SÃO JOÃO CALÁBRIA, PRESBÍTERO

Nasceu em 8 de outubro de 1873, em Verona, Itália. Muito preocupado com os necessitados, desde o início cultivou o hábito de visitar os doentes, desdobrando-se também na catequese das crianças abandonadas. Fundou a Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência e devido às necessidades funda o ramo feminino da Obra, as Pobres Servas da Divina Providência. A orientação básica que costumava repetir era muito simples, como foi toda a sua vida: "Sejamos evangelhos vivos". Faleceu no dia 4 de dezembro de 1954, quando ofereceu sua vida no lugar da do Papa Pio XII, que na ocasião também estava doente. Quando este recebeu a notícia da morte de padre Calábria, cuja vida acompanhou e admirava, assim o definiu: era um "campeão de evangélica caridade". Foi canonizado pelo papa João Paulo II em 1999.

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Ofício das Leituras

 V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
 
R. Socorrei-me sem demora.
 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
 Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Senhor, a vós cantamos
um hino de louvor,
louvando o vosso santo
perfeito servidor

Fiel seguiu a Cristo,
deixando as alegrias,
riquezas e prazeres
que o mundo oferecia.

 Humilde, obediente,
a vós se consagrou;
do corpo a castidade
por Cristo conservou.

Buscou a vossa glória,
unido a vós somente,
com todo o ser entregue
do amor ao fogo ardente.

 A vós na terra preso
por grande caridade,
no céu, feliz, triunfa
por toda a eternidade.

 Seguindo o seu exemplo,
possamos caminhar
e um dia, a vós, Trindade,

louvor sem fim cantar.
 

Salmodia

Ant. 1 Quem quiser ser o primeiro,
seja o servo, seja o último. Aleluia.

 

Salmo 20(21),2-8.14

 

2 Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra; *

quanto exulta de alegria em vosso auxílio!

3 O que sonhou seu coração, lhe concedestes; *

não recusastes os pedidos de seus lábios.

 

4 Com bênção generosa o preparastes; *

de ouro puro coroastes sua fronte.

5 A vida ele pediu e vós lhe destes, *

longos dias, vida longa pelos séculos.

 

6 É grande a sua glória em vosso auxílio; *

de esplendor e majestade o revestistes.

7 Transformastes o seu nome numa bênção, *

e o cobristes de alegria em vossa face. –

 

8 Por isso o rei confia no Senhor, *

e por seu amor fiel não cairá,

14 Levantai-vos com poder, ó Senhor Deus, *

e cantaremos celebrando a vossa força!

 

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

 

Ant. Quem quiser ser o primeiro,
seja o servo, seja o último.
Aleluia.

 

Ant. 2 Quando vier o supremo Pastor de nossas almas,
recebereis a coroa de glória imperecível.
Aleluia.

 

Salmo 91(92)

 

I

2 Como é bom agradecermos ao Senhor *

e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo!

3 Anunciar pela manhã vossa bondade, *

e o vosso amor fiel, a noite inteira,

4 ao som da lira de dez cordas e da harpa, *

com canto acompanhado ao som da cítara.

 

5 Pois me alegrastes, ó Senhor, com vossos feitos, *

e rejubilo de alegria em vossas obras.

6 Quão imensas, ó Senhor, são vossas obras, *

quão profundos são os vossos pensamentos!

 

7 Só o homem insensato não entende, *

só o estulto não percebe nada disso!

8 Mesmo que os ímpios floresçam como a erva, *

ou prosperem igualmente os malfeitores,

– são destinados a perder-se para sempre. *

9 Vós, porém, sois o Excelso eternamente!

 

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

 

Ant. Quando vier o supremo Pastor de nossas almas,
recebereis a coroa de glória imperecível.
Aleluia.

 

Ant. 3 Servo bom e fiel,
vem entrar na alegria de Jesus, teuSenhor.
Aleluia.

 

II

=10 Eis que os vossos inimigos, ó Senhor, †

eis que os vossos inimigos vão perder-se, *

e os malfeitores serão todos dispersados.

 

11 Vós me destes toda a força de um touro, *

e sobre mim um óleo puro derramastes;

12 triunfante, posso olhar meus inimigos, *

vitorioso, escuto a voz de seus gemidos.

 

13 O justo crescerá como a palmeira, *

florirá igual ao cedro que há no Líbano;

14 na casa do Senhor estão plantados, *

nos átrios de meu Deus florescerão.

 

15 Mesmo no tempo da velhice darão frutos, *

cheios de seiva e de folhas verdejantes;

16 e dirão: “É justo mesmo o Senhor Deus: *

meu Rochedo, não existe nele o mal!”

 

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

 

Ant. Servo bom e fiel,
vem entrar na alegria de Jesus, teuSenhor.
Aleluia.

 

V. O Senhor conduz o justo em seu caminho.

R. E lhe revela os segredos do seu reino. 

 

Da Primeira Carta de São Pedro 5,1-11

Deveres dos pastores e dos fiéis

 1 Exorto aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que será revelada: 2Sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso; não por torpe ganância, mas livremente; 3não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho. 4Assim, quando aparecer o pastor supremo, recebereis a coroa permanente da glória.

