21o DOMINGO DO TEMPO COMUM

I Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Da Carta de São Paulo aos Efésios 4,17-24

A vida nova em Cristo

Irmãos, 17isto, portanto, digo e no Senhor testifico. Não andeis mais como andam os demais gentios, na futilidade dos seus pensamentos, 18com entendimento entenebrecido, alienados da vida de Deus pela sua ignorância e pela dureza dos seus corações. 19Tendo-se tornado insensíveis, entregaram à dissolução para praticarem avidamente toda sorte de impureza. 20Vós, porém, não aprendestes assim a Cristo, 21se realmente o ouvistes e, como é a verdade em Jesus, nele fostes ensinados 22a remover o vosso modo de vida anterior - o homem velho, que se corrompe ao sabor das concupiscências enganosas - 23e a renovar-vos pela transformação espiritual da vossa mente, 24e revestir-vos do Homem Novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade.

Responsório Ef 4,23-24; Cl 3,9-10

R. Deveis renovar-vos pela
transformação espiritual da
vossa mente,
e revestir-vos do homem novo,
*
Criado segundo Deus,
na justiça e santidade da verdade.

V. Vós vos desvestistes do homem velho
com as suas práti
cas e vos revestistes do novo.
* Criado segundo Deus.

Segunda leitura

Dos “Discursos” de São Máximo de Turim, bispo
(59,2-4)

O Batismo do Senhor é a nossa sepultura

Nós lemos na Escritura que a salvação de todo o gênero humano foi adquirida com o sangue do Salvador, como disse o Apóstolo Pedro: Vós fostes libertados não pelo preço de coisas corruptíveis, como o ouro e a prata... mas pelo sangue precioso de Cristo, como o de um cordeiro sem defeito e sem mancha (1Pd 1,18.19). Portanto, se o preço da nossa vida é o sangue do Senhor, vê como não foi resgatada apenas a fragilidade terrena do campo, mas a salvação eterna do mundo inteiro; na verdade, o que diz o evangelista é que Cristo não veio para julgar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele (Jo 3,17).

Talvez me perguntarias se o campo é o mundo, e quem seria então o oleiro capaz de exercer o domínio sobre o mundo. Se não me engano, o oleiro é o mesmo que plasmou com a terra os vasos do nosso corpo, como diz a Escritura: O Senhor Deus plasmou o homem com o pó do solo (Gn 2,7). É Ele o oleiro que nos criou com as suas mãos para a vida, e por meio do seu Cristo nos recriou para a glória, como diz o Apóstolo: nós fomos transformados naquela mesma imagem, de glória em glória (2Cor 3,18); isto é, nós que por causa de nossos pecados decaímos da condição original, em nosso segundo nascimento fomos reparados pela misericórdia deste oleiro; nós que fomos precipitados na morte pela desobediência de Adão, ressurgimos de novo pela graça do Salvador.

O campo do oleiro foi comprado com o sangue de Cristo para os estrangeiros; para os estrangeiros, digo, os quais privados de casa e sem uma pátria, eram lançados como exilados em todo o mundo; foi providenciado para eles o repouso no sangue de Cristo, a fim de que estes, que não possuem nada sobre a terra, encontrem sepultura em Cristo. Quem são, na verdade, estes peregrinos senão os cristãos mais fervorosos, que renunciando ao mundo e a qualquer posse, encontram a paz no sangue de Cristo? Na verdade, o cristão que não possui de fato o mundo, possui inteiramente o Salvador.

Aos estrangeiros, pois, é prometida a sepultura de Cristo, no sentido de que aquele que soube abster-se dos desejos da carne como estrangeiro e peregrino, obterá a paz de Cristo. Na verdade, a sepultura de Cristo, o que é senão a paz do cristão? Nós somos, portanto, peregrinos neste mundo e vivemos como hóspedes na terra, segundo as palavras do Apóstolo que diz: Enquanto habitamos no corpo, estamos no exílio, longe do Senhor (2Cor 5,6). Somos estrangeiros, e a nossa sepultura foi comprada ao preço do sangue do Salvador.

Por meio do batismo, diz o Apóstolo, fomos sepultados com Ele na morte (Rm 6,4). Portanto, o batismo do Senhor é a nossa sepultura: nele morremos para o pecado, somos como que sepultados para os vícios e, vendo transformada a natureza do nosso velho homem interior num segundo nascimento, fomos como que transportados para uma nova infância.

O batismo do Salvador é a nossa sepultura, porque nele fomos despojados da vida transcorrida até então para receber uma nova vida. É, por isso, grande a graça desta sepultura, na qual nos é conferida uma morte salvadora e concedida como dom uma vida mais justa; em verdade é grande a graça desta sepultura, que ao mesmo tempo purifica o pecador e vivifica aquele que estava morto.

Responsório Rm 6,4.3

V. Por meio do batismo
fomos sepultados na morte junto com ele;
*
Para que, como Cristo ressuscitou dos mortos,
por meio da glória do Pai,
assim também nós possamos
caminhar numa vida nova.
R.
Todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus,
fomos batizados na sua morte. * Para que.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.