Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Esta introdução se
omite
quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Agora é tempo favorável,
divino dom da Providência,
para curar o mundo enfermo
com um remédio, a penitência.
Da salvação refulge o dia,
na luz de Cristo a fulgurar.
O coração, que o mal feriu,
a abstinência vem curar.
Em corpo e alma, a abstinência,
Deus, ajudai-nos a guardar.
Por tal passagem, poderemos
à páscoa eterna, enfim, chegar.
Todo o Universo vos adore,
Trindade Santa, Sumo Bem.
Novos por graça entoaremos
um canto novo a vós. Amém.
Salmodia
Ant.1 A
palavra do Senhor é proteção
para aqueles que a ele se confiam.
Salmo 17(18),31-51
Ação de graças
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).
IV
–31 São perfeitos os caminhos do Senhor, *sua palavra é provada pelo fogo;– nosso Deus é um escudo poderoso *para aqueles que a ele se confiam.
–32 Quem é deus além de Deus nosso Senhor? *Quem é Rochedo semelhante ao nosso Deus?–33 Foi esse Deus que me vestiu de fortaleza *e que tornou o meu caminho sem pecado.
–34 Tornou ligeiros os meus pés como os da corça *e colocou-me em segurança em lugar alto;–35 adestrou as minhas mãos para o combate, *e os meus braços, para usar arcos de bronze.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. A palavra do Senhor é proteção
para aqueles que a ele se confiam.
Ant.2 Com a
vossa mão direita me amparastes.
V
=36 Por escudo vós me destes vossa ajuda; †com a vossa mão direita me amparastes, *e a vossa proteção me fez crescer.–37 Alargastes meu caminho ante meus passos, *e por isso os meus pés não vacilaram.
–38 Persegui meus inimigos e alcancei-os, *não voltei sem os haver exterminado;–39 esmaguei-os, já não podem levantar-se, *e debaixo dos meus pés caíram todos.
–40 Vós me cingistes de coragem para a luta *e dobrastes os rebeldes a meus pés.–41 Vós fizestes debandar meus inimigos, *e aqueles que me odeiam dispersastes.
–42 Eles gritaram, mas ninguém veio salvá-los; *os seus gritos o Senhor não escutou.–43 Esmaguei-os como o pó que o vento leva *e pisei-os como a lama das estradas.
–44 Vós me livrastes da revolta deste povo *e me pusestes como chefe das nações;– serviu-me um povo para mim desconhecido, *45 mal ouviu a minha voz, obedeceu.
= Povos estranhos me prestaram homenagem, †46 povos estranhos se entregaram, se renderam*e, tremendo, abandonaram seus redutos.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Com a vossa mão direita me
amparastes.
Ant.3 Viva o
Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! †
VI
–47 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! *† E louvado seja Deus, meu Salvador!–48 Porque foi ele, o Senhor, que me vingou *e os povos submeteu ao meu domínio;
= libertou-me de inimigos furiosos, †49 me exaltou sobre os rivais que resistiam *e do homem sanguinário me salvou.–50 Por isso, entre as nações, vos louvarei, *cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.
=51 Concedeis ao vosso rei grandes vitórias †e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, *a Davi e à sua casa para sempre.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Viva o Senhor! Bendito seja o
meu Rochedo!
V. Quem medita a lei de Deus
R. Dará frutos a seu tempo.
Primeira leitura
Do Livro do Deuteronômio
12,1-14
O lugar do culto
São estes os estatutos e as normas que cuidareis de pôr
em prática na terra cuja posse o Senhor, Deus de teus pais, te
dará, durante todos os dias em que viverdes sobre a terra.
Devereis destruir todos os lugares em que as nações
que ireis conquistar tinham servido aos seus deuses,
sobre os altos montes, sobre as colinas e sob toda árvore
verdejante. Demolireis seus altares, despedaçareis suas
estelas, queimareis seus postes sagrados e esmagareis os
ídolos dos seus deuses, fazendo com que o nome deles
desapareça de tal lugar.
Em relação ao Senhor, vosso Deus, não agireis desse
modo. Pelo contrário: buscá-lo-eis somente no lugar que
o Senhor, vosso Deus, houver escolhido, dentre todas as
vossas tribos, para aí colocar o seu nome e aí fazê-lo habitar.
Levareis para lá vossos holocaustos e vossos sacrifícios,
vossos dízimos e os dons das vossas mãos, vossos sacrifícios
votivos e vossos sacrifícios espontâneos, os primogênitos
das vossas vacas e das vossas ovelhas. E comereis lá,
diante do Senhor vosso Deus, alegrando-vos com todo o
empreendimento da vossa mão, vós e vossas famílias, com
o que o Senhor teu Deus te houver abençoado.
