2a SEMANA DO TEMPO COMUMII Semana do SaltérioQUINTA-FEIRAOfício das LeiturasPrimeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos
6,12-23
Instrumentos de Deus para a justiça
Irmãos, 12portanto, que o pecado não impere mais em
vosso corpo mortal, sujeitando-vos às suas paixões; 13nem
entregueis vossos membros, como armas de injustiça, ao
pecado; pelo contrário, oferecei-vos a Deus como vivos provindos dos mortos e oferecei vossos membros como arma de
justiça ao serviço de Deus. 14E o pecado não vos dominará,
porque não estais debaixo da Lei, mas sob a graça.
15E daí? Vamos pecar, porque não estamos mais debaixo
da Lei mas sob a graça? De modo algum! 16Não sabeis que
oferecendo-vos a alguém como escravos para obedecer, vos
tornais escravos daquele a quem obedeceis, seja do pecado
que leva à morte, seja da obediência que conduz à justiça?
17Mas, graças a Deus, vós, outrora escravos do pecado, vos
submetestes de coração à forma de doutrina à qual fostes
entregue 18e, assim, livres do pecado, vos tornastes servos
da justiça. 19- Emprego uma linguagem humana, em consideração de vossa fragilidade. Como outrora entregastes
vossos membros à escravidão da impureza e da desordem
para viver desregradamente, assim entregai agora vossos
membros a serviço da justiça para a santificação.
20Quando éreis escravos do pecado, estáveis livres em
relação à justiça. 21E que fruto colhestes então daquelas
coisas de que agora vos envergonhais? Pois seu desfecho é
a morte. 22Mas agora, libertos do pecado e postos a serviço
de Deus, tendes vosso fruto para a santificação e, como
desfecho, a vida eterna. 23Porque o salário do pecado é a
morte, e a graça de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus,
nosso Senhor.
Responsório
Rm 6,22.16
R. Libertos do pecado e postos a serviço de Deus,
* Tendes vosso fruto para a santificação,
e, como desfecho,
a vida eterna.
V. Vos tornais escravos daquele a quem obedeceis,
seja do
pecado que leva à morte,
seja da obediência que conduz à
justiça.
* Tendes vosso.
Segunda leitura
Dos “Tratados sobre o Evangelho de João”, de Santo Agostinho, bispo
(Disc. 41,5)
(Séc. V)
O pecado divide; Cristo Jesus é o mediador que reconcilia
Sem paga fostes vendidos, sem dinheiro haveis de ser
resgatados (Is 52,3). É o Senhor que fala. Ele pagou nosso
resgate não com dinheiro, mas com seu sangue. Nós éramos escravos e miseráveis. Dessa espécie de escravidão
só o Senhor podia nos libertar, ele que nunca ficou sujeito
ao pecado: só ele, com efeito, assumindo a nossa carne
permaneceu sem pecado. As crianças que vemos no colo
das mães ainda não andam e já estão acorrentadas: elas
herdaram de Adão o que será resgatado por Cristo. Pelo
batismo, chega até elas esta graça prometida pelo Senhor,
o único que pode nos libertar do pecado, pois é o único
que nasceu sem pecado e que se fez vítima por causa do
pecado. Acabamos de ouvir de Paulo que “em nome de
Cristo exercemos a função de embaixadores e por nosso
intermédio é Deus mesmo que vos exorta. Em nome de
Cristo suplicamo-vos”. Cristo suplica-nos a quê? A deixar-vos reconciliar com Deus (2Cor 5,20).
Se o Apóstolo nos exorta e nos incita a deixar-nos
reconciliar com Deus, evidentemente, somos inimigos de
Deus. Ninguém pode se reconciliar com alguém que não
seja seu inimigo. Não a natureza, mas o pecado tornara-nos
inimigos: inimigos de Deus, escravos do pecado. Deus não
tem inimigos que sejam livres: é inevitável que seus inimigos sejam escravos; também é inevitável que permaneçam
escravos, até o dia em que sejam libertados por ele, aqueles
que, pecando, quiseram ser-lhe inimigos.
“Suplicamo-vos”, portanto, “em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus”.
Por outro lado, de que maneira poderemos ser reconciliados se não for eliminado o que se interpõe entre nós e ele?
Por isso, Deus atesta pela boca do profeta: Nem o ouvido de
Deus é tão duro que não possa ouvir. Antes, foram as vossas
iniquidades que criaram um abismo entre vós e o vosso
Deus (Is 59,1-2). Não poderemos, então, ser reconciliados
se, eliminado o obstáculo que se interpõe entre nós e Deus,
não houver um intercessor. Há uma barreira que nos divide,
mas há também um mediador que nos reconcilia: o que nos
divide é o pecado, o mediador que nos reconcilia é o Senhor
Jesus Cristo: Pois há um só Deus e um só mediador entre
Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus (1Tm 2,5).
Então, para que fosse abatido o muro que nos divide,
isto é, o pecado, veio um mediador, que, sendo sacerdote,
fez-se também vítima de expiação. E tendo-se feito vítima
para o pecado, Cristo ofereceu-se em holocausto na cruz da
sua paixão. O Apóstolo, após ter dito: “Suplicamo-vos em
nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus”, como
se tivéssemos perguntado: “Como poderemos ser reconciliados?”, acrescentou: “Aquele”, isto é, Cristo, que não
conhecera o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós,
a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus (2Cor
5,21). Fala do Cristo Deus, o qual não havia conhecido
pecado. Ele veio na carne. Mas numa carne semelhante à
do pecado (Rm 8,3), não em uma carne de pecado, posto
que nele não existia pecado. Desse modo, em virtude da sua
imaculabilidade e perfeição, tornou-se verdadeira vítima
para o pecado.
Responsório
1Pd 2,22-24; Is 53,5
R. Ele, que não cometeu nenhum pecado
nem mentira nenhuma foi achada em sua boca,
sobre o madeiro,
levou os
nossos pecados em seu próprio corpo,
* A fim de que, mortos para os nossos pecados,
vivêssemos
para a justiça.
V. O castigo que havia de trazer-nos a paz caiu sobre ele;
por suas feridas fomos curados.
* A fim de que.
OraçãoDeus
eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com
bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.