SÃO PEDRO CHANEL, PRESBÍTERO E MÁRTIR

Nasceu em Cuet (França), em 1803. Ordenado sacerdote, exerceu o ministério pastoral por poucos anos. Ingressou na Sociedade de Maria (Maristas), partiu como missionário para a Oceânia. Apesar das grandes dificuldades que encontrou, conseguiu converter alguns pagãos ao cristianismo; isto provocou o ódio dos inimigos da fé cristã, que o levaram à morte na ilha de Futuna, em 1841.

 ______________________________

Ofício das Leituras

V.
Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Santo mártir, sê propício
no teu dia de esplendor,
em que cinges a coroa,
o troféu de vencedor.

Este dia sobre as trevas
deste mundo te elevou,
e, juiz e algoz vencendo,
todo a Cristo te entregou.

Entre os anjos ora brilhas,
testemunha inquebrantável,
com as vestes que lavaste
no teu sangue venerável.

Junto a Cristo, sê agora
poderoso intercessor;
ouça ele as nossas preces
e perdoe ao pecador.

Desce a nós por um momento,
de Jesus traze o perdão,
e os que gemem sob o fardo
grande alívio sentirão.

A Deus Pai, ao Filho único
e ao Espírito, a vitória.
Deus te orna com coroa
na mansão da sua glória.


Salmodia
 

Ant.1 Vós sereis odiados por meu nome;

quem for fiel até o fim há de ser salvo.


Salmo 2

_1 Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda a terra se reúnem,

_e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?

_3 Vamos quebrar suas correntes, dizem eles, *
_e lançar longe de nós o seu domínio!
_4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
_5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:

_6 Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!
=7 O decreto do Senhor promulgarei,

_ foi assim que me falou o Senhor Deus: *
_Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

=8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei

_por tua heran_a os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
_9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!

_10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
_11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!

_12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
_ Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant.Vós sereis odiados por meu nome;

quem for fiel até o fim há de ser salvo.

Ant.2 Os sofrimentos desta vida aqui na terra

não se comparam com a glória que teremos.

 

Salmo 10(11)
 
   =1 No Senhor encontro abrigo; †
 como, então, podeis dizer-me: *
 'Voa aos montes, passarinho!
 
 –2 Eis os ímpios de arcos tensos, *
 pondo as flechas sobre as cordas,
 – e alvejando em meio à noite *
 os de reto coração!
 
 =3 Quando os próprios fundamentos †
 do universo se abalaram, *
 o que pode ainda o justo?'
 
 –4 Deus está no templo santo, *
 e no céu tem o seu trono;
 – volta os olhos para o mundo, *
 seu olhar penetra os homens.
 
 –5 Examina o justo e o ímpio, *
 e detesta o que ama o mal.
 =6 Sobre os maus fará chover †
 fogo, enxofre e vento ardente, *
 como parte de seu cálice.
 
 –7 Porque justo é nosso Deus, *
 o Senhor ama a justiça.
 – Quem tem reto coração *
 há de ver a sua face.

 

 – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

 

Ant. Os sofrimentos desta vida aqui na terra

não se comparam com a glória que teremos.


Ant.3 Deus provou os seus eleitos como o ouro no crisol,

e aceitou seu sacrifício.

 

Salmo 16(17)

1 Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, *
escutai-me e atendei o meu clamor!
– Inclinai o vosso ouvido à minha prece, *
pois não existe falsidade nos meus lábios!
2 De vossa face é que me venha o julgamento, *
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.

=3 Provai meu coração durante a noite, †
visitai-o, examinai-o pelo fogo, *
mas em mim não achareis iniqüidade.
4 Não cometi nenhum pecado por palavras, *
como é costume acontecer em meio aos homens.

– Seguindo as palavras que dissestes,*
andei sempre nos caminhos da Aliança.
5 Os meus passos eu firmei na vossa estrada, *
e por isso os meus pés não vacilaram.

6 Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, *
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
=7 Mostrai-me vosso amor maravilhoso, †
vós que salvais e libertais do inimigo *
quem procura a proteção junto de vós.

8 Protegei-me qual dos olhos a pupila *
e guardai-me, à proteção de vossas asas,
9 longe dos ímpios violentos que me oprimem, *
dos inimigos furiosos que me cercam.

10 A abundância lhes fechou o coração, *
em sua boca há só palavras orgulhosas.
11 Os seus passos me perseguem, já me cercam, *
voltam seus olhos contra mim: vão derrubar-me,
12 como um leão impaciente pela presa, *
um leãozinho espreitando de emboscada.

13 Levantai-vos, ó Senhor, contra o malvado, *
com vossa espada abatei-o e libertai-me!
14 Com vosso braço defendei-me desses homens, *
que já encontram nesta vida a recompensa.

= Saciais com vossos bens o ventre deles, †
e seus filhos também hão de saciar-se *
e ainda as sobras deixarão aos descendentes.
15 Mas eu verei, justificado,a vossa face *
e ao despertar me saciará vossa presença.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Ant.3 Deus provou os seus eleitos como o ouro no crisol,

e aceitou seu sacrifício.

