Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Aleluia.
Esta introdução se omite quando o Invitatório
precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.
O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,
no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.
A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.
É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.
Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.
Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
reuni na vossa glória
da graça os renascidos.
Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.
Salmodia
Ant.1
Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos;visitai-me com a vossa salvação! Aleluia.
Salmo 105(106)
A bondade do Senhor e a infidelidade do povoEstas coisas foram escritas para nos admoestar e instruir, a
nós que já chegamos ao fim dos tempos (1Cor 10,11).
I
–1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *porque eterna é a sua misericórdia!–2 Quem contará os grandes feitos do Senhor? *Quem cantará todo o louvor que ele merece?
–3 Felizes os que guardam seus preceitos *e praticam a justiça em todo o tempo!–4 Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, *pelo amor que demonstrais ao vosso povo!
– Visitai-me com a vossa salvação, *5 para que eu veja o bem-estar do vosso povo,– e exulte na alegria dos eleitos, *e me glorie com os que são vossa herança.
–6 Pecamos como outrora nossos pais, *praticamos a maldade e fomos ímpios;–7 no Egito nossos pais não se importaram *com os vossos admiráveis grandes feitos.
– Logo esqueceram vosso amor prodigioso *e provocaram o Senhor no mar Vermelho;–8 mas salvou-os pela honra de seu nome, *para dar a conhecer o seu poder.
–9 Ameaçou o mar Vermelho e ele secou, *entre as ondas os guiou como em deserto;–10 dos seus perseguidores os salvou, *e do poder do inimigo os libertou.
–11 Seus opressores afogaram-se nas águas,*tanto assim que não sobrou nenhum sequer.–12 Então tiveram fé na sua palavra *e cantaram em seguida o seu louvor.
–13 Mas bem depressa esqueceram suas obras, *não confiaram nos projetos do Senhor.–14 No deserto deram largas à cobiça, *na solidão eles tentaram o Senhor.
–15 Concedeu-lhes o Senhor o que pediam *e saciou a sua gula e seus desejos.–16 Invejaram a Moisés no acampamento, *e a Aarão, o consagrado do Senhor.
–17 Abriu-se a terra e ali tragou Datan *e sepultou o bando todo de Abiron.–18 Um fogo consumiu seus seguidores, *uma chama devorou aqueles ímpios.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Lembrai-vos, ó Senhor, de mim,
lembrai-vos;visitai-me com a vossa salvação! Aleluia.
Ant.2 O
povo da Aliança somos nós:não esqueçamos o amor do nosso Deus! Aleluia.
II
–19 Construíram um bezerro no Horeb *e adoraram uma estátua de metal;–20 eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, *pela imagem de um boi que come feno.
–21 Esqueceram-se do Deus que os salvara, *que fizera maravilhas no Egito;–22 no país de Cam fez tantas obras admiráveis, *no mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.
–23 Até pensava em acabar com sua raça, *não tivesse Moisés, o seu eleito,– se interposto, intercedendo junto a ele, *para impedir que sua ira os destruísse.
–24 Desprezaram uma terra de delícias, *não confiaram na palavra do Senhor;–25 murmuraram contra ele em suas tendas, *não quiseram escutar a sua voz.
–26 Então, erguendo a mão, ele jurou *que havia de prostrá-los no deserto– e dispersar os filhos seus por entre os povos, *espalhando-os através da terra inteira.
–27 Renderam culto a Baal, deus de Fegor, *e comeram oblações a deuses mortos;–28 provocaram o Senhor com suas práticas, *e uma peste entre eles se alastrou.
–30 Então Finéias levantou-se e fez justiça, *e a peste em seguida terminou;–31 justiça seja feita, pois, a ele, *de geração em geração, por todo o sempre!
–32 Junto às águas de Meriba o irritaram, *e Moisés saiu-se mal por causa deles;–33 porque tinham irritado seu espírito *e o levaram a falar sem refletir.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. O povo da Aliança somos nós:não esqueçamos o amor do nosso Deus! Aleluia.
Ant.3
Salvai-nos, ó Senhor e nosso Deus,e, do meio das nações, nos congregai! Aleluia.
III
–34 Não quiseram suprimir aqueles povos, *que o Senhor tinha mandado exterminar;–35 misturaram-se, então, com os pagãos, *e aprenderam seus costumes depravados.
–36 Aos ídolos pagãos prestaram culto, *que se tornaram armadilha para eles;–37 pois imolaram até mesmo os próprios filhos, *Sacrificaram suas filhas aos demônios.
–38 O sangue inocente derramaram, *o sangue de seus filhos e suas filhas,– que aos deuses de Canaã sacrificaram, *profanando aquele chão com tanto sangue!
–39 Contaminaram-se com suas próprias obras, *prostituíram-se em crimes incontáveis.–40 Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo, *e o Senhor abominou a sua herança.
–41 E entregou-os entre as mãos dos infiéis, *para que fossem dominados por estranhos;–42 seus inimigos se tornaram seus tiranos *e os humilharam sob o jugo de suas mãos.
=43 Quantas vezes o Senhor os libertou! †Eles, porém, por malvadez o provocavam, *e afundavam sempre mais em seu pecado.–44 Mas o Senhor tinha piedade do seu povo, *quando ouvia o seu grito na aflição.
–45 Lembrou-se então da Aliança em seu favor *e no seu imenso amor se comoveu,–46 fazendo que encontrassem compaixão *junto àqueles que os levaram como escravos.
