5a SEMANA DO TEMPO COMUM
I Semana do Saltério
SEGUNDA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Livro do Gênesis
41,1-17a.25-43
O sonho do faraó
1Dois anos depois sucedeu que o Faraó teve um sonho:
ele estava de pé junto ao Nilo 2e viu subir do Nilo sete vacas
de bela aparência e bem cevadas, que pastavam nos juncos.
3E eis que atrás delas subiram do Nilo outras sete vacas, de
aparência feia e mal alimentadas, e se alinharam ao lado das
primeiras, na margem do Nilo. 4E as vacas de aparência feia
e mal alimentadas devoraram as sete vacas bem cevadas e
belas de aparência. Então o Faraó acordou.
5Ele tornou a dormir e teve um segundo sonho: sete
espigas subiam de uma mesma haste, granuladas e belas.
6Mas eis que sete espigas mirradas e queimadas pelo
vento oriental nasciam atrás delas. 7E as espigas mirradas
devoraram as sete espigas granuladas e cheias. Então o
Faraó acordou: era um sonho!
8De manhã, com o espírito conturbado, o Faraó chamou
todos os magos e todos os sábios do Egito e lhes contou
o sonho que tivera, mas ninguém pôde explicá-lo ao
Faraó. 9Então o copeiro-mor dirigiu a palavra ao Faraó e
disse: “Devo confessar hoje minhas faltas! 10O Faraó se
irritara contra seus servos e os mandara prender na casa do
comandante dos guardas, a mim e ao padeiro-mor. 11Tivemos
um sonho, ele e eu, na mesma noite, mas a significação do
sonho era diferente para cada um. 12Havia ali conosco um
jovem hebreu, um escravo do comandante dos guardas. Nós
lhe contamos nossos sonhos e ele no-los interpretou: ele
interpretou o sonho de cada um. 13E, exatamente como ele
nos explicara, assim aconteceu: eu fui restituído em meu
emprego e o outro foi enforcado.”
14Então o Faraó mandou chamar José, e depressa ele
foi trazido da prisão. Ele se barbeou, mudou de roupa e se
apresentou diante do Faraó. 15O Faraó disse a José: “Eu tive
um sonho e ninguém pode interpretá-lo. Mas ouvi dizer de
ti que quando ouves um sonho podes interpretá-lo.” 16José
respondeu ao Faraó: “Quem sou eu! É Deus quem dará ao
Faraó uma resposta favorável.”
17Então o Faraó falou a José.
25José disse ao Faraó: “O Faraó teve apenas um sonho:
Deus anunciou ao Faraó o que ele vai realizar. 26As sete
vacas belas representam sete anos e as espigas belas
representam sete anos, é um só e mesmo sonho. 27As sete
vacas magras e feias que sobem em seguida representam sete
anos e também as sete espigas mirradas e queimadas pelo
vento oriental: é que haverá sete anos de fome. 28É como eu
disse ao Faraó; Deus mostrou ao Faraó o que vai realizar:
29eis que vêm sete anos em que haverá grande abundância
em toda a terra do Egito; 30depois lhes sucederão sete anos
de fome, e se esquecerá toda a abundância na terra do Egito;
a fome esgotará a terra, 31e não mais se saberá o que era a
abundância na terra, em face dessa fome que se seguirá,
pois ela será duríssima. 32E se o sonho do Faraó se repetiu
duas vezes é porque o fato está bem decidido da parte de
Deus e Deus tem pressa em realizá-lo.
33Agora, que o Faraó escolha um homem inteligente e
sábio e o estabeleça sobre a terra do Egito. 34Que o Faraó
aja e institua funcionários na terra, tome a quinta parte
dos produtos da terra do Egito durante os sete anos de
abundância, 35e eles reúnam todos os víveres desses bons
anos que vêm, armazenem o trigo sob a autoridade do Faraó,
coloquem os víveres nas cidades e os guardem. 36Esses
víveres servirão de reserva à terra para os sete anos de fome
que se abaterão sobre a terra do Egito, e a terra não será
exterminada pela fome.”
