Primeira leitura
Do Livro do Profeta Baruc
4,30-5,9
Alegria da nova Jerusalém
30Coragem, Jerusalém:
consolar-te-á Aquele que te deu um nome.
31Infelizes os que te maltrataram
e se rejubilaram com a tua queda!
32Infelizes as cidades das quais teus filhos foram escravos,
infeliz aquela que recebeu teus filhos!
33Porquanto, assim como se rejubilou com a tua queda
e se alegrou com a tua ruína,
da mesma forma se afligirá com a sua própria devastação.
34Eu lhe arrebatarei a alegria da sua numerosa população
e a sua insolência se mudará em tristeza,
35pois um fogo lhe advirá da parte do Eterno por longos
dias,
e ela será habitada por demônios durante muito tempo.
36Dirige teu olhar para o Oriente, Jerusalém,
e vê a alegria que te vem da parte de Deus!
37Olha: estão chegando teus filhos, a quem viste partir;
eles vêm, reunidos do nascente ao poente sob a ordem do
Santo,
jubilando com a glória de Deus.
5,1Despe, Jerusalém, a veste da tua tristeza e desgraça,
e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus.
2cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus,
e cinge-te a cabeça com o diadema da glória do Eterno.
3Pois Deus mostrará o teu esplendor a toda criatura debaixo
do céu,
4e te chamará com o nome que vem de Deus para sempre:
“Paz-da-justiça e Glória-da-piedade”.
5Levanta-te, Jerusalém, posta-te sobre o alto
e olha na direção do Oriente:
vê teus filhos, reunidos desde o pôr do sol
até o nascente, à ordem do Santo,
alegres por Deus ter-se lembrado deles.
6Eles saíram de ti a pé,
arrastados por seus inimigos,
mas Deus os reconduz a ti,
carregados de glória, como para um trono real.
7Pois Deus ordenou que sejam abaixadas
toda alta montanha e as colinas eternas,
e se encham os vales para se aplanar a terra,
a fim de que Israel possa caminhar com segurança,
na glória de Deus.
8Também as florestas e todas as árvores aromáticas darão
sombra a Israel, por ordem de Deus.
9Pois Deus conduzirá Israel com alegria, na luz de sua
glória,
com a misericórdia e a justiça que dele procedem.
Responsório
Br 5,5; Is 60,5
R. Levanta-te, Jerusalém,
coloca-te sobre o alto e olha na
direção do Oriente:
* Vê teus filhos, reunidos desde o pôr-do-sol
até o nascente
à ordem do Santo.
V. Então verás e ficarás radiante;
o teu coração estremecerá
e se dilatará,
porque a ti virão os tesouros das nações.
* Vê teus filhos.
Segunda leitura
Dos Sermões de São Máximo de Turim, bispo
(Sermo 45,1-3: CCL 23,182-183)
O nascimento e o batismo de Cristo
são meu mistério e minha salvação
Hoje nasceu para o mundo o verdadeiro sol, hoje surgiu
a luz nas trevas dos séculos. Deus se fez homem, para que o
homem se torne Deus. O Senhor assumiu a forma de servo,
para que o servo se torne senhor. O criador e habitante dos
céus veio morar na terra, para que o homem, colono da terra,
possa passar aos céus.
Ó dia mais luminoso que qualquer sol! Ó tempo
mais desejado do que todos os séculos! O que os anjos
esperavam, o que estava oculto aos serafins e querubins
nos arcanos celestes foi revelado em nossos dias. O que
eles viam em espelho e em imagens contemplamos nós na
realidade. Aquele que falava ao povo de Israel por Isaías,
Jeremias e os demais profetas fala-nos agora pelo Filho.
Considerai a diferença entre o Antigo e o Novo Testamento:
outrora falava pela nuvem, agora nos fala em céu aberto;
antes mostrava-se Deus na sarça, hoje nasce Deus de uma
Virgem; lá era o fogo a consumir os pecados do povo, aqui
um homem a perdoá-los, ou melhor, um Senhor a perdoar
os seus servos. Pois ninguém, senão Deus, pode perdoar
os pecados.
Quer o Senhor Jesus tenha hoje nascido, quer tenha sido
hoje batizado - pois há pareceres diferentes, segundo as
várias tradições -, uma coisa é certa: tenha hoje nascido da
Virgem ou renascido no batismo, o seu nascimento tanto na
carne como no Espírito foi para nosso proveito. São ambos
meu mistério, são ambos minha salvação. O Filho de Deus
não precisava nascer e ser batizado, pois não cometera falta
que exigisse perdão no batismo. Mas a humildade dele é
nossa exaltação, a sua cruz é nossa vitória, o seu patíbulo
é nosso triunfo.
Alegres coloquemos este sinal em nossos ombros,
elevemos o estandarte da vitória, ostentemos esse lábaro
em nossas frontes! Ao ver esse sinal em nossos umbrais,
o demônio estremece. E os que não temem os dourados
capitólios temem a cruz. Os que não fazem caso dos cetros
reais, das púrpuras e banquetes dos césares, se apavoram
ante a pobreza e o jejum dos cristãos.
Exultemos, pois, caríssimos irmãos, e à semelhança
de uma cruz ergamos ao céu as nossas mãos purificadas!
Enquanto Moisés tinha as mãos erguidas, Amaleque era
vencido; logo que as baixava, ele prevalecia. Mesmo as
aves, quando se elevam nas alturas e pairam no ar, imitam
a cruz com as asas estendidas. E também as cruzes dos
artífices são troféus que não devemos trazer apenas nas
frontes, mas sobretudo nas nossas almas, para que, assim
armados, calquemos a áspide e o basilisco, em Cristo Jesus,
ao qual pertence a glória, pelos séculos dos séculos.
Responsório
Jo 1,14;Sb 18,14-15
R. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós;
* E nós vimos a sua glória,
glória que ele tem junto ao Pai
como Filho único,
cheio de graça e de verdade.
V. Quando a noite mediava o seu rápido percurso,
vossa
Palavra onipotente,
Senhor, lançou-se do trono real dos
céus.
* E nós vimos a sua glória.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso,
pelo vosso Filho nos fizestes nova criatura para vós. Dai-nos, pela graça,
participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.