13a SEMANA DO TEMPO COMUMI Semana do SaltérioQUINTA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Livro de Neemias
9,22-36
Oração de Levi
Os levíticos continuaram a oração: Senhor,
22tu lhes entregaste reinos e povos
cujas terras repartiste entre eles:
tomaram posse da terra de Seon,
rei de Hesebon,
e da terra de Og, rei de Basã.
23Multiplicaste seus filhos
como as estrelas do céu
e os introduziste na terra aonde ordenaste a seus pais
que entrassem para dela tomarem posse.
24Seus filhos invadiram e conquistaram esta terra
e tu humilhaste diante deles
os habitantes da terra, os cananeus,
que entregaste nas mãos deles
- seus reis e os povos da terra -
para os tratarem como quisessem;
25apoderaram-se de cidades fortificadas
e de uma terra fértil;
apossaram-se de casas
repletas de toda sorte de bens,
de cisternas já cavadas, de vinhedos, olivais,
de árvores frutíferas em abundância;
comeram, saciaram-se, engordaram,
fizeram de teus imensos bens as suas delícias.
26Mas eis que indóceis, revoltados contra ti,
desprezaram tua Lei,
mataram os profetas que os admoestavam
para reconduzi-los a ti
e cometeram grandes impiedades.
27Abandonaste-os então nas mãos de seus inimigos,
que os oprimiram.
No tempo de sua miséria, gritavam a ti,
e tu, do céu, os ouvias
e em tua grande compaixão lhes enviavas
salvadores que os libertavam das mãos de seus opressores.
28Mas logo que recuperavam a paz
ei-los de novo fazendo o mal diante de ti,
e tu os abandonavas nas mãos de seus
inimigos, que os tiranizavam.
De novo, eles clamavam a ti,
e tu, do céu, os ouvias:
quantas vezes em tua compaixão os libertaste!
29Advertiste-os para reconduzi-los à tua Lei:
mas se orgulharam, não obedeceram a teus mandamentos,
pecaram contra tuas normas, mesmo aquelas
em que acha a vida quem as observa,
mostraram um ombro rebelde,
endureceram a cerviz e não obedeceram.
30Foste paciente com eles
por muitos anos;
advertiste-os pelo teu Espírito,
por intermédio dos profetas,
eles, porém, não atenderam.
Então os entregaste ao poder
dos povos de outras terras.
31Em tua grande compaixão,
não os exterminaste,
nem os abandonaste,
pois és um Deus cheio de piedade e compaixão.
32E agora, ó nosso Deus,
tu que és o Deus grande, poderoso e temível,
que manténs a aliança e o amor,
não olhes com indiferença toda esta tribulação
que se abateu sobre nós, nossos reis, nossos chefes,
nossos sacerdotes, nossos profetas e todo o teu povo,
desde o tempo dos reis da Assíria
até o dia de hoje.
33Tens sido justo em tudo o que nos sucedeu,
pois mostraste tua fidelidade,
enquanto nós agíamos mal.
34Sim, nossos reis, chefes, sacerdotes
e nossos pais não seguiram tua Lei,
nem prestaram atenção aos teus mandamentos
e às obrigações que lhes impunhas.
35Logo que chegaram a seu reino,
entre os grandes bens que lhes concedias,
e na terra vasta e fértil
que puseste diante deles, não te serviram
nem se apartaram das suas ações más.
36Eis que estamos hoje escravizados
e eis que na terra que havias dado a nossos pais
para gozarem de seus frutos e de seus bens
nós estamos na escravidão.
Responsório Ne 9,4.26.32.33
R. Os levitas invocaram em alta voz o Senhor:
“Os nossos
pais foram rebeldes e se revoltaram contra vós.
Desprezaram vossa lei;
mataram vossos profetas que os conjuravam
a retornar a vós.
* E agora, Senhor, Deus grande, poderoso e temível,
vós
que mantendes fielmente vossa aliança misericordiosa,
não
sejais indiferente a todos os sofrimentos que nos atingem.
