7a SEMANA DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

SÁBADO

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 6,1-7,1

Tribulação de Paulo e exortação à santificação

Irmãos, 1visto que somos colaboradores com ele, exortamo-vos ainda a que não recebais a graça de Deus em vão. 2Pois ele diz: “No tempo favorável, eu te ouvi. E no dia da salvação vim em teu auxílio”.
Eis agora o tempo favorável por excelência. Eis agora o dia da salvação. 3Evitamos dar qualquer motivo de escândalo, a fim de que o nosso ministério não seja sujeito a censura. 4Ao contrário, em tudo recomendamo-nos como ministros de Deus: por grande perseverança nas tribulações, nas necessidades, nas angústias, 5nos açoites, nas prisões, nas desordens, nas fadigas, nas vigílias, nos jejuns, 6pela pureza, pela ciência, pela paciência, pela bondade, por um espírito santo, pelo amor sem fingimento, 7pela palavra da verdade, pelo poder de Deus, pelas armas ofensivas e defensivas da justiça, 8na glória e no desprezo, na boa e na má fama; tidos como impostores e, não obstante, verídicos; 9 como desconhecidos e, não obstante, conhecidos; como moribundos e, não obstante, eis que vivemos; como punidos e, não obstante, livres da morte; 10como tristes e, não obstante, sempre alegres; como indigentes e, não obstante, enriquecendo a muitos; como nada tendo, embora tudo possuamos!
11Nós vos falamos com toda liberdade, ó coríntios; o nosso coração se dilatou. 12Não é estreito o lugar que ocupais em nós, mas é em vossos corações que estais na estreiteza. 13Pagai-nos com igual retribuição; falo-vos como a filhos: dilatai também os vossos corações!
14
Não formeis parelha incoerente com os incrédulos. Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas? 15Que acordo entre Cristo e Beliar? Que relação entre o fiel e o incrédulo? 16Que há de comum entre o templo de Deus e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio Deus: Em meio a eles habitarei e caminharei, serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17Portanto, saí do meio de tal gente, e afastai-vos, diz o Senhor. Não toqueis o que seja impuro, e eu vos acolherei. 18Serei para vós um pai, e sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso.
7,1
Caríssimos, de posse de tais promessas, purifiquemo- nos de toda mancha da carne e do espírito. E levemos a termo a nossa santificação no temor de Deus.

Responsório 2Cor 6,14.16; 1Cor 3,16
R. Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade?
Ou que comunhão entre a luz e as trevas?
*
Porque somos o templo de Deus vivo.
V.
Não sabeis que sois o templo de Deus,
e que o Espírito de Deus habita em vós?
*
Porque.

Segunda leitura
Das “Homilias sobre a segunda Carta aos Coríntios”, de São João Crisóstomo, bispo
 (Hom. 13,1-2: PG 61, 491-492)
(Séc. IV)

Nosso coração se dilatou.

Nosso coração se dilatou. Aquilo que produz calor costuma dilatar. Assim, é próprio da caridade dilatar, pois é uma virtude cálida e fervente. Ela abria também a boca de Paulo e lhe dilatava o coração. “Não amo só de boca”, diz ele; “meu coração, em verdade, harmoniza-se com o amor; por isso falo confiante, com toda a voz e toda a mente”. Nada de mais amplo do que o coração de Paulo que, à semelhança de um enamorado, abraçava a todos os fiéis com intenso amor, sem dividir e enfraquecer a amizade, mas conservando-a indivisa. Que há de admirar se era assim em relação aos homens piedosos, se até aos infiéis da terra inteira seu coração os abraçava? Por isto não diz apenas “Amo-vos”, mas o faz com maior ênfase: Nossa boca se abre, nosso coração se dilata. Guardamos a todos dentro de nós e não de qualquer jeito, mas com imensa amplidão. Pois aquele que é amado sem temor passeia no íntimo do coração do que ama. Assim diz: Não estais apertados em nós, mas sim em vossos corações. Vê a censura temperada com não pequena indulgência. Isto é bem de quem ama. Não disse: “Vós não me amais”, e sim: “Não do mesmo modo”. De fato, não queria atormentá-los com maior severidade.
Em várias passagens, extraindo textos de cada epístola sua, pode-se ver de que amor incrível ardia para com os fiéis. Aos romanos escreve: Desejo ver-vos; e: Muitas vezes fiz o propósito de ir até vós; e também: Se de qualquer modo puder ir fazer-vos boa visita. Aos gálatas escreve: Meus filhinhos, aos quais gero de novo; e aos efésios: Por esta razão dobro meus joelhos por vós. E aos tessalonicenses: Qual a minha esperança ou gáudio, ou coroa de glória, não sois vós? Dizia, também, carregá-los em suas cadeias e em seu coração.
Igualmente aos colossenses escreve: Desejo que vejais, vós e aqueles que ainda não viram meu rosto, a grande luta que sustento por vós, para que vossos corações se fortaleçam. Aos tessalonicenses: À semelhança de uma mãe que acalenta seus filhos, assim amando-vos, desejávamos vos dar não só o Evangelho, mas nossas vidas. Não estais apertados em nós. Não diz apenas que os ama, mas que é amado por eles, para deste modo atraí-los melhor. Pois assim escreve: Tito chegou e contou-nos vosso desejo, vossas lágrimas, vosso zelo.

Responsório 1Cor 13,4.6; Pr 10,12
R. O amor é paciente, o amor é compassivo,
o amor não tem inveja e não age falsamente.
*
Não se alegra com a injustiça,
porém vibra com a verdade.
V.
O ódio desperta contendas,
e o amor cobre todas as culpas.
*
Não se alegra.

Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.