12a SEMANA DO TEMPO COMUM

IV Semana do Saltério

QUARTA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro de Esdras 7,6-28

Missão do sacerdote Esdras

6Esdras subiu de Babilônia. Era um escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo Senhor, o Deus de Israel. Como a mão do Senhor, seu Deus, estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo o que pediu. 7Subiram também para Jerusalém, no sétimo ano do rei Artaxerxes, certo número de israelitas: de sacerdotes, levitas, cantores, porteiros e “doados”. 8Esdras chegou a Jerusalém no quinto mês do sétimo ano do rei. 9No primeiro dia do primeiro mês ele iniciou sua partida de Babilônia e no primeiro dia do quinto mês chegou a Jerusalém: a mão benfazeja de Deus estava sobre ele! 10Pois Esdras tinha aplicado seu coração a perscrutar a Lei do Senhor, a praticar e ensinar, em Israel, os estatutos e as normas.
11
Eis a cópia do documento que o rei Artaxerxes entregou a Esdras, o sacerdote escriba, sábio intérprete dos mandamentos do Senhor e de suas leis referentes a Israel.
12
“Artaxerxes, o rei dos reis, ao sacerdote Esdras, Secretário da Lei do Deus do céu, paz completa. Agora, pois, 13dei ordem para que todo aquele que, em meu reino, faça parte do povo de Israel, de seus sacerdotes ou levitas e queira partir para Jerusalém possa ir contigo, 14porque tu és enviado pelo rei e pelos seus sete conselheiros, para inspecionar Judá e Jerusalém, segundo a lei de teu Deus, a qual está em tuas mãos, 15e para levares a prata e o ouro que o rei e seus conselheiros ofereceram espontaneamente ao Deus de Israel que reside em Jerusalém, 16e toda a prata e ouro que receberes em toda a província de Babilônia, além dos donativos espontâneos que o povo e os sacerdotes oferecerem para o templo de seu Deus em Jerusalém. 17Com esse dinheiro, pois, cuidarás de comprar touros, carneiros, cordeiros, bem como as oblações e libações que os acompanham: e os oferecerás sobre o altar do templo de vosso Deus em Jerusalém; 18utilizarás o restante da prata e do ouro como te parecer melhor, a ti e a teus irmãos, em conformidade com a vontade de teu Deus. 19Deposita diante de teu Deus, em Jerusalém, os utensílios que te foram entregues para o serviço do templo do teu Deus. 20Tudo o mais que for necessário para o templo do teu Deus, que te tocasse fornecer, ser-te-á dado do tesouro real. 21Sou eu mesmo, o rei Artaxerxes, que dou esta ordem a todos os tesoureiros da Transeufratênia: ‘Executai rigorosamente tudo o que vos pedir o sacerdote Esdras, Secretário da Lei do Deus do céu, 22até o limite de cem talentos de prata, cem coros de trigo, cem batos de vinho, cem batos de azeite e sal à vontade. 23Tudo o que o Deus do céu ordenar seja executado para o templo do Deus do céu, para que a ira não se desencadeie sobre o reino do monarca e de seus filhos. 24Nós vos fazemos saber, também, que fica proibido cobrar imposto, tributo ou direito de passagem de todos sacerdotes, levitas, cantores, porteiros, ‘doados’, numa palavra, de todos os servos desta casa de Deus’. 25E tu, Esdras, segundo a sabedoria de teu Deus, que tens em mãos, estabelecerás escribas e juízes que administrem a justiça para todo o povo da Transeufratênia, para todos os que conhecem a Lei de teu Deus. E deverás ensiná-la a quem não conhece. 26Todo o que não observar a Lei de teu Deus - que é a Lei do rei - será castigado rigorosamente, com a morte ou o desterro, com multa ou prisão.”
27
Bendito seja o Senhor, o Deus de nossos pais, que inspirou assim ao coração do rei o desejo de honrar o Templo do Senhor em Jerusalém, 28e que me fez obter o favor do rei, de seus conselheiros e de todos os funcionários mais poderosos do rei. Quanto a mim, enchi-me de coragem, pois a mão do senhor meu Deus estava sobre mim, e reuni alguns chefes de Israel para que subissem comigo.

