nos cercam.
V. Até quando, Senhor? Será eterna vossa cólera?
Será como
um braseiro ardente o vosso zelo?
*
Tornamo-nos.

Segunda leitura

Do “Livro contra os heréticos Petrobrusianos”, do bemaventurado Pedro, o venerável, abade

(Nn.165-167)

Misericórdia e verdade se

encontrarão no caminho que é Cristo

O sacrifício do mundo cristão não é múltiplo, mas único, não muitas as vítimas, mas uma só; porque como no mundo inteiro um só é o povo cristão que o oferece, uno é o Deus a quem o oferece e uma a fé com a qual o oferece, assim também o sacrifício que é oferecido é um só. A multiplicidade das vítimas judaicas cederam o lugar à única vítima cristã: na verdade, porque o sacrifício hebraico não podia tornar perfeito, através da sua multiplicidade, o que era escravo, Deus providenciou a vítima que purificasse com a sua simplicidade aqueles que a oferecem, para santificá-los e torná-los perfeitos. Boi, bezerro, bode, cordeiro, cabra, cabrito enchem com as suas carnes e o seu sangue os altares dos judeus; só o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 12,9) é colocado sobre o altar dos cristãos. Não escutai a mim, mas ao Apóstolo de Deus: Cristo, nossa Páscoa, disse, foi imolado (1Cor 5,7). Isto é, a páscoa dos judeus é o cordeiro imolado, a nossa Páscoa, porém, é Cristo imolado. Eis porque Cristo é o único sacrifício dos cristãos. Este era o sacrifício reservado para o tempo cristão. Digo reservado para o tempo da graça e que não teria sido justo dar no tempo da ira.

O judeu teve o boi, o cristão tem o Cristo, cujo sacrifício é tão superior às vítimas judaicas quanto o Cristo é mais precioso do que o boi. Deus, que é bondade por essência, tendo piedade do homem que se tinha perdido, queria salválo; mas assim como não queria nem podia salvá-lo senão com a justiça, enquanto procurava no seu eterno conselho como usar de misericórdia para com a mísera humanidade conservando salva a justiça, achou preferível este modo, com o qual a justiça ficasse resguardada, o homem liberto, a graça acrescentada e Deus glorificado. Enviou, portanto, o seu divino Filho aos filhos dos homens, a fim de que assumindo a natureza humana, mas permanecendo imune aos vícios humanos, tomasse sobre si não o pecado, mas a pena do pecado, isto é, a morte do corpo, e anulasse assim, com a sua única morte, a dupla morte do homem: com a sua morte transitória, a morte eterna. Com esta economia age a misericórdia e nada é retirado da justiça, enquanto no lugar do suplício eterno do homem lhe será oferecido o suplício temporal do homem-Deus; no lugar da morte eterna do homem, a morte temporal do homem-Deus. Esta tem tanto peso na balança da própria justiça que para agir segundo a justiça sobre os pecados, a morte temporal do Filho de Deus pesa muito mais que a morte eterna dos filhos dos homens. Com a morte de Cristo a justiça teve uma reparação maior de quanto tivesse podido ter com a condenação do homem.

A justiça, portanto, recebe a sua parte, porque o Filho de Deus morreu pelos pecados dos homens.

Assim a justiça, que por longo tempo era oposta à salvação dos homens, finalmente se dobrou à misericórdia, e a misericórdia e a verdade se encontraram (cf. Sl 84,11) em Cristo que é o caminho, enquanto por milênios tinham agido por vias diversas; e enquanto a justiça e a paz foram como que opostos entre si durante o tempo da condenação do homem, agora que este foi salvo, também “justiça e paz se abraçarão” (Sl 84,11).

Este é o nosso sacrifício, este o holocausto da lei evangélica do Novo Testamento.

Este é o holocausto do novo povo que foi oferecido uma vez sobre a cruz de Cristo, Filho de Deus e do homem, e que sempre deverá ser oferecido sobre o altar do seu povo como ele próprio recomendou e estabeleceu. Nada mais de fato foi oferecido naquele tempo, nada mais é oferecido hoje, mas, como foi dito: “Cristo, depois de ter se oferecido uma vez por todas” (Hb 9,28), entregou-se, a si mesmo, à sua Igreja para ser oferecido sempre.

Responsório Hb 10,1.14; 9,9

R. Porque a lei possui somente uma sombra
e não a própria realidade das coisas,
não tem o poder de conduzir à perfeição,
por meio daqueles sacrifícios que se oferecem continuamente,
aqueles que se aproximam de Deus;
*
Cristo, porém, com uma única oblação,
tornou perfeitos para sempre
aqueles que são santificados.
V. Conforme a lei, são oferecidos dons e sacrifícios
que não podem tornar perfeito,
na sua consciência, o oferente. * Cristo, porém.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.