2o DOMINGO DO TEMPO COMUM

II Semana do Saltério

I Vésperas

Cântico evangélico, ant.
Ano A Eis aqui o Cordeiro de Deus,
O que tira o pecado do mundo. Aleluia.
Ano B Ao ouvirem a palavra de João,
os dois discípulos seguiram a Jesus,
e disseram-lhe: Ó Mestre, onde moras?
Vinde e vede, disse a eles o Senhor.
Ano C Celebrou-se um casamento em Ca da Galiléia,
e Jesus com sua mãe achavam-se presentes.

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos 4,1-25

Abraão justificado por meio da fé
1Que diremos, pois, de Abraão, nosso progenitor segundo a carne? 2Ora, se Abraão foi justificado pelas obras, ele tem do que se gloriar. Mas não perante Deus. 3Que diz, com efeito, a Escritura? Abraão creu em Deus, e isto lhe foi levado em conta de justiça. 4Ora, a quem faz um trabalho, o salário não é considerado como gratificação, mas como um débito; 5a quem, ao invés, não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, é sua fé que é levada em conta de justiça, 6como, aliás, também Davi proclama a bem-aventurança do homem a quem Deus credita a justiça, independentemente das obras: 7Bem-aventurados aqueles cujas ofensas foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos. 8Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não leva em conta o pecado.
9
Ora, esta bem-aventurança é somente para os circuncisos, ou também para os incircuncisos? Dizemos, com efeito, que para Abraão a fé foi levada em conta de justiça. 10Mas como lhe foi levada em conta? Estando circuncidado ou quando ainda incircunciso? Não foi quando estava circuncidado, mas quando ainda era incircunciso; 11e recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que ele tinha quando incircunciso. Assim ele se tornou pai de todos aqueles que creem, sem serem circuncidados, para que a eles também seja atribuída a justiça, 12e pai dos circuncisos, que não só receberam a circuncisão, mas que também seguem a trilha da fé que teve Abraão, nosso pai, quando ainda incircunciso.
13
De fato, não foi através da Lei que se fez a promessa a Abraão, ou à sua descendência, de ser o herdeiro do mundo, mas através da justiça da fé. 14Porque, se os herdeiros fossem os da Lei, a fé ficaria esvaziada e a promessa sem efeito. 15Mas o que a Lei produz é a ira, ao passo que onde não há lei, não há transgressão. 16Por conseguinte, a herança vem pela fé, para que seja gratuita e para que a promessa fique garantida a toda a descendência, não só à descendência segundo a Lei, mas também à descendência segundo a fé de Abraão, que é o pai de todos nós, 17conforme está escrito: Eu te constituí pai de muitos povos - nosso pai em face de Deus em quem creu, o qual faz viver os mortos e chama à existência as coisas que não existem.
18
Ele, esperando contra toda a esperança, creu e tornou-se assim pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: Tal será tua descendência. 19E foi sem vacilar na fé que considerou seu corpo já morto - ele tinha cerca de cem anos - e o seio de Sara também morto. 20Ante a promessa de Deus, ele não se deixou abalar pela desconfiança, mas se fortaleceu na fé, dando glória a Deus, 21convencido de que ele podia cumprir o que prometeu. 22Eis porque isto lhe foi levado em conta de justiça.
23
Não foi escrito só para ele: - Foi-lhe levado em conta - 24mas também para nós. Para nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos, Jesus, nosso Senhor, 25o qual foi entregue pelas nossas faltas e ressuscitado para a nossa justificação.

Responsório Hb 11,17.19; Rm 4,17
R. Foi pela fé que Abraão, tendo sido provado, ofereceu Isaac;
ofereceu o filho único, ele que recebera as promessas.
* Mas ele dizia: Deus é capaz de ressuscitar os mortos.
V. Crede naquele que faz viver os mortos
e chama à existência as coisas que não existem.
* Mas ele dizia.

Segunda leitura
Do “Comentário sobre a Carta aos Romanos”, de Orígenes, presbítero
(Liv 4,7)
(Séc. III)


Abraão acreditou naquilo que havia de acontecer,
nós acreditamos naquilo que já aconteceu
Abraão creu em Deus, e isto lhe foi levado em con- ta de justiça (Rm 4,3). Moisés certamente não escreveu a Abraão, que já, havia tempo, estava morto, mas a nós, a fim de que de sua palavra tirássemos proveito para a nossa fé, seguros de que, se nós também confiarmos em Deus como ele confiou, a fé será acreditada como justiça a nós que cremos naquele que ressuscitou dos mortos, Jesus, nosso Senhor (Rm 4,24). Vejamos por qual motivo, comparando-nos com a fé de Abraão, Paulo fala da ressurreição.
Por ventura, Abraão acreditou naquele que ressuscitou Jesus dos mortos, quando Jesus ainda não havia ressuscitado? Gostaria de entender, então, o que é que Paulo quer dizer quando nos promete que, como a Abraão, que teve fé, a fé foi-lhe creditada como justiça, assim também será acreditada “a nós que acreditamos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus Cristo nosso Senhor”.
Abraão, quando lhe foi ordenado que oferecesse em sacrifício o seu único filho, acreditou que Deus detinha também o poder de ressuscitá-lo dos mortos; acreditou ainda que se tratava não apenas de Isaac, mas que a plena realização do mistério estava reservada à sua semente que é Jesus Cristo. Por isso, com alegria, já estava pronto a oferecer o seu único filho, porque nisto enxergava não a extinção da sua descendência, mas a salvação do mundo e a renovação de todo o gênero humano, resgatado pela ressurreição do Senhor. Por conseguinte, diz a seu respeito: Abraão, vosso pai, exultou na esperança de ver o meu Dia. Ele o viu e encheu-se de alegria! (Jo 8,56). Dessa maneira, portanto, parece pertinente a comparação entre a fé de Abraão e a fé daqueles que creem naquele que ressuscitou o Senhor Jesus, porque Abraão acreditou naquilo que havia de acontecer, nós, naquilo que já aconteceu.

Responsório Rm 4,20-21.18
R. Ante a promessa de Deus,
Abraão não se deixou abalar pela desconfiança,
mas se fortaleceu na fé, dando glória a Deus.
* Convencido de que ele podia cumprir o que prometeu.
V. Ele, esperando contra toda esperança,
creu e tornou-se assim pai de muitos povos.
* Convencido.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.