11a SEMANA DO TEMPO COMUM

III Semana do Saltério

QUINTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Profeta Ageu 2,11-23

Deus anuncia a prosperidade. Promessa feita a Zorobabel.

No vigésimo quarto dia do nono mês, no segundo ano de Dario, a palavra do Senhor foi dirigida ao profeta Ageu nestes termos: 11Assim disse o Senhor dos Exércitos. Pede aos sacerdotes um ensinamento nos seguintes termos: 12“Se alguém leva carne santificada na orla de sua veste e toca, com a sua orla, em pão, comida, vinho, óleo ou qualquer alimento, tornar-se-á, por acaso, santo?” Os sacerdotes responderam: “Não!” 13E disse Ageu: “Se alguém impuro, pelo contato com um cadáver, tocar em todas estas coisas, isto se tornará impuro?” Os sacerdotes responderam: “Isto se tornará impuro!” 14Então Ageu respondeu: “Assim é esse povo! Assim é essa nação diante de mim!, oráculo do Senhor. Assim, é o trabalho de suas mãos, e o que eles oferecem aqui é impuro!”
15
Mas agora pensai em vosso coração, a partir deste dia e para o futuro. Antes de colocar pedra sobre pedra no santuário do Senhor, 16o que vos tornais? Vinha-se ao lagar tirar de um monte de grão de vinte medidas, e havia apenas dez; vinha-se a uma cuba para tirar cinquenta medidas, e havia apenas vinte. 17Eu feri pela ferrugem, pela mela e pelo granizo todo trabalho de vossas mãos, mas não voltastes para mim, oráculo do Senhor! 18Pensai bem a partir deste dia e para o futuro (pensai bem a partir do vigésimo quarto dia do nono mês, a partir do dia em que foi colocado o fundamento do Santuário do Senhor), 19resta ainda grão no celeiro? Também a vinha, a figueira, a romanzeira, e a oliveira. A partir deste dia eu darei a minha bênção!
20
A palavra do Senhor foi dirigida, pela segunda vez, a Ageu, no vigésimo quarto dia do mês, nos seguintes termos: 21Fala assim a Zorobabel, governador de Judá: Eu abalarei o céu e a terra. 22Derrubarei o trono dos reinos e destruirei o poder dos reinos das nações. Derrubarei os carros e aqueles que os montam; os cavalos e seus cavaleiros cairão, cada qual pela espada de seu irmão. 23Naquele dia - oráculo do Senhor dos Exércitos - eu tomarei Zorobabel, filho de Salatiel, meu servo - oráculo do Senhor - e farei de ti como um sinete. Porque foi a ti que eu escolhi, oráculo do Senhor dos Exércitos.

Responsório Cf. Ag 2,6.9 vulg.
R. Abalarei céu e terra;
*
E virá o esperado de todas as nações.
V.
O esplendor desta casa sobrepujará o da primeira - nela porei a minha paz.
*
E virá.

Segunda leitura
Do “Tratado contra Fabiano”, de São Fulgêncio de Ruspe, bispo
(Cap. 28,16-19: CCL 91A,813-814)

(Séc. VI)


A participação no corpo e sangue do Senhor nos santifica.

Atesta o santo Apóstolo que se realiza na oblação dos sacrifícios aquilo mesmo que nosso Salvador ordenou, ao dizer: Porque o Senhor Jesus, na noite em que iria ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em minha memória. Do mesmo modo, tomou também o cálice, depois de ter ceado, dizendo: Este é o cálice da nova Aliança em meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em minha memória. Pois todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que ele venha (1Cor 11,23-26).
Por esta razão se oferece o sacrifício, a fim de anunciar a morte do Senhor e realizar o memorial daquele que entregou a vida por nós. Ele mesmo diz: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos (Jo 15,13). Portanto, tendo Cristo morrido por nós por amor, quando no momento do sacrifício fazemos memória de sua morte, rogamos que nos conceda a caridade pela vinda do Espírito Santo. Pedimos e suplicamos que, pela mesma caridade com que Cristo aceitou ser crucificado por nós, também nós, pela graça do Espírito Santo, possamos considerar o mundo como crucificado e a nós, crucificados para o mundo. Imitando a morte de nosso Senhor, como Cristo que morreu para o pecado, morreu uma vez por todas e porque vive, vive para Deus (cf. Rm 6,10-11), nós igualmente caminhemos com vida nova (Rm 6,4). E recebido o dom da caridade morramos para o pecado e vivamos para Deus.
Pois a caridade de Deus foi derramada em nossos cora- ções pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5). Com efeito, a própria participação no corpo e sangue do Senhor, quando tomamos seu pão e bebemos de seu cálice, já nos persuade a morrer para o mundo e a ter nossa vida escondida com Cristo em Deus, crucificando nossa carne com seus vícios e concupiscências (cf. Cl 3,3; Gl 5,24).
Acontece então que todos os fiéis que amam a Deus e ao próximo, embora não bebam do cálice do sofrimento corporal, bebem do cálice da caridade do Senhor. Por ele inebriados, mortificam seus membros ainda na terra e, revestidos do Senhor Jesus Cristo, não cuidam do corpo de maneira a satisfazer-lhe os desejos; não contemplam as coisas visíveis, mas as invisíveis. Desta forma se bebe o cálice do Senhor quando se conserva a santa caridade. Sem ela, mesmo que alguém lance o corpo ao fogo para ser queimado, de nada lhe aproveita. Mas pelo dom da caridade é-nos concedido ser na realidade aquilo mesmo que celebramos misticamente no sacrifício.

Responsório Cf. Lc 22,19; Jo 6,58
R. Jesus tomou o pão, deu graças e o partiu,
deu a eles, e lhes disse:
*
Isto é o meu corpo, entregue por vós,
fazei isto em memória de mim, aleluia.
V.
É este o pão vivo, descido dos céus,
quem comer deste pão viverá para sempre.
*
Isto é.

Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.