Responsório Dn 3,52.53
R. Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais,
*
Digno de louvor e de eterna glória!
V.
Bendito o vosso santo nome glorioso.
*
Digno.

Segunda leitura
Da Carta “Sobre a virgindade”, de São Gregório de Nissa, bispo
(C. 24)
(Séc. IV)


Tu que foste crucificado com Cristo,

oferece-te a Deus como sacerdote puro.
Olha aquele que é perfeito e enfrenta corajosamente, com espírito confiante, essa maravilhosa navegação no veleiro da temperança, pilotado por Cristo, ao sopro do Espírito Santo.
Se já é grave cometer um único pecado, e se precisamente por isso pensas estar mais seguro renunciando a enfrentar uma meta tão sublime, muito mais grave é ter feito do pecado a ocupação da própria existência, e viver absolutamente alheio ao ideal de uma vida pura.
Quando um homem está imerso na vida terrena e se alimenta de pecado, como pode ouvir a voz de Cristo crucificado, morto pelo pecado? Ele te chama a segui-Lo, enquanto carrega, em Seus ombros, a cruz, como um troféu arrancado do inimigo: como podes escutá-Lo, tu que não foste crucificado para o mundo (cf. Gl 6,14) e desdenhas de mortificar a tua carne? Como podes obedecer a Paulo, que te convida a oferecer o teu corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12,1), tu que tens o mundo como modelo, e não mudas, renovando a tua inteligência, tu que não andas por novos caminhos (cf. Rm 6,4), mas ainda tens a intenção de seguir a antiga vida do homem?
Como podes ser sacerdote de Deus, tu que foste consagrado justamente para oferecer a Deus não um dom alheio, tomado dos bens que te circundam e que são uma substituição, mas o teu verdadeiro dom, ou seja, o teu homem interior, que deve ser perfeito e imaculado, como o cordeiro sem mancha e imperfeição? (cf. 1Pd 1,18-19). Como poderás oferecer a Deus estas coisas se não cumprires a Lei que proíbe de consagrar o que é impuro? Se almejas que Deus se manifeste a ti, porque não escutas Moisés, que instrui o povo para ficar longe das relações sexuais para receber a manifestação de Deus? Se te parece insignificante ser crucificado com Cristo, oferecer-te como vítima ao Senhor, tornar-te um sacerdote do Deus Altíssimo, ser julgado digno da grande manifestação de Deus, quais outras coisas sublimes posso te recomendar, se o que resulta dessa realidade te parece insignificante? Crucificados com Ele, participamos de Sua vida, de Sua glória e de Seu reino, e com a oferta de nós mesmos a Deus podemos ser transmutados, da natureza e da dignidade humana, naquela dos anjos.
Quem é bem-vindo a Ele, que é o verdadeiro sacrifício, quem se juntou ao sumo sacerdote, sem dúvida é ele também sacerdote eternamente, e a morte não o impede de permanecer assim. Ser julgado digno de ver Deus resulta desta realidade; tornar-te digno de vê-lo, esse é o intento da esperança mais alta, o cumprimento de cada desejo, de toda graça e promessa divina, o começo e o fim dos bens inefáveis, que nem o intelecto nem os sentidos podem perceber. Isso é o que Moisés almejou ardentemente ver, e também muitos profetas e reis (Lc 10,24); mas apenas são dignos os corações puros, os que são chamados abençoados, e o são realmente, porque verão a Deus (cf. Mt 5,8). Tu também deves te tornar um deles, tu que foste crucificado com Cristo, que te ofereceste a Deus como sacerdote casto, que te tornaste uma vítima pura e te preparaste na pureza, por meio da tua virgindade, à Sua vinda, para também veres ao Senhor com o coração puro, conforme a promessa do próprio Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo, a Quem sejam a glória e o poder na unidade do Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório Lv 26,11-12; 2Cor 6,16
R. Estabelecerei a minha habitação no meio de vós,
e não vos rejeitarei jamais:
*
Estarei no meio de vós, serei o vosso Deus,
e vós sereis o meu povo.
V.
Nós somos o templo do Deus vivo,
como disse o próprio Deus.
*
Estarei.

Oração

Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.