28o DOMINGO DO TEMPO COMUMIV Semana do SaltérioOfício das LeiturasPrimeira leitura
Do Livro do Eclesiástico
10,6-18
Contra a soberba
6Não guardes rancor de teu próximo,
sejam quais forem seus erros,
e nunca reajas com atos de arrogância.
7O orgulho é odioso tanto ao Senhor como aos homens,
e ambos olham a injustiça como uma falta.
8A soberania passa de uma nação a outra
pela injustiça, pela arrogância e pelo dinheiro.
Nada de mais ímpio que aquele que gosta do dinheiro:
até sua alma ele vende!
9De que se orgulha quem é terra e cinza,
um ser que, vivendo, tem já as vísceras repugnantes?
10Uma longa doença zomba do médico,
quem hoje é rei, amanhã morrerá.
11Quando um homem morre, herda insetos, feras e vermes.
12O princípio do orgulho humano é abandonar o Senhor
e ter o coração longe do Criador.
13Porque o princípio do orgulho é o pecado
e o que o possui difunde abominação.
Por isso, o Senhor tornou brilhante sua miséria
e o reduziu a nada.
14O Senhor derruba o trono dos poderosos
e assenta os mansos em seus lugares.
15O Senhor arranca a raiz dos orgulhosos
e planta os humildes em seu lugar.
16O Senhor destrói o território das nações
e aniquila-as até o subsolo.
Ele as extirpa, as aniquila
e elimina do mundo as suas lembranças.
18O orgulho não foi feito para o homem,
nem o furor para os nascidos de mulher.
Responsório
Eclo 10,7.9.12; 1Pd 5,5
R. O orgulhoso é odioso tanto ao Senhor como aos homens;
de que se orgulha quem é terra e cinza?
* O princípio do orgulho é abandonar o Senhor
e ter o coração longe do Criador.
V. Deus resiste ao soberbo, mas dá a sua graça aos humildes.
* O princípio.
Segunda leitura
Do Tratado “sobre o Batismo”, atribuído a São Basílio
Magno, bispo
(Liv. 1,2-3)
(Séc. IV)
Não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim
Aquele que crê no Senhor e se apresenta para ser instruído, deve primeiramente aprender a desistir de todo pecado;
e depois distanciar-se de qualquer coisa, por mais agradável
que seja, que por vários motivos o retira da obediência que
deve ao Senhor. Não pode ser, de fato, que quem comete
o pecado ou está envolvido nos negócios deste mundo ou
se preocupa excessivamente com o necessário para a vida,
seja servo do Senhor; e tanto menos discípulo daquele que
não disse ao jovem rico: Vem e segue-me (Mt 19,21), antes
de ter-lhe ordenado vender todos os seus bens e distribuí-
los aos pobres. Pelo contrário, não lhe deu esta ordem
antes que o próprio jovem tivesse declarado: Eu sempre observei estas coisas (Mt 19,20). Na realidade, aquele que
ainda não obteve o perdão do pecado e não foi purificado
com o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas está a
serviço do demônio e é mantido acorrentado pelo pecado
e assentado nele, não pode servir ao Senhor, que afirmou
com uma sentença imutável: Aquele que comete o pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não permanece para
sempre na casa (Jo 8,34-35). Mas o grande benefício da
bondade divina, concedido mediante a encarnação de Nosso
Senhor Jesus Cristo, fica evidente também no que foi dito
em outro texto, mais precisamente com estas palavras:
Como pela desobediência de um só todos foram constituídos
pecadores, assim também, pela obediência de um só todos
serão constituídos justos (Rm 5,19). E, em outro lugar,
considerando a bondade de Deus em Cristo e o quanto ela
é admirável, diz: Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça
de Deus (2Cor 5,21). Portanto, de tudo o que foi dito e em
decorrência dos textos análogos, torna-se absolutamente
necessário, se não recebemos a graça de Deus em vão, que
nos libertemos, antes de tudo, do domínio do demônio, o
qual induz o homem vendido ao pecado a cometer o mal
que não quer; e ainda que cada um, depois de ter renegado
todas as realidades presentes e também a si mesmo e de
ter-se separado das paixões da vida, se torne discípulo do
Senhor, como ele próprio disse: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga (Mt
16,24), em outras palavras: torne-se meu discípulo. Portanto, quando for concedido o perdão dos pecados, o homem
receberá daquele que nos redimiu, ou seja, de Nosso Senhor
Jesus Cristo, a liberdade do pecado, de maneira que ele
possa unir-se ao Verbo. Mesmo assim, não será ainda digno
de seguir o Senhor, que disse ao jovem: “Vem e segue-me”,
mas somente depois de lhe haver dito: Vende o que possui e o dê aos pobres (Mt 19,21). Aliás, não lhe ordenou nem
mesmo isto antes que ele lhe tivesse declarado ser puro de
toda a transgressão, afirmando ter cumprido tudo o que
tinha sido dito pelo Senhor.
É preciso então conservar esta ordem. Não nos é ensinado somente a desprezar os bens que possuímos e que são
necessários para a nossa vida, mas também os direitos e os
deveres que a natureza ou a lei estabeleceram entre nós;
de fato o nosso Senhor Jesus Cristo disse: Aquele que ama pai e mãe mais que a mim, não é digno de mim (Mt 10,37);
e isso deve ser entendido também a respeito daqueles que
são os mais próximos de nós e, sem dúvida, ainda mais dos
estranhos e dos que estão longe da fé. Pois, a tudo isso o
Senhor acrescenta: Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim (Mt 10,38); e o Apóstolo, que
viveu tudo isso, escreve para nosso ensinamento: O mundo foi crucificado para mim, como eu fui para o mundo. Não
sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim (Gl
6,14;2,20).
Responsório
Mt 1,27; Jo 14,6
R. Tudo me foi dado pelo meu Pai;
ninguém conhece o
Filho senão o Pai;
* E ninguém conhece o Pai senão o Filho
e aquele a quem
o Filho o quiser revelar.
V. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao
Pai senão por mim.
* E ninguém.
Hino Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
OraçãoÓ
Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos
sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.