BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, MÃE DA IGREJA
Memória
Ofício
das Leituras
V. Vinde, ó Deus,
em
meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta introdução se omite quando o
Invitatório
precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Do vosso Filho, ó filha,
ó Mãe e Virgem pura,
sublime e mais humilde
que toda criatura!
Em seu conselho eterno,
Deus viu vossa beleza,
ó glória e esplendor
da nossa natureza,
a qual se fez tão nobre
que o seu supremo Autor,
de modo admirável,
um corpo em vós tomou.
No seio duma Virgem
revive, em fogo, o Amor.
Na terra a flor celeste
germina ao seu calor.
Ao Pai louvor, e ao Filho
da vossa virgindade,
que vos vestiu, no Espírito,
de graça e santidade.
Salmodia
Ant.1 Desceu
a bênção
do Senhor sobre Maria,
e a recompensa de Deus, seu Salvador.
Salmo 23(24)
–1
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
–2 porque ele a tornou
firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável.
–3 “Quem subirá até o monte do Senhor,
*
quem ficará em sua santa habitação?”
=4 “Quem tem mãos puras e
inocente coração, †
quem não dirige sua mente para o crime, *
nem jura falso para o dano de seu próximo.
–5 Sobre este desce a bênção do Senhor
*
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
–6 “É assim a geração dos
que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face”.
=7 “Ó portas, levantai vossos
frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
=8 Dizei-nos: “Quem é este Rei da
glória?” †
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso nas batalhas!”
=9 “Ó portas, levantai vossos
frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
=10 Dizei-nos: “Quem é este Rei da
glória?” †
“O Rei da glória é o Senhor onipotente, *
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!”
–
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Desceu a bênção
do Senhor sobre Maria,
e a recompensa de Deus, seu Salvador.
Ant.2 O Senhor
santificou sua morada.
Salmo 45(46)
–2 O Senhor para nós é refúgio
e vigor, *
sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia;
–3 assim não tememos, se a
terra estremece, *
se os montes desabam, caindo nos mares,
–4 se as águas trovejam e as
ondas se agitam, *
se, em feroz tempestade, as montanhas se abalam:
–5 Os braços de um rio vêm
trazer alegria *
à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
–6 Quem a pode abalar? Deus
está no seu meio! *
Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la.
–7 Os povos se agitam, os
reinos desabam; *
troveja sua voz e a terra estremece.
–8 Conosco está o Senhor do
universo! *
O nosso refúgio é o Deus de Jacó!
–9 Vinde ver, contemplai os
prodígios de Deus *
e a obra estupenda que fez no universo:
= reprime as guerras na face da terra, †
10 ele quebra os arcos, as
lanças destrói, *
e queima no fogo os escudos e as armas:
–11 “Parai e sabei, conhecei
que eu sou Deus, *
que domino as nações, que domino a terra!”
–12 Conosco está o Senhor do
universo! *
O nosso refúgio é o Deus de Jacó!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. O Senhor santificou
sua morada.
Ant.3 Dizem coisas
gloriosas sobre vós, Virgem Maria.
Salmo 86(87)
–1 O Senhor ama a cidade *
que fundou no Monte santo;
–2 ama as portas de Sião *
mais que as casas de Jacó.
–3 Dizem coisas gloriosas *
da Cidade do Senhor:
–4 'Lembro o Egito e Babilônia
*
entre os meus veneradores.
= Na Filistéia ou em Tiro †
ou no país da Etiópia, *
este ou aquele ali nasceu'.
=5 De Sião, porém, se diz: †
'Nasceu nela todo homem; *
Deus é sua segurança'.
=6 Deus anota no seu livro, †
onde inscreve os povos todos: *
'Foi ali que estes nasceram'.
–7 E por isso todos juntos *
a cantar se alegrarão;
– e, dançando, exclamarão: *
'Estão em ti as nossas fontes!'
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Dizem coisas
gloriosas sobre vós, Virgem Maria.
V. Maria guardava no seu
coração.
R. As palavras e os
fatos, e neles pensava.
Primeira leitura
Do
Livro do Profeta Isaías 7,10-14; 8,10c;11,1-9
Emanuel, o
rei pacífico
Naqueles dias: 7,10O Senhor falou
com Acaz, dizendo: 11“Pede ao Senhor teu Deus que te faça
ver um sinal, quer
provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12Mas
Acaz
respondeu: “Não pedirei nem tentarei o Senhor”. 13Disse o
profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco
incomodar os
homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o
próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à
luz um
filho, e lhe porá o nome de Emanuel;
8,10porque Deus
está conosco.
11,1Nascerá uma
haste do tronco de Jessé
e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor;
2sobre ele repousará o espírito do
Senhor:
espírito de sabedoria e discernimento,
espírito de conselho e fortaleza,
espírito de ciência e temor de Deus;
3no temor do Senhor encontra ele
seu prazer.