Não procedereis conforme procedemos aqui hoje: cada
um fazendo o que lhe parece bom, pois até agora ainda não
entrastes no lugar de repouso e na herança que o Senhor
teu Deus te dará. Atravessareis o Jordão e habitareis na
terra que o Senhor vosso Deus vos dará como herança: ele
vos protegerá de todos os vossos inimigos ao redor, para
que habiteis em segurança. É no lugar que o Senhor vosso
Deus houver escolhido para aí fazer habitar o seu nome que
trareis tudo o que eu vos ordenei: vossos holocaustos, vossos
sacrifícios, vossos dízimos, os dons das vossas mãos e todas
as oferendas escolhidas que tiverdes prometido como voto
ao Senhor. Alegrar-vos-eis diante do Senhor vosso Deus,
vós, vossos filhos e vossas filhas, vossos servos e vossas
servas, e o levita que mora em vossas cidades, pois ele não
tem parte nem herança convosco.
Fica atento a ti mesmo! Não oferecerás teus holocaustos
em qualquer lugar que vejas, pois é só no lugar que o Senhor
houver escolhido, numa das tuas tribos, que deverás oferecer
teus holocaustos; é lá que deverás pôr em prática tudo o
que eu te ordeno.
Responsório2Rs 21,7-8;2Cor 6,16
R. Neste templo colocarei meu nome para sempre.
Não
mais farei com que o pé de Israel vagueie
longe da terra
que dei a seus pais,
* Contanto que se dediquem
a praticar tudo quanto lhes
ordenei.
V. Nós somos o templo do Deus vivo,
como disse o próprio
Deus:
“No meio deles habitarei e andarei;
serei o seu Deus,
e eles serão o meu povo”.
* Contanto que se dediquem.
Segunda leitura
Das Cartas de São Fulgêncio de Ruspe, bispo
(Epist. 14,36-37; CCL 91,429-431)
Cristo sempre vivo intercedendo em nosso favor
Nas conclusões de nossas orações, dizemos: “Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho”, e nunca: “Pelo Espírito
Santo”. Esta prática da Igreja Católica tem sua explicação
naquele mistério, segundo o qual há um só mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque
(Hb 7,17) que, com seu próprio sangue, entrou no Santuário de uma vez por todas (Hb 9,12); ele não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, onde está agora, na presença de Deus, intercedendo em nosso favor (Hb 9,24).
Ao considerar este ofício sacerdotal de Cristo, o Apóstolo diz: Por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que celebram o seu nome (Hb 13,15). É por ele que oferecemos um sacrifício de louvor e de oração, uma vez que fomos reconciliados
pela sua morte quando éramos ainda inimigos. Ele quis
oferecer-se em sacrifício por nós; desde então, é por ele que
o nosso sacrifício pode ser agradável aos olhos de Deus.
Por isso, São Pedro nos exorta: Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo (1Pd 2,5). Eis a razão pela qual dizemos
a Deus Pai: “Por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ora, quando se menciona o sacerdócio de Cristo, necessariamente se põe em evidência o mistério da encarnação.
Nele, o Filho de Deus, existindo na condição divina, despojou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo, na qual humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte
(Fl 2,6.7.8), tornando-se pouco inferior aos anjos (Hb 2,7;cf. Sl 8,6). Permanecendo, contudo, na sua
divindade igual ao Pai, o Filho tornou-se inferior na medida em que se fez semelhante aos homens. Humilhou-se
quando despojou-se a si mesmo, assumindo a condição de
escravo. A humilhação de Cristo é seu despojamento; e o
seu despojamento não é senão o ato de assumir a condição
de escravo.
Enquanto permanece em sua condição divina, Cristo é,
portanto, o Unigênito de Deus, a quem, juntamente com
o Pai, oferecemos sacrifícios. Mas, enquanto assume a
condição de escravo, torna-se sacerdote por meio do qual
podemos oferecer um sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus. Na verdade, este sacrifício nunca poderia ser
oferecido, se o próprio Cristo não se tivesse oferecido em
sacrifício por nós. É nele que a natureza do gênero humano
se torna o verdadeiro sacrifício da salvação.
Assim, ao afirmarmos que nossas orações são oferecidas
por nosso Senhor, eterno sacerdote, reconhecemos nele a
verdadeira carne da nossa natureza, como diz o Apóstolo:
Todo sumo sacerdote é tomado do meio dos homens e representa os homens nas suas relações com Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (Hb 5,1). Por
isso, quando dizemos: “Vosso Filho”, e acrescentamos
“que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”,
comemoramos a unidade de natureza que existe entre o Pai,
o Filho e o Espírito Santo. E proclamamos que o mesmo
Cristo, que exerce em nosso favor a função de sacerdote, é
por natureza um com o Pai e o Espírito Santo.
ResponsórioHb 4,16.15
R. Aproximemo-nos seguros
e confiantes do trono da graça,
* Para conseguirmos misericórdia
e alcançarmos a graça
de um auxílio no momento oportuno.
V. De fato, nós temos um sumo sacerdote
capaz de se
compadecer de nossas fraquezas.
* Para conseguirmos.
Oração
Dai-nos, ó Deus, pensar sempre o que é reto e realizá-lo com
solicitude. E como só podemos existir em vós, fazei-nos viver segundo a
vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.R. Graças a Deus.