14a SEMANA DO TEMPO COMUM
II Semana do Saltério
SÁBADO
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Livro dos Provérbios
31,10-31
Elogio à mulher perfeita
10Quem encontrará a mulher de valor?
Vale muito mais do que pérolas.
11Nela confia seu marido,
e a ele não faltam riquezas.
12Traz-lhe a felicidade, não a desgraça,
todos os dias de sua vida.
13Adquire a lã e o linho,
e trabalha com mãos hábeis.
14É como a nave mercante,
que importa de longe o grão.
15Noite ainda, se levanta,
para alimentar os criados. E dá ordens às criadas.
16Examina um terreno e o compra,
com o que ganha com as mãos planta uma vinha.
17Cinge a cintura com firmeza,
e emprega a força dos braços.
18Sabe que os negócios vão bem,
e de noite sua lâmpada não se apaga.
19Lança a mão ao fuso,
e os dedos pegam a roca.
20Estende a mão ao pobre,
e ajuda o indigente.
21Se neva, não teme pela casa,
porque todos os criados vestem roupas forradas.
22Tece roupas para o seu uso,
e veste-se de linho e púrpura.
23Na praça o seu marido é respeitado,
quando está entre os anciãos da cidade.
24Tece panos para vender
e negocia cinturões.
25Está vestida de força e dignidade,
e sorri diante do futuro.
26Abre a boca com sabedoria,
e sua língua ensina com bondade.
27Vigia o comportamento dos criados,
e não come pão no ócio.
28Seus filhos levantam-se para saudá-la,
seu marido canta-lhe louvores:
29“Muitas mulheres ajuntaram riquezas,
tu, porém, ultrapassas a todas”.
30Enganosa é a graça, fugaz a formosura!
A mulher que teme ao Senhor merece louvor!
31Dai-lhe parte do fruto de suas mãos,
e nas portas louvem-na suas obras.
Responsório Pr 31,17.18; Sl 45,6
R. Cinge os rins de fortaleza, revigora seus braços.
* A sua lâmpada não se apaga durante a noite.
V. Deus está no seu centro, ela é inabalável;
desde o amanhecer, já Deus lhe vem em socorro.
* A sua lâmpada.
Segunda leitura
Dos “Sermões”, de Santo Elredo, abade
(Sermão para a Epifania)
(Séc. XII)
O povo santo, preparado pelo Senhor
Vejamos a ordem de fatos que precedem a celebração
de um matrimônio. Quando um homem quer se casar com
uma mulher adequada, escolhe uma entre muitas. Depois,
envia intermediários para preparar o terreno para o casamento, que
elogiem a beleza dele, exaltem suas riquezas,
falem da sua sabedoria. Assim, a mulher arde de amor por
ele. O amor suscita desejo, que leva ao conhecimento pessoal e, em
seguida, ao consentimento; e, assim, celebra-se
o matrimônio. São preparados vários alimentos e bebidas,
matam-se os animais e procura-se uma variedade de coisas
deliciosas.
Levantemos, agora, o olhar das coisas materiais e passemos às
espirituais. O Filho de Deus, Ele próprio Deus no
seio do Pai e Rei de todos os reinos, de Sua morada olhou
para todos os habitantes da Terra e, entre todos, viu “uma”
e logo: O rei gostou da sua beleza (cf. Sl 44,12). Quem
é ela? Eu o direi claramente de modo que compreendais.
Trata-se daquela sociedade santa, escolhida antes da criação do mundo,
predestinada e chamada à justiça, à glorificação. De que forma a vê? Não
como nós, pois nosso
passado está escondido, e o nosso futuro é desconhecido,
e dificilmente são claras as realidades que estão diante de
nossos olhos. Ele vê claramente aquela sociedade santa, do
primeiro até o último escolhido. Não os vê separadamente, mas todo o
conjunto, a cada momento e sempre. Ela é
negra, mas cândida por meio Dele; por causa da sua beldade está exposta
aos demônios, mas por Ele é preparada
para os seus amplexos docíssimos. Foi escolhida e amada
não para sua própria conveniência, mas para limpar dela a
sujeira, curá-la da enfermidade, libertá-la da escravidão e
torná-la feliz na sua pobreza, unindo-se a ela.
Visto que a amada deve, por sua vez, também amar livremente aquele que a
ama, Ele enviou mensageiros que
falassem Dele, elogiassem a Sua beleza, glorificassem a
Sua sabedoria, exaltassem o Seu poder e as suas riquezas.
Portanto, quando chegaram os mensageiros, revelou-
lhes os seus segredos, mostrando-lhes, numa inefável luz,
o mistério da sua encarnação, a profundidade da eleição, a
largura do chamado, a altura da promessa e o comprimento
da espera. Então, o que eles tinham aprendido como revelação, sendo
capazes de compreender a largura, o compri-
mento, a altura e a profundidade (Ef 3,18), estas coisas
ensinaram aos outros. De fato, embora a sociedade beata
dos escolhidos seja uma só, pelo que está escrito: Uma só
é a minha pomba (Ct 6,9), eles, todavia, foram chamados
núncios do Salvador porque, inspirados por Ele, pregaram
a Sua vinda.
Agora vejamos como estes mensageiros inflamaram
de amor, para o Senhor, a Sua noiva escolhida. O santo
Moisés, falando dela, declara: O Senhor, teu Deus, te sus-
citará um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir (Dt
18,15).
Como eu, diz. Naqueles tempos, este era um grande
elogio. De fato, qual fiel não arderia de amor por Cristo,
consciente de que seria como Moisés? Também Jeremias
não poupou elogios quando disse: Tu és grande e grande é
o poder do teu Nome. Entre todos os sábios das nações e
em todos os seus reinos ninguém é igual a Ti (Jr 10,6.7).
Portanto, irmãos, são suficientes estes testemunhos
das Escrituras, porque, mesmo com estas poucas palavras,
o espírito da noiva pode se inflamar de amor por Ele. O
amor excita o desejo, o desejo espiritual incita a Sua vinda
e assim, através da fé, opera-se o consentimento mútuo: e
eis que o banquete de casamento está pronto.
Responsório Is 60,21; 62,12
R. Teu povo será um povo de justos
que para sempre possuirá a terra:
* Será uma planta cultivada pelo Senhor,
obra de suas
mãos destinada à sua glória.
V. E chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor.
* Será uma.
Oração
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo
decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos
que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.