37O conselho agradou ao Faraó e a todos os seus oficiais
38e o Faraó disse a seus oficiais: “Encontraremos um homem
como este, em que esteja o espírito de Deus?” 39Então
o Faraó disse a José: “Visto que Deus te fez saber tudo
isso, não há ninguém tão inteligente e sábio como tu. 40Tu
serás o administrador do meu palácio e todo o meu povo
se conformará às tuas ordens, só no trono te precederei.”
41O Faraó disse a José: “Vê: eu te estabeleço sobre toda
a terra do Egito,” 42e o Faraó tirou o anel de sua mão e o
colocou na mão de José, e o revestiu com vestes de linho
fino e lhe pôs no pescoço o colar de ouro. 43Ele o fez subir
sobre o melhor carro que havia depois do seu, e gritava-se
diante dele “Abrec”. Assim foi ele preposto a toda a terra
do Egito.
Responsório Sb 10,13.14
R. A sabedoria não abandonou o justo nas suas cadeias,
mas preservou-o do pecado,
até que lhe trouxe o cetro do
reino.
* E poder sobre os que o tinham oprimido.
V. Revelou-lhe a mentira de seus acusadores,
e conferiu-lhe
uma glória eterna. * E poder.
Segunda leitura
Da “Carta aos Coríntios”, de São Clemente I, papa e mártir
(Cap. 60-61)
(Séc. I)
Purifica-nos, Senhor, na tua verdade!
Tu, Senhor, manifestaste, em Tuas obras, a constituição
permanente do universo. Tu, Senhor, criaste a Terra e te
manténs fiel em todos os tempos, justo nos julgamentos,
admirável no poder e na majestade, sábio ao criar e providente ao sustentar a criação, bom nas coisas visíveis,
confiável para com os que em Ti confiam, misericordioso
e compassivo (Jl 2,13), perdoa-nos pelas nossas iniquidades
e injustiças, faltas e negligências.
Não nos julgues, por cada pecado, nós que somos teus
servos e servas, mas purifica-nos na tua verdade (Jo 17,17).
Dirige nossos passos segundo a tua palavra (Sl 118,133)
para andarmos com retidão de coração (1Rs 9,4), justiça
e simplicidade e para realizarmos o que é bom e reto (Dt
12,28) aos Teus olhos e aos olhos de nossos líderes. Sim,
Senhor, faz resplandecer o teu rosto sobre nós (Sl 66,2),
para prosperarmos de bens (Dt 30,9), em paz, e para que
sejamos protegidos com mão poderosa (Dt 4,34) e liberados de todo pecado por teu braço estendido (Dt 4,34). E
livra-nos de todos aqueles que injustamente nos odeiam.
Concede-nos concórdia e paz, a nós e a todos os habitantes
da Terra, assim como as concedeste a nossos pais, quando
Te invocaram, santamente, na fé e na verdade (1Tm 2,7),
pois obedecemos ao Teu Nome todo santo e todo-poderoso,
e aos que nos governam e dirigem a Terra.
Tu, Senhor, deste a eles o poder da autoridade, por meio
de tua força magnífica e inefável, para que, conhecendo a
glória e a honra que lhes atribuíste, nós nos submetêssemos
a eles sem contrariar a Tua vontade. Dá-lhes, portanto,
Senhor, saúde, paz, concórdia e estabilidade, a fim de que
possam administrar sem erro a soberania que lhes confiaste.
Pois Tu, Senhor, Rei celestial dos séculos, dás aos filhos do
homem glória, honra e poder sobre todas as coisas terrenas.
Tu, Senhor, dirige as mentes segundo o que é bom e reto a
Teus olhos (Dt 12,28), a fim de que exerçam a autoridade
que lhes deste na paz e mansidão, e obtenham Tua graça!
A Ti, que és capaz de realizar esses bens e outros maiores
ainda entre nós, damos graças, por meio do Pontífice e
protetor de nossas almas, Jesus Cristo. Por Ele Te sejam
dadas glória e majestade, agora e de geração em geração,
pelos séculos dos séculos. Amém.
Responsório Sl 142,2; Jo 17,17; Jo 14,27; 1Cor 14,33
R. Não entres em juízo com os teus servos, ó Senhor,
* Santifica-nos na verdade, e dá-nos a tua paz.
V. Tu és Deus não de confusão e de discórdia, mas sim de
paz.
* Santifica-nos.
Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e
como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.