SEGUNDA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura

Da Carta de São Paulo aos Efésios 4,25-5,7

Sejais imitadores de Deus

Caríssimos, 4,25por isso abandonai a mentira e falai a verdade cada um ao seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26Irai-vos, mas não pequeis: não se ponha o sol sobre a vossa ira, 27nem deis lugar ao diabo. 28O que furtava não mais furte, mas trabalhe com as próprias mãos, realizando o que é bom, para que tenha o que partilhar com o que tiver necessidade. 29Não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para edificação, que comunique graça aos que a ouvirem. 30E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, pelo qual fostes selados para o dia da redenção. 31Toda amargura e exaltação e cólera, e toda palavra pesada e injuriosa, assim como toda malícia, sejam afastadas de entre vós. 32Sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo.

5.1Tornai-vos, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, 2e andai em amor, assim como Cristo também vos amou e se entregou por nós a Deus, como oferta e sacrifício de odor suave. 3Fornicação e qualquer impureza ou avareza nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos. 4Nem ditos indecentes, picantes ou maliciosos, que não convêm , mas antes ações de graças. 5Pois é bom que saibais que nenhum fornicário ou impuro ou avarento - que é idólatra - têm herança no Reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre aqueles que a ele resistem. 7Não vos torneis, pois, coparticipantes das suas ações.

Responsório Cl 4,2-3; Fl 4,6

R. Perseverai na oração, vigilantes,
com ação de graças,
orando por nós,
*
Para que Deus nos abra uma porta à Palavra,
para falarmos
do mistério de Cristo.
V. Apresentai a Deus todas as vossas necessidades
pela
oração e pela súplica. * Para que Deus.

Segunda leitura

Dos “Discursos” do beato Oglério, abade
(5.5)

A caridade é a escola de Cristo

Nós, irmãos, que tomamos de Cristo o nome de cristãos, e de fato o somos, desprezados todos os bens caducos e transitórios com os seus cegos adoradores e desejosos de aderir somente a Ele, unamo-nos na caridade fraterna para merecermos ser chamados, e realmente sermos, discípulos daquele que aos seus apóstolos e a nós por meio deles, deu este mandamento: Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13,35). Nisto serão reconhecidos os filhos da luz e os filhos das trevas, os discípulos de Cristo e os discípulos do maligno; dilatar-se-á, reciprocamente e em direção a todos, a caridade. A caridade não exclui ninguém, mas tudo abarca e tudo contém, dando-se a todos sem distinção. A caridade é afeto do coração que Cristo aperta no abraço do amor. A caridade é amor que mantém unidos céu e terra: é amor invencível, que não sabe mostrar-se menor nem diante de ameaças ou de súplicas. A caridade é o vínculo indissolúvel do amor e da paz; a caridade, rainha das virtudes, não teme a chegada repentina de nenhum vício, mas tendo recebido como penhor o sangue de Cristo e trazendo na testa o sinal da cruz, põe em fuga todos os seus adversários; e ninguém pode resistir à sua força.

Ela é a amiga do Rei eterno, e por isso não teme aproximar-se dele com plena confiança. Se entre nós, irmãos, reinar esta rainha das virtudes, imediatamente todos, grandes e pequenos, saberão que verdadeiramente somos discípulos do Senhor. Quem não ama, não pertence àquele que deu o mandamento do amor. A caridade é o amor a Deus e ao próximo: quem não ama o próximo, não pode também amar a Deus; e quem não ama, odeia. Por isso, quem odeia o próprio irmão, odeia o autor da caridade. Nós, portanto, congregados pelo amor de Cristo, amemos o Senhor com todo o coração e com toda a alma e ao próximo como a nós mesmos; e, por causa do seu amor, amemos não somente os amigos, mas também os inimigos, não nos satisfazendo apenas em não odiá-los, mas tendo por eles um verdadeiro amor.

Esta é a escola de Cristo, esta é a doutrina do Espírito Santo. Quem se distancia desta escola e não persevera nesta doutrina, perecerá eternamente. Aos discípulos de Jesus Cristo, ao contrário, aos apaixonados pela caridade, será dada a imensa doçura, a riqueza e a alegria da eterna bem-aventurança, que se dignará conceder-nos Aquele que no seio da Trindade perfeita vive e reina, Deus, bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório Rm 13,8.10; Gl 5,14

V. Não tenhais dívida alguma com ninguém,
a não ser a do amor mútuo;
porque quem ama o seu próximo cumpriu a lei.
*
O pleno cumprimento da lei é o amor.
R.
Toda a lei encontra a sua plenitude num só preceito:
amarás o teu próximo como a ti mesmo. * O pleno.

Oração

Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.