SÁBADO
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Livro do Profeta Oséias 5,14–7,2
Inutilidade da falsa conversão
Eis o que diz o Senhor: 5,14 "Pois eu serei como leoa para
Efraim, como filhote de leão para a casa de Judá; eu, eu mesmo farei a
presa, irei e agarrá-la-ei, e ninguém a tomará. 15Irei de
volta para o meu lugar até que tenham cumprido as penas, e queiram
encontrar-se comigo, procurando-me em suas aflições. 6,1
"Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele
nos machucou e há de curar-nos. 2Em dois dias, nos dará
vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua
presença.3 É preciso saber segui-lo para reconhecer o
Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as
primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo". 4Como
vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como
nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz.5 Eu os
desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha
boca, mas, como luz, expandem-se meus juízos; 6quero amor, e
não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos". 7Mas eles violaram o pacto em Adam, e nesse lugar transgrediram a minha
lei. 8Galaad é cidade de malfeitores, manchada de sangue. 9O grupo de sacerdotes é como uma quadrilha de salteadores; eles matam,
na estrada, os que viajam a Siquém, e entregam-se ao crime teimosamente. 10Na casa de Israel vi algo horrível: as obscenidades de Efraim, de que
Israel se contaminou. 11Mas para ti também, Judá, está
reservada uma colheita de sofrimentos, quando eu fizer mudar a sorte do
meu povo. 7,1Quando eu quis curar Israel, manifestou-se a
maldade de Efraim e a perversidade da Samaria, pois praticavam a
mentira; um ladrão ataca por dentro e o bando assalta por fora. 2E não dizem para si mesmos que eu lembro toda a sua maldade. Agora,
estão cercados por suas obras, consumadas diante de mim.
Responsório Mt 9,13a; Os 6,6b.4c
R. Ide vós, e aprendei
o que quer dizer:
* Eu não quero oferenda e sacrifício;
quero amor e a ciência do Senhor.
V. Vosso amor é como a nuvem
da manhã,
como o orvalho que depressa se dissipa. * Eu não.
Segunda leitura
Do Tratado Contra as heresias, de Santo Irineu, bispo
(Lib. 4,17,4-6: SCh 100,590-594)(Séc. II)
Quero a misericórdia e não o sacrifício
Deus não queria dos Israelitas sacrifícios e holocaustos, mas
fé, obediência, justiça, em vista da salvação. Manifestando a sua
vontade, pelo profeta Oséias Deus lhes dizia: Quero a misericórdia
mais que o sacrifício, e o conhecimento de Deus acima dos holocaustos (Os
6,6). Também nosso Senhor advertia-os sobre o mesmo, ao dizer: Se
soubésseis o que significa "Quero a misericórdia e não o sacrifício,
nunca condenaríeis inocentes" (Mt 12,7). Dava testemunho de que os
profetas proclamavam a verdade, e lhes censurava a insensatez da culpa.
Prescrevendo a seus discípulos oferecer a Deus primícias vindas
de suas criaturas, não por delas precisar, mas para que não fossem eles
estéreis nem ingratos, tomou dentre as criaturas o pão, deu graças e
disse: Isto é o meu corpo. O mesmo com o cálice, também
criatura como nós, declarou ser seu sangue e indicou a nova oblação da
nova Aliança (cf. Mt 26,28). Recebendo-a dos apóstolos, a Igreja em
todo o mundo a oferece a Deus, àquele que nos concede o alimento,
primícias de seus dons no Novo Testamento. Sobre ela, Malaquias, um dos
doze profetas, assim se exprimiu: Minha benevolência não está em
vós, diz o Senhor onipotente, e não aceitarei sacrifícios de vossas
mãos. Porque do nascente ao poente meu nome será glorificado entre as
nações, em todo lugar haverá incenso oferecido a meu nome e um
sacrifício puro. Porque grande entre os povos é meu nome, diz o Senhor
onipotente (Ml 1,10-11). Com toda a evidência dá a entender que o
primeiro povo cessará de oferecer a Deus. Mas que em todo lugar se lhe
oferecerá um sacrifício que será puro, e todas as nações glorificarão
seu nome.
Que nome é este, glorificado pelas nações? Haverá outro que não
o de nosso Senhor, por quem o Pai é glorificado e glorificado o homem?
E sendo do seu Filho por ele feito homem, chama-o seu. É como se um rei
pintasse a imagem de seu Filho. Com razão diria ser sua de duas
maneiras: é de seu filho e ele próprio a faz. Assim o nome de Jesus
Cristo, glorificado na Igreja por todo o universo, o Pai declara ser o
seu, porque é de seu Filho e por ter sido ele próprio a gravá-lo e a
dá-lo para a salvação dos homens.
Já que o nome do Filho é próprio do Pai e a Igreja faz a
oblação ao Pai onipotente por Jesus Cristo, diz-se com razão nos dois
sentidos: E em todo lugar se oferecerá incenso a meu nome e
sacrifício puro. O incenso, João no Apocalipse diz serem as
orações dos santos (Ap 5,8).
Responsório Cf. Lc 22,19.20; Pr 9,5
R. Isto é o meu corpo,
entregue por vós;
este cálice é a nova Aliança em meu sangue,
por vós derramado.
* Fazei isto, diz Cristo, cada vez que o fizerdes,
em memória de mim.
V. O meu pão, vinde comer,
bebei meu vinho misturado.
* Fazei.
Oração
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os
filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e
guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.