SANTA ISABEL DE PORTUGAL

Filha dos reis de Aragão, nasceu em 1271. Ainda muito jovem, foi dada em casamento ao rei de Portugal com quem teve dois filhos. Dedicou-se de modo particular à oração e às obras de misericórdia, e suportou muitas tristezas e dificuldades com grande fortaleza de ânimo. Depois da morte do marido, distribuiu os bens entre os pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Morreu em 1336, quando intermediava um acordo de paz entre seu filho e seu genro.

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Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
 
R. Socorrei-me sem demora.

 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
 Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Esta louvável mulher,
por suas obras honrada,
já com os anjos triunfa
pelas virtudes ornada.

A Deus orava com lágrimas
e com fiel coração,
entre jejuns e vigílias,
fiel à santa oração.

Do mundo a glória pisou,
firmando a mente no bem.
E, na perfeita justiça,
dos céus subiu mais além.

Em sua casa ela fez
brilhar as santas ações.
Seu prêmio agora recebe
de Deus nas altas mansões.

Honra, poder, majestade
ao Uno e Trino Senhor.
Ouvindo as preces da santa,
nos una aos santos no Amor.


Salmodia
 

Ant. 1 Palavras sábias proferiram os seus lábios,
e sua língua obedeceu à lei do amor.

Salmo 18 A(19)

2 Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
3 o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.

4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz. 

6 Armou no alto uma tenda para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.

7 De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Palavras sábias proferiram os seus lábios,
e sua língua obedeceu à lei do amor.

Ant. 2 As santas mulheres em Deus confiaram
e a ele cantaramem seu coração.

Salmo 44(45)

I
=2 Transborda um poema do meu coração; †
vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção; *
minha língua é qual pena de um ágil escriba.

=3 Sois tão belo, o mais belo entre os filhos dos homens! †
Vossos lábios espalham a graça, o encanto, *
porque Deus, para sempre, vos deu sua bênção.

4 Levai vossa espada de glória no flanco, *
herói valoroso, no vosso esplendor;
5 saí para a luta no carro de guerra *
em defesa da fé, da justiça e verdade!

= Vossa mão vos ensine valentes proezas, †
6 vossas flechas agudas abatam os povos *
e firam no seu coração o inimigo!

=7 Vosso trono, ó Deus, é eterno, é sem fim; †
vosso cetro real é sinal de justiça: *
8 Vós amais a justiça e odiais a maldade.

= É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, †
deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. *
9 Vossas vestes exalam preciosos perfumes.

– De ebúrneos palácios os sons vos deleitam. *
10 As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
– e à vossa direita se encontra a rainha *
com veste esplendente de ouro de Ofir.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Ant. As santas mulheres em Deus confiaram
e a ele cantaramem seu coração.

Ant. 3 Na celeste mansão, do Senhor se aproximam
entre cantos de festa e com grande alegria.

II
11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: *
'Esquecei vosso povo e a casa paterna!
12 Que o Rei se encante com vossa beleza! *
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

13 O povo de Tiro vos traz seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores.
14 Majestosa, a princesa real vem chegando, *
vestida de ricos brocados de ouro.

15 Em vestes vistosas ao Rei se dirige, *
e as virgens amigas lhe formam cortejo;
16 entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real'.

17 Deixareis vossos pais, mas tereis muitos filhos; *
fareis deles os reis soberanos da terra.
18 Cantarei vosso nome de idade em idade, *
para sempre haverão de louvar-vos os povos!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Ant. Na celeste mansão, do Senhor se aproximam
entre cantos de festa e com grande alegria. 

V. Que vos agrade o cantar dos meus lábios.

R. Que ele chegue até vós, meu Rochedo e meu Redentor!

Primeira leitura

Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

 A excelência da caridade

Irmãos: 12,31Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior.

 13,1Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 2Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada.

 3Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria.

 4A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; 5não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor, 6não se alegra com a iniqüidade, mas regozija-se com a verdade. 7Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo.

 8A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. 9Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. 10Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei  o que era próprio de criança. 12Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido.

 13Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.

 Responsório 1Jo 4,16.7

 R. Conhecemos e cremos no amor
que Deus manifesta por nós.

* Pois quem permanece no amor,
em Deus permanece e Deus nele.

V. Amemo-nos, pois, uns aos outros,
Porque o amor vem de Deus. * pois quem.

Segunda leitura

Do Sermão atribuído a São Pedro Crisólogo, bispo

(De pace: PL 52,347-348)
(Séc. IV)

 Bem-aventurados os que promovem a paz

Diz o evangelista: Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). De fato, as virtudes cristãs florescem naquele que vive a concórdia da paz cristã; e só merecem o nome de filhos de Deus aqueles que promovem a paz.

É a paz, caríssimos, que liberta o homem da sua condição de escravo e lhe dá um nome nobre; que muda a sua condição perante Deus, transformando-o de servo em filho, de escravo em homem livre. A paz entre os irmãos é a realização da vontade de Deus, a alegria de Cristo, a perfeição da santidade, a norma da justiça, a mestra da doutrina, a guarda dos bons costumes e a louvável disciplina em todas as coisas. A paz é a recomendação das nossas orações, o caminho mais fácil e eficaz para as nossas súplicas, a realização perfeita de todos os nossos desejos. A paz é a mãe do amor, o vínculo da concórdia e o claro indício da pureza de coração, capaz de pedir a Deus tudo o que quer; pede tudo quanto quer e recebe tudo o que pede. A paz deve ser garantida pelos mandamentos do rei. É o que diz Cristo nosso Senhor: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14,27). O que quer dizer: Deixei-vos em paz, em paz quero vos encontrar. Ao partir deste mundo, ele quis dar aquilo que deseja encontrar em todos quando voltar.

É um mandamento do céu conservar esta paz que Cristo nos deu. Uma só palavra resume o que ele desejou na despedida: que ao voltar, encontre o que deixou. Plantar e enraizar a paz é obra de Deus; arrancá-la totalmente é coisa do inimigo. Pois, assim como o amor fraterno vem de Deus, assim o ódio vem do demônio. Então devemos condenar o ódio, porque está escrito: Todo aquele que odeia seu irmão é um homicida (1Jo 4,7); conseqüentemente, quem não tem caridade também não possui a Deus.

Irmãos, pratiquemos os mandamentos; são eles que nos dão a vida. Que a nossa fraternidade se mantenha unida pelos laços de uma paz profunda: que ela se fortaleça mediante o vínculo salutar do amor recíproco que cobre uma multidão de pecados. Que este amor fraterno seja a nossa maior aspiração, pois ele pode nos dar todo bem e toda recompensa. A paz deve ser conservada mais do que todas as virtudes, porque onde existe paz, Deus aí está.

Amai a paz e em tudo encontrareis tranqüilidade. Desta maneira, a paz será para nós um prêmio, para vós uma alegria. E a Igreja de Deus, fundada na unidade da paz, se manterá fiel aos ensinamentos de Cristo.

 Responsório Is 58,7-8

 R. Reparte o teu pão com o faminto,
recebe em tua casa os sem teto;
* E tua luz vai levantar-se como a aurora;
caminhará tua justiça à tua frente.
V. Quando vês o teu irmão necessitado,
não o desprezes, mas estende-lhe a mão.
* E tua luz.

 
Oração

Ó Deus, autor da paz e da caridade, que destes a Santa Isabel de Portugal a graça de reconciliar os desunidos, concedei-nos, por sua intercessão, trabalhar pela paz, para que possamos ser chamados filhos de Deus. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 Conclusão da Hora

 V. Bendigamos ao Senhor.

R. Demos graças a Deus.