2a SEMANA DO TEMPO COMUM

II Semana do Saltério

SÁBADO

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Deuteronômio 16,1-17

As festas a serem celebradas
Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo:
1"Guarda o mês de Abib, celebrando a Páscoa do Senhor teu Deus. Pois foi precisamente no mês de Abib que o Senhor teu Deus te fez sair do Egito durante a noite. 2Farás o sacrifício pascal ao Senhor teu Deus, imolando alguma cria de ovelha ou vaca, no lugar que o Senhor teu Deus escolher para que nele habite o seu nome. 3Não comerás com ele pão fermentado; durante sete dias comerás sem fermento o pão da aflição, porque saíste às pressas do Egito, para que assim, durante a vida toda, te lembres do dia em que saíste do Egito. 4Nesses sete dias, não se verá fermento em toda a extensão do teu território. Da vítima imolada à tarde do primeiro dia, nada ficará para a manhã seguinte. 5Não poderás sacrificar a Páscoa em qualquer de tuas cidades que o Senhor teu Deus te vai dar. 6Somente no lugar que o Senhor teu Deus tiver escolhido para que nele habite o seu nome, é que sacrificarás a Páscoa, à tarde, ao pôr-do-sol, hora da tua partida do Egito. 7Assarás e comerás a vítima no lugar que o Senhor teu Deus tiver escolhido. E, na manhã seguinte, voltarás para as tuas tendas. 8Durante seis dias comerás pães ázimos e no sétimo dia, porque é a assembleia do Senhor teu Deus, não fareis trabalho algum.

9Contarás sete semanas, iniciando a contagem das semanas com o dia em que se começa a meter a foice no trigo. 10Celebrarás então a festa das Semanas em honra do Senhor teu Deus, com ofertas espontâneas que farás na medida em que o Senhor teu Deus te houver abençoado. 11E te alegrarás na presença do Senhor teu Deus, com teu filho e tua filha, teu servo e tua serva e o levita que mora dentro de tua cidade, assim como o estrangeiro, o órfão e a viúva que habitam em teu meio, no lugar que o Senhor teu Deus escolher para nele habitar o seu nome. 12Lembra-te de que foste escravo no Egito e observa e faze as coisas que te são ordenadas.

13Celebrarás a festa dos Tabernáculos durante sete dias, uma vez recolhido o fruto da eira e do lagar. 14E te banquetearás nesta festa, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, assim como o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva que habitam em tua cidade. 15Durante sete dias celebrarás a festa em honra do Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor tiver escolhido. É que o Senhor teu Deus te abençoou em todas as tuas colheitas e em todo o trabalho de tuas mãos; por isso, te entregarás completamente à alegria.

16Três vezes ao ano, todos os teus homens deverão apresentar-se perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele tiver escolhido: na festa dos Ázimos, na festa das Semanas e na festa dos Tabernáculos. Ninguém aparecerá perante o Senhor de mãos vazias, 17mas cada um oferecerá segundo o que tiver e segundo a bênção que o Senhor teu Deus te houver concedido".

Responsório Cf. Dt 16,14.15; Na 2,1
R. Tu hás de te alegrar em tua festa,
tu mesmo com teu filho e tua filha,
o levita e também o estrangeiro,
o órfão e igualmente a viúva.
* O Senhor te abençoará e estarás na alegria.
V. Sobre os montes, eis os passos de quem traz a boa-nova
e anuncia-nos a paz!
Comemora, alegremente, as tuas festas, ó Judá!
* O Senhor.

Segunda leitura
Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 4,18,1-2.4.5: SCh 100,596-598.606.610-612)
(Séc. II)

A oblação pura da Igreja
Sacrifício puro e aceito por Deus é a oblação da Igreja, tal como o Senhor lhe ensinou a oferecer em todo o mundo. Não por necessitar de nosso sacrifício, mas porque o ofertante se enche de glória quando seu dom é aceito. Pela dádiva a um rei manifesta-se a homenagem e afeição. Querendo o Senhor que, com simplicidade e inocência, oferecêssemos nossos dons, deu-nos o preceito: Se estás para fazer tua oferta diante do altar e te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então, vem fazer a tua oferta. Faz-se, pois, mister oferecer a Deus as primícias de suas criaturas, como Moisés também já dissera: Não te apresentarás de mãos vazias diante do Senhor, teu Deus. Quando o homem quer manifestar a Deus sua gratidão, oferece-lhe os próprios dons por ele mesmo dados e recebe a honra que dele provém.

Nenhuma das oblações é rejeitada: oblações lá e oblações aqui; sacrifícios entre o povo, sacrifícios na Igreja. A forma, porém, de tal maneira mudou, que já não mais por servos são oferecidos, mas por filhos. Um só e o mesmo é o Senhor; há, contudo, o caráter próprio à oblação dos filhos, de modo que as oblações são sinal da liberdade possuída. Para Deus não há nada vão, nem sem significado ou motivo. Por isto, o seu povo lhe consagrava os dízimos. Mas depois, aqueles que receberam a graça da liberdade põem à disposição do Senhor tudo quanto possuem, dando com alegria e generosidade e não apenas as coisas de menor valor, pela esperança que têm das maiores; como aquela viúva tão pobre que pôs no cofre de Deus tudo o que possuía.

Cumpre, então, fazermos oblações a Deus e em tudo sermos gratos ao Criador, com mente pura e fé sincera, na firme esperança, na caridade fervorosa, oferecendo-lhe as primícias da criação, criação que lhe pertence. E a Igreja é a única a fazer ao Criador esta oblação pura, que provém de sua criação, oferecendo-a em ação de graças. Pois lhe oferecemos o que já é seu, proclamando como é justo a comunhão e a unidade e confessando a ressurreição da carne e do espírito. O pão que vem da terra, ao receber a invocação de Deus, já não é mais pão comum mas a eucaristia, feita de dois elementos, o terreno e o celeste; do mesmo modo, por receberem a eucaristia, já não são corruptíveis nossos corpos; possuem a esperança da ressurreição.

Responsório Cf. Hb 10,1.14; Ef 5,2b
R. Sendo apenas uma sombra dos bens que hão de vir
e não a realidade, apesar dos sacrifícios
sem cessar oferecidos, a lei nunca poderia
conduzir à perfeição os que deles participam.
* Jesus Cristo, ao contrário, com uma única oblação
conduziu à perfeição, uma vez por todo o sempre,
os que ele santifica.
V. Jesus Cristo nos amou e se entregou por nós a Deus
como oferta e sacrifício de perfume agradável.
* Jesus Cristo.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.