Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R.
Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta
introdução
se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao
Ofício das Leituras.
Hino
Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.
O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,
no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.
A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.
É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.
Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.
Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
uni na vossa glória
da graça os renascidos.
Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.
Salmodia
Ant.1 Agradeçamos ao Senhor o seu
amor
e as suas maravilhas entre os
homens. Aleluia.
Salmo 106(107)
Ação de graças pela libertação
Deus enviou sua palavra aos
israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).
I
–1
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua
misericórdia!
–2
Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os
salvou
–3
e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e
Sul.
–4
Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da
cidade.
–5
Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos
definhando.
–6
Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela
angústia.
–7
Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde
morar.
–8
Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os
homens!
–9
Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com
muitos
bens!
–10
Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das
correntes,
–11
por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do
Altíssimo.
–12
Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio
ajudá-los!
–13
Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela
angústia.
–14
E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes,
seus
grilhões.
–15
Agradeçam ao Senhor por seu amor *
e por suas maravilhas entre os
homens!
–16
Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de fero das
prisões!
- Glória ao Pai e ao Filho e
ao
Espírito Santo,*
como era no princípio, agora e
sempre. Amém.
Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu
amor
e as suas maravilhas entre os
homens. Aleluia.
Ant.2 Nós vimos seus prodígios e suas maravilhas. Aleluia.
II
–17
Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de
seus
crimes;
–18
todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se
encontravam.
–19
Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela
angústia.
–20
Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do
sepulcro.
–21
Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os
homens!
–22
Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas
obras!
–23
Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes
águas,
–24
testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no
alto-mar.
–25
Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas
para
o alto;
–26
aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de
pavor.
–27
Cambaleavam e caíam como bêbados, *
e toda a sua perícia deu em
nada.
–28
Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela
angústia.
–29
Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se
calaram.
–30
Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os
conduziu.
–31
Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os
homens!
–32
Na assembleia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de
anciãos!
- Glória ao Pai e ao Filho e
ao
Espírito Santo,*
como era no princípio, agora e
sempre. Amém.
Ant. Nós vimos seus prodígios e suas maravilhas. Aleluia.
Ant.3 Que os justos, vendo as obras
do Senhor,
compreendam como é grande o
seu
amor! Aleluia.
III
–33
Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante
em
terra seca;
–34
transformou as terras férteis em salinas, *
pela malícia dos que nelas
habitavam.
–35
Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes
abundantes;
–36
e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde
morar.
–37
Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas
abundantes.
–38
Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu
rebanho.
–39
Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e
aflições;
–40
porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto
sem saída,
–41
retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas
famílias.
–42
Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua
boca!
–43
Quem é sábio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do
Senhor!
- Glória ao Pai e ao Filho e
ao
Espírito Santo,*
como era no princípio, agora e
sempre. Amém.
Ant. Que os justos, vendo as obras
do Senhor,
compreendam como é grande o
seu
amor! Aleluia.
V. Deus nos fez renascer para a viva esperança, aleluia.
R.
Pela ressurreição
do
Senhor dentre os mortos. Aleluia.
Primeira leitura
Do Livro do Apocalipse 11,1-19
As duas testemunhas invictas
Eu, João, continuei a ver. 1Foi-me dado um caniço, parecido com uma vara de agrimensor, e disseram-me: “Levanta-te e tira as medidas do Templo de Deus, do altar e dos que estão em adoração. 2Deixa fora o pátio externo do Templo; não tires as suas medidas, pois foi entregue às nações pagãs, e estas vão pisar a Cidade Santa durante quarenta e dois meses. 3Mas eu darei às minhas duas testemunhas mil duzentos e sessenta dias para profetizarem, trajando vestes rudes. 4Essas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros, que estão diante do Senhor da terra. 5Se alguém quiser fazer-lhes mal, um fogo sairá da boca delas e devorará seus inimigos. Sim, se alguém quiser fazer-lhes mal, é assim que vai morrer. 6Elas têm o poder de fechar o céu, de modo que não caia chuva alguma enquanto durar a sua missão profética. Elas têm também o poder de transformar as águas em sangue. E quantas vezes elas quiserem, podem ferir a terra com todo tipo de praga. 7Quando elas terminarem o seu testemunho, a besta que sobe do Abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las. 8E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da grande cidade, que se chama, simbolicamente, Sodoma e Egito, e na qual foi crucificado também o Senhor delas. 9Gente de todos os povos, raças, línguas e nações, verão seus cadáveres durante três dias e meio, e não deixarão que os corpos sejam sepultados. 10Os habitantes da terra farão festa pela morte das testemunhas; felicitar-se-ão e trocarão presentes, pois estes dois profetas estavam incomodando os habitantes da terra”.
11Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam, ficaram com muito medo. 12Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: “Subi para aqui!” Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando. 13Na mesma hora aconteceu um grande terremoto, e a décima parte da cidade desmoronou. Sete mil pessoas morreram, e os que sobraram ficaram cheios de medo e deram glória ao Deus do céu.
14Assim passou o segundo “ai”. Eis que o terceiro “ai” vai chegando depressa. 15O sétimo anjo tocou a trombeta. Vozes bem fortes começaram a exclamar no céu: “O império do mundo pertence agora ao nosso Senhor e ao seu Ungido, e ele reinará para sempre”. 16E os vinte e quatro Anciãos, que estão sentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se com seus rostos no chão 17e adoraram a Deus, dizendo: “Nós te damos graças, Senhor Deus, Todo-poderoso, aquele que é e que era, porque assumiste o teu grande poder e entraste na posse do teu Reino.
18As nações pagãs tinham-se enfurecido, mas chegou a tua ira e o tempo de julgar os mortos e de dar a recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, pequenos e grandes; chegou o tempo de destruir os que destroem a terra.” 19Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a arca da Aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande tempestade de granizo.
Responsório Ap 11,15b; Dn 7,26c
R. Instalou-se sobre o mundo a
realeza,
a realeza do Senhor e de seu
Cristo;
* E ele reinará na eternidade.
Aleluia.
V. O seu reino é reino eterno e
os
reis de toda a terra
hão de servi-lo e obedecer-lhe. * E
ele.
Segunda leitura
Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, bispo
(Lib. 4,2: PG
73,563-566)
(Séc.V)
Cristo entregou seu corpo para a vida de todos
Eu morro por todos, diz
o Senhor,
a fim de que por mim todos tenham vida. Eu morro para resgatar todos
pela minha carne! A morte morrerá em minha morte e, juntamente comigo,
a natureza humana que caíra, ressuscitará.
Para tanto tornei-me semelhante a vós, um homem autêntico da descendência de Abraão, a fim de ser semelhante a meus irmãos. São Paulo compreendeu isto perfeitamente, ao dizer: Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o demônio (Hb 2,14).
Ora, aquele que tinha o poder da morte, e por conseguinte, a própria morte, não poderia ser destruído de nenhuma outra maneira, se Cristo não tivesse se oferecido em sacrifício por nós. Um só foi imolado pela redenção de todos, porque a morte dominava sobre todos.
Por isso diz-se nos salmos que Cristo se ofereceu a Deus Pai como sacrifício imaculado: Sacrifício e oblação não quisestes, mas formastes-me um corpo; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: “Eis que venho” (Sl 39,7-9).
O Senhor foi crucificado por todos e por causa de todos a fim de que, tendo um morrido por todos, vivamos todos nele. Não seria possível que a vida permanecesse sujeita à morte ou sucumbisse à corrupção natural. Sabemos pelas próprias palavras de Cristo que ele ofereceu sua carne pela vida do mundo: Eu me consagro por eles (Jo 17,19).
Com isso ele quer dizer que se consagra e se oferece como sacrifício puro de suave perfume. Com efeito, tudo o que era oferecido sobre o altar, era santificado ou chamado santo, conforme a Lei. Cristo, portanto, entregou seu corpo em sacrifício pela vida de todos e assim a vida nos foi dada de novo por meio dele. Como isso se realizou, procurarei dizer na medida do possível.
Depois que o Verbo de Deus, que tudo vivifica, assumiu a carne, restituiu à carne o seu próprio bem, isto é, a vida. Estabeleceu com ela uma comunhão inefável, e tornou-a fonte de vida, como ele mesmo o é por natureza. Por conseguinte, o corpo de Cristo dá a vida a todos os que dele participam; repele a morte dos que a ele estão sujeitos e os libertará da corrupção, porque possui em si mesmo a força que a elimina plenamente.
Responsório Jo 10,14.15b.10b
R. Eu sou o Bom Pastor, diz
Jesus,
e conheço as minhas ovelhas
* E por elas eu dou minha vida.
Aleluia.
V. Eu vim para que tenham a vida
e a tenham em grande abundância.
* E por elas.
Oração
Ó Deus, que renovastes nas águas do batismo os que crêem em vós, protegei os que renasceram no Cristo, para que vençam as ciladas do erro e permaneçam fiéis à vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.