Ele não julgará pelas aparências que vê
nem decidirá somente por ouvir dizer;
4mas trará justiça para os
humildes
e uma ordem justa para os homens pacíficos;
fustigará a terra com a força da sua palavra
e destruirá o mau com o sopro dos lábios.
5Cingirá a cintura com a cinta da
justiça
e as costas com a faixa da fidelidade.
6O lobo e o cordeiro viverão
juntos
e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito;
o bezerro e o leão comerão juntos
e até mesmo uma criança poderá tangê-los.
7A vaca e o urso pastarão lado a
lado,
enquanto suas crias descansam juntas;
o leão comerá palha como o boi;
8a criança de peito vai brincar
em cima do buraco da cobra venenosa;
e o menino desmamado
não temerá pôr a mão na toca da serpente.
9Não haverá danos nem mortes
por todo o meu santo monte:
a terra estará tão repleta do saber do Senhor
quanto as águas que cobrem o mar.
Responsório Cf. Is 7,14;
9,6.7
R. Eis que a Virgem
conceberá e dará à luz um filho;
* O seu nome há de ser: Maravilhoso e Deus forte.
V. Sobre o trono de
Davi e sobre o seu reino
a paz não terá fim. * O seu nome.
Segunda leitura
Do Discurso do Bem-aventurado Paulo VI, papa, no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II
(21 de novembro de 1964: AAS 56 [1964], 1015-1016)
(Séc. XX)
Maria Mãe da Igreja
Considerando as
estreitas relações de Maria com a Igreja, para a glória da Santa Virgem e
para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto
é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos Pastores, que lhe
chamam Mãe amorosíssima; e queremos que, com este título suavíssimo, a
Mãe de Deus seja doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo
cristão.
Trata-se de um título que não é novo para a piedade dos cristãos;
pois é justamente com este nome de Mãe, de preferência a qualquer outro,
que os fiéis e a Igreja toda costumam dirigir-se a Maria. Na verdade,
ele pertence à genuína substância da devoção a Maria, achando sua
justificação na própria dignidade da Mãe do Verbo Encarnado.
Efetivamente, assim como a Maternidade divina é o fundamento da
especial relação de Maria com Cristo e da sua presença na economia da
salvação operada por Cristo Jesus, assim também essa Maternidade
constitui o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja,
sendo ela a Mãe daquele que, desde o primeiro instante da sua
Encarnação, no seu seio virginal, uniu a si, como Cabeça, o seu Corpo
Místico, que é a Igreja. Maria, pois, como Mãe de Cristo, também é Mãe
dos fiéis e de todos os Pastores, isto é, da Igreja.
Portanto, é com ânimo cheio de confiança e de amor filial que
elevamos o olhar para ela, não obstante a nossa indignidade e fraqueza.
Ela, que em Jesus nos deu a fonte da graça, não deixará de socorrer a
Igreja com seu auxílio materno, sobretudo neste tempo em que a Esposa de
Cristo se empenha, com novo alento, na sua missão salvadora.
A nossa confiança é ainda mais reavivada e corroborada quando
consideramos os laços estreitíssimos que prendem esta nossa Mãe celeste
ao gênero humano. Embora na riqueza das admiráveis prerrogativas com que
Deus a adornou para fazê-la digna Mãe do Verbo Encarnado, ela está,
todavia, pertíssimo de nós. Filha de Adão, como nós, e por isto nossa
irmã por laços de natureza, ela é, entretanto, a criatura preservada do
pecado original em vista dos méritos de Cristo, e que, aos privilégios
obtidos junta a virtude pessoal de uma fé total e exemplar, merecendo o
elogio evangélico de: Bem-aventurada és tu, porque acreditaste (Lc
1,45).
Na sua vida terrena, ela realizou a perfeita figura do discípulo
de Cristo, espelho de todas as virtudes, e encarnou as bem-aventuranças
evangélicas proclamadas por Cristo Jesus. Por isso, toda a Igreja, na
sua incomparável variedade de vida e de obras, encontra nela a forma
mais autêntica de perfeita imitação de Cristo.
Responsório Cf. Lc 1,35
R. O Espírito Santo desceu sobre Maria,
* E o poder do Altíssimo a cobriu com sua sombra.
V. Para que unida à paixão de seu Filho, se tornasse a Mãe dos redimidos.
* E o poder.
Oração
Deus, Pai de misericórdia, vosso Filho, pregado na cruz, nos deu
por mãe a sua Mãe. Pela intercessão amorosa da Virgem Maria, fazei que a
vossa Igreja se torne cada vez mais fecunda e se alegre pela santidade
de seus filhos e filhas, atraindo para o seu convívio as famílias de
todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.