QUINTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro de Ester 5,1-5; 7,1-10

O rei e Amã no banquete de Ester. Amã é enforcado
5,1 No terceiro dia, Ester revestiu-se com vestes de rainha e foi colocar-se no vestíbulo interno do palácio real, frente à residência do rei. O rei estava sentado no trono real, na sala do trono, frente à entrada. 2Ao ver a rainha Ester parada no vestíbulo, olhou para ela com agrado e estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão, e Ester aproximou-se para tocar a ponta do cetro.

3 "Que desejas, rainha Ester? , disse-lhe o rei. "Qual é o teu pedido? Ainda que fosse a metade do meu reino, eu te daria". 4Ao que ela respondeu: "Se te parecer bem, que o rei venha hoje, com Amã, ao banquete que lhe preparei". 5E o rei disse: "Que se avise imediatamente Amã, que ele faça o que Ester deseja".

7,1 O rei e Amã foram ao banquete da rainha Ester. 2No segundo dia, o rei, ao calor do vinho, disse-lhe de novo: "O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida". 3Ester respondeu-lhe: "Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo! 4Porque fomos entregues, eu e meu povo, ao extermínio, à matança e ao aniquilamento. Se somente tivéssemos sido entregues como escravos ou servos, eu me teria calado. Mas esta desgraça não compensa o prejuízo que dela resulta para o rei". 5Assuero tomou a palavra e disse à rainha Ester: "Quem é e onde está o homem que pensa agir assim? 6Disse Ester: "Nosso perseguidor e nosso inimigo é Amã, este miserável! À vista do rei e da rainha, Amã ficou aterrorizado.

7 Furioso, o rei levantou-se e deixou o banquete, indo para o jardim do palácio. Amã levantou-se também para suplicar à rainha Ester que lhe salvasse a vida, pois compreendera que o rei já tinha decidido a sua ruína. 8Quando o rei voltou à sala do banquete e encontrou Amã caído sobre o divã onde Ester se recostava, disse: "Como! Ele ainda quer fazer violência à rainha, na minha presença, na minha casa? Mal acabara o rei de pronunciar esta palavra, cobriram o rosto de Amã. 9Harbona, um dos eunucos que estavam ao serviço do rei, disse: "Há na casa de Amã uma forca de vinte côvados, que ele fez preparar para Mardoqueu, que falou em defesa do rei". E o rei exclamou: "Que o suspendam nela! 10Amã foi, pois, enforcado na forca que ele tinha preparado para Mardoqueu. E aplacou-se a cólera do rei.

Responsório Cf. Est 10,3f; Is 48,20b

R. Clamou Israel ao Senhor e ele salvou o seu povo.
* Libertou-o de todos os males
e fez grandes sinais entre os povos.
V. Anunciai e proclamai exultando:
O Senhor redimiu a Jacó! * Libertou-o.

Segunda leitura
Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo

(Ep. 130,14,25-26: CSEL 44,68-71)
(Séc. V)

Não sabemos pedir o que nos convém
Talvez ainda indagues por que o Apóstolo disse: Não sabemos pedir o que nos convém (Rm 8,26) . Pois de modo algum se pode crer que ele ou aqueles a quem dizia isto ignorassem a oração dominical.

O Apóstolo não se excluiu desta ignorância. Talvez não tivesse conhecido como convinha orar, quando pela grandeza das revelações lhe foi dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para esbofeteá-lo. Por este motivo rogou por três vezes ao Senhor que o livrasse e, na verdade, não sabia orar o que convinha. Por fim ouviu a resposta de Deus por que não atendia ao que lhe pedia tão grande homem e por que não lhe era conveniente: Basta-te a minha graça, porque a força se perfaz na fraqueza (2Cor 12,9).

Portanto, nas tribulações que tanto podem ser proveitosas quanto prejudiciais, não sabemos o que pedir como convém. No entanto, por serem duras, desagradáveis, contrárias ao modo de sentir de nossa fraqueza, pelo anseio humano universal, rogamos que sejam afastadas de nós. Contudo temos de ter confiança no Senhor, nosso Deus, e, se não as retira, não pensemos logo que nos abandona, mas antes que, por suportar generosamente os males, podemos esperar maiores bens. Assim a força se perfaz na fraqueza.

Estas coisas foram escritas para que não aconteça que alguém se tenha em alta conta, se for atendido quando pede com impaciência algo que lhe seria mais proveitoso não alcançar. Ou desanime e desespere da divina misericórdia, se não for atendido, quando talvez peça aquilo que lhe será causa de mais atrozes aflições ou o corromperá pela prosperidade e o fará perder-se inteiramente. Em todas estas coisas não sabemos orar como convém.

Por este motivo, se nos acontece o contrário do que pedimos, não há que duvidar ser muito melhor suportar com paciência e, dando graças por tudo, porque foi a vontade de Deus que se fez e não a nossa. Pois o próprio Mediador nos deu exemplo ao dizer: Pai, se for possível, afaste-se de mim este cálice, mas logo, mudando em si a vontade humana assumida pela encarnação, acrescentou: Porém não o que eu quero, mas o que tu queres, Pai (Mt 26,39). Por isto, com toda a razão, pela obediência de um, muitos foram constituídos justos (cf. Rm 5,19).

Responsório Mt 7,7a.8; Sl 144(145),18

R. Pedi, e dar-se-vos-á, procurai e vós encontrareis,
batei e abrir-se-vos-á,
* Pois aquele que pede recebe,
e todo o que busca, encontra
e a quem bate abrir-se-lhe-á.
V. Deus está perto da pessoa que o invoca,
de todo aquele que o invoca lealmente. * Pois aquele.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.