18o DOMINGO DO TEMPO COMUM
II Semana do Saltério
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Do Primeiro Livro dos Reis 19,1-9a.11-21
O Senhor se manifesta a Elias
Naqueles dias, 1Acab contou a Jezabel tudo o que fizera Elias e como passara a fio de espada todos os profetas. 2Então
Jezabel mandou a Elias um mensageiro para lhe dizer: “Que os deuses me
façam este mal e acrescentem este outro, se amanhã a esta hora eu não
tiver feito de tua vida o que fizeste da vida deles!” 3Vendo isso, Elias levantou-se e partiu para salvar a vida. Chegou a Bersabeia, que pertence a Judá, e deixou lá seu servo. 4Quanto
a ele, fez pelo deserto a caminhada de um dia e foi sentar-se debaixo
de um junípero. Pediu a morte, dizendo: “Agora basta, Senhor! Retira-me
a vida, pois não sou melhor que meus pais.” 5Deitou-se e dormiu debaixo do junípero. Mas eis que um Anjo o tocou e disse-lhe: “Levanta-te e come.” 6Abriu
os olhos e eis que, À sua cabeceira, havia um pão cozido sobre pedras
quentes e um cantil de água. Comeu, bebeu e depois tornou a deitar-se.
7Mas
o Anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: “Levanta-te e
come, pois do contrário o caminho te será longo demais.” 8Levantou-se,
comeu e bebeu e, depois, sustentado por aquela comida, caminhou
quarenta dias e quarenta noites até À montanha de Deus, o Horeb.
9aLá ele entrou numa gruta, onde passou a noite. 11E
Deus disse: “Sai e fica na montanha diante do Senhor.” E eis que o
Senhor passou. Um grande e impetuoso furacão fendia as montanhas e
quebrava os rochedos diante do Senhor, mas o Senhor não estava no
furacão; e depois do furacão houve um terremoto, mas o Senhor não
estava no terremoto; 12e depois do terremoto um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo o ruído de uma leve brisa. 13Quando
Elias o ouviu, cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se À entrada da
gruta. Então, veio-lhe uma voz, que disse: “Que fazes aqui, Elias?” 14Ele
respondeu: “Eu me consumo de ardente zelo pelo Senhor Deus dos
Exércitos, porque os israelitas abandonaram tua aliança, derrubaram
teus altares e mataram teus profetas a espada. Fiquei somente eu e
procuram tirar-me a vida.”
15O Senhor lhe disse: “Vai, retoma teu caminho na direção do deserto de Damasco. Irás ungir Hazael como rei de Aram. 16Ungirás
Jeú, filho de Namsi, como rei de Israel, e ungirás Eliseu, filho de
Safat, de Abel-Meúla, como profeta em teu lugar. 17Quem escapar À espada de Hazael, Jeú o matará, e o que escapar da espada de Jeú, Eliseu o matará. 18Mas
pouparei em Israel sete mil homens, todos os joelhos que não se
dobraram diante de Baal e todas as bocas que não o beijaram.”
19Partindo dali, Elias encontrou Eliseu filho de
Safat enquanto trabalhava doze arapenes de terra, ele próprio no
décimo segundo. Elias passou perto dele e lançou sobre ele seu manto. 20Eliseu
abandonou seus bois, correu atrás de Elias e disse: “Deixa-me abraçar
meu pai e minha mãe, depois te seguirei.” Elias respondeu: “Vai e
volta; pois que te fiz eu?” 21Eliseu
afastou-se de Elias e, tomando a junta de bois, a imolou. Serviu-se da
lenha do arado para cozinhar a carne e deu-a ao pessoal para comer.
Depois levantou-se e seguiu Elias na qualidade de servo.
Responsório Cf. Ex 33,22.20; Jo 1,18
R. Disse o Senhor a Moisés: quando passar a minha glória,
colocar-te-ei na fenda da rocha e cobrir-te-ei com a palma
da mão até que eu tenha passado,
* Porque ninguém pode ver a Deus e continuar vivo.
