7o DOMINGO DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

I Vésperas

Cântico evangélico, ant.

Ano A Amai os vossos inimigos, diz Jesus.
Orai por quem vos persegue e calunia,
e sereis filhos do vosso Pai celeste.

Ano B Trouxeram a Jesus um paratico.
Vendo a fé daqueles homens, ele disse:
Meu filho, estão perdoados teus pecados.

Ano C Como vós desejais que os outros vos façam,
fazei vós também o mesmo com eles.

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 1,1-14

Agradecimento em meio à tribulação

1Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e Timóteo, o irmão, à Igreja de Deus que está em Corinto, assim como a todos os santos que se encontram na Acaia inteira. 2A vós graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!
3
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação! 4Ele nos consola em todas as nossas tribulações, para que possamos consolar os que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus. 5Na verdade, assim como os sofrimentos de Cristo são copiosos para nós, assim também por Cristo é copiosa a nossa consolação. 6Se somos atribulados, é para a vossa consolação e salvação que o somos. Se somos consolados, é para a vossa consolação, que vos faz suportar os mesmos sofrimentos que também nós padecemos. 7E a nossa esperança a vosso respeito é firme: sabemos que, compartilhando os nossos sofrimentos, compartilhareis também a nossa consolação.
8
Não queremos, irmãos, que o ignoreis: a tribulação que padecemos na Ásia acabrunhou-nos ao extremo, além das nossas forças, a ponto de perdermos a esperança de sobreviver. 9Sim; recebêramos em nós mesmos a nossa sentença de morte, para que a nossa confiança já não se pudesse fundar em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos. 10Foi ele que nos libertou de tal morte e dela nos libertará; nele depositamos a esperança de que ainda nos libertará da morte. 11Vós colaborareis para tanto mediante a vossa prece; assim, a graça que obteremos pela intercessão de muitas pessoas suscitará a ação de graças de muitos em nosso favor.
12
O nosso motivo de ufania é este testemunho da nossa consciência; comportamo-nos no mundo, e mais particularmente em relação a vós, com a simplicidade e a pureza que vêm de Deus, não com sabedoria carnal, mas pela graça de Deus. 13Com efeito, nada há em nossas cartas a não ser o que nelas ledes e compreendeis. Espero que compreendereis plenamente - 14assim como nos compreendestes em parte - que somos para vós motivo de glória, como sereis o nosso, no Dia do Senhor Jesus.

Responsório Sl 93,18-19; 2Cor 1,5
R. Sustenta-me, Senhor, a vossa graça,
*
Quando em meu coração se multiplicam as angústias,
vossas consolações alegram a minha alma.
V.
Com efeito, à medida que em nós crescem os sofrimentos de Cristo,
crescem também por Cristo as nossas consolações.
*
Quando.

Segunda leitura
Das “Homilias sobre a segunda Epístola aos Coríntios”, de São João Crisóstomo, bispo
(2,4-5)
(Séc. IV)


A força da oração comunitária

Procuremos estar unidos na oração, oremos uns pelos outros, como os primeiros cristãos fizeram pelos apóstolos. Desta forma, cumprimos o preceito de Deus e tornamo-nos propensos à caridade; quando falo de caridade, com esse termo quero exprimir todas as virtudes. Então, aprenderemos também a agradecer com maior empenho.
Aqueles que dão graças a Deus pelos dons concedidos ao próximo, da mesma forma, agradecendo por si mesmos. Também Davi o fazia, dizendo: Glorificai comigo ao Senhor, juntos exaltemos o seu nome (Sl 33,4). O apóstolo nos exorta a fazer o mesmo: falemos a todos dos benefícios de Deus, para associá-los ao nosso louvor. Se, ao receber algum benefício dos homens, mostramos gratidão, nós os tornamos mais prontos para fazer o bem a nós mesmos. Glorificando os benefícios do Senhor, acabamos por exortá- los a uma maior benevolência. Tendo recebido dos homens algum benefício, induzimos, dessa forma, outros a agradecer conosco; e devemos nos preocupar em encontrar muitos outros que agradeçam a Deus por nós. Se Paulo, tão digno de confiança, o fazia, ainda mais faremos nós.
Roguemos, portanto, persistentemente, homens dignos, para que sejam dadas graças por nós, e façamos o mesmo pelo próximo. Essa é tarefa específica dos sacerdotes e um bem incomparável.
Começando, então, a oração, vamos dar graças, em primeiro lugar, pelo mundo inteiro e pelo bem comum. Na verdade, embora os benefícios divinos sejam dados a todos, tu também alcançaste a salvação junto com os outros. Assim, por um lado, deves agradecer à comunidade por teus presentes pessoais; do outro estarás correto se, por conta própria, louvares a Deus também pelas graças comunitárias. Ele não faz o sol brilhar unicamente para ti, mas para todos nós; e, ainda assim, o sol é completamente teu: foi criado para o serviço de todos, mas tu, sozinho, vês o que todos veem. Conclui-se que é teu dever uma ação de graças tão grande como a de todos os homens reunidos. Portanto, deves agradecer pelos benefícios comuns e pela virtude do próximo.
Nós recebemos, na realidade, muitos benefícios também por mérito de outras pessoas. Se houvessem encontrado em Sodoma pelo menos dez homens justos, não teriam se abatido sobre a cidade aquelas catástrofes. Demos graças, portanto, pela liberdade e pela confiança de que os outros gozam em Deus: é uma prática muito antiga que remonta aos primórdios da Igreja. Desse modo, Paulo dá graças pelos romanos, pelos coríntios, pelo mundo inteiro. E não venha me dizer: aquela boa ação não fui eu que pratiquei! Até mesmo se não a realizaste pessoalmente, contudo deves dar graças, porque foi feita por um membro de teu próprio corpo. Doutro lado, no momento que essa ação é para ti motivo de elogio, torna-se tua também, e participas tanto do prêmio como da graça.
Por isso, a Igreja estabelece que as orações sejam feitas dessa forma: não apenas para os fiéis, mas também para os catecúmenos; de fato, a lei encoraja os crentes a oferecer súplicas para aqueles que ainda não receberam a iniciação.
Quando o diácono diz: Rezemos com devoção para os catecúmenos, exorta a multidão dos crentes a rezar por eles. Contudo, os catecúmenos ainda não foram incluídos no corpo de Cristo nem participam de algum mistério, estão efetivamente ainda separados do rebanho espiritual. Se devemos rezar por eles, muito mais o devemos fazer por nossos próprios membros!

Responsório Tt 5,16; 1Ts 5,17
R. Rezai uns pelos outros, para serdes curados.
*
A oração do justo, feita com insistência, tem muita força.
V.
Rezai sem cessar.
*
A oração.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Laudes
Cântico evangélico, ant.
Ano A O Pai faz seu sol nascer
sobre os maus e sobre os bons,
e igualmente faz chover
sobre os justos e os injustos.
Ano B A fim de que saibais que o Filho do Homem
sobre a terra tem poder de perdoar os pecados,
disse a ele: Eu te mando:
Fica em pé, toma o teu leito e vai para tua casa!
Ano C Não julgueis e não sereis também julgados;
na medida em que julgardes vosso irmão,
também vós, pelo Senhor, sereis julgados.

II Vésperas
Cântico evangélico, ant.
Ano A Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito.
Ano B Então o paralítico tomou a sua maca,
levantou-se e caminhou, dando glórias ao Senhor.
Vendo isto a multidão, com temor, louvou a Deus.
Ano C Perdoai, e vos será perdoado.
Dai aos outros, e a vós será dado.
Com a mesma medida com que a outros medirdes,
medidos sereis.