V. Em tudo aquilo que nos aconteceu,
nada mais houve que
justiça de vossa parte,
porque procedestes com lealdade,
enquanto nós retribuíamos com o mal”.
* E agora.
Segunda leitura
Dos “Livros do Stromata”, de Clemente de Alexandria
(Liv. 7, c.7)
(Séc. III)
Por toda a vida devemos honrar a Deus.
Somos ordenados a adorar e honrar aquele mesmo
Verbo que sabemos reconhecer como nosso Salvador e
guia, e por meio Dele o Pai, não apenas em alguns dias
estabelecidos, mas de forma contínua por toda a vida e de
qualquer maneira.
Um escolhido, justificado pela vontade de Deus, disse:
Sete vezes por dia eu Te louvo (Sl 118,164). Portanto, aquele
que conhece Deus O honra não em um lugar estabelecido,
em determinado momento, nem apenas nos dias de festas
ordenadas, mas por toda a vida, em todo lugar, quer esteja
sozinho, quer com ele haja outros que praticam a mesma
fé. Honra a Deus, dando-Lhe graças para o conhecimento
da vida reta.
Se a presença de uma pessoa boa traz bom estímulo
e educa quem a frequenta, com seu exemplo e com a reverência que ela inspira, quanto se tornará melhor, então,
aquele que está sempre em companhia de Deus por meio
do conhecimento, do estilo de vida e da ação de graça, no
comportamento, nas palavras e nos sentimentos?
Assim comporta-se quem está convencido de que Deus
está sempre em toda parte, não permanecendo limitado em
lugares estabelecidos e determinados. Vivendo, por toda a
vida, um dia de festa duradouro, convencidos de que Deus
está presente em toda parte, nós O louvamos cultivando
os campos; se estamos no mar Lhe cantamos hinos, e em
qualquer outra circunstância da vida agimos em conformidade.
Quem conhece Deus se aproxima mais Dele, e por isso
parece, ao mesmo tempo, sério e sereno em tudo. Sério
porque está firme em Deus, sereno porque considera bom
para os homens tudo aquilo que Deus nos doou.
Todavia, não é inútil rezar, mesmo que os bens nos sejam
oferecidos sem que os peçamos. Mas o agradecimento e o
pedido daquilo que serve à conversão do próximo são tarefas
do gnóstico. Com o mesmo propósito, o Senhor orou, dando
graças por ter concluído o Seu ministério e solicitando que
o maior número possível chegue ao conhecimento, para que
os salvos glorifiquem a Deus para a sua salvação, e Aquele
que é o único bom e o único Salvador seja conhecido, pelos
séculos dos séculos, por meio do Filho. Além disso, a fé,
pela qual alguém acredita que receberá o que pede, é uma
forma de oração que é posta na essência do conhecimento
de Deus.
Doutro lado, se a oração é uma oportunidade de conversar com Deus, não se deve perder nenhuma oportunidade de
se aproximar Dele. Certamente a santidade do gnóstico, em
conjunto com a beata Providência, manifesta, com a espontânea confissão, o perfeito dom de Deus, que não opera as
coisas boas por necessidade, mas por livre vontade pratica
o bem para aqueles que se convertem. A Providência divina
não chega para nós de forma servil, como se procedesse do
inferior ao superior; mas, por misericórdia para com a nossa
fraqueza, recebemos continuamente os dons da Providência,
assim como faz o pastor com as suas ovelhas ou o rei com
aqueles que lhe obedecem, e nós para os nossos superiores,
que regem aqueles que lhe são confiados da forma desejada
por Deus.
São, portanto, servos e adoradores de Deus aqueles que
Lhe rendem culto e livre submissão, como rei supremo, e
isso acontece através de uma reta mentalidade e do conhecimento.
Responsório Lc 11,9.10; Sl 144,18
R. Pedi e ser-vos-á dado!
* Pois todo aquele que pede recebe;
quem procura encontra;
e a quem bate, a porta será aberta.
V. O Senhor está perto dos que o invocam com o coração
sincero;
* Pois todo.
OraçãoÓ
Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não
sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a
luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.