V. Ninguém jamais viu a Deus: o Filho unigênito,
que está no seio do pai, este o deu a conhecer. * Porque ninguém.
Segunda leitura
Do “Tratado sobre os Mistérios”, de Santo Ambrósio, bispo
(Nn. 12-16.19: SCh 25 bis, 162-164)
(Séc. IV)
Tudo lhes acontecia em figura
A ti ensina o Apóstolo que todos os nossos
pais estiveram debaixo da nuvem e todos atravessaram o mar e todos,
conduzidos por Moisés, foram batizados na nuvem e no mar. Em seguida o mesmo Moisés diz no cântico: Enviaste teu espírito e o mar os cobriu.
Nota que nessa passagem dos hebreus pelo mar já se prenuncia a figura
do santo batismo, onde perece o egípcio, e liberta-se o hebreu. Não é
isto o que diariamente o sacramento nos ensina, a saber, que a culpa é
afogada, destruído o erro, e a santidade e toda inocência passam
através dele?
Ouves que nossos pais estiveram debaixo da nuvem, a boa nuvem que
refresca o ardor das paixões carnais, a boa nuvem que cobre com sua
sombra aqueles que o Espírito Santo torna a visitar. Esta boa nuvem, em
seguida, veio sobre a Virgem Maria e o poder do Altíssimo a envolveu
com sua sombra, ao gerar a redenção do homem. Este milagre realizou-o
Moisés em figura. Se, portanto, lá esteve o Espírito em figura, não
estará aqui a realidade, já que a Escritura te diz que a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo?
Em Mara a fonte era amarga. Nela Moisés mergulhou um lenho e ela se
tornou doce. A água, sem a proclamação da cruz do Senhor, não tem
utilidade alguma para a futura salvação. Ao ser, porém, consagrada
pelo salutar mistério da cruz, é usada no banho espiritual e no
cálice da salvação. À semelhança daquela fonte em que Moisés, isto
é, o Profeta, pôs o lenho, também nesta fonte o sacerdote proclama a
cruz do Senhor e a água se faz doce para a graça.
Não creias apenas nos teus olhos corporais. Enxerga-se muito melhor o
que não se vê, porque o que vemos é transitório, isto é terreno. No
entanto, se vemos o que os olhos não alcançam, enxergamos com o
coração e a mente.
Por fim, ensina-te o trecho do Livro dos Reis: Naaman era sírio, tinha a
lepra e ninguém podia purificá-lo. Então disse-lhe uma menina
escrava que em Israel havia um profeta, que o poderia curar da lepra.
Tomando consigo ouro e prata, Naaman dirigiu-se ao rei de Israel.
Conhecendo o rei o motivo da vinda, rasgou as vestes em sinal de luto e
declarou que este pedido tão além do poder real era antes um pretexto
para um ataque contra o reino. Mas Eliseu mandou dizer ao rei que lhe
enviasse o sírio para que lhe fosse dado conhecer como Deus estava em
Israel. Tendo ele chegado, o profeta fez-lhe saber que devia mergulhar
sete vezes no rio Jordão. Naaman começou, então, a pensar que
melhores eram as águas de sua pátria, onde muitas vezes mergulhara e
nunca ficara limpo da lepra e quis voltar, sem obedecer À ordem do
profeta. Mas, diante do conselho insistente de seus servos, enfim
concordou em banhar-se e, limpo no mesmo momento, compreendeu que não
era por virtude da água que se tornara purificado, mas pela graça.
Ora, Naaman duvidou antes de ser curado. Tu, porém, já estás são: não podes duvidar.
Responsório Cf. Sl 77(78),52a.53; 1Cor 10,2
R. Deus fez sair seu povo eleito como ovelhas
e o guiou com segurança e sem temor,
* Mas encobriu seus inimigos com o mar.
V. Foram todos batizados em Moisés,
no mar e na nuvem batizados. * Mas encobriu.
Hino
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for
oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os
filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e
guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.