5Igualmente vós, jovens, sede submissos aos mais velhos. Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes.

6Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora.

10Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna, em Cristo, vos restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros.11A ele pertence o poder, pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório 1Cor 4,1-2; Pr 20,6

R. Considerem-nos os homens servidores do Senhor
e administradores dos mistérios de Deus.

*
Aquilo que se espera de um administrador
é que seja ele fiel.

V. Muitos se dizem “homens de bem”;
mas onde está o homem fiel? * Aquilo.

Segunda leitura

  Da Carta de São João Calábria aos seus Religiosos

(nº 63 em 1° de julho de 1949, Arq. Hist. Doc. 6040, pp. 292-293)
(Séc.XX)

A Divina Providência é uma terna Mãe
A missão que a Divina Providência confia à nossa Obra é reavivar neste pobre mundo a fé, por meio da palavra e mais ainda do exemplo. Deus, a alma, a eternidade, para muitos são palavras quase sem significado. Nós ao contrário, é desta fé que vivemos, fé certa e inviolável, que não desfalece, sejam quais forem as provações, mesmo que se tratasse de perseguições e da própria morte.

Deus não precisa ser demonstrado, e sim ser levado por nós. O exemplo vale mais do que qualquer apologia. Ah! Se vivêssemos concretamente as grandes verdades de nossa fé, o mistério inefável da Encarnação, o Presépio, o Calvário, a Eucaristia, Deus no meio de nós, conosco e em nós! São mistérios estes que deveriam extasiar-nos num arrebatamento de gratidão e de amor! De sermões ninguém mais quer saber, mas se os homens virem estas verdades realmente praticadas, que felizes e santas emoções provariam!

Mas de onde, meus queridos e amados irmãos, haveremos de haurir esta fé viva, senão das puras fontes do Santo Evangelho? Por isso tantas vezes lhes disse e repeti que é preciso sermos outros Cristos e evangelhos vivos, para sermos faróis de luz a iluminar a pobre humanidade tateando nas densas trevas de tantos erros e na lama de tantos vícios. É preciso que se realize em nós a palavra de Jesus bendito: Brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai, que está nos céus (Mt 5,16).
Nestas palavras vocês podem notar que Jesus, convidando-nos a olhar para Deus, chama-o de Pai, aliás, de nosso Pai. Com isso quero dizer-lhes, meus queridos irmãos, que a fé verdadeira e genuína considera a Deus não só como Criador e Senhor, mas antes como Pai. Fé, portanto, na paternidade de Deus e por isso confiança sem limites, abandono filial na Divina Providência, que é característica indispensável para a Obra, é uma das mensagens, que o Senhor, por meio da Obra, quer enviar ao mundo.

Lembremo-nos de que a Divina Providência é uma terna Mãe que dispõe tudo para o bem, aliás, para o nosso maior bem; devemos sentir-nos carregados em suas mãos maternais (cf. Os 11,4). Sem dúvida nenhuma, muitas vezes enfrentamos sofrimentos e nossa natureza poderá se assustar bastante; mas não é de se admirar por isso; também Jesus experimentou a tristeza, a angústia e o medo, e chegou até o ponto de orar ao Pai para que lhe afastasse o cálice amargo, acrescentando, no entanto, que se entregava à sua paterna vontade (cf. Lc 22,42).
Agora, nós podemos ver somente a urdidura do trabalho e o avesso do bordado: podemos ter a impressão de que há só confusão, mas quando chegarmos a ver o trabalho acabado e o lado correto, então o contemplaremos na sua magnífica e maravilhosa beleza. Se a Divina Providência cuida de todos, lembremo-lo bem, meus amados irmãos, ela cuida de nós com um carinho fora do comum, na medida em que vivermos o nosso grande e divino programa.

Pelo amor de Deus, nada de angústias e ansiedades!

Sim, poderá o Senhor permitir alguma grave provação para experimentar a nossa fé. Mas então não haveremos de nos angustiar, e sim, pelo contrário, alegrar-nos e considerarmo-nos quase que, diria, na "perfeita alegria". Tenhamos a certeza de que, se a consciência não nos acusar de infidelidade à nossa santa vocação, após a provação, a Providência irá voltar em medida repleta, sacudida, transbordante (cf. Lc 6,38).

Responsório

R. Guardai-nos, Senhor, como a pupila dos olhos.
* À sombra de vossas asas protegei-nos.

V. Mostrai vossa maravilhosa misericórdia para conosco,
vós que salvais aqueles que em vós esperam. * À sombra

Oração

Deus, Pai todo-poderoso, que para reavivar no mundo a confiança em vossa paternidade e o abandono filial à vossa Providência, suscitastes na Igreja o sacerdote João Calábria, concedei-nos, por sua intercessão, que, animados pelo mesmo espírito, possamos reconhecer e servir o vosso próprio Filho em nossos irmãos e irmãs pobres e sofredores. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.

R. Demos graças a Deus.