4a SEMANA DO TEMPO COMUM

IV Semana do Saltério

SÁBADO

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Gênesis 37,2-4.12-36

José vendido pelos irmãos

2Eis a história de Jacó. José tinha dezessete anos. Ele apascentava o rebanho com seus irmãos - era jovem -, com os filhos de Bala e os filhos de Zelfa, mulheres de seu pai, e José contou a seu pai o mal que deles se dizia.
3Israel amava mais a José do que a todos os seus outros filhos, porque ele era o filho de sua velhice, e mandou fazer- lhe uma túnica adornada. 4Seus irmãos viram que seu pai o amava mais do que a todos os seus outros filhos e odiaram- no e se tornaram incapazes de lhe falar amigavelmente.
12
Seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai em Siquém. 13Israel disse a José: “Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, vou enviar-te a eles.” E ele respondeu: “Eis-me aqui.” 14Ele lhe disse: “Vai então ver como estão teus irmãos e o rebanho e traze-me notícias.” Ele o enviou do vale de Hebron e José chegou a Siquém.
15
Um homem o encontrou andando errante pelos campos e este homem lhe perguntou: “Que procuras?” 16Ele respondeu: “Procuro meus irmãos. Indica-me, por favor, onde apascentam seus rebanhos.” 17O homem disse: “Eles levantaram acampamento daqui; eu os ouvi dizer: Vamos a Dotain.” José partiu à procura de seus irmãos e os encontrou em Dotain.
18Eles o viram de longe e, antes que chegasse perto, tramaram sua morte. 19Disseram entre si: “Eis que chega o tal sonhador! 20Vinde, matemo-lo, joguemo-lo numa cisterna qualquer; diremos que um animal feroz o devorou. Veremos o que acontecerá com seus sonhos!”
21
Mas Rúben, ouvindo isso, salvou-o de suas mãos. Ele disse: “Não lhe tiremos a vida!” 22Disse-lhes Rúben: “Não derrameis o sangue! Lançai-o nesta cisterna do deserto, mas não ponhais a mão sobre ele!” Era para salvá-lo das mãos deles e restituí-lo a seu pai. 23Assim, quando José chegou junto deles, despojaram-no de sua túnica, a túnica adornada que ele vestia. 24Arremessaram-se contra ele e o lançaram na cisterna; era uma cisterna vazia, onde não havia água. 25Depois sentaram-se para comer.
Erguendo os olhos, eis que viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Seus camelos estavam carregados de alcatira, de bálsamo e ládano que levavam para o Egito. 26Então disse Judá a seus irmãos: “De que nos aproveita matar nosso irmão e cobrir seu sangue? 27Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas, mas não ponhamos a mão sobre ele: é nosso irmão, da mesma carne que nós.” E seus irmãos o ouviram.
28
Quando passaram os mercadores madianitas, eles retiraram José da cisterna. Venderam José aos ismaelitas por vinte siclos de prata e estes o conduziram ao Egito. 29Quando Rúben voltou à cisterna, eis que José não estava mais ali! Ele rasgou suas vestes 30e, voltando a seus irmãos, disse: “O rapaz não está mais lá! E eu, aonde irei?”
31Eles tomaram a túnica de José e, degolando um bode, molharam a túnica no sangue. 32Enviaram a túnica adornada, fizeram-na levar a seu pai com estas palavras: “Eis o que encontramos! Vê se é ou não a túnica de teu filho.” 33Ele olhou e disse: “É a túnica de meu filho! Um animal feroz o devorou. José foi despedaçado!” 34Jacó rasgou suas vestes, cingiu os seus rins com um pano de saco e fez luto por seu filho durante muito tempo. 35Todos os seus filhos e filhas vieram para consolá-lo, mas ele recusou toda consolação e disse: “Não, é em luto que descerei ao Xeol para junto de meu filho.” E seu pai o chorou.
36
Entretanto os madianitas venderam-no, no Egito, a Putifar, eunuco do Faraó e comandante dos guardas.

