8a SEMANA DO TEMPO COMUM
IV Semana do Saltério
TERÇA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
15,20-34
A ressurreição dos mortos
20Caríssimos, Cristo ressuscitou dos mortos, primícias
dos que adormeceram. 21Com efeito, visto que a morte veio
por um homem, também por um homem vem a ressurreição
dos mortos. 22Pois, assim como todos morrem em Adão,
em Cristo todos receberão a vida. 23Cada um, porém, em
sua ordem: como primícias, Cristo; depois, aqueles que
pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir
haverá o fim, quando ele entregar o reino a Deus Pai, depois
de ter destruído todo Principado, toda Autoridade, todo
Poder. 25Pois é preciso que ele reine, até que tenha posto
todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. 26O último
inimigo a ser destruído será a Morte, 27pois ele tudo colocou
debaixo dos pés dele. Mas, quando ele disser: “Tudo está
submetido”, evidentemente excluir-se-á aquele que tudo
lhe submeteu. 28E, quando todas as coisas lhe tiverem sido
submetidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que
tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos.
29Se não fosse assim, que proveito teriam aqueles que se
fazem batizar em favor dos mortos? Se os mortos realmente
não ressuscitam, por que se fazem batizar em favor deles?
30E nós mesmos, por que a todo momento nos expomos
ao perigo? 31Diariamente estou exposto à morte, tão certo,
irmãos, quanto vós sois a minha glória em Jesus Cristo
nosso Senhor. 32De que me teria adiantado lutar contra os
animais em Éfeso, se eu tivesse apenas interesses humanos?
Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, pois
amanhã morreremos. 33Não vos deixeis iludir: “As más
companhias corrompem os bons costumes”. 34Tornai-vos
sóbrios, como é necessário, e não pequeis! Pois alguns
dentre vós tudo ignoram a respeito de Deus. Digo-o para
a vossa vergonha.
Responsório
1Cor 15,25-26; cf. Ap 20,13.14
R. É preciso que ele reine até que tenha colocado debaixo
de seus pés
seus inimigos, todos eles,
* A morte há de ser o seu último inimigo, a ser exterminado.
V. A morte e o seu reino devolverão todos os mortos
e a
morte e o seu reino serão precipitados no lago incandescente.
* A morte há de ser.
Segunda leitura
Das “Homilias na morte do irmão”, de Santo Ambrósio,
bispo
(Hom. 2,89-93)
(Séc. IV)
Como todos morrem em Adão,
assim todos receberão a vida em Cristo
Esta é a vontade do meu Pai, que aquele que vê o Filho e
nele crê, tenha a vida eterna; e eu ressuscitá-lo-ei no último
dia (Jo 6,40). Quem falou assim? O mesmo que, passando
pela morte, ressuscitou um grandíssimo número de mortos.
Mesmo que não acreditássemos em Deus, poderíamos não
acreditar nos fatos? Por que não acreditar naquilo que ele
nos prometeu, se realizou também coisas que Ele não havia
prometido? Para que fim pois, seria ele morto, se não tivesse
tido também um motivo para ressuscitar?
Na verdade, como Deus não podia morrer, não poderia
morrer a Sabedoria, e por outro lado, não poderia ressuscitar
aquele que não estava morto; por isso, ele assume um corpo,
no qual podia se submeter à morte como todos os homens,
e morrendo, pudesse também ressuscitar.
Não poderia haver ressurreição para nós senão através do
homem, porque, se por causa de um homem veio a morte,
por causa de um homem virá também a ressurreição dos
mortos (1Cor 15,21). Ressuscitou, portanto, como homem,
porque, como homem estava morto: o homem é ressuscitado, mas é Deus que ressuscita. Outrora, homem segundo
a carne, agora Deus em tudo.
Agora, de fato, não conhecemos mais Cristo segundo a
carne, mas temos a graça na carne, desse modo podemos
dizer que conhecemos a própria primícia daqueles que estão
mortos (1Cor 15,20), o primogênito dos mortos.
As primícias, porém, são do mesmo gênero e da mesma
natureza dos outros frutos; são oferecidos a Deus os primeiros produtos para se obter colheitas mais abundantes:
dom sagrado feito em nome de todos e quase libação de
uma natureza renovada. Primícia, portanto, daqueles que
morreram em Cristo. Mas, de quais mortos? Daqueles que,
isentos, por assim dizer, da morte repousam num doce sono,
ou então também de todos os mortos? Como todos morrem
em Adão, assim todos receberão a vida em Cristo (1Cor
5,22): como em Adão temos a primícia da morte, em Cristo,
portanto, temos a primícia da ressurreição.
Todos ressurgem, mas ninguém precisa preocupar-se,
nem o justo se entristeça pelo pensamento desta ressurreição
comum, pois cada um receberá o prêmio da própria virtude.
Todos, então, ressuscitam: cada um, porém, na sua ordem,
disse o Apóstolo (1Cor 15,23). O fruto da misericórdia divina
é comum a todos, porém é diversa a medida dos méritos.
Para todos, resplandece o dia, a todos o sol aquece, todos
os campos são irrigados e fecundados pela chuva benéfica.
Todos nascemos, todos ressuscitaremos, porém é diferente
para cada um a graça da vida, diferente a graça da ressurreição, diferente a condição.
Num instante, num piscar de olho, ao som da trombeta
final, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos
transformados (1Cor 15,52). Resulta que na própria morte,
alguns repousam, outros ao contrário vivem. O repouso é
algo bom, porém melhor ainda é a vida. Por isso Paulo desperta para a vida aqueles que repousam dizendo: Desperta
tu que dormes, livra-te dos mortos, e Cristo iluminar-te-á
(Ef 5,14).
Responsório
1Cor 15,20.22.21
R. Cristo ressuscitou dos mortos,
primícia dos que morreram;
* E como todos morrem em Adão,
assim todos receberão
a vida em Cristo.
V. Por causa de um homem veio a morte,
por causa de um
homem virá também a ressurreição dos mortos;
* E como.
Oração
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na
paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.