3o DOMINGO DO TEMPO COMUMIII Semana do SaltérioI VésperasCântico evangélico, ant.Ano A Convertei-vos, nos diz o Se
nhor,
Está próximo o
Reino dos céus.
Ano B Dirigiu-se Jesus à Gali
léia,
o Evangelho de
Deus anunciando:
Convertei-vos e
crede no Evangelho,
pois o Reino de
Deus está chegando!
Ano C Jesus, então, voltou pela
força do Espírito.
Nas sinagogas ensinava e
todos o aclamavam.
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Romanos
8,1-17
Não caminhamos segundo a carne,
mas segundo o espírito
Irmãos, 1portanto, não existe mais condenação para
aqueles que estão em Cristo Jesus. 2A Lei do Espírito da
vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da morte.
3De fato - coisa impossível à Lei, porque enfraquecida pela
carne - Deus, enviando o seu próprio Filho numa carne
semelhante à do pecado e em vista do pecado, condenou o
pecado na carne, 4a fim de que o preceito da Lei se cumprisse
em nós que não vivemos segundo a carne, mas segundo o
espírito.
5Com efeito, os que vivem segundo a carne desejam as
coisas da carne, e os que vivem segundo o espírito, as coisas
que são do espírito. 6De fato, o desejo da carne é morte, ao
passo que o desejo do espírito é vida e paz, 7uma vez que o
desejo da carne é inimigo de Deus: pois ele não se submete
à lei de Deus, e nem o pode, 8pois os que estão na carne não
podem agradar a Deus. 9Vós não estais na carne, mas no
espírito, se é verdade que o Espírito de Deus habita em vós,
pois quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele.
10Se, porém, Cristo está em vós, o corpo está morto, pelo
pecado, mas o Espírito é vida, pela justiça. 11E se o Espírito
daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em
vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos
dará vida também a vossos corpos mortais, mediante o seu
Espírito que habita em vós.
12Portanto, irmãos, somos devedores não à carne para
vivermos segundo a carne. 13Pois se viverdes segundo a
carne, morrereis, mas, se pelo Espírito fizerdes morrer as
obras do corpo, vivereis.
14Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus
são filhos de Deus. 15Com efeito, não recebestes um espírito de escravos, para recair no temor, mas recebestes um
espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: Abba!
Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de Deus. 17E se somos filhos,
somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros
de Cristo, pois sofremos com ele para também com ele
sermos glorificados.
Responsório
Rm 8,3.4; Is 53,12.11
R. Deus, enviando o seu próprio Filho
em carne semelhante
à do pecado
e em vista do pecado na carne,
condenou o
pecado na carne,
* A fim de que o preceito da Lei se cumpra em nós.
V. Visto que entregou a si mesmo à morte.
* A fim de que.
Segunda leitura
Das “Homilias sobre a Carta aos Romanos”, de São João
Crisóstomo, bispo
(Hom. 14,3)
(Séc. IV)
Nós não somos simplesmente herdeiros,
mas coerdeiros de Cristo
Todos aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus,
são filhos de Deus. E vós não recebestes um espírito de escravos para recairdes no temor, mas recebestes um espírito
de filhos adotivos por meio do qual gritamos: Abbà, Pai!
(Rm 8,14-15).
O quanto isso seja maravilhoso sabem os neófitos aos
quais isso é dito pela primeira vez na oração ritual. Como?
- dirás tu - não chamavam também eles de Pai, Deus? Não
vês que Moisés disse: Esqueceste o Deus que te gerou? (Dt
32,18). Não vês que Malaquias, em tom de reprovação,
disse: Acaso não nos criou um único Deus e não temos
nós todos um só Pai? (Ml 2,10). É verdade, e temos muitas
outras passagens; porém não lemos em nenhuma delas que
estes tenham chamado Deus com esse nome ou o tenham
invocado assim.
A todos nós, porém, sacerdotes e fiéis, príncipes e súditos, foi ordenado a rezar assim e esta é a primeira palavra
que pronunciamos depois daquele maravilhoso nascimento,
depois do novo e estupendo rito dos neófitos. Finalmente,
mesmo se eles por acaso o tivessem chamado Pai, o haviam
feito instintivamente; aqueles que, ao contrário, vivem na
economia da graça, experimentam-no como Pai porque são
movidos pelo Espírito Santo. Há, de verdade, o espírito de
sabedoria, através do quais homens simples e ignorantes
se tornaram sábios, como nos é confirmado pela doutrina
deles; há o espírito de poder, pelo qual, simples homens
ressuscitaram mortos e expulsaram demônios; há o espírito
de cura, o espírito de profecia e o espírito das línguas. Assim,
também há o espírito de adoção. E como reconhecemos o
espírito de profecia todas as vezes que quem o possui prediz
acontecimentos futuros, dizendo não o que ele pensa, mas
o que a graça o faz dizer, assim também acontece com o
espírito de adoção: todas as vezes que aquele que o recebe
chama a Deus com o nome de Pai, é movido pelo Espírito.
E para mostrar a autenticidade disso, o Apóstolo se expressa
em língua hebraica: não disse somente Pai, mas Abbà, Pai,
termo com o qual os filhos chamam os seus pais.
Depois de ter falado portanto, da diferença que provêm
da nova maneira de ver a vida pela graça e liberdade recebida, traz um outro testemunho sobre a excelência desta ado
ção: O próprio Espírito atesta ao nosso espírito que somos
filhos de Deus. E se somos filhos, somos também herdeiros
(Rm 8,16-17). Herdeiros? Sim, isso mesmo: Herdeiros de
Deus disse. Aliás, não só herdeiros, mas também coerdei-
ros de Cristo (Rm 8,17). Vê como insiste em demonstrar
a nossa intimidade com o Senhor? Em verdade, da mesma
forma que nem sempre os filhos são herdeiros, expõe, com
precisão, que nós somos filhos e herdeiros. E porque nem
sempre se é herdeiro de grandes riquezas, afirma que nós
obtivemos também isso: sermos filhos de Deus. E ainda,
porque pode acontecer que alguém seja herdeiro de Deus,
mas não propriamente coerdeiro com o Unigênito, demonstra que é mesmo desta forma que isso nos foi dado. Ora,
se é uma graça inefável ser filho de Deus, pensa o quanto
possa, ainda mais, também ser herdeiro. E, se isso é já
extraordinário, mais ainda o será se for coerdeiro.
Depois de haver então demonstrado que não é somente
dom da graça, fazendo também um apelo à fé, acrescenta:
Se verdadeiramente participamos dos seus sofrimentos
para participar também da sua glória (Rm 8,17). Se, de
fato, somos semelhantes a ele nos sofrimentos, seremos
muito mais no prêmio. Aquele que foi assim tão pródigo de
dons para com os que ainda não haviam feito nada de bom,
quando ver que suportamos tantas fadigas e sofrimentos,
não nos retribuirá com maior generosidade?
Responsório
Rm 8,16-17; Tt 3,4.5.7
R. O próprio Espírito atesta ao nosso espírito
que somos
filhos de Deus.
E se somos filhos, somos também herdeiros;
herdeiros de Deus, coerdeiros de Cristo,
* Se verdadeiramente participamos dos seus sofrimentos,
para participar também da sua glória.
V. Deus, nosso Salvador,
nos salvou mediante um batismo
de regeneração,
para que, justificados pela sua graça,
nos
tornássemos herdeiros,
segundo a esperança, da vida eterna.
* Se verdadeiramente.
Te Deum
em latim
(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida
segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho,
frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.