Responsório Gn 37,18.19.20.4
R. Eles o viram de longe, e disseram:
“Eis o sonhador que chega.
*
Vamos, matemo-lo e atiremo-lo numa cisterna;
e então veremos de que lhe aproveitaram os seus sonhos”.
V. Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles,
conceberam ódio contra ele
e não podiam mais tratá-lo com bons modos.
*
Vamos.

Segunda leitura
Da “Carta aos Coríntios”, de São Clemente I, papa e mártir
(Cap. 56 1,8-16; 57-58)
(Séc. I)


Obedeçamos a Seu santíssimo e glorioso nome

Supliquemos, também nós, por aqueles que vivem no pecado, para que recebam doçura e humildade, e não cedam a nós, mas à vontade divina. Assim se tornará frutífera e perfeita a lembrança misericordiosa que deles tivemos diante de Deus e dos santos. Aceitemos a correção, queridos amigos, sem reclamar.
A exortação que damos uns aos outros é boa e muito proveitosa, pois nos une à vontade de Deus. É isso que proclama a sagrada Palavra (Santa Escritura): O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte (Sl 117,18); o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem (Pr 3,12).
E continua: Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio (Sl 140,5). E novamente diz: Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam (Hb 5,17-18).
Caríssimos, vede quão grande é a vantagem para aqueles que aceitam a correção do Senhor, pois Ele, bom pai, nos castiga para depois nos conceder a Sua misericórdia.
Portanto, vós que originastes a revolta, submetei-vos aos presbíteros e aceitai a correção com espírito de penitência, dobrando os joelhos de vosso coração.
Aprendei a submeter-vos, retendo as palavras orgulhosas e arrogantes, pois é muito melhor para vós encontrar-vos no rebanho de Cristo, como pequenos e escolhidos, do que serdes superestimados e excluídos da Sua esperança.
Pois é assim que se exprime a Sabedoria, mestre de todas as virtudes: Convertei-vos às minhas admoestações, espalharei sobre vós o meu espírito, ensinar-vos-ei minhas palavras. Uma vez que recusastes o meu chamado e ninguém prestou atenção quando estendi a mão, uma vez que negligenciastes todos os meus conselhos e não destes ouvidos às minhas admoestações, também eu me rirei do vosso infortúnio e zombarei, quando vos sobrevier um terror, quando vier sobre vós um pânico, como furacão; quando se abater sobre vós a calamidade, como a tempestade; e quando caírem sobre vós tribulação e angústia. Então me chamarão, mas não responderei; procurar-me-ão, mas não atenderei. Porque detestam a ciência sem lhe antepor o temor do Senhor, porque repelem meus conselhos com desprezo às minhas exortações; comerão do fruto dos seus erros e se saciarão com seus planos, porque a aposta- sia dos tolos os mata e o desleixo dos insensatos os perde. Aquele que me escuta, porém, habitará com segurança, viverá tranquilo, sem recear dano algum (Pr 1,23-33).
Portanto, obedeçamos a Seu santíssimo e glorioso nome: fugiremos, assim, das ameaças que a Sabedoria incute contra os rebeldes, e moraremos à sombra do dulcíssimo nome de Deus. Aceitai o nosso conselho, e não vos arrependereis, pois o Senhor está vivo, assim como vivos também estão Jesus Cristo e o Espírito Santo, fé e esperança dos eleitos. Aqueles que praticarem os mandamentos e preceitos de Deus com humildade perseverante e justiça serão colocados no número dos eleitos, salvos por Jesus Cristo, que rende glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório 1Sm 15,22; Hb 13,17
R. Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos
e sacrifícios como na obediência à sua voz?
*
A obediência é melhor que o sacrifício.
V.
Sede submissos e obedecei aos que vos guiam.
*
A obediência.

Oração

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.