SÁBADOOfício das LeiturasPrimeira leitura
Da Carta de São Paulo aos Gálatas
5,25-6,18
Ser nova criatura
Irmãos, 5,25se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também a nossa conduta. 26Não sejamos cobiçosos de
vanglória, provocando-nos uns aos outros e invejando-nos
uns aos outros.
6,1Irmãos, caso alguém seja apanhado em falta, vós, os
espirituais, corrigi esse tal com espírito de mansidão. E tem
cuidado de ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.
2Carregai o peso uns dos outros e assim cumprireis a Lei de
Cristo. 3Se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada,
engana a si mesmo. 4Cada um examine sua própria conduta,
e então terá o de que se gloriar por si só e não por referência
ao outro. 5Pois cada qual carregará o seu próprio fardo.
6Quem é instruído na palavra, torne participante em toda
sorte de bens aquele que o instrui.
7Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem
semear, isso colherá: 8quem semear na sua carne, da carne
colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito
colherá a vida eterna. 9Não desanimemos na prática do bem,
pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos. 10Por
conseguinte, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem
para com todos, mas sobretudo para com os irmãos na fé.
11Vede com que letras grandes vos escrevo, de próprio
punho. 12Os que querem fazer boa figura na carne são os
que vos forçam a vos circuncidardes, só para não sofrerem
perseguição por causa da cruz de Cristo. 13Pois nem mesmo os que se fazem circuncidar observam a lei. Mas eles
querem que vos circuncideis para se gloriarem na vossa
carne. 14Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na
cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está
crucificado para mim e eu para o mundo. 15Ademais, nem
a circuncisão é alguma coisa, nem a incircuncisão, mas a
nova criatura. 16E a todos os que pautam sua conduta por
esta norma, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel
de Deus.
17Doravante ninguém mais me moleste. Pois trago em
meu corpo as marcas de Jesus. 18Irmãos, que a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo esteja com vosso espírito! Amém.
Responsório Gl 6,7.8; Jo 6, 63
R. O que o homem semeia, isso mesmo colherá.
Quem
semeia na carne, da carne colherá a corrupção;
* Quem semeia no Espírito,
do Espírito colherá a vida
eterna.
V. O espírito é que vivifica,
a carne de nada serve.
* Quem semeia.
Segunda leitura
Das “Homilias sobre a morte de seu irmão”, de Santo Ambrósio, bispo
(2,43-46)
(Séc. IV)
A morte de Cristo é vida para todos
Possa eu ter a morte dos justos, e o meu fim ser semelhante ao deles (Nm 23,10). Realmente, esse desejo é
uma forma de profecia. De fato, quem viu o nascimento de Cristo viu
também a sua morte triunfante e, nele, a
ressurreição perpétua dos homens; portanto, não teme a
morte, consciente de que ressuscitará. Não morra a minha
alma no pecado nem se manche de culpa, mas morra no
caminho do justo para receber sua justiça. Quem morre em
Cristo se torna partícipe de Sua graça no batismo. A morte,
assim, não é assustadora nem amarga para os pobres; não
é mais pesada para os ricos; não é injusta para os anciãos;
não é uma vergonha para os fortes, nem é perpétua para
quem tem fé, ou súbita para o sábio.
Quantos consagraram as suas vidas, visando somente
à morte! Para quantas pessoas viver significou uma dor,
e morrer uma conquista! Sabemos que, frequentemente,
diferentes povos muito famosos receberam a liberdade por
meio da morte de uma única pessoa, que um exército de
inimigos foi posto em fuga pela morte de um líder que,
permanecendo vivo, não teria conseguido a vitória. Pela
morte dos mártires, a religião teve sua defesa, a fé seu aumento, a
Igreja sua força. Os mortos venceram; os perseguidores foram derrotados.
Por essa razão, de muitos dos
quais não conhecemos a vida, nós celebramos a morte. David, num êxtase
profético, exalta-se com este pensamento:
É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis (Sl
116,15). Ele preferiu a morte à vida. A própria morte dos
mártires é um prêmio para a vida. Com a morte, até o ódio
dos inimigos se dissolve.
O que mais? Por meio da morte de uma única pessoa,
foi redimido o mundo. Cristo poderia não ter morrido, se
assim desejasse, mas decidiu não escapar da morte, como
se esta fosse algo vil. A melhor maneira de nos salvar foi
por meio da morte. A Sua morte é a vida de todos nós.
Estamos sob o sinal de sua morte: rezando, nós a proclamamos, por meio de ofertas a pregamos. A Sua morte é
sacramento, é a solenidade do ano para o mundo inteiro. O
que dizer sobre a morte de Cristo, quando sabemos, pelo
testemunho divino, que só através dela adquirimos a imortalidade e fomos redimidos?
Portanto, não devemos temer a morte, causa de salvação universal, nem dela fugir, uma vez que Cristo não a
desdenhou nem dela escapou. Não devemos ir contra a ordem da natureza, pois o que é comum a todos não pode ter
exceções para um único indivíduo.
Responsório Hb 2,10; Lc 24,25
R. Ao levar muitos filhos à glória,
* Convinha que Deus,
por causa de quem e por meio de
quem tudo existe,
tornasse perfeito, mediante o sofrimento,
o autor da salvação deles.
V. Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso?
* Convinha que Deus.
OraçãoÓ
Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente:
afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.