26o DOMINGO DO TEMPO COMUM

II Semana do Saltério

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro de Judite 2,1-6; 3,6a; 4,1-2.9-15

A oração do povo
2,1No décimo oitavo ano, no vigésimo segundo dia do primeiro mês, no palácio de Nabucodonosor, rei dos assírios, falou-se em vingança contra toda a terra, conforme ele dissera. 2Ele convocou todos os seus ajudantes de campo e todos os seus conselheiros e fez com eles uma reunião secreta. Por sua própria boca, ultimou o plano de arrasar a terra. 3Decidiram, então, exterminar todos os que não haviam atendido ao seu apelo.
4Terminada a reunião, Nabucodonosor, rei dos assírios, convocou Holofernes, general de seu exército, seu imediato, e disse-lhe: 5“Isto diz o grande rei, o senhor de toda a terra: saindo de minha presença, tomarás contigo homens experientes, uns cento e vinte mil infantes, grande quantidade de cavalos, com doze mil cavaleiros. 6Sairás contra toda a região ocidental, porque não atenderam à palavra da minha boca.
3,6a
Ele, com seu exército, desceu para a costa e estabeleceu guarnições nas cidades fortificadas.
4,1Os israelitas que habitavam a Judeia ouviram tudo o que Holofernes, general de Nabucodonosor, rei dos assírios fizera com os pagãos, e como saqueara seus templos e os entregara todos à destruição. 2Ficaram profundamente aterrorizados com a presença dele e temeram por Jerusalém e pelo Templo do Senhor seu Deus. 9Todos os homens de Israel clamaram a Deus com grande zelo e se humilharam diante dele. 10Eles, suas mulheres, seus filhos, seus rebanhos, todos os forasteiros, os mercenários e os escravos cingiram os rins com panos de saco. 11Todos os homens de Israel, as mulheres e as crianças que habitavam em Jerusalém prostraram-se diante do santuário, cobriram suas cabeças com cinza e estenderam as mãos diante do Senhor. 12Envolveram o altar com pano de saco. Clamaram unanimemente e com ardor ao Deus de Israel para não entregar à pilhagem seus filhos, nem as mulheres ao rapto, nem as cidades de sua herança à destruição, nem o Templo à profanação e ao ultraje para escárnio dos pagãos. 13O Senhor ouviu a voz deles e considerou a sua tribulação.
Havia dias o povo estava jejuando em toda a Judeia e em Jerusalém, diante do santuário do Senhor Todo-poderoso. 14O sumo sacerdote Joaquim e todos os que ficam diante do Senhor, sacerdotes e ministros do Senhor, vestidos com pano de saco sobre os rins, ofereciam o holocausto perpétuo, os votos e os dons voluntários do povo. 15Com cinza sobre seus turbantes, clamavam com toda força ao Senhor para que visitasse, com seu favor, toda a casa de Israel.

Responsório Cf. Jt 7,28; Sl 105,6
R. Clamaram ao Senhor seu Deus, o ânimo deles abateu-se,
pois todos os seus inimigos os tinham cercado.
* Não havia como fugir do meio deles:
Senhor, tende piedade.
V. Nós pecamos com nossos pais,
nós nos desviamos, tornamo-nos ímpios.
* Não havia.

Segunda leitura

Da “Homilia sobre a oração”, de São João Crisóstomo, bispo
(6.ª)
(Séc. IV)


A oração é a luz da alma e o
verdadeiro conhecimento de Deus
A oração ou o colóquio com Deus é o sumo bem: em verdade é uma íntima relação ou união com Deus. E como são iluminados os olhos do corpo quando veem a luz, assim também a alma atenta a Deus é iluminada pela luz infalível dele. Quero falar de uma oração que não seja puramente exterior, mas que brote do íntimo da alma; que não fique circunscrita apenas em determinados intervalos de tempo, mas se desenvolva ininterruptamente de dia e de noite. Em verdade não precisa somente levar a alma a Deus no momento da oração, mas também quando estamos envolvidos em quaisquer outras ocupações: na assistência aos pobres, em outras atividades ou em obras de beneficência devemos inserir ali o desejo e a lembrança de Deus, de maneira que aquelas atividades, temperadas com o amor de Deus como com o sal, se tornem um alimento muito agradável ao Senhor do universo. Mas nos é dado gozar perenemente a vantagem que brota da oração se lhe dedicarmos a maior parte do nosso tempo.
A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus: mediadora entre Deus e os homens, a cura para as paixões, remédio para as dores das doenças, alívio para a alma, guia no caminho celeste, que não se volta para a terra, mas é direcionada para as alturas dos céus. Ela voa além das criaturas, abre caminho e ultrapassa os ares com a alma, lançando-se além dos coros dançantes das estrelas, abre as portas dos céus, se eleva acima dos anjos, até a inacessível Trindade. Lá, adora a divindade, lá é considerada digna da união com o Rei do céu. A alma, elevada por meio dela ao alto dos céus, abraça o Senhor com abraços inefáveis, desejando o alimento divino como um menino que chama a sua mãe entre lágrimas: apresenta com insistência as suas súplicas e recebe os dons mais excelentes de toda a criatura visível. Não creiam que a oração consista em palavras. A oração é o desejo de Deus, amor inefável, não produzido pelos homens, mas gerado pela graça divina da qual também o Apóstolo disse: Nós não sabemos o que é conveniente pedir, mas o próprio Espírito intercede com insistência por nós com gemidos inefáveis (Rm 8,26). Se o Senhor concede a alguém uma oração assim, ela constitui para tal pessoa uma riqueza inalienável e um alimento celeste que sacia a alma; quem a experimentou é inflamado de um desejo eterno do Senhor que se expande na sua alma como um fogo ardentíssimo.
Quando te dispuseres a realizar esta oração, revista a tua casa de modéstia e humildade, torne-a iluminada com a luz da justiça, adorna-a com lâminas de ouro puro, isto é, com as boas obras: decora-a não com pedras preciosas, mas com a fé e a grandeza de alma, colocando acima de tudo a oração, como o frontão que enfeita a casa. De tal modo prepararás perfeitamente a tua morada para o Senhor e o receberás nela como num esplêndido palácio real, logo possuindo-o com a sua graça, como uma imagem construída no templo da alma. A ele seja dada a glória e o poder eternamente.

Responsório Sl 33(34),4.6; Cl 1,13,12
R. Celebrai comigo o Senhor, exaltemos juntos o seu nome.
* Olhai para ele e ficareis radiantes,
não serão confundidos os vossos rostos.
V. Foi ele que nos libertou do poder das trevas
e nos fez participar da sorte dos santos na luz.
* Olhai para ele.

Hino
Te Deum
em latim

(A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.