6a SEMANA DO TEMPO COMUM
II Semana do Saltério
QUARTA-FEIRA
Ofício das Leituras
Primeira leitura
Da Primeira Carta aos Tessalonicenses
5,1-18
Filhos da Luz
1No tocante ao tempo e ao prazo, meus irmãos,
é escusado escrever-vos,
2porque vós sabeis, perfeitamente,
que o Dia do Senhor virá como ladrão noturno.
3
Quando as pessoas disserem: paz e segurança!,
então lhes sobrevirá repentina destruição,
como as dores sobre a mulher grávida; e não poderão escapar.
4Vós, porém, meus irmãos, não andais em trevas,
de modo que esse Dia vos surpreenda como um ladrão;
5pois todos vós sois filhos da luz, filhos do dia.
Não somos da noite, nem das trevas.
6Portanto, não durmamos, a exemplo dos outros;
mas vigiemos e sejamos sóbrios.
7Quem dorme, dorme de noite;
quem se embriaga, embriaga-se de noite.
8Nós, pelo contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios,
revestidos da couraça da fé e da caridade,
e do capacete da esperança da salvação.
9Portanto, não nos destinou Deus para a ira,
mas sim para alcançarmos a salvação,
por nosso Senhor Jesus Cristo,
10que morreu por nós,
a fim de que nós, na vigília ou no sono,
vivamos em união com ele.
11Consolai-vos, pois,
e edificai-vos mutuamente como já fazeis.
12Nós vos rogamos, irmãos, que tenhais consideração por
aqueles que se afadigam no meio de vós e velam por vós no
Senhor. 13Tende para com eles amor especial, por causa do
seu trabalho. Vivei em paz uns com os outros.
14Exortamo-vos, irmãos: admoestai os indisciplinados;
reconfortai os pusilânimes, sustentai os fracos; sede pacientes para com todos. 15Vede que ninguém retribua o mal com
o mal; procurai sempre o bem uns dos outros e de todos.
16Alegrai-vos sempre, 17orai sem cessar. 18Por tudo dai
graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em
Cristo Jesus.
Responsório 1Ts 5,9-10; Cl 1,13
R. Porquanto não nos destinou Deus para a ira,
mas para
alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo,
que
morreu por nós,
* A fim de que nós vivamos em união com ele.
V. Ele nos arrancou do poder das trevas
e nos introduziu no
Reino de seu Filho muito amado.
* A fim de que.
Segunda leitura
Dos “Capítulos sobre a Perfeição Espiritual”, de Diádoco
de Foticeia, bispo
(Cap. 6,26.27.30: PG 65,1160.1175-1176)
(Séc. V)
A ciência do discernimento dos espíritos
vem da percepção da inteligência.
A luz da verdadeira ciência está em discernir sem errar
o bem e o mal. Feito isto, a via da justiça que leva a mente
a Deus, sol da justiça, introduz então a inteligência naquele
infinito fulgor do conhecimento, que lhe faz procurar daí
em diante, com segurança, a caridade.
Os que combatem precisam manter sempre o espírito
fora das agitações perturbadoras para discernir os pensamentos que surgem: guardar os bons, vindos de Deus,
no tesouro da memória; expulsar os maus e demoníacos
dos antros da natureza. O mar, quando tranquilo, deixa os
pescadores verem até o fundo, de sorte que quase nenhum
peixe lhes escape; mas, agitado pelos ventos, ele esconde
na turva tempestade aquilo que se via tão facilmente no
tempo sereno. Assim, toda a perícia dos pescadores se vê
frustrada.
Somente, porém, o Espírito Santo tem o poder de purificar a mente. Se o forte não entrar para espoliar o ladrão,
nunca se libertará a presa. É necessário, portanto, alegrar em
tudo o Espírito Santo pela paz da alma, mantendo em nós
sempre acesa a lâmpada da ciência. Quando ela não cessa de
brilhar no íntimo da mente, conhecem-se os ataques cruéis
e tenebrosos dos demônios, o que mais ainda os enfraquece
sendo eles manifestados por aquela santa e gloriosa luz.
Por esta razão diz o Apóstolo: Não apagueis o Espírito,
isto é, não causeis tristeza ao Espírito Santo por maldades e
maus pensamentos, para que não aconteça que ele deixe de
proteger-vos com seu esplendor. Não que o eterno e vivificante Espírito Santo possa extinguir-se, mas é a sua tristeza,
quer dizer, seu afastamento que deixa a mente escura sem
a luz do conhecimento e envolta em trevas.
O sentido da mente é o paladar perfeito que distingue as
realidades. Pois, como pelo paladar, sentido corporal, sabemos discernir sem erro o bom do ruim quando estamos com
saúde e desejamos as coisas delicadas, assim nossa mente,
começando a adquirir a saúde perfeita e a mover-se sem
preocupações, poderá sentir abundantemente a consolação
divina e conservar, pela ação da caridade, a lembrança do
gosto bom para aprovar o que for ainda melhor, conforme
ensina o Apóstolo: Isto peço: que vossa caridade cresça
sempre mais na ciência e na compreensão, para discernirdes
o que é ainda melhor.
Responsório Cf. Tb 4,19a; 14,8b
R. Bendize em todo o tempo ao Senhor Deus
e pede que
oriente os teus caminhos.
* E teus planos permaneçam sempre nele.
V. Empenha-te em fazer o que lhe agrada fielmente
e com
toda a tua força.
* E teus.
Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e
retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar
em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.