14a SEMANA DO TEMPO COMUMII Semana do SaltérioTERÇA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Segundo Livro de Samuel 18,6-17.24–19,5Morte de Absalão e luto de DaviNaqueles dias: 18,6O povo saiu a campo contra Israel, e a batalha travou-se na floresta de Efraim. 7Ali o povo de Israel foi derrotado pelo exército de Davi, e naquele dia houve uma grande mortandade de vinte mil homens. 8O combate estendeu-se por toda a região, e a floresta devorou mais homens dentre o povo do que a espada devorou naquele dia.9Absalão
encontrou-se por acaso na presença dos homens de Davi. Ia montado numa
mula e esta meteu-se sob a folhagem espessa de um grande carvalho. A
cabeça de Absalão ficou presa nos galhos da árvore, de modo que ele
ficou suspenso entre o céu e a terra, enquanto que a mula em que ia
montado passou adiante. 10Alguém viu isto e informou Joab, dizendo: "Vi Absalão suspenso num carvalho".11Joab
respondeu ao homem que lhe deu a notícia: "Se o viste, porque não o
abateste no mesmo lugar? Eu te daria dez ciclos de prata e um cinto". 12O
homem respondeu: "Ainda que me pusessem nas mãos mil ciclos de prata,
eu não levantaria a mão contra o filho do rei. Pois nós ouvimos com
nossos ouvidos que o rei deu esta ordem a ti, a Abisai e a Etai:
"Poupai, quem quer que sejais, o meu filho Absalão! 13E se eu tivesse cometido esse atentado contra a vida do jovem, nada se ocultaria ao rei, e tu mesmo te porias contra mim". 14Joab
disse-lhe: "Não vou perder tempo contigo! Tomou então três dardos e
cravou-os no peito de Absalão. E como ainda palpitasse com vida,
suspenso no carvalho, 15acorreram dez jovens escudeiros de Joab e deram-lhe os últimos golpes.16Joab tocou então a trombeta e o exército deixou de perseguir Israel, porque Joab conteve o povo. 17Tomaram
Absalão e colocaram-no numa grande fossa, no interior da floresta,
erguendo em seguida sobre ele um enorme monte de pedras. Entretanto,
todo o Israel fugira, cada um para sua tenda.24Davi
estava sentado entre duas portas da cidade. A sentinela que tinha
subido ao terraço da porta, sobre a muralha, levantou os olhos e divisou
um homem que vinha correndo, sozinho. 25Pôs-se a gritar e avisou o rei, que disse: "Se ele vem só, traz alguma boa-nova". À medida que o homem se aproximava, 26a
sentinela viu então outro homem que corria e gritou para o porteiro:
"Vejo um outro homem que vem correndo sozinho". O rei disse: "Também
esse traz alguma boa-nova". 27A sentinela acrescentou: "Pela
maneira de correr, o primeiro só pode ser Aquimaás, filho de Sadoc". "É
um homem de bem , disse o rei, "traz certamente boas notícias".28Aquimaás
chegou e gritou para o rei: "Paz! E, prostrando-se com o rosto em
terra, acrescentou: "Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te entregou os
que se sublevaram contra o rei, meu senhor! 29O rei
perguntou: "Vai tudo bem para o jovem Absalão? Aquimaás respondeu: "Vi
um grande tumulto no momento em que Joab enviou ao rei o teu servo, mas
ignoro o que se passou". 30O rei disse-lhe: "Passa e espera aqui". Tendo ele passado e estando no seu lugar, 31apareceu
o etíope e disse: "Trago-te, senhor meu rei, a boa-nova: O Senhor te
fez justiça contra todos os que se tinham revoltado contra ti". 32O
rei perguntou ao etíope: "Vai tudo bem para o jovem Absalão? E o
etíope disse: "Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei, meu
senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer mal! 19,1Então
o rei estremeceu, subiu para a sala que está acima da porta e caiu em
pranto. Dizia entre soluços: "Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho
Absalão! Por que não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu
filho! 2Anunciaram a Joab que o rei estava chorando e lamentando-se por causa do filho. 3Assim,
a vitória converteu-se em luto, naquele dia, para todo o povo, porque o
povo soubera que o rei estava acabrunhado de dor por causa de seu