–47 Salvai-nos, ó Senhor, ó nosso Deus, *e do meio das nações nos congregai,– para ao vosso santo nome agradecer *e para termos nossa glória em vos louvar!
=48 Seja bendito o Senhor Deus de Israel, †desde sempre e pelos séculos sem fim! *Que todo o povo diga Amém, oh sim, Amém!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Salvai-nos, ó Senhor e nosso
Deus,e, do meio das nações, nos congregai! Aleluia.
V. Deus nos fez renascer para a viva
esperança, Aleluia,
R. Pela resureição do Senhor dentre os
mortos. Aleluia.
Primeira leitura
Do Livro do Apocalipse 5,1-14
Visão do CordeiroEu, João, 1vi um livro na mão direita daquele que
estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e
estava lacrado com sete selos. 2Vi então um anjo forte, que
proclamava em voz alta: “Quem é digno de romper os selos e abrir o
livro?” 3Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra
era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 4Eu
chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler
o livro. 5Um dos anciãos me consolou: “Não chores! Eis que
o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode
romper os selos e abrir o livro”.
6De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono
e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que
imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete
Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 7Então, o
Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado
no trono. 8Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres
vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro.
Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos.9E entoaram um cântico novo: “Tu és digno
de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu
sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e
nação. 10Deles fizeste para o nosso Deus um reino de
sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.”
11Na minha visão, ouvi a voz de numerosos anjos,
que estavam em volta do trono, e dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram
milhares de milhares, milhões de milhões, 12e proclamavam
em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza,
a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor”. 13Ouvi
também todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra
e no mar, e tudo o que neles existe, e diziam: “Ao que está sentado no
trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para
sempre”. 14Os quatro Seres vivos respondiam: “Amém”, e os
Anciãos se prostraram em adoração daquele que vive para sempre.
Responsório Ap 5,9bcd.10a
R. Vós sois digno, Senhor, nosso Deus,
de o livro nas mãos receber
e de abrir suas folhas lacradas,
porque fostes por nós imolado,
* Para Deus nos remiu vosso sangue. Aleluia.
V. Pois fizestes, de nós, para Deus
sacerdotes e povo de reis. * Para Deus.
Segunda leitura
Da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada
Liturgia, do Concílio Vaticano II
(N.5-6)
(Séc.XX)
O plano da salvaçãoDeus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
conhecimento da verdade (1Tm 2,4); por isso muitas vezes e de
muitos modos falou outrora aos nossos pais, pelos profetas (Hb
1,1). Quando se completou o tempo previsto, enviou o seu Filho
(Gl 4,4), a Palavra que se fez carne, ungido pelo Espírito Santo, para
anunciar a boa-nova aos pobres e curar os contritos de coração, como
médico dos corpos e das almas, mediador entre Deus e os homens. Sua
humanidade, na unidade da pessoa do Verbo, foi o instrumento de nossa
salvação. Deste modo, em Cristo realizou-se perfeitamente a nossa
reconciliação com Deus e nos foi dada a plenitude do culto divino.
Esta obra da redenção humana e da perfeita glorificação de
Deus, prefiguradas pelas obras maravilhosas que ele operou no povo da
Antiga Aliança, foi realizada por Cristo, principalmente pelo mistério
pascal de sua bem-aventurada paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa
ascensão. Por este mistério, morrendo destruiu nossa morte e,
ressuscitando, restituiu-nos a vida. Foi do lado de Cristo adormecido
na cruz, que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja.
Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma enviou
os apóstolos, repletos do Espírito Santo, não apenas para pregarem o
evangelho a toda criatura, anunciando que o Filho de Deus, por sua
morte e ressurreição, nos libertou da morte e do poder de Satanás e nos
introduziu no reino do Pai, mas também para realizarem a obra da
salvação que anunciavam, por meio do sacrifício e dos sacramentos, ao
redor dos quais se desenvolve toda a vida litúrgica. Pelo batismo, os
homens são incorporados no mistério pascal de Cristo: mortos com ele,
sepultados com ele e com ele ressuscitados, recebem o Espírito de
adoção filial no qual todos nós clamamos: Abá – ó Pai! (Rm
8,15), transformando-nos assim nos verdadeiros adoradores que o Pai
procura.
Do mesmo modo, todas as vezes que comem a ceia do Senhor,
anunciam a sua morte até que ele venha. Por isso, no próprio dia de
Pentecostes, quando a Igreja se manifestou ao mundo, os que
aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo (At 2,41). Eles
eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão
fraterna, na fração do pão e nas orações. Louvavam a Deus e eram
estimados por todo o povo. (At 2,42.47).
Desde então, nunca mais a Igreja deixou de se reunir para
celebrar o mistério pascal lendo todas as passagens da Escritura
que falavam dele (Lc 24,27), celebrando a Eucaristia na qual se
tornam presentes a vitória e o triunfo de sua morte e, ao mesmo tempo,
dando graças a Deus, pelo seu dom inefável (2Cor 9,15) em
Cristo Jesus, para o louvor de sua glória (Ef 1,12).
Responsório Cf. Jo 15,5a.9
R. Eu sou a videira e vós sois os
ramos.
*Quem em mim permanece, no qual eu permaneço,
esse dá muito fruto. Aleluia.
V. Como o Pai me amou, também eu vos amei;
permanecei no meu amor. * Quem, em mim.
Oração
Ó Deus, por quem fomos remidos e adotados como filhos, velai
sobre nós em vosso amor de Pai e concedei aos que crêem no Cristo a
liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.