 

V. Tribulação e sofrimento me assaltaram.

R. Minhas delícias são os vossos mandamentos.

 

Primeira leitura

Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 4,7-5,8

 

Nas tribulações manifesta-se a força de Cristo

Irmãos: 4,7 Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder

extraordinário vem de Deus e não de nós. 8Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos

pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; 9perseguidos, mas

não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; 10por toda parte e sempre levamos em nós

mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em

nossos corpos. 11De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de

Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal. 12Assim, a

morte age em nós, enquanto a vida age em vós.

 

13Mas, sustentados pelo mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: “Eu creio e, por isso,

falei”, nós também cremos e, por isso, falamos,14certos de que aquele que ressuscitou o Senhor

Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. 15E

tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas

faça crescer a ação de graças para a glória de Deus. 16Por isso, não desanimamos. Mesmo se o

nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se

renovando, dia a dia. 17Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea

acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. 18E isso acontece, porque voltamos os

nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas visíveis. Pois o que é visível é

passageiro, mas o que é invisível é eterno.

 

5,1 De fato, sabemos que, se a tenda em que moramos neste mundo for destruída, Deus nos dá

uma outra moradia no céu que não é obra de mãos humanas, mas que é eterna.2Aliás, é por isso

que nós gememos, suspirando por ser revestidos com a nossa habitação celeste; 3revestidos,

digo, se, naturalmente, formos encontrados ainda vestidos e não despidos. 4Sim, nós que

moramos na tenda do corpo estamos oprimidos e gememos, porque, na verdade, não queremos

ser despojados, mas queremos ser revestidos, de modo que o que é mortal, em nós, seja

absorvido pela vida. 5E aquele que nos fez para esse fim é Deus, que nos deu o Espírito como

penhor.

 

6Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo,

somos peregrinos longe do Senhor; 7pois caminhamos na fé e não na visão clara. 8Mas estamos

cheios de confiança e preferimos deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do

Senhor.

 

Responsório Mt 5,11.12a.10

 

R. Felizes quando a vós insultarem, perseguirem

e, calúnias proferindo, disserem todo mal

contra vós por minha causa.

* Alegrai-vos e exultai,

pois a vossa recompensa no céu é muito grande.

V. Felizes os que são perseguidos

por causa da justiça do Senhor,

porque o reino dos céus há de ser deles. * Alegrai-vos.


Segunda leitura

Elogio de São Pedro Chanel, presbítero e mártir 

O sangue dos mártires é semente de cristãos
Pedro, tão logo entrou para a vida religiosa na Sociedade de Maria, foi a seu pedido enviado para as missões da Oceânia; aportou na ilha de Futuna, no Oceano Pacífico, onde ainda não tinha sido anunciado o nome de Cristo. Um religioso leigo, que sempre o acompanhava, assim descreveu a sua vida missionária:
“Depois dos seus trabalhos, voltava para casa enfraquecido pela fome, banhado em suor e morto de cansaço, mas sempre animado, disposto e alegre, como se voltasse de um lugar de delícias; e isto não era de vez em quando, mas quase diariamente.
Não costumava negar coisa alguma aos habitantes de Futuna, nem mesmo àqueles que o perseguiam. Sempre os desculpava e nunca os repelia, por mais rudes e importunos que fossem. Tratava a todos com extraordinária amabilidade, que manifestava de diversos modos, sem excetuar ninguém”.
Não é de admirar que os indígenas o chamassem “homem de grande coração”, àquele que certa vez dissera a um confrade seu: “Em missão tão difícil, é preciso que sejamos santos”.
Pouco a pouco foi anunciando o evangelho de Cristo, mas recolhia frutos minguados. Apesar disso, continuava com invencível coragem seu trabalho missionário, ao mesmo tempo religioso e humanitário. Apoiava-se no exemplo e nas palavras de Cristo: Um é o que semeia e outro o que colhe (Jo 4,37). E pedia com insistência o amparo da Mãe de Deus, por quem tinha particular devoção.
Na sua pregação da religião cristã, Pedro destruiu o culto dos maus espíritos, alimentado pelos chefes de Futuna para conservar o povo sob seu domínio. Por esse motivo assassinaram-no cruelmente, na esperança de fazerem desaparecer com sua morte as sementes do cristianismo que plantara naquela terra.
Mas, na véspera do martírio, ele próprio afirmou: “Minha morte não tem importância; o cristianismo está tão arraigado nesta ilha, que não será arrancado com minha morte”.
O sangue do mártir frutificou primeiramente nos próprios habitantes de Futuna, que, poucos anos depois, abraçaram todos a fé em Cristo; mas frutificou também nas outras ilhas da Oceânia, onde existem florescentes Igrejas cristãs, que consideram e invocam Pedro como seu primeiro mártir.

Responsório Lc 10,2; At 1,8

 R. É grande a colheita e os operários são poucos.
* Por isso pedi ao Senhor da colheita
que mande operários à sua colheita. Aleluia.
V. Recebereis vossa força do Espírito,
que há de descer sobre vós;
e sereis testemunhas de mim
até os extremos da terra.
* Por isso.

 Oração

 Ó Deus, que para expandir a vossa Igreja coroastes São Pedro Chanel com o martírio, concedei-nos, neste tempo de alegria pascal, celebrar de tal modo a morte e ressurreição de Cristo, que nos tornemos testemunhas de uma vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.