filho. 4Por isso, as tropas entraram furtivamente na cidade, como um exército coberto de vergonha, por ter fugido da batalha. 5O rei tinha velado o rosto e continuava a gritar em alta voz: "Meu filho Absalão! Absalão, meu filho, meu filho! Responsório Sl 54(55),13a.14a.15a;
cf. Sl 40(41),10b; 2Sm 19,1R. Se o inimigo viesse insultar-me,
poderia aceitar certamente;* Mas és tu, companheiro e amigocom quem tive agradável convívio,que ergueste teu pé contra mim.V. O rei, desolado, subiu
ao quarto que está sobre a porta
e chorou repetindo e andando:
Meu filho Absalão, ó meu filho! * Mas és tu.Segunda leitura
Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo(Ps. 32,29: CCL 38,272-273)(Séc. V)
Aqueles que estão de fora, queiram ou não,
são nossos irmãosIrmãos,
exortamos-vos instantemente à caridade, não apenas entre vós, mas
também em relação aos que estão de fora, quer sejam os ainda pagãos e
descrentes, quer se tenham separado de nós, e de modo que, professando
conosco a Cabeça, separaram-se do corpo. Sintamos pesar por eles,
irmãos, porque eles continuam sendo nossos irmãos. Quer queiram, quer
não queiram, são nossos irmãos. De fato, só deixariam de ser nossos
irmãos se deixassem de dizer: Pai nosso.Assim o Profeta falou de alguns: Àqueles que vos dizem: Não sois irmãos nossos, respondei: Sois nossos irmãos.
Observai de quem se poderia dizer isto, será que dos pagãos? Não, pois
nem os chamamos de nossos irmãos segundo as Escrituras e o modo de
tratar da Igreja. Será que dos judeus que não creram em Cristo?Lede o Apóstolo e notai que quando fala de "irmãos sem mais, somente se refere aos cristãos: Tu, porém, por que julgas teu irmão, ou tu, por que desprezas teu irmão? E em outro trecho: Vós cometeis a iniquidade e a fraude e isto fazeis contra irmãos.Por
conseguinte, aqueles que dizem: "Não sois nossos irmãos , estão nos
chamando de pagãos. Por isso eles querem batizar-nos de novo, declarando
que não possuímos o que dão. Por conseguinte, seu erro consiste em
negar que somos seus irmãos. Mas então por que nos disse o Profeta: Quanto a vós, respondei-lhes: Sois nossos irmãos;
a não ser porque reconhecemos neles aquele batismo que não repetimos?
Não aceitando nosso batismo, eles negam que somos seus irmãos. Nós,
porém, não repetindo o deles, mas reconhecendo-o como nosso, dizemos: Sois nossos irmãos.Se eles disserem: "Por que nos procurais? Que quereis de nós? respondamos: Sois nossos irmãos.
Mesmo que nos digam: "Podeis ir embora, nada temos convosco! Pelo
contrário, nós temos muito convosco! Nós confessamos um mesmo Cristo, e
assim devemos estar em um só Corpo, sob uma só Cabeça.Portanto,
nós vos suplicamos, irmãos, por aquelas mesmas entranhas da caridade,
cujo leite nos alimenta, cujo pão nos fortalece, isto é, por Cristo,
nosso Senhor. Com efeito, é agora a ocasião de termos para com eles
grande caridade, muita misericórdia, rogando a Deus por eles, a fim de
que lhes conceda sobriedade de pensamento para caírem em si e
enxergarem, porque nada absolutamente têm a dizer contra a verdade. De
fato, apenas lhes resta a fraqueza da animosidade, tanto mais enferma
quanto mais julga possuir maior força. Assim, pela mansidão de Cristo,
nós vos conjuramos suplicando em favor dos fracos, dos sábios segundo a
carne, dos puramente humanos e carnais, mas ainda nossos irmãos, que
frequentam os mesmos sacramentos, embora não conosco, mas os mesmos.
Eles respondem um só Amém, embora não conosco, mas o mesmo. Portanto, derramai diante de Deus por eles o âmago de vossa caridade.Responsório Ef 4,1.3.4R. Exorto-vos, pois, no Senhor,que vivais dignamente, irmãos,na vocação a que fostes chamados:* Solícitos sede em guardara unidade que vem do Espírito,pelo laço da paz que nos une.V. Há um corpo somente e um Espírito,
é uma somente a esperança
da vocação a que fostes chamados. * Solícitos.OraçãoÓ
Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído,
enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que
libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.