1a SEMANA DO TEMPO COMUM

I Semana do Saltério

TERÇA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Gênesis 2,4b-25

A criação do homem no paraíso

4bNo tempo em que o Senhor Deus fez a terra e o céu, 5não havia ainda nenhum arbusto dos campos sobre a terra e nenhuma erva dos campos tinha ainda crescido, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia homem para cultivar o solo. 6Entretanto, um manancial subia da terra e regava toda a superfície do solo. 7Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente.
8
O Senhor Deus plantou um jardim em Éden, no oriente, e aí colocou o homem que modelara. 9O Senhor Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 10Um rio saía de Éden para regar o jardim e de lá se dividia formando quatro braços. 11O primeiro chama-se Fison; rodeia toda a terra de Hévila, onde há ouro; 12é puro o ouro dessa terra na qual se encontram o bdélio e a pedra de ônix. 13O segundo rio chama-se Geon: rodeia toda a terra de Cuch. 14O terceiro rio se chama Tigre: corre pelo oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates. 15O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden para o cultivar e o guardar. 16E o Senhor Deus deu ao homem este mandamento: “Podes comer de todas as árvores do jardim. 17Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer”.
18
O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda”. 19O Senhor Deus modelou então, do solo, todas as feras selvagens e todas as aves do céu e as conduziu ao homem para ver como ele as chamaria: cada qual devia levar o nome que o homem lhe desse. 20O homem deu nomes a todos os animais, às aves do céu e a todas as feras selvagens, mas, para o homem, não encontrou a auxiliar que lhe correspondesse. 21Então O Senhor Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e fez crescer carne em seu lugar. 22Depois, da costela que tirara do homem, o Senhor Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem. 23Então o homem exclamou: “Esta, sim, é osso de meus ossos e carne de minha carne! Ela será chamada ‘mulher’, porque foi tirada do homem!” 24Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne.
25
Ora, os dois estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam.

Responsório Gn 2,7; 1,27
R. O Senhor Deus formou o homem do barro da terra
e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida.
*
E o homem se tornou um ser vivente.
V.
Deus criou o homem a sua imagem,
à imagem de Deus o criou. * E o homem.

Segunda leitura
Do “Livro sobre o Paraíso”, de Santo Ambrósio, bispo
(1,2 - 2,6)


Deus colocou o homem no Éden,

como o Sol no céu, à espera do Reino dos Céus
Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado (Gn 2,8). Visto que lemos, em Gênesis, que havia um jardim plantado por Deus do lado do oriente, que ali colocou o homem, a quem deu forma. Encontramos o autor deste jardim. Quem, de fato, criou o jardim se não o Onipotente? Porque ele disse e tudo foi feito (Sl 32,9), contudo, sem ter necessidade das coisas que almejava gerar. Ele próprio, então, plantou o jardim, do qual fala a Sabedoria: Toda planta que meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz (Mt 15,13).
A planta dos anjos é boa, e também aquela dos santos: estes são, na verdade, aqueles que, assim como está escrito, no tempo futuro sentarão debaixo de sua vinha e debaixo de sua figueira (Mq 4,4), e são como anjos. Assim, o jardim é aquele que tem muitas árvores, mas árvores frutíferas, cheias de seiva e de virtude, das quais é dito: jubilem todas as árvores das florestas (Sl 95,12), sempre prósperas devido ao frescor do mérito, como a árvore plantada próximo à água, cujas folhas não caem, porque todos o seus frutos são abundantes.
Esse é o jardim. Mas o lugar onde está plantado é cha- mado delícia. Portanto, o santo Davi afirma: lhes dais de beber das torrentes de vossas delícias (Sl 35,9). De fato, lestes que um rio saía do Éden para regar o jardim (Gn 2,10); então, essas árvores plantadas no jardim são irrigadas pela corrente do Espírito; logo, por Deus, de quem é dito em outra passagem: Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus (Sl 45,5). Essa cidade é a livre Jerusalém celeste, em que abundam os méritos dos santos.
Nesse jardim, Deus colocou o homem que tinha moldado. Ali Deus não pôs o homem à Sua imagem, mas o homem material, porque um ser incorpóreo não ocupa lugar.
Portanto, o Senhor o colocou em um jardim, como o Sol no céu, à espera do Reino dos Céus, assim como a criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Ora, se o jardim é o lugar onde nasceram os brotos, este parece ser, também, a alma que multiplica a semente recebida, e nela é plantada toda a virtude, onde estava também a árvore da vida, ou seja, a Sabedoria, como disse Salomão; pois a Sabedoria não surgiu da terra, mas do Pai: é de fato esplendor da luz eterna e emanação da glória do Todo-poderoso (Sb 7,25; Hb 1,3).

Responsório Gn 2,15.8
R. O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden
*
Para cultivá-lo e guardá-lo.
V.
Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden,
do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado.
*
Para cultivá-lo.

Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.