3a SEMANA DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

SEGUNDA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Deuteronômio 24,1–25,4

Preceitos em relação ao próximo
Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo:
1"Se um homem toma uma mulher e se casa com ela e esta depois não lhe agrada, porque viu nela algo de inconveniente, ele lhe escreverá uma certidão de divórcio e assim despedirá a mulher. 2Tendo saído da casa do marido, a mulher poderá casar com outro homem. 3Mas, se o segundo marido também se desgostar dela e lhe escrever uma certidão de divórcio e a mandar embora de casa, ou se ele morrer, 4o primeiro marido não a poderá tomar novamente como esposa, depois de ela se ter tornado impura, porque seria uma abominação perante o Senhor. Não deves levar ao pecado o país que o Senhor teu Deus te dará como herança.

5Se um homem é recém-casado, não irá à guerra nem lhe será imposto nenhum cargo, mas ficará livre em casa durante um ano, para se alegrar com a mulher que desposou.

6Não receberás como penhor as duas mós do moinho, nem mesmo a mó superior, porque seria tomar como penhor a própria vida.

7Se alguém for apanhado em flagrante sequestrando um dos seus irmãos, dentre os filhos de Israel, e que o tenha vendido e recebido o preço, tal sequestrador será morto. Assim extirparás o mal do teu meio.

8Evita com muito cuidado contrair a praga da lepra, mas farás tudo o que os sacerdotes levíticos te ensinarem, conforme eu lhes mandei, e cumpre tudo à risca. 9Lembra-te do que o Senhor teu Deus fez a Maria, no caminho, quando saístes do Egito.

10Se emprestares alguma coisa ao teu próximo, não lhe invadirás a casa para te garantires algum penhor. 11Esperarás do lado de fora que o devedor te traga o penhor. 12Se for pobre, não te deitarás com o penhor em tua casa. 13Devolve-lhe o penhor ao pôr-do-sol, para que ele possa deitar-se com seu manto e te abençoe. Isto será para ti uma obra justa perante o Senhor teu Deus.

14Não negarás a paga a um trabalhador indigente e pobre, seja ele um irmão teu seja um estrangeiro que mora no país, numa das tuas cidades. 15Dá-lhe no mesmo dia o seu salário, antes do pôr-do-sol, pois ele é pobre, e o salário significa o seu sustento. De contrário, clamaria ao Senhor contra ti e tu virás a ser culpado de um pecado.

16Os pais não serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais: cada um será morto pelo seu próprio pecado.

17Não leses o direito do estrangeiro nem do órfão nem tomes como penhor as roupas da viúva. 18Lembra-te que foste escravo no Egito, e que o Senhor teu Deus te fez sair de lá. Por isso te ordeno que procedas assim. 19Se, ao fazer a colheita em teu campo, esqueceres um feixe de trigo, não voltes para buscá-lo. Deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva, a fim de que o Senhor teu Deus te abençoe em todo o trabalho de tuas mãos. 20Quando tiveres colhido o fruto das oliveiras, não voltarás para colher o que ficou nas árvores. Deixa-o para o estrangeiro, o órfão e a viúva. 21Quando tiveres vindimado a tua vinha, não deves colher os cachos que ficaram. Deixa-os para o estrangeiro, o órfão e a viúva. 22Lembra-te que tu também foste escravo no Egito. Por isso te ordeno que procedas assim.

25,1Quando dois homens tiverem uma questão judicial e forem apresentar-se ao tribunal para o julgamento, seja absolvido o justo e condenado o culpado. 2Se o culpado merecer a pena do açoite, o juiz o fará deitar-se por terra e mandará açoitá-lo em sua presença, com um número de golpes proporcional ao delito. 3Contanto, porém, que os golpes não passem de quarenta, para que não aconteça que, sendo açoitado mais vezes, as feridas sejam tantas que teu irmão fique desonrado a teus olhos. 4Não atarás a boca do boi que pisa o teu trigo para o debulhar.

Responsório Cf. Mc 12,32-33; Eclo 35,4b-5a
R. Ó Mestre, estás certo em dizer
que Deus é um só e não há outro
e amá-lo de todo o coração;
* E amar ao próximo como a si mesmo
vale mais do que todo holocausto,
vale mais do que todo sacrifício.
V. Quem faz misericórdia, oferece um sacrifício;
quem se afasta da maldade, tem o agrado do Senhor.
* E amar.

Segunda leitura
Da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

(N. 48)
(Séc. XX)

Santidade do matrimônio e da família
O homem e a mulher que, pela aliança conjugal, já não são dois, mas uma só carne, em íntima união das pessoas e das atividades, prestam-se mútuo auxílio e serviço e dia por dia fazem a experiência de sua unidade cada vez mais plena. Esta união profunda, recíproca doação de duas pessoas, e o bem dos filhos exigem a total fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade.

O Cristo Senhor abençoou largamente este amor multiforme, brotado da fonte do amor divino, tendo por modelo sua união com a Igreja.

Assim como outrora Deus tomou a iniciativa da aliança de amor e de fidelidade com seu povo, agora o Salvador dos homens, Esposo da Igreja, vem pelo sacramento do matrimônio ao encontro dos esposos cristãos. Com eles permanece, dando-lhes a força de, tal como amou a Igreja e se entregou por ela, se entregarem um ao outro, amando-se com perpétua fidelidade. O genuíno amor conjugal é assumido no amor divino e sua norma e riqueza são a força redentora de Cristo e a ação salvífica da Igreja. Deste modo os cônjuges cristãos são eficazmente conduzidos a Deus, fortalecidos e ajudados na sublime missão de pai e de mãe. É esta a razão de haver um sacramento particular para confortar e consagrar os deveres e a dignidade do estado conjugal cristão. Munidos desta força, cumprem sua missão conjugal e familiar, cheios do Espírito de Cristo que impregna sua vida inteira com a fé, a esperança e a caridade, progridem sempre mais na própria perfeição e na mútua santificação e podem assim, os dois juntos, dar glória a Deus.

Os filhos, bem como todos os que com eles convivem, vendo e seguindo o exemplo dos pais e a oração familiar, encontram mais fácil caminho de humanidade, de salvação e de santidade. Os esposos, investidos da dignidade e da missão de paternidade e maternidade, esforçar-se-ão por cumprir com amor a tarefa da educação, principalmente da formação religiosa que lhes cabe em primeiro lugar.

Como membros vivos da família, os filhos contribuem a seu modo para a santificação dos pais. Com gratidão, afeto e confiança, correspondem aos benefícios recebidos dos pais. Assistem-nos filialmente nas adversidades e na solidão da velhice.

Responsório Ef 5,32.25b.33b
R. É grande este mistério;
isto é, a relação entre Cristo e a Igreja.
* Cristo amou a sua Igreja e por ela se entregou.
V. Cada um ame sua esposa como ama a si mesmo;
e a mulher, por sua vez, respeite o seu marido.
* Cristo.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.